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26-09-2001
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Colégio do Sagrado Coração de Maria / Colégio Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Escola rica, escola pobre

No regresso às aulas, visitámos a escola mais cotada a nível nacional e a que ficou em último lugar da tabela. Ambas preenchem os requisitos que habitualmente definem um bom estabelecimento de ensino. Separam-nas os objectivos e o estrato social a que se destinam.

Texto de Isabel Oliveira

Fotografias de António Pedro Ferreira e Rui Duarte Silva «Aqui sentimo-nos bem, há bom ambiente, e estamos protegidos de alguns males das outras escolas. Mas quando acabar o ano, vou para outro lado. Quero ir para a faculdade», confessa João Rodrigues, de 14 anos, aluno do 9º B do Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Porto. Quando tomou conhecimento do «ranking» divulgado há perto de um mês pela comunicação social, João nem queria acreditar: «Como pode uma escola que impõe tanto rigor ficar em último lugar? Fiquei muito desapontado e com a certeza de que não viria para aqui no secundário.» «Veterano» daquele estabelecimento escolar - frequenta-o desde a pré-primária -, o aluno sente que não tem outra saída perante os cinco valores de média atribuída à escola. Ana Teixeira, de 14 anos, sua colega de turma, não é tão radical. «É preciso não esquecer que esta é uma escola profissional. E que os alunos que fizeram os exames do 12º ano já tinham estado noutros liceus e também não tinham tido aproveitamento.» Ana abandonará o Perpétuo Socorro quando concluir o 9º ano porque, como explica, «não quero seguir um curso profissional. Esta escola prepara bem as pessoas que vão trabalhar, mas não é a indicada para quem quer ir para a universidade». Joana Vieira, aluna do curso técnico de Auxiliar de Infância (11º ano), não partilha as preocupações dos colegas mais novos. «O 12º ano na via profissionalizante não impede que possamos ingressar no ensino superior», defende. Como se demonstra, reina a confusão entre os alunos deste externato portuense. A publicação da lista que dá aquela escola como «a pior das piores» a nível nacional gerou algum pânico e muita consternação. «Aqui sentimo-nos bem, há bom ambiente, e estamos protegidos de alguns males das outras escolas. Mas quando acabar o ano, vou para outro lado. Quero ir para a faculdade», confessa João Rodrigues, de 14 anos, aluno do 9º B do Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Porto. Quando tomou conhecimento do «ranking» divulgado há perto de um mês pela comunicação social, João nem queria acreditar: «Como pode uma escola que impõe tanto rigor ficar em último lugar? Fiquei muito desapontado e com a certeza de que não viria para aqui no secundário.» «Veterano» daquele estabelecimento escolar - frequenta-o desde a pré-primária -, o aluno sente que não tem outra saída perante os cinco valores de média atribuída à escola. Ana Teixeira, de 14 anos, sua colega de turma, não é tão radical. «É preciso não esquecer que esta é uma escola profissional. E que os alunos que fizeram os exames do 12º ano já tinham estado noutros liceus e também não tinham tido aproveitamento.» Ana abandonará o Perpétuo Socorro quando concluir o 9º ano porque, como explica, «não quero seguir um curso profissional. Esta escola prepara bem as pessoas que vão trabalhar, mas não é a indicada para quem quer ir para a universidade». Joana Vieira, aluna do curso técnico de Auxiliar de Infância (11º ano), não partilha as preocupações dos colegas mais novos. «O 12º ano na via profissionalizante não impede que possamos ingressar no ensino superior», defende. Como se demonstra, reina a confusão entre os alunos deste externato portuense. A publicação da lista que dá aquela escola como «a pior das piores» a nível nacional gerou algum pânico e muita consternação. Na semana em que os alunos do ensino básico e secundário regressaram às aulas, o Expresso visitou o Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e o Colégio do Sagrado Coração de Maria, respectivamente a «pior» e a «melhor» escola nas listas elaboradas com base nas notas obtidas pelos alunos nos exames finais do 12º ano. Dizem os especialistas que o que distingue uma boa escola é a qualidade das suas instalações, a existência de um corpo docente estável, uma programação sensata dos horários. Se a estas características adicionarmos um controlo efectivo das saídas dos alunos mais novos, uma sala de estudos com professores de apoio e uma biblioteca razoável, um bom serviço de refeitório, estamos perante um estabelecimento de ensino praticamente exemplar. Ora, tanto o Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro como o Colégio do Sagrado Coração de Maria preenchem todos estes requisitos. Conclui-se, portanto, que o fosso abissal que os separa advém apenas das notas que os seus alunos finalistas obtiveram nos exames nacionais. Tratando-se de dois colégios com vocações muito diferentes - o Perpétuo Socorro é destinado essencialmente a alunos que no final do 12º ano pretendem ingressar no mundo do trabalho, enquanto o Sagrado Coração de Maria privilegia a via de ensino, preparando os estudantes para o ingresso na universidade -, há quem questione a validade de uma lista que pretende comparar realidades tão diversas. Na semana em que os alunos do ensino básico e secundário regressaram às aulas, o Expresso visitou o Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e o Colégio do Sagrado Coração de Maria, respectivamente a «pior» e a «melhor» escola nas listas elaboradas com base nas notas obtidas pelos alunos nos exames finais do 12º ano. Dizem os especialistas que o que distingue uma boa escola é a qualidade das suas instalações, a existência de um corpo docente estável, uma programação sensata dos horários. Se a estas características adicionarmos um controlo efectivo das saídas dos alunos mais novos, uma sala de estudos com professores de apoio e uma biblioteca razoável, um bom serviço de refeitório, estamos perante um estabelecimento de ensino praticamente exemplar. Ora, tanto o Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro como o Colégio do Sagrado Coração de Maria preenchem todos estes requisitos. Conclui-se, portanto, que o fosso abissal que os separa advém apenas das notas que os seus alunos finalistas obtiveram nos exames nacionais. Tratando-se de dois colégios com vocações muito diferentes - o Perpétuo Socorro é destinado essencialmente a alunos que no final do 12º ano pretendem ingressar no mundo do trabalho, enquanto o Sagrado Coração de Maria privilegia a via de ensino, preparando os estudantes para o ingresso na universidade -, há quem questione a validade de uma lista que pretende comparar realidades tão diversas. Voltemos ao Porto, ao externato com o estigma do último lugar da tabela. Elvira Costeira, presidente do Centro de Caridade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, fez questão de receber pessoalmente os alunos e os pais no primeiro dia de aulas. Ao que nos diz, «não houve desistências nem uma única pergunta