Manuela Ferreira Leite exige reforma da Assembleia

04-10-2001
marcar artigo

Manuela Ferreira Leite Exige Reforma da Assembleia

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Quinta-feira, 4 de Outubro de 2001

Nova líder parlamentar do PSD pediu rapidez da reforma do Regimento da Assembleia da República e que o Governo dignifique a discussão do Orçamento do Estado

Apresentando-se ao hemiciclo com o objectivo de "vir a ser a última líder parlamentar do PSD na oposição", Manuela Ferreira Leite discursou ontem na Assembleia da República pela primeira vez na sua nova qualidade de presidente do grupo parlamentar social-democrata, tarefa que qualificou como "a mais importante tarefa política de entre todas" as que exerceu até hoje.

E foi um discurso de oposição parlamentar aquele que Manuela Ferreira Leite proferiu, visando exclusivamente o PS e o seu Governo. Substituindo António Capucho, que abandonou a liderança da bancada do PSD para se candidatar por este partido à presidência da Câmara de Cascais, Manuela Ferreira Leite afirmou-se apostada em "ajudar à dignificação do Parlamento", batalha que colocou em dois planos: o do próprio funcionamento da Assembleia da República e o da forma como o Governo se relaciona com o segundo órgão de soberania do Estado.

Quanto ao funcionamento da AR, e dando seguimento a uma luta que Capucho já vinha travando, Manuela Ferreira Leite criticou a "desactualização" e o "desajustamento à realidade" das regras de funcionamento parlamentar e considerou "um passo decisivo para a melhoria e maior eficácia" dos trabalhos da Assembleia que se ultime e aprove a reforma do Regimento: "Não há mais ponderações a fazer, não há mais análises a aprofundar, não há mais temas a consensualizar. (...) A partir de agora, senhores deputados do PS, ou os senhores permitem que este projecto avance e se concretize, ou terão de vir assumir publicamente que o não querem fazer e porque o não querem, carregando com o ónus - mais um - de nada querer mudar." Um desafio que ficou sem resposta por parte do líder parlamentar do PS, Francisco Assis, reeleito ele também a semana passada, que interveio para saudar a sua homóloga social-democrata, mas sem entrar nos assuntos que Manuela Ferreira Leite atacou.

Ainda usando como mote a dignificação parlamentar, Manuela Ferreira Leite passou à acção do Governo perante a AR para eleger a discussão do Orçamento do Estado para 2002 como uma "ocasião soberana" de avaliar a atitude do executivo socialista. E defendeu que, "se se quer credibilizar o Parlamento, tem de se começar por nele se debater a realidade concreta, não a ficção". Isto depois de acusar o Governo de Guterres de, em orçamentos anteriores, ter pedido aos deputados "para votarem orçamentos que não contêm toda a verdade".

Mas ao lançar este desafio ao Governo, Manuela Ferreira Leite não se mostrou confiante na situação que irá reflectir-se no quadro orçamental, já que descreveu a actual situação do país como tendo uma "inflação a fazer perigar" a "competitividade e um nível de endividamento externo sem paralelo nos restantes países europeus". Uma situação de crise que a nova líder parlamentar do PSD considera existir já em Portugal mesmo antes da crise internacional nascida com os atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos, ainda que Manuela Ferreira Leite tenha admitido que "o Governo venha a procurar nesta crise o álibi para as suas falhas".

Manuela Ferreira Leite Exige Reforma da Assembleia

Por SÃO JOSÉ ALMEIDA

Quinta-feira, 4 de Outubro de 2001

Nova líder parlamentar do PSD pediu rapidez da reforma do Regimento da Assembleia da República e que o Governo dignifique a discussão do Orçamento do Estado

Apresentando-se ao hemiciclo com o objectivo de "vir a ser a última líder parlamentar do PSD na oposição", Manuela Ferreira Leite discursou ontem na Assembleia da República pela primeira vez na sua nova qualidade de presidente do grupo parlamentar social-democrata, tarefa que qualificou como "a mais importante tarefa política de entre todas" as que exerceu até hoje.

E foi um discurso de oposição parlamentar aquele que Manuela Ferreira Leite proferiu, visando exclusivamente o PS e o seu Governo. Substituindo António Capucho, que abandonou a liderança da bancada do PSD para se candidatar por este partido à presidência da Câmara de Cascais, Manuela Ferreira Leite afirmou-se apostada em "ajudar à dignificação do Parlamento", batalha que colocou em dois planos: o do próprio funcionamento da Assembleia da República e o da forma como o Governo se relaciona com o segundo órgão de soberania do Estado.

Quanto ao funcionamento da AR, e dando seguimento a uma luta que Capucho já vinha travando, Manuela Ferreira Leite criticou a "desactualização" e o "desajustamento à realidade" das regras de funcionamento parlamentar e considerou "um passo decisivo para a melhoria e maior eficácia" dos trabalhos da Assembleia que se ultime e aprove a reforma do Regimento: "Não há mais ponderações a fazer, não há mais análises a aprofundar, não há mais temas a consensualizar. (...) A partir de agora, senhores deputados do PS, ou os senhores permitem que este projecto avance e se concretize, ou terão de vir assumir publicamente que o não querem fazer e porque o não querem, carregando com o ónus - mais um - de nada querer mudar." Um desafio que ficou sem resposta por parte do líder parlamentar do PS, Francisco Assis, reeleito ele também a semana passada, que interveio para saudar a sua homóloga social-democrata, mas sem entrar nos assuntos que Manuela Ferreira Leite atacou.

Ainda usando como mote a dignificação parlamentar, Manuela Ferreira Leite passou à acção do Governo perante a AR para eleger a discussão do Orçamento do Estado para 2002 como uma "ocasião soberana" de avaliar a atitude do executivo socialista. E defendeu que, "se se quer credibilizar o Parlamento, tem de se começar por nele se debater a realidade concreta, não a ficção". Isto depois de acusar o Governo de Guterres de, em orçamentos anteriores, ter pedido aos deputados "para votarem orçamentos que não contêm toda a verdade".

Mas ao lançar este desafio ao Governo, Manuela Ferreira Leite não se mostrou confiante na situação que irá reflectir-se no quadro orçamental, já que descreveu a actual situação do país como tendo uma "inflação a fazer perigar" a "competitividade e um nível de endividamento externo sem paralelo nos restantes países europeus". Uma situação de crise que a nova líder parlamentar do PSD considera existir já em Portugal mesmo antes da crise internacional nascida com os atentados de 11 de Setembro nos Estados Unidos, ainda que Manuela Ferreira Leite tenha admitido que "o Governo venha a procurar nesta crise o álibi para as suas falhas".

marcar artigo