expo

21-10-2000
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72 médicos contratados para assistência no recinto Expo com saúde privada José Manuel Ribeiro/Arquivo As urgências do Hospital de Santa Maria são um dos quatro destes

serviços que receberão os casos mais complicados Joana Ferreira da Costa Para contornar a contestação que parecia rodear a assistência aos doentes durante a Exposição Mundial de Lisboa, a Expo vai contratar 72 médicos que estarão em três postos de saúde no recinto. Os casos mais graves, esses sim, serão enviados para quatro urgências da Grande Lisboa. Mohamed começou a sentir dores de estômago ainda antes de entrar no recinto da Expo-98. Ao longo da visita, as dores agravam-se e o marroquino dirige-se ao posto de saúde central do recinto. O facto de não falar português não levantou qualquer entrave. Ao seu dispor tinha um programa de computador inovador que lhe facilitou o diagnóstico. Bastou-lhe assinalar no ecrã sensível o seu país para toda a informação sobre possíveis sintomas físicos surgir em marroquino. Mohamed assinalou "dor", e depois "tronco" e depois "estômago". Às mãos do médico chegou depois um relatório em português e seguiu-se a observação directa. Este programa de computador é um dos meios de diagnóstico que a Expo espera contribuir para facilitar o contacto entre doentes e médicos de línguas diferentes e que integra o plano de saúde ontem apresentado no Centro de Comunicação Social, do recinto, na presença da ministra da Saúde. Ao todo, prevêem-se 18 mil casos de doença e 10 mil casos de acidentes, dos quais menos de 10 por cento serão graves. Ao longo da exposição vão estar ao dispor dos visitantes três postos de saúde, um central e dois periféricos, que funcionarão durante 24 horas por dia. A assistência médica será garantida gratuitamente por 160 profissionais, que farão diariamente um máximo de 255 consultas. Entre os 72 médicos convidados e renumerados pela Expo para ingressarem nas unidades de saúde - em turnos diários de dez -, estão pediatras, ortopedistas e clínicos gerais, aptos a atender casos pouco graves e a realizar pequenas cirurgias. Para os casos mais graves, e depois de estabilizados, os doentes terão garantida uma evacuação rápida para as urgências dos hospitais lisboetas de Santa Maria, S. Francisco Xavier e S. José e do Hospital Garcia da Horta em Almada, numa das três ambulâncias disponíveis no recinto ou no helicóptero. Estes casos serão da responsabilidade do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), que fará as evacuações de acordo com as camas disponíveis nos vários hospitais de prevenção. Os pacientes considerados "estáveis" serão transferidos pela Expo para os hospitais da região onde habitam. Fora do recinto, estarão também de alerta 13 centros de saúde da área de Lisboa. O reforço do pessoal clínico, que já mereceu a contestação de médicos e enfermeiros que exigiram manter o seu direito às férias, não parece preocupar Maria de Belém Roseira. "Toda a gente tem férias. Tem é que estar assegurada a cobertura para uma procura [dos serviços] acrescida", afirma. As obras de restruturação das urgências do hospital de Santa Maria e de São Francisco Xavier em Lisboa, que segundo os seus médicos vêm diminuir a capacidade de atendimento, também não assustam a ministra. "Os hospitais vão estar adequados aos serviços e uma parte das obras das urgências vão estar concluídas a tempo", afirma Maria de Belém Roseira, lembrando que a restruturação das principais urgências será feita em várias fases, uma anterior à Expo e outra quando a exposição terminar. Mais preocupantes parecem ser os acidentes de viação que "em Portugal têm números muito dramáticos", afirma. Os pontos nevrálgicos das estradas portuguesas forma identificados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) - nó de Vila Franca de Xira, o nó de Alcácer do Sal e o eixo viário de Torres Vedras - e para facilitar a evacuação dos feridos vão ficar operacionais mais três viaturas médicas de urgência nos hospitais de Setúbal, Vila Franca, Barreiro e reactivada a do hospital de Santa Maria, em Lisboa. Estas viaturas "são fundamentais", explica Luís Mourão do Grupo de Apoio Hospitalar da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, porque asseguram o suporte básico de vida e fazem a estabilização dos doentes no local, transportando-os depois para os hospitais adequados. Já elaborado e "bem estabelecido" está também o Plano de Emergência Médica para casos em que o número de feridos em simultâneo é considerável, diz Luís Mourão, que colabora com o INEM. As opções deste plano não vão, no entanto, ser conhecidas. "Pareceu-nos apropriado não divulgar as medidas, mas podemos dizer que todas as estruturas envolvidas estão alertadas", afirma Luís Mourão. (c) Copyright PÚBLICO Comunicação Social, SA Email: publico@publico.pt