sobre a nossa média». No entanto, consciente da preocupação legítima dos alunos e das suas famílias perante as notícias vindas a público, tenciona convocar «o mais rapidamente possível» os pais para uma reunião em que «seremos nós a abordar o assunto e a avançar os esclarecimentos necessários». No Sagrado Coração de Maria, a professora Margarida Godinho ensina os jovens do 8º ano a lidar com os produtos do laboratório O Centro de Caridade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é, como o nome indica, muito mais do que uma escola. É uma instituição religiosa católica destinada a ajudar os mais desprotegidos que conta, para além do estabelecimento escolar, com um posto médico e um centro de dia para idosos. Os dois edifícios que integram o complexo são de boa construção, com espaços amplos e bem iluminados. Não sendo um colégio luxuoso, dispõe de salas bem equipadas, dois refeitórios, um ginásio multifuncional e diversos laboratórios. Todos os serviços são gratuitos, à excepção do ensino pré-primário, cujo pagamento se faz de acordo com a tabela do Ministério da Educação. Elvira Costeira salienta que o externato admite, em percentagens iguais, alunos com carências graves, bem como deficientes motores, e estudantes oriundos de famílias de nível socioeconómico e cultural superiores. «Não somos nem uma escola de pobres nem uma instituição elitista.» Reconhece, contudo, que a partir do 9º ano a preocupação da escola se centra nos alunos que «não pretendem ingressar no ensino superior, porque os pais não têm posses ou porque os jovens demonstram dificuldades intelectuais». Isto não significa, porém, que os estudantes que frequentam a via profissionalizante não se encontrem preparados para um curso universitário. Há inúmeros casos de jovens que mudaram de ideias e que foram bem sucedidos no ensino superior. O Centro de Caridade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é, como o nome indica, muito mais do que uma escola. É uma instituição religiosa católica destinada a ajudar os mais desprotegidos que conta, para além do estabelecimento escolar, com um posto médico e um centro de dia para idosos. Os dois edifícios que integram o complexo são de boa construção, com espaços amplos e bem iluminados. Não sendo um colégio luxuoso, dispõe de salas bem equipadas, dois refeitórios, um ginásio multifuncional e diversos laboratórios. Todos os serviços são gratuitos, à excepção do ensino pré-primário, cujo pagamento se faz de acordo com a tabela do Ministério da Educação. Elvira Costeira salienta que o externato admite, em percentagens iguais, alunos com carências graves, bem como deficientes motores, e estudantes oriundos de famílias de nível socioeconómico e cultural superiores. «Não somos nem uma escola de pobres nem uma instituição elitista.» Reconhece, contudo, que a partir do 9º ano a preocupação da escola se centra nos alunos que «não pretendem ingressar no ensino superior, porque os pais não têm posses ou porque os jovens demonstram dificuldades intelectuais». Isto não significa, porém, que os estudantes que frequentam a via profissionalizante não se encontrem preparados para um curso universitário. Há inúmeros casos de jovens que mudaram de ideias e que foram bem sucedidos no ensino superior. Aula do segundo ciclo no Perpétuo Socorro: as instalações não são luxuosas, mas os miúdos gostam imenso do ambiente do colégio O externato portuense com entrada na Rua Costa Cabral tem um número reduzido de alunos: 570, no total. 80 frequentam a pré-primária, 100 o primeiro ciclo (antigo primário), 250 o segundo e terceiro ciclos (do 5º ao 9º ano) e 140 o curso técnico-profissional, equiparado ao secundário. Fernanda Paula Costa, presidente do Conselho Directivo, e Rosa Maria Santos, da Direcção Pedagógica, sublinham o esforço de acompanhamento dos estudantes: «Aqui não temos números, temos meninos, conhecemo-los pelo nome e assim pretendemos continuar. Apesar dos pedidos dos pais para aumentarmos o número de turmas, alguns sugerindo mesmo que passemos a cobrar propinas.» A percentagem de «chumbos» é quase insignificante. No primeiro ciclo só se registaram retenções em crianças acompanhadas por professores do ensino especial. No segundo ciclo, houve uma retenção em 100 alunos. Convém explicar que no segundo e terceiro ciclos (do 5º ao 9º ano) existem apenas duas turmas de 25 jovens por cada ano. No 7º ano há notícia de quatro «chumbos» em 50 alunos; no 8º, duas retenções; e três no 9º. As responsáveis deste estabelecimento não têm dado ouvidos aos persistentes pedidos dos pais para que o Perpétuo Socorro disponha de um secundário vocacionado para a via de ensino. «Os nossos alunos que finalizam o ensino básico têm preparação para continuar os estudos em qualquer outra escola. No secundário, nós privilegiamos os jovens com maiores dificuldades.» Maria José Lobato, que dirige a via profissionalizante, salienta a preocupação em encontrar cursos «com saída para o mercado de trabalho». No ano lectivo que agora começa arrancaram os cursos técnicos de Gestão de Sistemas Informáticos, de Electrónica e Telecomunicações e de Auxiliar de Infância, tidos como os que maiores oportunidades darão de ingresso imediato na vida profissional. O externato portuense com entrada na Rua Costa Cabral tem um número reduzido de alunos: 570, no total. 80 frequentam a pré-primária, 100 o primeiro ciclo (antigo primário), 250 o segundo e terceiro ciclos (do 5º ao 9º ano) e 140 o curso técnico-profissional, equiparado ao secundário. Fernanda Paula Costa, presidente do Conselho Directivo, e Rosa Maria Santos, da Direcção Pedagógica, sublinham o esforço de acompanhamento dos estudantes: «Aqui não temos números, temos meninos, conhecemo-los pelo nome e assim pretendemos continuar. Apesar dos pedidos dos pais para aumentarmos o número de turmas, alguns sugerindo mesmo que passemos a cobrar propinas.» A percentagem de «chumbos» é quase insignificante. No primeiro ciclo só se registaram retenções em crianças acompanhadas por professores do ensino especial. No segundo ciclo, houve uma retenção em 100 alunos. Convém explicar que no segundo e terceiro ciclos (do 5º ao 9º ano) existem apenas duas turmas de 25 jovens por cada ano. No 7º ano há notícia de quatro «chumbos» em 50 alunos; no 8º, duas retenções; e três no 9º. As responsáveis deste estabelecimento não têm dado ouvidos aos persistentes pedidos dos pais para que o Perpétuo Socorro disponha de um secundário vocacionado para a via de ensino. «Os nossos alunos que finalizam o ensino básico têm preparação para continuar os estudos em qualquer outra escola. No secundário, nós privilegiamos os jovens com maiores dificuldades.» Maria José Lobato, que dirige a via profissionalizante, salienta a preocupação em encontrar cursos «com saída para o mercado de trabalho». No ano lectivo que agora começa arrancaram os cursos técnicos de Gestão de Sistemas Informáticos, de Electrónica e Telecomunicações e de Auxiliar de Infância, tidos como os que maiores oportunidades darão de ingresso imediato na vida profissional. A directora pedagógica do colégio lisboeta, com