EXPRESSO: Opinião

02-04-2002
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29/3/2002 ALTOS...

MANUELA FERREIRA LEITE DEPOIS das lideranças parlamentares e da distrital de Lisboa do PSD, sobraça a pasta mais decisiva do novo Governo. E, para compensar o facto de não ser a primeira escolha, vê o seu peso político reforçado com a ascensão a «número dois» do Executivo, à frente de Paulo Portas. Acumulando ainda a gestão dos fundos europeus e a reforma administrativa. Aceita um desafio particularmente exigente e difícil, dado o descontrolo das finanças públicas, as promessas do arriscado «choque fiscal» e as medidas impopulares que, obrigatoriamente, terá de impor na Administração Pública e aos seus colegas de Governo. Já deu provas de firmeza, seriedade, lealdade e competência económica. Faltou-lhe, até agora, revelar intuição política, visão estratégica e capacidade de liderança nas funções que desempenhou. Mas é, para já, a primeira grande ascensão política da era barrosista. E uma das poucas sobreviventes da era cavaquista.

...& BAIXOS

DIAS LOUREIRO A SUA recusa em integrar o Governo não facilitou a vida a Durão Barroso, agravando o clima de decepção e descrença que se gerou nos últimos dias quanto à capacidade do Executivo da AD. Permitiu que se instalasse a ideia de que seria um ministro-chave da equipa governativa e um elemento fulcral da gestão política da AD. Para, afinal, se juntar ao grupo dos indisponíveis, onde já estava outro nome de peso, Miguel Cadilhe. É difícil aceitar que só no último momento tenham surgido factores de impedimento pessoal, não previstos nem acautelados. O resultado prático foi péssimo para as expectativas e a confiança no novo Governo. E as bases do PSD dificilmente esquecerão mais esta indisponibilidade num dos momentos em que o partido mais necessitava da sua participação e empenhamento.

GUILHERME D’OLIVEIRA MARTINS O AINDA ministro das Finanças vai sair como entrou: a corrigir défices, emendar previsões e rectificar orçamentos. O défice público, que já passara de 1,1% para 1,7% e para 2,2%, saltou agora para 2,4% com o endividamento das autarquias. E ameaça subir mais ainda, podendo chegar ao patamar explosivo dos 3%. O Eurostat, numa declaração sem precedentes, recusou-se a certificar, para já, as contas apresentadas pelo Governo português e as engenharias contabilísticas das contas do Estado parecem cair umas atrás das outras. A sua tutela da pasta das Finanças ficará como uma sucessão de erros, equívocos e rectificações.

ANTÓNIO OLIVEIRA NÃO HÁ quase memória de derrota tão humilhante, em Portugal, da selecção nacional de futebol. Os impensáveis 1-4 frente à Finlândia foram um enorme balde de água fria. Do qual se podem retirar inúmeras lições, pois a equipa portuguesa foi o exemplo de tudo o que não devia revelar: apatia, negligência, vedetismo, sobranceria, desconcentração e um exíguo espírito de luta. O seleccionador nacional parece estar a seguir a táctica de Durão Barroso na formação do Governo: baixar ao mínimo as expectativas, espalhar a desilusão logo de início, para valorizar futuros resultados. Esperemos que resulte no Mundial da Coreia e do Japão, já dentro de dois meses...

ALBERTO JOÃO JARDIM HABITUADO a receber e a dar segundo a lei do mais forte, o senhor da Madeira não se coibiu de tentar condicionar o novo Governo do seu partido, mesmo antes de este estar formado e ter tomado posse. Com uma verdadeira chantagem em que misturava os deputados madeirenses e os milhões das transferências para a ilha. É difícil saber o que mais admirar: a falta de solidariedade partidária, a menorização dos deputados, a cegueira sobre o estado das finanças públicas ou a colocação dos interesses próprios acima dos interesses do país. Eis ao que chegou o ruinoso situacionismo madeirense. O que vale é que os quatro deputados do senhor da ilha não terão o peso na maioria que ele supunha.

José António Lima

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

6 comentários 1 a 6

2 de Abril de 2002 às 02:37

Nepervil ( rodas_nepervil@hotmail.com )

Ó leitor Paulão : você já imaginou uma cerimónia pública, com a Manuela Ferreira Leite ao lado da Maria José Rita? (ou será Ritta?)

Agora estou a entender o Saramago! (ou será Saramaggo? Nunca acerto com estes nomes aristocráticos ...)