72 médicos contratados para assistência no recinto Expo com saúde privada José Manuel Ribeiro/Arquivo As urgências do Hospital de Santa Maria são um dos quatro destes

serviços que receberão os casos mais complicados Joana Ferreira da Costa Para contornar a contestação que parecia rodear a assistência aos doentes durante a Exposição Mundial de Lisboa, a Expo vai contratar 72 médicos que estarão em três postos de saúde no recinto. Os casos mais graves, esses sim, serão enviados para quatro urgências da Grande Lisboa. Mohamed começou a sentir dores de estômago ainda antes de entrar no recinto da Expo-98. Ao longo da visita, as dores agravam-se e o marroquino dirige-se ao posto de saúde central do recinto. O facto de não falar português não levantou qualquer entrave. Ao seu dispor tinha um programa de computador inovador que lhe facilitou o diagnóstico. Bastou-lhe assinalar no ecrã sensível o seu país para toda a informação sobre possíveis sintomas físicos surgir em marroquino. Mohamed assinalou "dor", e depois "tronco" e depois "estômago". Às mãos do médico chegou depois um relatório em português e seguiu-se a observação directa. Este programa de computador é um dos meios de diagnóstico que a Expo espera contribuir para facilitar o contacto entre doentes e médicos de línguas diferentes e que integra o plano de saúde ontem apresentado no Centro de Comunicação Social, do recinto, na presença da ministra da Saúde. Ao todo, prevêem-se 18 mil casos de doença e 10 mil casos de acidentes, dos quais menos de 10 por cento serão graves. Ao longo da exposição vão estar ao dispor dos visitantes três postos de saúde, um central e dois periféricos, que funcionarão durante 24 horas por dia. A assistência médica será garantida gratuitamente por 160 profissionais, que farão diariamente um máximo de 255 consultas. Entre os 72 médicos convidados e renumerados pela Expo para ingressarem nas unidades de saúde - em turnos diários de dez -, estão pediatras, ortopedistas e clínicos gerais, aptos a atender casos pouco graves e a realizar pequenas cirurgias. Para os casos mais graves, e depois de estabilizados, os doentes terão garantida uma evacuação rápida para as urgências dos hospitais lisboetas de Santa Maria, S. Francisco Xavier e S. José e do Hospital Garcia da Horta em Almada, numa das três ambulâncias disponíveis no recinto ou no helicóptero. Estes casos serão da responsabilidade do Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), que fará as evacuações de acordo com as camas disponíveis nos vários hospitais de prevenção. Os pacientes considerados "estáveis" serão transferidos pela Expo para os hospitais da região onde habitam. Fora do recinto, estarão também de alerta 13 centros de saúde da área de Lisboa. O reforço do pessoal clínico, que já mereceu a contestação de médicos e enfermeiros que exigiram manter o seu direito às férias, não parece preocupar Maria de Belém Roseira. "Toda a gente tem férias. Tem é que estar assegurada a cobertura para uma procura [dos serviços] acrescida", afirma. As obras de restruturação das urgências do hospital de Santa Maria e de São Francisco Xavier em Lisboa, que segundo os seus médicos vêm diminuir a capacidade de atendimento, também não assustam a ministra. "Os hospitais vão estar adequados aos serviços e uma parte das obras das urgências vão estar concluídas a tempo", afirma Maria de Belém Roseira, lembrando que a restruturação das principais urgências será feita em várias fases, uma anterior à Expo e outra quando a exposição terminar. Mais preocupantes parecem ser os acidentes de viação que "em Portugal têm números muito dramáticos", afirma. Os pontos nevrálgicos das estradas portuguesas forma identificados pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) - nó de Vila Franca de Xira, o nó de Alcácer do Sal e o eixo viário de Torres Vedras - e para facilitar a evacuação dos feridos vão ficar operacionais mais três viaturas médicas de urgência nos hospitais de Setúbal, Vila Franca, Barreiro e reactivada a do hospital de Santa Maria, em Lisboa. Estas viaturas "são fundamentais", explica Luís Mourão do Grupo de Apoio Hospitalar da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, porque asseguram o suporte básico de vida e fazem a estabilização dos doentes no local, transportando-os depois para os hospitais adequados. Já elaborado e "bem estabelecido" está também o Plano de Emergência Médica para casos em que o número de feridos em simultâneo é considerável, diz Luís Mourão, que colabora com o INEM. As opções deste plano não vão, no entanto, ser conhecidas. "Pareceu-nos apropriado não divulgar as medidas, mas podemos dizer que todas as estruturas envolvidas estão alertadas", afirma Luís Mourão. (c) Copyright PÚBLICO Comunicação Social, SA Email: publico@publico.pt

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