os alunos da pré-primária Esta componente técnica do ensino secundário do Perpétuo Socorro parece ter sido completamente ignorada na elaboração do «ranking» das escolas. «Não é legítimo comparar classificações de escolas em que só existe via de ensino com aquelas que têm apenas cursos tecnológicos», declara Maria José Lobato. Para além do mais, «alguns órgãos de comunicação social consideraram a totalidade das disciplinas em exame, enquanto outros tiveram em conta apenas algumas dessas disciplinas. Ora, no caso do Perpétuo Socorro, só contaram as disciplinas cujas classificações são tradicionalmente negativas, como a Matemática, a Física e o Português B, enquanto que para obtenção da média noutras escolas se consideraram outras disciplinas em que a nota costuma ser mais elevada». Como se isto não bastasse, compararam-se escolas com muitos alunos com outras com pouquíssimos (no caso do externato, estiveram em exames apenas 28 alunos). Esta componente técnica do ensino secundário do Perpétuo Socorro parece ter sido completamente ignorada na elaboração do «ranking» das escolas. «Não é legítimo comparar classificações de escolas em que só existe via de ensino com aquelas que têm apenas cursos tecnológicos», declara Maria José Lobato. Para além do mais, «alguns órgãos de comunicação social consideraram a totalidade das disciplinas em exame, enquanto outros tiveram em conta apenas algumas dessas disciplinas. Ora, no caso do Perpétuo Socorro, só contaram as disciplinas cujas classificações são tradicionalmente negativas, como a Matemática, a Física e o Português B, enquanto que para obtenção da média noutras escolas se consideraram outras disciplinas em que a nota costuma ser mais elevada». Como se isto não bastasse, compararam-se escolas com muitos alunos com outras com pouquíssimos (no caso do externato, estiveram em exames apenas 28 alunos). Manuela Violas, professora de Geografia do 7º e do 9º ano, considera que não é no primeiro dia de aulas que se deve abordar o problema. «Eles ainda estão a adaptar-se, vamos dar-lhes algum tempo e depois desdramatizaremos a situação.» Ela sente-se à vontade para falar da «injustiça» porque dá aulas também na Escola Secundária Aurélia de Sousa, tida como uma das «melhores», com uma média de 13 valores. «O meu grau de exigência numa e noutra escola é exactamente o mesmo», assegura. As responsáveis do Perpétuo Socorro Armando Bré, um antigo aluno do Perpétuo Socorro, é testemunha de que o externato o preparou devidamente para a vida profissional. Frequentou o curso técnico-profissional de Electrónica, e não se arrependeu. Hoje é um quadro de chefia de uma empresa especializada em equipamentos. Hugo Monteiro foi aluno do Perpétuo até ao 12º ano, altura em que finalizou o curso tecnológico de Electrónica. Candidatou-se à Faculdade de Ciências e está prestes a terminar o curso de Matemáticas Aplicadas, sem dificuldades acrescidas por ter frequentado a via profissionalizante. E o mesmo aconteceu com Luís Lima, actual professor do Instituto Superior de Engenharia do Porto. Foram todos «convocados» pela responsável pelos cursos para atestar as qualidades do antigo colégio e «repor a verdade dos factos». Armando Bré, um antigo aluno do Perpétuo Socorro, é testemunha de que o externato o preparou devidamente para a vida profissional. Frequentou o curso técnico-profissional de Electrónica, e não se arrependeu. Hoje é um quadro de chefia de uma empresa especializada em equipamentos. Hugo Monteiro foi aluno do Perpétuo até ao 12º ano, altura em que finalizou o curso tecnológico de Electrónica. Candidatou-se à Faculdade de Ciências e está prestes a terminar o curso de Matemáticas Aplicadas, sem dificuldades acrescidas por ter frequentado a via profissionalizante. E o mesmo aconteceu com Luís Lima, actual professor do Instituto Superior de Engenharia do Porto. Foram todos «convocados» pela responsável pelos cursos para atestar as qualidades do antigo colégio e «repor a verdade dos factos». No regresso às aulas, houve alegria e muita brincadeira no Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Os mais pequenos brindaram os idosos com cantigas e flores, as salas de aula ainda cheiravam à tinta com que tinham sido pintadas há poucos dias. A famigerada «lista» não conseguiu ensombrar um dia que se quer eterno. Cláudio Pereira, aluno de Gestão de Sistemas Informáticos, não tem dúvidas: «Eu estive na (Escola Secundária) Aurélia de Sousa e não gostei da experiência. Por isso voltei. Prefiro o ambiente do externato, é quase uma família.» E acrescenta, em tom de desafio: «Dos dez melhores alunos da Aurélia de Sousa, cinco vieram daqui.» Alunos do 10º ano do Sagrado Coração, numa das primeiras aulas O Colégio do Sagrado Coração de Maria, em Lisboa, tem o dobro dos alunos do externato portuense: à volta de 1200. A sua directora pedagógica, irmã Maria Filomena Gouveia, confirma a «enorme procura» na sequência da divulgação da lista que colocou o «seu» colégio em primeiro lugar. Mas, como acrescenta, «não houve possibilidades de admitir mais alunos. As turmas já estavam completas». Conseguir uma vaga no Sagrado Coração de Maria não é tarefa fácil. Desde logo pelos preços praticados: as propinas variam entre os 50 e os 60 e muitos contos, fora a alimentação e as actividades extracurriculares. Para quem não saiba, as inscrições para o ano lectivo seguinte têm lugar no primeiro dia do segundo período. E é preciso madrugar para ter hipóteses de apresentar a candidatura. «Este ano, às dez da manhã já não havia vagas, ficava-se em lista de espera», recorda, orgulhosa, Filomena Gouveia. Os candidatos ao 5º e ao 7º anos são submetidos a testes, enquanto os pais são entrevistados pessoalmente pela directora pedagógica. «Apresento-lhes o ideário do colégio, explicando-lhes que o nosso objectivo, como escola católica, é fazer passar a mensagem cristã», diz-nos. Entradas no 6º, 8º e 9º anos só em casos muito especiais. «Não gostamos de receber alunos a meio do ciclo», argumenta. A quem acusa o colégio de ser extremamente elitista, Filomena Gouveia responde: «Não é, nem gostaria que fosse. Jesus Cristo veio para que todos tenham vida, diz o nosso ideário. Não excluímos ninguém. É pena que o Estado não subsidie as famílias para que estas possam ter liberdade de escolha.» Lembra que a instituição tem vários alunos a seu cargo: «Desde que a criança ou o jovem pratique o nosso ideário, se alguma coisa lhe acontecer - a morte de um dos pais, uma separação - nós estamos aqui para o ajudar.» O Colégio do Sagrado Coração de Maria, em Lisboa, tem o dobro dos alunos do externato portuense: à volta de 1200. A sua directora pedagógica, irmã Maria Filomena Gouveia, confirma a «enorme procura» na sequência da divulgação da lista que colocou o «seu» colégio em primeiro lugar. Mas, como acrescenta, «não houve possibilidades de admitir mais alunos. As turmas já estavam completas». Conseguir uma vaga no Sagrado Coração de Maria não é tarefa fácil. Desde logo pelos preços praticados: as propinas variam entre os 50 e os 60 e muitos contos, fora a alimentação e as actividades extracurriculares. Para