Quarta-feira, 29 de Agosto de 2001
João Carrascalão, presidente da UDT, disse à Lusa que as eleições constituintes de amanhã são "apenas para cumprir calendário, não sendo livres nem democráticas", porque "as pessoas não estão preparadas nem informadas para votar e foram vítimas de ameaças e agressões constantes perante a passividade da UNTAET". Comentando as declarações de Mari Alkatiri, dirigente da Fretilin, sobre a hipótese de formar um "governo de inclusão", Carrascalão afirmou: "Não estamos dispostos a aceitar, a UDT não aceita esmolas. A proposta de um governo de inclusão nacional demonstra apenas a arrogância da Fretilin." Carrascalão explicou ainda a ausência do seu partido da sessão de anúncio da candidatura de Xanana Gusmão à presidência por a UDT não ter sido informada: "Se tivéssemos sido avisados do anúncio de Xanana teríamos ido à sessão."
O administrador das Nações Unidas em Timor-Leste, Sérgio Vieira de Mello, sugeriu ontem em conferência de imprensa que a independência do território poderá ocorrer no dia do anúncio dos resultados das eleições presidenciais, que se deverão realizar em Março ou Abril de 2002. Segundo a Lusa, Vieira de Mello escusou-se a comentar as recentes declarações da Fretilin, que iam contra a sua intenção de nomear um governo abrangente, sem olhar. "Numa campanha eleitoral, os excessos de retórica são naturais", disse o diplomata brasileiro, acrescentando "Não prevejo nenhuma dificuldade em conseguir um consenso rápido para formar um governo que integre representantes dos partidos políticos, dos candidatos independentes que sejam eleitos e de personalidades independentes. Vai ser um governo representante das aspirações do povo timorense. Posso garantir isso."
Chegaram ontem a Díli três deputados portugueses que irão observar o decorrer das eleições de amanhã. Os três membros da Assembleia da República- Miguel Anacoreta Correia (CDS-PP), Maria do Carmo Sequeira (PS) e Joaquim Matias (PCP) - irão juntar-se a Natália Carrascalão (PSD), que já se encontrava no território. Anacoreta Correia ficará destacado na capital, enquanto Maria do Carmo Sequeira ficará em Baucau, Natália Carrascalão em Liquiçá e Joaquim Matias em Aileu. Para além da missão de observadores do Parlamento português, também o Parlamento Europeu enviou uma delegação, chefiada pelo social-democrata Costa Neves (PSD).
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Quarta-feira, 29 de Agosto de 2001
João Carrascalão, presidente da UDT, disse à Lusa que as eleições constituintes de amanhã são "apenas para cumprir calendário, não sendo livres nem democráticas", porque "as pessoas não estão preparadas nem informadas para votar e foram vítimas de ameaças e agressões constantes perante a passividade da UNTAET". Comentando as declarações de Mari Alkatiri, dirigente da Fretilin, sobre a hipótese de formar um "governo de inclusão", Carrascalão afirmou: "Não estamos dispostos a aceitar, a UDT não aceita esmolas. A proposta de um governo de inclusão nacional demonstra apenas a arrogância da Fretilin." Carrascalão explicou ainda a ausência do seu partido da sessão de anúncio da candidatura de Xanana Gusmão à presidência por a UDT não ter sido informada: "Se tivéssemos sido avisados do anúncio de Xanana teríamos ido à sessão."
O administrador das Nações Unidas em Timor-Leste, Sérgio Vieira de Mello, sugeriu ontem em conferência de imprensa que a independência do território poderá ocorrer no dia do anúncio dos resultados das eleições presidenciais, que se deverão realizar em Março ou Abril de 2002. Segundo a Lusa, Vieira de Mello escusou-se a comentar as recentes declarações da Fretilin, que iam contra a sua intenção de nomear um governo abrangente, sem olhar. "Numa campanha eleitoral, os excessos de retórica são naturais", disse o diplomata brasileiro, acrescentando "Não prevejo nenhuma dificuldade em conseguir um consenso rápido para formar um governo que integre representantes dos partidos políticos, dos candidatos independentes que sejam eleitos e de personalidades independentes. Vai ser um governo representante das aspirações do povo timorense. Posso garantir isso."
Chegaram ontem a Díli três deputados portugueses que irão observar o decorrer das eleições de amanhã. Os três membros da Assembleia da República- Miguel Anacoreta Correia (CDS-PP), Maria do Carmo Sequeira (PS) e Joaquim Matias (PCP) - irão juntar-se a Natália Carrascalão (PSD), que já se encontrava no território. Anacoreta Correia ficará destacado na capital, enquanto Maria do Carmo Sequeira ficará em Baucau, Natália Carrascalão em Liquiçá e Joaquim Matias em Aileu. Para além da missão de observadores do Parlamento português, também o Parlamento Europeu enviou uma delegação, chefiada pelo social-democrata Costa Neves (PSD).