Série para televisão leva animação ao interior

02-05-2001
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Série para Televisão Leva Animação ao Interior

Por CARLOS CIPRIANO

Sexta-feira, 27 de Abril de 2001 "A estação da minha vida" A televisão está a levar de volta alguma vida um ponto semiabandonado da Linha da Beira Baixa: restaurou-se a estação e as gentes locais fazem romaria para ver as obras numa outrora animada estação Em Fratel faz-se romarias à velha estação, renascida agora das cinzas a que a sua transformação em simples apeadeiro a votou desde há dez anos. Está limpa e arranjada, com pintura nova, azulejos a brilhar e o antigo dormitório do pessoal transformado numa imaginária Pensão Gonçalo Mago. Contrasta com as dezenas de estações abandonadas na Beira Baixa e no resto do país, onde o património ferroviário apodrece, à medida que envelhecem também os habitantes das cada vez mais desertas aldeias do interior servidas pelo comboio. É o caso desta povoação do concelho de Vila Velha de Ródão, que conta com mil habitantes, a maioria dos quais a viver das reformas. Por ali não se fala doutra coisa desde que se soube que "o senhor José Nuno Martins, natural da terra e pessoa importante lá por Lisboa", ia fazer um filme precisamente na estação das suas vidas. "A Estação da Minha Vida" é uma série de 13 episódios que a RTP vai transmitir a partir de Maio e que tem como cenário a estação de Fratel na Linha da Beira Baixa. Para os lados de Fratel, o espanto foi ainda maior quando ao "filme" se juntou a notícia da recuperação do velho edifício, objecto de uma intervenção para poder figurar na série. Agora há quem desça os seis quilómetros de má estrada que separam a aldeia da linha férrea para visitar o local. Maria do Carmo Sequeira, deputada pelo PS na Assembleia da República, também é de Fratel. Testemunha e partilha do mesmo entusiasmo dos seus conterrâneos, até porque ela própria é utente daquela estação quando, à segunda-feira, parte para Lisboa no comboio das cinco da manhã. O problema é que às vezes nem iluminação há devido ao vandalismo, consequência de ali não haver ninguém a cuidar do que é de todos. Por isso defende que deveriam ser encontradas soluções para dar utilidade às instalações ferroviárias ao longo da linha. Dada a proximidade com o Tejo, o turismo pode ser uma das possibilidades, diz, para mais com a publicidade televisiva que agora se avizinha. A história de "A Estação da Minha Vida" resume-se a um triângulo amoroso entre a filha do chefe de estação, um antropólogo e um engenheiro e tem a particularidade de decorrer integralmente no interior do país, à beira de um Tejo desconhecido, que corre entre montanhas, ao lado de uma via férrea que já foi símbolo de progresso e corre agora o risco de definhar. "Uma estação de caminho-de-ferro na província é um ambiente que merecia uma história", diz Guilherme Leite, actor e responsável pelo guião, que convidou Luís Paixão Martins e Isabel Damata para, com ele, escreverem o guião, que foi ainda coordenado por José Jorge Letria. Com realização de Nicolau Breyner, a série conta ainda com 50 minutos de música original de Vitorino. De Paris, José Nuno Martins trouxe o fotógrafo Mário Barroso. Um terço dos episódios são exteriores, para aproveitar as belas imagens da passagem dos comboios junto ao rio, numa linha cuja exploração obedece ainda ao apito e às bandeiras dos chefes de estação. O Tejo está agora repleto de lagostins e há ainda pinturas rupestres quase tão importantes como as de Foz Côa, só que já meio submersas pelas águas. "O mistério desta série é que desloca o eixo da acção para o interior do país", explica José Nuno Martins. Neste caso, para a sua terra natal, Fratel, e para aquela que é a estação da sua vida. Com o trabalho em estúdio já terminado, "A Estação da Minha Vida" aguarda apenas que o bom tempo venha para permitir gravar os exteriores. Se tudo correr bem, em Maio a estação da vida de José Nuno Martins irá para o ar. OUTROS TÍTULOS EM MEDIA Série para televisão leva animação ao interior

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A frase

OPINIÃO

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