quem não saiba, as inscrições para o ano lectivo seguinte têm lugar no primeiro dia do segundo período. E é preciso madrugar para ter hipóteses de apresentar a candidatura. «Este ano, às dez da manhã já não havia vagas, ficava-se em lista de espera», recorda, orgulhosa, Filomena Gouveia. Os candidatos ao 5º e ao 7º anos são submetidos a testes, enquanto os pais são entrevistados pessoalmente pela directora pedagógica. «Apresento-lhes o ideário do colégio, explicando-lhes que o nosso objectivo, como escola católica, é fazer passar a mensagem cristã», diz-nos. Entradas no 6º, 8º e 9º anos só em casos muito especiais. «Não gostamos de receber alunos a meio do ciclo», argumenta. A quem acusa o colégio de ser extremamente elitista, Filomena Gouveia responde: «Não é, nem gostaria que fosse. Jesus Cristo veio para que todos tenham vida, diz o nosso ideário. Não excluímos ninguém. É pena que o Estado não subsidie as famílias para que estas possam ter liberdade de escolha.» Lembra que a instituição tem vários alunos a seu cargo: «Desde que a criança ou o jovem pratique o nosso ideário, se alguma coisa lhe acontecer - a morte de um dos pais, uma separação - nós estamos aqui para o ajudar.» Neste colégio lisboeta tudo é preparado ao pormenor e com grande antecipação: desde os horários dos alunos - para evitar os «furos», tão frequentes no ensino oficial, que quebram o ritmo dos estudos - à reforma curricular do segundo ciclo, que impõe aulas de 90 minutos a partir do 5º ano. Filomena Gouveia e Ângela Curral (uma das vice-directoras), ambas adeptas da reforma, iniciaram há dois anos a preparação dos professores. Os pais, por seu turno, foram sensibilizados para a alteração dos horários ao longo do último ano lectivo. No passado dia 17, o Sagrado Coração estendeu as aulas de 90 minutos ao 7º e 8º anos. «50 minutos eram muito pouco, descontadas as entradas, saídas, chamadas e sumários. Assim há maior rendimento; os professores precisam é de ter estratégias para manter os alunos interessados até ao fim», defende a directora pedagógica. Ao contrário de muitas outras escolas, o primeiro dia de aulas no Sagrado Coração de Maria é para ser levado a sério. Margarida Godinho, uma das mais antigas professoras do colégio, ditava as regras das aulas de Ciências Físico-Naturais, que têm lugar num dos laboratórios: «Na próxima semana, quero-vos todos de bata branca», dizia aos miúdos do 8º ano, avançando as instruções elementares para que nenhum desastre ocorra a meio de uma experiência. No andar reservado ao secundário, Dora Lopes, professora de Ciências Físico-Químicas, explica aos alunos do 10º A o método de avaliação contínua, aproveitando o ensejo para marcar os testes até ao Natal: «Caso não saibam, os testes trazem a cotação das perguntas, para que cada um possa gerir o tempo da melhor maneira.» A alegria do regresso à escola no externato portuense Daniel McGuire, de 15 anos, está desde os três no Sagrado Coração de Maria. No seu caso, a divulgação do «ranking» foi determinante na decisão de se manter «entre os melhores». Como nos diz: «A minha mãe teve dúvidas, porque o colégio é bastante caro. Quando soubemos do primeiro lugar, resolvemos que este era um bom investimento para entrar na faculdade», conclui. Maria Antunes, também do 10º A, é uma caloira. Já estava inscrita quando se conheceram os resultados dos testes nacionais: «Fiquei muito contente, sei que vou ficar bem preparada para a universidade, e isso é importante.» No átrio do colégio, encontrámos um grupinho de alunas do 12º ano. Ana Lourenço, de 17 anos, soube do «ranking» através da televisão. «Fiquei orgulhosa, claro, porque os resultados mostram que vai ser fácil entrar para a faculdade, mas também fiquei um bocado nervosa: receio que se tornem ainda mais exigentes para manter a média», confessa. No entender destes jovens, há duas razões bem fortes que explicam o sucesso do Sagrado Coração de Maria: o grau de exigência e a relação de proximidade com os professores. «Eles dominam-nos, mostram-se disponíveis para nos ajudar. As aulas não são só matéria, falamos e discutimos os nossos problemas», aponta Rita Martins. António Fradique, aluno do 10º ano, vê as coisas de outra maneira. «As pessoas que aqui se encontram provêm de um estrato social elevado. É natural que tenham mais hipóteses de serem bons alunos...» Diogo Santos é categórico: «Temos boas instalações, bons professores, e damos todo o programa, ao contrário de muitas outras escolas. Olhe, no primeiro dia já vamos ter trabalhos para casa.» Não se pense, todavia, que este colégio é frequentado exclusivamente por geniozinhos. A Matemática, autêntico quebra-cabeças a nível nacional, também aqui faz alguns estragos. No 2º e 3º ciclos, é a disciplina que tem maior número de negativas, sobretudo no 8º ano, em que cerca de 27,5% dos estudantes «chumba». No secundário, esta percentagem sobe para 36% no 11º ano. Nem tudo são rosas mesmo no Sagrado Coração de Maria, uma das melhores escolas do país. 12 Daniel McGuire, de 15 anos, está desde os três no Sagrado Coração de Maria. No seu caso, a divulgação do «ranking» foi determinante na decisão de se manter «entre os melhores». Como nos diz: «A minha mãe teve dúvidas, porque o colégio é bastante caro. Quando soubemos do primeiro lugar, resolvemos que este era um bom investimento para entrar na faculdade», conclui. Maria Antunes, também do 10º A, é uma caloira. Já estava inscrita quando se conheceram os resultados dos testes nacionais: «Fiquei muito contente, sei que vou ficar bem preparada para a universidade, e isso é importante.» No átrio do colégio, encontrámos um grupinho de alunas do 12º ano. Ana Lourenço, de 17 anos, soube do «ranking» através da televisão. «Fiquei orgulhosa, claro, porque os resultados mostram que vai ser fácil entrar para a faculdade, mas também fiquei um bocado nervosa: receio que se tornem ainda mais exigentes para manter a média», confessa. No entender destes jovens, há duas razões bem fortes que explicam o sucesso do Sagrado Coração de Maria: o grau de exigência e a relação de proximidade com os professores. «Eles dominam-nos, mostram-se disponíveis para nos ajudar. As aulas não são só matéria, falamos e discutimos os nossos problemas», aponta Rita Martins. António Fradique, aluno do 10º ano, vê as coisas de outra maneira. «As pessoas que aqui se encontram provêm de um estrato social elevado. É natural que tenham mais hipóteses de serem bons alunos...» Diogo Santos é categórico: «Temos boas instalações, bons professores, e damos todo o programa, ao contrário de muitas outras escolas. Olhe, no primeiro dia já vamos ter trabalhos para casa.» Não se pense, todavia, que este colégio é frequentado exclusivamente por geniozinhos. A Matemática, autêntico quebra-cabeças a nível nacional, também aqui faz alguns estragos. No 2º e 3º ciclos, é a disciplina que tem maior número de negativas, sobretudo no 8º ano, em que cerca de 27,5% dos estudantes «chumba». No secundário, esta percentagem sobe para 36% no 11º ano. Nem tudo são rosas mesmo no Sagrado Coração de Maria, uma das melhores escolas do país.

