Portugal Online!

04-01-2002
marcar artigo

O mais velho tem 25 anos, o mais novo dez. São apenas nove no total. Sim, apenas, porque a ideia era terem 15 filhos. O ex-ministro da educação, Roberto Carneiro, e a deputada independente pelo PS; Maria do Rosário Carneiro, fizeram uma espécie de acordo pré-nupcial: «Queríamos ter muitos filhos. Quinze era um número como outro qualquer, achámos que era um bom número para uma equipa de râguebi». Maria do Rosário ficou triste e um tanto angustiada quando, na última gravidez, soube que não podia ir além dos nove filhos. Caso contrário correria sérios riscos de vida. O António foi o seu presente do 40º aniversário.

Para este casal, uma das vantagens em ter muitos filhos é não haver tempo para estar quieto num canto a pensar nos problemas. E quando são muitos, a possibilidade de construir projectos é maior. Preocupações têm muitas. Com o futuro deles, o bem-estar, a educação..., mas com paciência e disponibilidade, apesar do aperto da agenda, tudo se encaminha. Maria do Rosário ainda se lembra, com uma certa nostalgia, do lufa-lufa que era quando eles eram mais pequeninos. «Uma vez contei as vezes que entrava e saía de casa todas as tardes. Catorze, veja bem! Ia buscar um à escola, levava o outro às aulas de música, corria ao supermercado, levava outro a casa do amigo, outro não sei onde, depois ia dar aulas... enfim, foi um período fantástico da minha vida.»

Conseguir conciliar tantas funções ao mesmo tempo, mãe, mulher, deputada, professora universitária e manter a casa em funcionamento «só com um ar ligeiramente caótico», não é fácil. Mas para Maria do Rosário quando se quer uma coisa há que arranjar recursos para o conseguir de modo a gerir o que se tem com aquilo que se quer. Tornou-se imprescindível ter empregadas em casa, mas a atenção dos pais é insubstituível. Por isso é que Roberto e Maria do Rosário nunca se demitiram dessa função quando os mais velhos alcançaram idade para tratar dos irmãos. «Não se pode pedir aos filhos mais adultos que sejam outra coisa para os mais novos senão irmãos. Não se lhes deve exigir que sejam pais ou mães». Porque a assistência é uma coisa, substituir os pais é outra. No entanto, para facilitar a vida aos pais, cada um dos filhos mais velhos decidiu responsabilizar-se por cada um dos mais pequenos no que respeita ao acompanhamento escolar. Orientam, ensinam, ajudam nos deveres da escola. Os pais agradecem, naturalmente.

Estando todos em idade escolar é inevitável estar atento aos horários de cada um. Para isso serve também a porta do frigorifico, completamente forrada a papelinhos amarelos. Mesmo assim há falhas e, de vez em quando, “há alguém que é esquecido à porta da escola”. Ressentimentos, birras? Nem pensar! Quando se pertence a uma família numerosa este tipo de acidentes é encarado com a maior das naturalidades, sem dramas.

Ter muitos filhos é óptimo do ponto de vista afectivo e emocional, mas também tem custos, implica mais sacrifícios. Roberto e Maria do Rosário Carneiro, admitem que se tivessem só um ou dois filhos não precisariam de trabalhar tanto nem de ter dois empregos. «Creio que não teria feito metade do que fiz se não tivesse necessidade de sustentar uma família grande», assegura Roberto. Uma parte choruda do orçamento familiar é gasto na formação musical dos filhos. Quando entram na escola, iniciam-se logo nas aulas de música. Todos tocam um ou vários instrumentos. Violoncelo, viola, violino, flauta, piano... é uma orquestra lá em casa.

A responsabilidade editorial e científica desta informação é da revista Adolescentes!

Artigos relacionados

Famílias numerosas

O mais velho tem 25 anos, o mais novo dez. São apenas nove no total. Sim, apenas, porque a ideia era terem 15 filhos. O ex-ministro da educação, Roberto Carneiro, e a deputada independente pelo PS; Maria do Rosário Carneiro, fizeram uma espécie de acordo pré-nupcial: «Queríamos ter muitos filhos. Quinze era um número como outro qualquer, achámos que era um bom número para uma equipa de râguebi». Maria do Rosário ficou triste e um tanto angustiada quando, na última gravidez, soube que não podia ir além dos nove filhos. Caso contrário correria sérios riscos de vida. O António foi o seu presente do 40º aniversário.

Para este casal, uma das vantagens em ter muitos filhos é não haver tempo para estar quieto num canto a pensar nos problemas. E quando são muitos, a possibilidade de construir projectos é maior. Preocupações têm muitas. Com o futuro deles, o bem-estar, a educação..., mas com paciência e disponibilidade, apesar do aperto da agenda, tudo se encaminha. Maria do Rosário ainda se lembra, com uma certa nostalgia, do lufa-lufa que era quando eles eram mais pequeninos. «Uma vez contei as vezes que entrava e saía de casa todas as tardes. Catorze, veja bem! Ia buscar um à escola, levava o outro às aulas de música, corria ao supermercado, levava outro a casa do amigo, outro não sei onde, depois ia dar aulas... enfim, foi um período fantástico da minha vida.»

Conseguir conciliar tantas funções ao mesmo tempo, mãe, mulher, deputada, professora universitária e manter a casa em funcionamento «só com um ar ligeiramente caótico», não é fácil. Mas para Maria do Rosário quando se quer uma coisa há que arranjar recursos para o conseguir de modo a gerir o que se tem com aquilo que se quer. Tornou-se imprescindível ter empregadas em casa, mas a atenção dos pais é insubstituível. Por isso é que Roberto e Maria do Rosário nunca se demitiram dessa função quando os mais velhos alcançaram idade para tratar dos irmãos. «Não se pode pedir aos filhos mais adultos que sejam outra coisa para os mais novos senão irmãos. Não se lhes deve exigir que sejam pais ou mães». Porque a assistência é uma coisa, substituir os pais é outra. No entanto, para facilitar a vida aos pais, cada um dos filhos mais velhos decidiu responsabilizar-se por cada um dos mais pequenos no que respeita ao acompanhamento escolar. Orientam, ensinam, ajudam nos deveres da escola. Os pais agradecem, naturalmente.

Estando todos em idade escolar é inevitável estar atento aos horários de cada um. Para isso serve também a porta do frigorifico, completamente forrada a papelinhos amarelos. Mesmo assim há falhas e, de vez em quando, “há alguém que é esquecido à porta da escola”. Ressentimentos, birras? Nem pensar! Quando se pertence a uma família numerosa este tipo de acidentes é encarado com a maior das naturalidades, sem dramas.

Ter muitos filhos é óptimo do ponto de vista afectivo e emocional, mas também tem custos, implica mais sacrifícios. Roberto e Maria do Rosário Carneiro, admitem que se tivessem só um ou dois filhos não precisariam de trabalhar tanto nem de ter dois empregos. «Creio que não teria feito metade do que fiz se não tivesse necessidade de sustentar uma família grande», assegura Roberto. Uma parte choruda do orçamento familiar é gasto na formação musical dos filhos. Quando entram na escola, iniciam-se logo nas aulas de música. Todos tocam um ou vários instrumentos. Violoncelo, viola, violino, flauta, piano... é uma orquestra lá em casa.

A responsabilidade editorial e científica desta informação é da revista Adolescentes!

Artigos relacionados

Famílias numerosas

marcar artigo