1 de Abril de 2002 às 22:12

paulao ( paucar@sapo.pt )

O Durão não tinha lá ninguem menos feio que a Ferreira Leite? Jesus, que a criatura é de fugir a sete pés.......

1 de Abril de 2002 às 08:55

Nepervil ( rodas_nepervil@hotmail.com )

Estou sintonizado com o leitor Amenino.

Isaltino Morais criou fama de grande autarca e poderá tê-lo sido em tempos que já lá vão, mas o que conta é o presente e o futuro e, na verdade, Isaltino está a comprometer o futuro dos que vivem no concelho de Oeiras.

Actualmente, o que mais se vê é construção desenfreada, com prédios uns em cima dos outros.

Por exemplo, quem passa junto aos Bombeiros de Algés, pode reparar nos prédios que estão a nascer no intervalo de outros, em espaços impensáveis. Também quem contorna a nova rotunda da "sereia", em Linda-a-Velha, um ponto de passagem obrigatório para milhares de veículos, pode observar o nascimento de um conjunto habitacional e comercial volumoso, que ninguém de bom senso julgaria aconselhável naquele local. Etc, etc....

Se o trânsito naquelas zonas, com a construção existente, já tem a elevada intensidade que tem, como será que vão viver as pessoas que aí moram, mais os incautos que vão comprar casa nos novos conjuntos habitacionais?

31 de Março de 2002 às 17:36

ramos18 ( jrcontreiras@netcabo.pt )

Manuela Ferreira Leite "Já deu provas de firmeza,seriedade,lealdade e competência económica".Diz o articulista. Eu digo:

Firmeza =teimosia. Seriedade pouco se ri. Lealdade é fácil ser-se amigo do "patrão".

Competência económica. Em quê? Onde? O que fez? Nada se viu.

E agora também creio que não iremos ver nada.

--------------------------------

Dias Loureiro - O que ele fez e que ficou para a "História" foi a "banhada" que mandou dar aos polícias no terreiro do Paço.

Um acto digno de uma "república das bananas"!

E desta vez,como não houve "maioria" que,ingénuamente,esperava já não quis voltar a telefonar ao pai:"ó

pai já sou ministro outra vez!".

É bem mais cómodo trabalhar para um bom patrão do que ter que aturar o Portas!

---------------------------------

Coitado do Guilherme! Eu preferia ir guardar cabras do que acarretar com as asneiras dos outros.

----------------------------------

O Soba da Madeira,mais familiarmente conhecido pelos seus homens por "o Alberto João" quer é sacar dinheiro dos "bananas" do "Contnente" e depois dizer mal deles.

Para ele só há um partido: Ele,Ele,Ele...e quem for do contra é "porco,feio e mau!".

------------------------------

29 de Março de 2002 às 16:16

Amenino ( amenino@sapo.pt )

"Finalmente, Barroso tentou que Isaltino Morais aceitasse o Ministério das Cidades, Ambiente e Ordenamento do Território. Vice-presidente da Comissão Política Nacional, presidente há vários anos da Câmara de Oeiras e porta-voz do partido para as questões das Obras Públicas, Isaltino rejeitou o convite, alegando compromissos e projectos em curso no seu município. No entanto, o relacionamento com Barroso também já conheceu melhores dias, depois de na campanha eleitoral terem entrado em contradição quanto à localização do novo aeroporto."

Más noticias para os Oeirenses. Afinal Isaltino recusou a ida para o Governo. Parece que o mandato na Câmara é mais seguro que no Governo. Logo, mais do mesmo em Oeiras.

Aviso: A Serra de Carnaxide ainda tem algum espaço verde para construção.

29 de Março de 2002 às 16:11

Amenino ( amenino@sapo.pt )

Para quando a limitação de mandatos? Porque é que se indexam os ordenados dos cargos publicos ao do Sr.Presidente da República e não se faz o mesmo á duração do mandato?

Um presidente que depois de dois mandatos não deixa obra, sai fora. Um presidente das regiões autónommas(??) ao fim do 2o. mandato saía fora.

Boa Noticia para os Oeirenses, má para o país. Isaltino Morais deixa a CMO. Vai fazer no país o mesmo ordenamento que fez em Oeiras. Construção e mais construção. que é com o imposto de Sisa que se pagam os funcionários. Ora viva.