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Colégio do Sagrado Coração de Maria / Colégio Nossa Senhora do Perpétuo Socorro Escola rica, escola pobre

No regresso às aulas, visitámos a escola mais cotada a nível nacional e a que ficou em último lugar da tabela. Ambas preenchem os requisitos que habitualmente definem um bom estabelecimento de ensino. Separam-nas os objectivos e o estrato social a que se destinam.

Texto de Isabel Oliveira

Fotografias de António Pedro Ferreira e Rui Duarte Silva «Aqui sentimo-nos bem, há bom ambiente, e estamos protegidos de alguns males das outras escolas. Mas quando acabar o ano, vou para outro lado. Quero ir para a faculdade», confessa João Rodrigues, de 14 anos, aluno do 9º B do Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Porto. Quando tomou conhecimento do «ranking» divulgado há perto de um mês pela comunicação social, João nem queria acreditar: «Como pode uma escola que impõe tanto rigor ficar em último lugar? Fiquei muito desapontado e com a certeza de que não viria para aqui no secundário.» «Veterano» daquele estabelecimento escolar - frequenta-o desde a pré-primária -, o aluno sente que não tem outra saída perante os cinco valores de média atribuída à escola. Ana Teixeira, de 14 anos, sua colega de turma, não é tão radical. «É preciso não esquecer que esta é uma escola profissional. E que os alunos que fizeram os exames do 12º ano já tinham estado noutros liceus e também não tinham tido aproveitamento.» Ana abandonará o Perpétuo Socorro quando concluir o 9º ano porque, como explica, «não quero seguir um curso profissional. Esta escola prepara bem as pessoas que vão trabalhar, mas não é a indicada para quem quer ir para a universidade». Joana Vieira, aluna do curso técnico de Auxiliar de Infância (11º ano), não partilha as preocupações dos colegas mais novos. «O 12º ano na via profissionalizante não impede que possamos ingressar no ensino superior», defende. Como se demonstra, reina a confusão entre os alunos deste externato portuense. A publicação da lista que dá aquela escola como «a pior das piores» a nível nacional gerou algum pânico e muita consternação. «Aqui sentimo-nos bem, há bom ambiente, e estamos protegidos de alguns males das outras escolas. Mas quando acabar o ano, vou para outro lado. Quero ir para a faculdade», confessa João Rodrigues, de 14 anos, aluno do 9º B do Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Porto. Quando tomou conhecimento do «ranking» divulgado há perto de um mês pela comunicação social, João nem queria acreditar: «Como pode uma escola que impõe tanto rigor ficar em último lugar? Fiquei muito desapontado e com a certeza de que não viria para aqui no secundário.» «Veterano» daquele estabelecimento escolar - frequenta-o desde a pré-primária -, o aluno sente que não tem outra saída perante os cinco valores de média atribuída à escola. Ana Teixeira, de 14 anos, sua colega de turma, não é tão radical. «É preciso não esquecer que esta é uma escola profissional. E que os alunos que fizeram os exames do 12º ano já tinham estado noutros liceus e também não tinham tido aproveitamento.» Ana abandonará o Perpétuo Socorro quando concluir o 9º ano porque, como explica, «não quero seguir um curso profissional. Esta escola prepara bem as pessoas que vão trabalhar, mas não é a indicada para quem quer ir para a universidade». Joana Vieira, aluna do curso técnico de Auxiliar de Infância (11º ano), não partilha as preocupações dos colegas mais novos. «O 12º ano na via profissionalizante não impede que possamos ingressar no ensino superior», defende. Como se demonstra, reina a confusão entre os alunos deste externato portuense. A publicação da lista que dá aquela escola como «a pior das piores» a nível nacional gerou algum pânico e muita consternação. Na semana em que os alunos do ensino básico e secundário regressaram às aulas, o Expresso visitou o Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e o Colégio do Sagrado Coração de Maria, respectivamente a «pior» e a «melhor» escola nas listas elaboradas com base nas notas obtidas pelos alunos nos exames finais do 12º ano. Dizem os especialistas que o que distingue uma boa escola é a qualidade das suas instalações, a existência de um corpo docente estável, uma programação sensata dos horários. Se a estas características adicionarmos um controlo efectivo das saídas dos alunos mais novos, uma sala de estudos com professores de apoio e uma biblioteca razoável, um bom serviço de refeitório, estamos perante um estabelecimento de ensino praticamente exemplar. Ora, tanto o Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro como o Colégio do Sagrado Coração de Maria preenchem todos estes requisitos. Conclui-se, portanto, que o fosso abissal que os separa advém apenas das notas que os seus alunos finalistas obtiveram nos exames nacionais. Tratando-se de dois colégios com vocações muito diferentes - o Perpétuo Socorro é destinado essencialmente a alunos que no final do 12º ano pretendem ingressar no mundo do trabalho, enquanto o Sagrado Coração de Maria privilegia a via de ensino, preparando os estudantes para o ingresso na universidade -, há quem questione a validade de uma lista que pretende comparar realidades tão diversas. Na semana em que os alunos do ensino básico e secundário regressaram às aulas, o Expresso visitou o Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e o Colégio do Sagrado Coração de Maria, respectivamente a «pior» e a «melhor» escola nas listas elaboradas com base nas notas obtidas pelos alunos nos exames finais do 12º ano. Dizem os especialistas que o que distingue uma boa escola é a qualidade das suas instalações, a existência de um corpo docente estável, uma programação sensata dos horários. Se a estas características adicionarmos um controlo efectivo das saídas dos alunos mais novos, uma sala de estudos com professores de apoio e uma biblioteca razoável, um bom serviço de refeitório, estamos perante um estabelecimento de ensino praticamente exemplar. Ora, tanto o Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro como o Colégio do Sagrado Coração de Maria preenchem todos estes requisitos. Conclui-se, portanto, que o fosso abissal que os separa advém apenas das notas que os seus alunos finalistas obtiveram nos exames nacionais. Tratando-se de dois colégios com vocações muito diferentes - o Perpétuo Socorro é destinado essencialmente a alunos que no final do 12º ano pretendem ingressar no mundo do trabalho, enquanto o Sagrado Coração de Maria privilegia a via de ensino, preparando os estudantes para o ingresso na universidade -, há quem questione a validade de uma lista que pretende comparar realidades tão diversas. Voltemos ao Porto, ao externato com o estigma do último lugar da tabela. Elvira Costeira, presidente do Centro de Caridade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, fez questão de receber pessoalmente os alunos e os pais no primeiro dia de aulas. Ao que nos diz, «não houve desistências nem uma única pergunta sobre a nossa média». No entanto, consciente da preocupação legítima dos alunos