Guterres e a história da cigarra e da formiga

13-02-2002
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Guterres e a História da Cigarra e da Formiga

Terça-feira, 11 de Dezembro de 2001

Líder do PS aproveita fábula contada por Durão Barroso para elogiar a autarca socialista que se recanditata à presidência da câmara da Guarda

A história da cigarra e da formiga que o presidente do PSD, Durão Barroso, contou num jantar em Alcobaça, a propósito dos partidos, serviu de mote ao discurso de António Guterres, na Guarda, no comício de apoio à socialista Maria do Carmo Borges, que se recandidata à presidência da câmara. O secretário-geral do PS considera que o líder da oposição se enganou e que "a história tem uma realidade na Guarda, onde há, de facto, uma competição entre a formiga [que é Maria do Carmo Borges] e a cigarra [a candidata social-democrata Ana Manso]". Na sua opinião, "a formiga vai ganhar à cigarra" porque "tem provado ser trabalhadora".

Com um discurso totalmente virado para as questões locais, Guterres salientou que ele e a autarca têm "uma visão comum para a Guarda, que é fazer da sua localização estratégica, da capacidade e iniciativa das suas gentes um centro motor de desenvolvimento do interior do nosso país". Depois de rasgados elogios a Maria do Carmo Borges, o líder socialista recordou: "Quando o PSD era governo, as câmaras municipais não tinham dinheiro, porque não era cumprida a Lei das Finanças Locais. A Guarda foi roubada em milhões de contos durante anos, que poderiam ter sido aplicados no benefício das pessoas que aqui vivem". Em contraponto, anunciou os números do seu Governo: "Em 2002, as câmaras municipais e as juntas de freguesia do distrito da Guarda vão receber mais 123 por cento do que recebiam em 95 com o Governo do PSD. Por isso é preciso ter às vezes alguma falta de senso para atacar a câmara e o Governo do PS, quando se devia ter a consciência bem pesada do mal que fez [o PSD] no passado em relação à Guarda e em relação às suas populações". E depois de dizer que a diferença entre a verba que foi gasta em 1995 no distrito e a que está prevista para investimentos da administração para 2002 é de 330 por cento, concluiu: "Isto mostra bem a nossa vontade em desenvolver o interior e a vontade do passado, de continuar a tudo concentrar no litoral".

Embora concorde que o Governo socialista "foi o que mais fez pelo interior do país", Maria do Carmo Borges diz que ainda não é suficiente. "É preciso trazer mais gente para esta zona". E os pedidos não se fizeram esperar. Exigiu, por isso, a electrificação da linha de caminho-de-ferro da Beira Baixa e a resolução do problema do novo hospital. Em resposta, Guterres afirmou que o PS já assumiu o compromisso de fazer uma profunda remodelação e uma ampliação das actuais instalações "para ficar dotado de todas as condições, que é aquilo que interessa fundamentalmente". Sem perder tempo, o líder socialista acusou os anteriores governos do PSD e a candidata social-democrata de "nunca quererem um novo hospital" para a capital do distrito.

Gustavo Brás

Guterres e a História da Cigarra e da Formiga

Terça-feira, 11 de Dezembro de 2001

Líder do PS aproveita fábula contada por Durão Barroso para elogiar a autarca socialista que se recanditata à presidência da câmara da Guarda

A história da cigarra e da formiga que o presidente do PSD, Durão Barroso, contou num jantar em Alcobaça, a propósito dos partidos, serviu de mote ao discurso de António Guterres, na Guarda, no comício de apoio à socialista Maria do Carmo Borges, que se recandidata à presidência da câmara. O secretário-geral do PS considera que o líder da oposição se enganou e que "a história tem uma realidade na Guarda, onde há, de facto, uma competição entre a formiga [que é Maria do Carmo Borges] e a cigarra [a candidata social-democrata Ana Manso]". Na sua opinião, "a formiga vai ganhar à cigarra" porque "tem provado ser trabalhadora".

Com um discurso totalmente virado para as questões locais, Guterres salientou que ele e a autarca têm "uma visão comum para a Guarda, que é fazer da sua localização estratégica, da capacidade e iniciativa das suas gentes um centro motor de desenvolvimento do interior do nosso país". Depois de rasgados elogios a Maria do Carmo Borges, o líder socialista recordou: "Quando o PSD era governo, as câmaras municipais não tinham dinheiro, porque não era cumprida a Lei das Finanças Locais. A Guarda foi roubada em milhões de contos durante anos, que poderiam ter sido aplicados no benefício das pessoas que aqui vivem". Em contraponto, anunciou os números do seu Governo: "Em 2002, as câmaras municipais e as juntas de freguesia do distrito da Guarda vão receber mais 123 por cento do que recebiam em 95 com o Governo do PSD. Por isso é preciso ter às vezes alguma falta de senso para atacar a câmara e o Governo do PS, quando se devia ter a consciência bem pesada do mal que fez [o PSD] no passado em relação à Guarda e em relação às suas populações". E depois de dizer que a diferença entre a verba que foi gasta em 1995 no distrito e a que está prevista para investimentos da administração para 2002 é de 330 por cento, concluiu: "Isto mostra bem a nossa vontade em desenvolver o interior e a vontade do passado, de continuar a tudo concentrar no litoral".

Embora concorde que o Governo socialista "foi o que mais fez pelo interior do país", Maria do Carmo Borges diz que ainda não é suficiente. "É preciso trazer mais gente para esta zona". E os pedidos não se fizeram esperar. Exigiu, por isso, a electrificação da linha de caminho-de-ferro da Beira Baixa e a resolução do problema do novo hospital. Em resposta, Guterres afirmou que o PS já assumiu o compromisso de fazer uma profunda remodelação e uma ampliação das actuais instalações "para ficar dotado de todas as condições, que é aquilo que interessa fundamentalmente". Sem perder tempo, o líder socialista acusou os anteriores governos do PSD e a candidata social-democrata de "nunca quererem um novo hospital" para a capital do distrito.

Gustavo Brás

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