Se há quem fale do rebentamento da "bolha" da construção de habitação, e estou convencido que a bolha vai aumentar. Depois falamos.

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29/3/2002 ALTOS...

MANUELA FERREIRA LEITE DEPOIS das lideranças parlamentares e da distrital de Lisboa do PSD, sobraça a pasta mais decisiva do novo Governo. E, para compensar o facto de não ser a primeira escolha, vê o seu peso político reforçado com a ascensão a «número dois» do Executivo, à frente de Paulo Portas. Acumulando ainda a gestão dos fundos europeus e a reforma administrativa. Aceita um desafio particularmente exigente e difícil, dado o descontrolo das finanças públicas, as promessas do arriscado «choque fiscal» e as medidas impopulares que, obrigatoriamente, terá de impor na Administração Pública e aos seus colegas de Governo. Já deu provas de firmeza, seriedade, lealdade e competência económica. Faltou-lhe, até agora, revelar intuição política, visão estratégica e capacidade de liderança nas funções que desempenhou. Mas é, para já, a primeira grande ascensão política da era barrosista. E uma das poucas sobreviventes da era cavaquista.

...& BAIXOS

DIAS LOUREIRO A SUA recusa em integrar o Governo não facilitou a vida a Durão Barroso, agravando o clima de decepção e descrença que se gerou nos últimos dias quanto à capacidade do Executivo da AD. Permitiu que se instalasse a ideia de que seria um ministro-chave da equipa governativa e um elemento fulcral da gestão política da AD. Para, afinal, se juntar ao grupo dos indisponíveis, onde já estava outro nome de peso, Miguel Cadilhe. É difícil aceitar que só no último momento tenham surgido factores de impedimento pessoal, não previstos nem acautelados. O resultado prático foi péssimo para as expectativas e a confiança no novo Governo. E as bases do PSD dificilmente esquecerão mais esta indisponibilidade num dos momentos em que o partido mais necessitava da sua participação e empenhamento.

GUILHERME D’OLIVEIRA MARTINS O AINDA ministro das Finanças vai sair como entrou: a corrigir défices, emendar previsões e rectificar orçamentos. O défice público, que já passara de 1,1% para 1,7% e para 2,2%, saltou agora para 2,4% com o endividamento das autarquias. E ameaça subir mais ainda, podendo chegar ao patamar explosivo dos 3%. O Eurostat, numa declaração sem precedentes, recusou-se a certificar, para já, as contas apresentadas pelo Governo português e as engenharias contabilísticas das contas do Estado parecem cair umas atrás das outras. A sua tutela da pasta das Finanças ficará como uma sucessão de erros, equívocos e rectificações.

ANTÓNIO OLIVEIRA NÃO HÁ quase memória de derrota tão humilhante, em Portugal, da selecção nacional de futebol. Os impensáveis 1-4 frente à Finlândia foram um enorme balde de água fria. Do qual se podem retirar inúmeras lições, pois a equipa portuguesa foi o exemplo de tudo o que não devia revelar: apatia, negligência, vedetismo, sobranceria, desconcentração e um exíguo espírito de luta. O seleccionador nacional parece estar a seguir a táctica de Durão Barroso na formação do Governo: baixar ao mínimo as expectativas, espalhar a desilusão logo de início, para valorizar futuros resultados. Esperemos que resulte no Mundial da Coreia e do Japão, já dentro de dois meses...

ALBERTO JOÃO JARDIM HABITUADO a receber e a dar segundo a lei do mais forte, o senhor da Madeira não se coibiu de tentar condicionar o novo Governo do seu partido, mesmo antes de este estar formado e ter tomado posse. Com uma verdadeira chantagem em que misturava os deputados madeirenses e os milhões das transferências para a ilha. É difícil saber o que mais admirar: a falta de solidariedade partidária, a menorização dos deputados, a cegueira sobre o estado das finanças públicas ou a colocação dos interesses próprios acima dos interesses do país. Eis ao que chegou o ruinoso situacionismo madeirense. O que vale é que os quatro deputados do senhor da ilha não terão o peso na maioria que ele supunha.

José António Lima

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2 de Abril de 2002 às 02:37

Nepervil ( rodas_nepervil@hotmail.com )

Ó leitor Paulão : você já imaginou uma cerimónia pública, com a Manuela Ferreira Leite ao lado da Maria José Rita? (ou será Ritta?)

Agora estou a entender o Saramago! (ou será Saramaggo? Nunca acerto com estes nomes aristocráticos ...)