e das suas famílias perante as notícias vindas a público, tenciona convocar «o mais rapidamente possível» os pais para uma reunião em que «seremos nós a abordar o assunto e a avançar os esclarecimentos necessários». No Sagrado Coração de Maria, a professora Margarida Godinho ensina os jovens do 8º ano a lidar com os produtos do laboratório O Centro de Caridade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é, como o nome indica, muito mais do que uma escola. É uma instituição religiosa católica destinada a ajudar os mais desprotegidos que conta, para além do estabelecimento escolar, com um posto médico e um centro de dia para idosos. Os dois edifícios que integram o complexo são de boa construção, com espaços amplos e bem iluminados. Não sendo um colégio luxuoso, dispõe de salas bem equipadas, dois refeitórios, um ginásio multifuncional e diversos laboratórios. Todos os serviços são gratuitos, à excepção do ensino pré-primário, cujo pagamento se faz de acordo com a tabela do Ministério da Educação. Elvira Costeira salienta que o externato admite, em percentagens iguais, alunos com carências graves, bem como deficientes motores, e estudantes oriundos de famílias de nível socioeconómico e cultural superiores. «Não somos nem uma escola de pobres nem uma instituição elitista.» Reconhece, contudo, que a partir do 9º ano a preocupação da escola se centra nos alunos que «não pretendem ingressar no ensino superior, porque os pais não têm posses ou porque os jovens demonstram dificuldades intelectuais». Isto não significa, porém, que os estudantes que frequentam a via profissionalizante não se encontrem preparados para um curso universitário. Há inúmeros casos de jovens que mudaram de ideias e que foram bem sucedidos no ensino superior. O Centro de Caridade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro é, como o nome indica, muito mais do que uma escola. É uma instituição religiosa católica destinada a ajudar os mais desprotegidos que conta, para além do estabelecimento escolar, com um posto médico e um centro de dia para idosos. Os dois edifícios que integram o complexo são de boa construção, com espaços amplos e bem iluminados. Não sendo um colégio luxuoso, dispõe de salas bem equipadas, dois refeitórios, um ginásio multifuncional e diversos laboratórios. Todos os serviços são gratuitos, à excepção do ensino pré-primário, cujo pagamento se faz de acordo com a tabela do Ministério da Educação. Elvira Costeira salienta que o externato admite, em percentagens iguais, alunos com carências graves, bem como deficientes motores, e estudantes oriundos de famílias de nível socioeconómico e cultural superiores. «Não somos nem uma escola de pobres nem uma instituição elitista.» Reconhece, contudo, que a partir do 9º ano a preocupação da escola se centra nos alunos que «não pretendem ingressar no ensino superior, porque os pais não têm posses ou porque os jovens demonstram dificuldades intelectuais». Isto não significa, porém, que os estudantes que frequentam a via profissionalizante não se encontrem preparados para um curso universitário. Há inúmeros casos de jovens que mudaram de ideias e que foram bem sucedidos no ensino superior. Aula do segundo ciclo no Perpétuo Socorro: as instalações não são luxuosas, mas os miúdos gostam imenso do ambiente do colégio O externato portuense com entrada na Rua Costa Cabral tem um número reduzido de alunos: 570, no total. 80 frequentam a pré-primária, 100 o primeiro ciclo (antigo primário), 250 o segundo e terceiro ciclos (do 5º ao 9º ano) e 140 o curso técnico-profissional, equiparado ao secundário. Fernanda Paula Costa, presidente do Conselho Directivo, e Rosa Maria Santos, da Direcção Pedagógica, sublinham o esforço de acompanhamento dos estudantes: «Aqui não temos números, temos meninos, conhecemo-los pelo nome e assim pretendemos continuar. Apesar dos pedidos dos pais para aumentarmos o número de turmas, alguns sugerindo mesmo que passemos a cobrar propinas.» A percentagem de «chumbos» é quase insignificante. No primeiro ciclo só se registaram retenções em crianças acompanhadas por professores do ensino especial. No segundo ciclo, houve uma retenção em 100 alunos. Convém explicar que no segundo e terceiro ciclos (do 5º ao 9º ano) existem apenas duas turmas de 25 jovens por cada ano. No 7º ano há notícia de quatro «chumbos» em 50 alunos; no 8º, duas retenções; e três no 9º. As responsáveis deste estabelecimento não têm dado ouvidos aos persistentes pedidos dos pais para que o Perpétuo Socorro disponha de um secundário vocacionado para a via de ensino. «Os nossos alunos que finalizam o ensino básico têm preparação para continuar os estudos em qualquer outra escola. No secundário, nós privilegiamos os jovens com maiores dificuldades.» Maria José Lobato, que dirige a via profissionalizante, salienta a preocupação em encontrar cursos «com saída para o mercado de trabalho». No ano lectivo que agora começa arrancaram os cursos técnicos de Gestão de Sistemas Informáticos, de Electrónica e Telecomunicações e de Auxiliar de Infância, tidos como os que maiores oportunidades darão de ingresso imediato na vida profissional. O externato portuense com entrada na Rua Costa Cabral tem um número reduzido de alunos: 570, no total. 80 frequentam a pré-primária, 100 o primeiro ciclo (antigo primário), 250 o segundo e terceiro ciclos (do 5º ao 9º ano) e 140 o curso técnico-profissional, equiparado ao secundário. Fernanda Paula Costa, presidente do Conselho Directivo, e Rosa Maria Santos, da Direcção Pedagógica, sublinham o esforço de acompanhamento dos estudantes: «Aqui não temos números, temos meninos, conhecemo-los pelo nome e assim pretendemos continuar. Apesar dos pedidos dos pais para aumentarmos o número de turmas, alguns sugerindo mesmo que passemos a cobrar propinas.» A percentagem de «chumbos» é quase insignificante. No primeiro ciclo só se registaram retenções em crianças acompanhadas por professores do ensino especial. No segundo ciclo, houve uma retenção em 100 alunos. Convém explicar que no segundo e terceiro ciclos (do 5º ao 9º ano) existem apenas duas turmas de 25 jovens por cada ano. No 7º ano há notícia de quatro «chumbos» em 50 alunos; no 8º, duas retenções; e três no 9º. As responsáveis deste estabelecimento não têm dado ouvidos aos persistentes pedidos dos pais para que o Perpétuo Socorro disponha de um secundário vocacionado para a via de ensino. «Os nossos alunos que finalizam o ensino básico têm preparação para continuar os estudos em qualquer outra escola. No secundário, nós privilegiamos os jovens com maiores dificuldades.» Maria José Lobato, que dirige a via profissionalizante, salienta a preocupação em encontrar cursos «com saída para o mercado de trabalho». No ano lectivo que agora começa arrancaram os cursos técnicos de Gestão de Sistemas Informáticos, de Electrónica e Telecomunicações e de Auxiliar de Infância, tidos como os que maiores oportunidades darão de ingresso imediato na vida profissional. A directora pedagógica do colégio lisboeta, com os alunos da pré-primária Esta componente técnica do ensino secundário