1 de Abril de 2002 às 22:12

paulao ( paucar@sapo.pt )

O Durão não tinha lá ninguem menos feio que a Ferreira Leite? Jesus, que a criatura é de fugir a sete pés.......

1 de Abril de 2002 às 08:55

Nepervil ( rodas_nepervil@hotmail.com )

Estou sintonizado com o leitor Amenino.

Isaltino Morais criou fama de grande autarca e poderá tê-lo sido em tempos que já lá vão, mas o que conta é o presente e o futuro e, na verdade, Isaltino está a comprometer o futuro dos que vivem no concelho de Oeiras.

Actualmente, o que mais se vê é construção desenfreada, com prédios uns em cima dos outros.

Por exemplo, quem passa junto aos Bombeiros de Algés, pode reparar nos prédios que estão a nascer no intervalo de outros, em espaços impensáveis. Também quem contorna a nova rotunda da "sereia", em Linda-a-Velha, um ponto de passagem obrigatório para milhares de veículos, pode observar o nascimento de um conjunto habitacional e comercial volumoso, que ninguém de bom senso julgaria aconselhável naquele local. Etc, etc....

Se o trânsito naquelas zonas, com a construção existente, já tem a elevada intensidade que tem, como será que vão viver as pessoas que aí moram, mais os incautos que vão comprar casa nos novos conjuntos habitacionais?

31 de Março de 2002 às 17:36

ramos18 ( jrcontreiras@netcabo.pt )

Manuela Ferreira Leite "Já deu provas de firmeza,seriedade,lealdade e competência económica".Diz o articulista. Eu digo:

Firmeza =teimosia. Seriedade pouco se ri. Lealdade é fácil ser-se amigo do "patrão".

Competência económica. Em quê? Onde? O que fez? Nada se viu.

E agora também creio que não iremos ver nada.

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Dias Loureiro - O que ele fez e que ficou para a "História" foi a "banhada" que mandou dar aos polícias no terreiro do Paço.

Um acto digno de uma "república das bananas"!

E desta vez,como não houve "maioria" que,ingénuamente,esperava já não quis voltar a telefonar ao pai:"ó

pai já sou ministro outra vez!".

É bem mais cómodo trabalhar para um bom patrão do que ter que aturar o Portas!

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Coitado do Guilherme! Eu preferia ir guardar cabras do que acarretar com as asneiras dos outros.

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O Soba da Madeira,mais familiarmente conhecido pelos seus homens por "o Alberto João" quer é sacar dinheiro dos "bananas" do "Contnente" e depois dizer mal deles.

Para ele só há um partido: Ele,Ele,Ele...e quem for do contra é "porco,feio e mau!".

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29 de Março de 2002 às 16:16

Amenino ( amenino@sapo.pt )

"Finalmente, Barroso tentou que Isaltino Morais aceitasse o Ministério das Cidades, Ambiente e Ordenamento do Território. Vice-presidente da Comissão Política Nacional, presidente há vários anos da Câmara de Oeiras e porta-voz do partido para as questões das Obras Públicas, Isaltino rejeitou o convite, alegando compromissos e projectos em curso no seu município. No entanto, o relacionamento com Barroso também já conheceu melhores dias, depois de na campanha eleitoral terem entrado em contradição quanto à localização do novo aeroporto."

Más noticias para os Oeirenses. Afinal Isaltino recusou a ida para o Governo. Parece que o mandato na Câmara é mais seguro que no Governo. Logo, mais do mesmo em Oeiras.

Aviso: A Serra de Carnaxide ainda tem algum espaço verde para construção.

29 de Março de 2002 às 16:11

Amenino ( amenino@sapo.pt )

Para quando a limitação de mandatos? Porque é que se indexam os ordenados dos cargos publicos ao do Sr.Presidente da República e não se faz o mesmo á duração do mandato?

Um presidente que depois de dois mandatos não deixa obra, sai fora. Um presidente das regiões autónommas(??) ao fim do 2o. mandato saía fora.

Boa Noticia para os Oeirenses, má para o país. Isaltino Morais deixa a CMO. Vai fazer no país o mesmo ordenamento que fez em Oeiras. Construção e mais construção. que é com o imposto de Sisa que se pagam os funcionários. Ora viva.

Se há quem fale do rebentamento da "bolha" da construção de habitação, e estou convencido que a bolha vai aumentar. Depois falamos.

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