do Perpétuo Socorro parece ter sido completamente ignorada na elaboração do «ranking» das escolas. «Não é legítimo comparar classificações de escolas em que só existe via de ensino com aquelas que têm apenas cursos tecnológicos», declara Maria José Lobato. Para além do mais, «alguns órgãos de comunicação social consideraram a totalidade das disciplinas em exame, enquanto outros tiveram em conta apenas algumas dessas disciplinas. Ora, no caso do Perpétuo Socorro, só contaram as disciplinas cujas classificações são tradicionalmente negativas, como a Matemática, a Física e o Português B, enquanto que para obtenção da média noutras escolas se consideraram outras disciplinas em que a nota costuma ser mais elevada». Como se isto não bastasse, compararam-se escolas com muitos alunos com outras com pouquíssimos (no caso do externato, estiveram em exames apenas 28 alunos). Esta componente técnica do ensino secundário do Perpétuo Socorro parece ter sido completamente ignorada na elaboração do «ranking» das escolas. «Não é legítimo comparar classificações de escolas em que só existe via de ensino com aquelas que têm apenas cursos tecnológicos», declara Maria José Lobato. Para além do mais, «alguns órgãos de comunicação social consideraram a totalidade das disciplinas em exame, enquanto outros tiveram em conta apenas algumas dessas disciplinas. Ora, no caso do Perpétuo Socorro, só contaram as disciplinas cujas classificações são tradicionalmente negativas, como a Matemática, a Física e o Português B, enquanto que para obtenção da média noutras escolas se consideraram outras disciplinas em que a nota costuma ser mais elevada». Como se isto não bastasse, compararam-se escolas com muitos alunos com outras com pouquíssimos (no caso do externato, estiveram em exames apenas 28 alunos). Manuela Violas, professora de Geografia do 7º e do 9º ano, considera que não é no primeiro dia de aulas que se deve abordar o problema. «Eles ainda estão a adaptar-se, vamos dar-lhes algum tempo e depois desdramatizaremos a situação.» Ela sente-se à vontade para falar da «injustiça» porque dá aulas também na Escola Secundária Aurélia de Sousa, tida como uma das «melhores», com uma média de 13 valores. «O meu grau de exigência numa e noutra escola é exactamente o mesmo», assegura. As responsáveis do Perpétuo Socorro Armando Bré, um antigo aluno do Perpétuo Socorro, é testemunha de que o externato o preparou devidamente para a vida profissional. Frequentou o curso técnico-profissional de Electrónica, e não se arrependeu. Hoje é um quadro de chefia de uma empresa especializada em equipamentos. Hugo Monteiro foi aluno do Perpétuo até ao 12º ano, altura em que finalizou o curso tecnológico de Electrónica. Candidatou-se à Faculdade de Ciências e está prestes a terminar o curso de Matemáticas Aplicadas, sem dificuldades acrescidas por ter frequentado a via profissionalizante. E o mesmo aconteceu com Luís Lima, actual professor do Instituto Superior de Engenharia do Porto. Foram todos «convocados» pela responsável pelos cursos para atestar as qualidades do antigo colégio e «repor a verdade dos factos». Armando Bré, um antigo aluno do Perpétuo Socorro, é testemunha de que o externato o preparou devidamente para a vida profissional. Frequentou o curso técnico-profissional de Electrónica, e não se arrependeu. Hoje é um quadro de chefia de uma empresa especializada em equipamentos. Hugo Monteiro foi aluno do Perpétuo até ao 12º ano, altura em que finalizou o curso tecnológico de Electrónica. Candidatou-se à Faculdade de Ciências e está prestes a terminar o curso de Matemáticas Aplicadas, sem dificuldades acrescidas por ter frequentado a via profissionalizante. E o mesmo aconteceu com Luís Lima, actual professor do Instituto Superior de Engenharia do Porto. Foram todos «convocados» pela responsável pelos cursos para atestar as qualidades do antigo colégio e «repor a verdade dos factos». No regresso às aulas, houve alegria e muita brincadeira no Externato Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Os mais pequenos brindaram os idosos com cantigas e flores, as salas de aula ainda cheiravam à tinta com que tinham sido pintadas há poucos dias. A famigerada «lista» não conseguiu ensombrar um dia que se quer eterno. Cláudio Pereira, aluno de Gestão de Sistemas Informáticos, não tem dúvidas: «Eu estive na (Escola Secundária) Aurélia de Sousa e não gostei da experiência. Por isso voltei. Prefiro o ambiente do externato, é quase uma família.» E acrescenta, em tom de desafio: «Dos dez melhores alunos da Aurélia de Sousa, cinco vieram daqui.» Alunos do 10º ano do Sagrado Coração, numa das primeiras aulas O Colégio do Sagrado Coração de Maria, em Lisboa, tem o dobro dos alunos do externato portuense: à volta de 1200. A sua directora pedagógica, irmã Maria Filomena Gouveia, confirma a «enorme procura» na sequência da divulgação da lista que colocou o «seu» colégio em primeiro lugar. Mas, como acrescenta, «não houve possibilidades de admitir mais alunos. As turmas já estavam completas». Conseguir uma vaga no Sagrado Coração de Maria não é tarefa fácil. Desde logo pelos preços praticados: as propinas variam entre os 50 e os 60 e muitos contos, fora a alimentação e as actividades extracurriculares. Para quem não saiba, as inscrições para o ano lectivo seguinte têm lugar no primeiro dia do segundo período. E é preciso madrugar para ter hipóteses de apresentar a candidatura. «Este ano, às dez da manhã já não havia vagas, ficava-se em lista de espera», recorda, orgulhosa, Filomena Gouveia. Os candidatos ao 5º e ao 7º anos são submetidos a testes, enquanto os pais são entrevistados pessoalmente pela directora pedagógica. «Apresento-lhes o ideário do colégio, explicando-lhes que o nosso objectivo, como escola católica, é fazer passar a mensagem cristã», diz-nos. Entradas no 6º, 8º e 9º anos só em casos muito especiais. «Não gostamos de receber alunos a meio do ciclo», argumenta. A quem acusa o colégio de ser extremamente elitista, Filomena Gouveia responde: «Não é, nem gostaria que fosse. Jesus Cristo veio para que todos tenham vida, diz o nosso ideário. Não excluímos ninguém. É pena que o Estado não subsidie as famílias para que estas possam ter liberdade de escolha.» Lembra que a instituição tem vários alunos a seu cargo: «Desde que a criança ou o jovem pratique o nosso ideário, se alguma coisa lhe acontecer - a morte de um dos pais, uma separação - nós estamos aqui para o ajudar.» O Colégio do Sagrado Coração de Maria, em Lisboa, tem o dobro dos alunos do externato portuense: à volta de 1200. A sua directora pedagógica, irmã Maria Filomena Gouveia, confirma a «enorme procura» na sequência da divulgação da lista que colocou o «seu» colégio em primeiro lugar. Mas, como acrescenta, «não houve possibilidades de admitir mais alunos. As turmas já estavam completas». Conseguir uma vaga no Sagrado Coração de Maria não é tarefa fácil. Desde logo pelos preços praticados: as propinas variam entre os 50 e os 60 e muitos contos, fora a alimentação e as actividades extracurriculares. Para quem não saiba, as inscrições para o ano lectivo seguinte têm lugar no primeiro dia do segundo período. E é preciso madrugar para ter hipóteses de apresentar a candidatura. «Este ano, às dez da manhã já não havia vagas, ficava-se em lista de espera», recorda, orgulhosa, Filomena Gouveia. Os candidatos ao 5º e ao 7º anos são submetidos a testes, enquanto os pais são entrevistados pessoalmente pela directora pedagógica. «Apresento-lhes o ideário do colégio, explicando-lhes que o nosso objectivo, como escola católica, é fazer passar a mensagem cristã», diz-nos. Entradas no 6º, 8º e 9º anos só em casos muito especiais. «Não gostamos de receber alunos a meio do ciclo», argumenta. A quem acusa o colégio de ser extremamente elitista, Filomena Gouveia responde: «Não é, nem gostaria que fosse. Jesus Cristo veio para que todos tenham vida, diz o nosso ideário. Não excluímos ninguém. É pena que o Estado não subsidie as famílias para que estas possam ter liberdade de escolha.» Lembra que a instituição tem vários alunos a seu cargo: «Desde que a criança ou o jovem pratique o nosso ideário, se alguma coisa lhe acontecer - a morte de um dos pais, uma separação - nós estamos aqui para o ajudar.» Neste colégio lisboeta tudo é preparado ao pormenor e com grande antecipação: desde os horários dos alunos - para evitar os «furos», tão frequentes no ensino oficial, que quebram o ritmo dos estudos - à reforma curricular do segundo ciclo, que impõe aulas de 90 minutos a partir do 5º ano. Filomena Gouveia e Ângela Curral (uma das vice-directoras), ambas adeptas da reforma, iniciaram há dois anos a preparação dos professores. Os pais, por seu turno, foram sensibilizados para a alteração dos horários ao longo do último ano lectivo. No passado dia 17, o Sagrado Coração estendeu as aulas de 90 minutos ao 7º e 8º anos. «50 minutos eram muito pouco, descontadas as entradas, saídas, chamadas e sumários. Assim há maior rendimento; os professores precisam é de ter estratégias para manter os alunos interessados até ao fim», defende a directora pedagógica. Ao contrário de muitas outras escolas, o primeiro dia de aulas no Sagrado Coração de Maria é para ser levado a sério. Margarida Godinho, uma das mais antigas professoras do colégio, ditava as regras das aulas de Ciências Físico-Naturais, que têm lugar num dos laboratórios: «Na próxima semana, quero-vos todos de bata branca», dizia aos miúdos do 8º ano, avançando as instruções elementares para que nenhum desastre ocorra a meio de uma experiência. No andar reservado ao secundário, Dora Lopes, professora de Ciências Físico-Químicas, explica aos alunos do 10º A o método de avaliação contínua, aproveitando o ensejo para marcar os testes até ao Natal: «Caso não saibam, os testes trazem a cotação das perguntas, para que cada um possa gerir o tempo da melhor maneira.» A alegria do regresso à escola no externato portuense Daniel McGuire, de 15 anos, está desde os três no Sagrado Coração de Maria. No seu caso, a divulgação do «ranking» foi determinante na decisão de se manter «entre os melhores». Como nos diz: «A minha mãe teve dúvidas, porque o colégio é bastante caro. Quando soubemos do primeiro lugar, resolvemos que este era um bom investimento para entrar na faculdade», conclui. Maria Antunes, também do 10º A, é uma caloira. Já estava inscrita quando se conheceram os resultados dos testes nacionais: «Fiquei muito contente, sei que vou ficar bem preparada para a universidade, e isso é importante.» No átrio do colégio, encontrámos um grupinho de alunas do 12º ano. Ana Lourenço, de 17 anos, soube do «ranking» através da televisão. «Fiquei orgulhosa, claro, porque os resultados mostram que vai ser fácil entrar para a faculdade, mas também fiquei um bocado nervosa: receio que se tornem ainda mais exigentes para manter a média», confessa. No entender destes jovens, há duas razões bem fortes que explicam o sucesso do Sagrado Coração de Maria: o grau de exigência e a relação de proximidade com os professores. «Eles dominam-nos, mostram-se disponíveis para nos ajudar. As aulas não são só matéria, falamos e discutimos os nossos problemas», aponta Rita Martins. António Fradique, aluno do 10º ano, vê as coisas de outra maneira. «As pessoas que aqui se encontram provêm de um estrato social elevado. É natural que tenham mais hipóteses de serem bons alunos...» Diogo Santos é categórico: «Temos boas instalações, bons professores, e damos todo o programa, ao contrário de muitas outras escolas. Olhe, no primeiro dia já vamos ter trabalhos para casa.» Não se pense, todavia, que este colégio é frequentado exclusivamente por geniozinhos. A Matemática, autêntico quebra-cabeças a nível nacional, também aqui faz alguns estragos. No 2º e 3º ciclos, é a disciplina que tem maior número de negativas, sobretudo no 8º ano, em que cerca de 27,5% dos estudantes «chumba». No secundário, esta percentagem sobe para 36% no 11º ano. Nem tudo são rosas mesmo no Sagrado Coração de Maria, uma das melhores escolas do país. 12 Daniel McGuire, de 15 anos, está desde os três no Sagrado Coração de Maria. No seu caso, a divulgação do «ranking» foi determinante na decisão de se manter «entre os melhores». Como nos diz: «A minha mãe teve dúvidas, porque o colégio é bastante caro. Quando soubemos do primeiro lugar, resolvemos que este era um bom investimento para entrar na faculdade», conclui. Maria Antunes, também do 10º A, é uma caloira. Já estava inscrita quando se conheceram os resultados dos testes nacionais: «Fiquei muito contente, sei que vou ficar bem preparada para a universidade, e isso é importante.» No átrio do colégio, encontrámos um grupinho de alunas do 12º ano. Ana Lourenço, de 17 anos, soube do «ranking» através da televisão. «Fiquei orgulhosa, claro, porque os resultados mostram que vai ser fácil entrar para a faculdade, mas também fiquei um bocado nervosa: receio que se tornem ainda mais exigentes para manter a média», confessa. No entender destes jovens, há duas razões bem fortes que explicam o sucesso do Sagrado Coração de Maria: o grau de exigência e a relação de proximidade com os professores. «Eles dominam-nos, mostram-se disponíveis para nos ajudar. As aulas não são só matéria, falamos e discutimos os nossos problemas», aponta Rita Martins. António Fradique, aluno do 10º ano, vê as coisas de outra maneira. «As pessoas que aqui se encontram provêm de um estrato social elevado. É natural que tenham mais hipóteses de serem bons alunos...» Diogo Santos é categórico: «Temos boas instalações, bons professores, e damos todo o programa, ao contrário de muitas outras escolas. Olhe, no primeiro dia já vamos ter trabalhos para casa.» Não se pense, todavia, que este colégio é frequentado exclusivamente por geniozinhos. A Matemática, autêntico quebra-cabeças a nível nacional, também aqui faz alguns estragos. No 2º e 3º ciclos, é a disciplina que tem maior número de negativas, sobretudo no 8º ano, em que cerca de 27,5% dos estudantes «chumba». No secundário, esta percentagem sobe para 36% no 11º ano. Nem tudo são rosas mesmo no Sagrado Coração de Maria, uma das melhores escolas do país.

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