Eleições autárquicas
Trilema laranja 29-MAR-2001
Tiago Craveiro
Rui Rio deverá ser nome que a concelhia do PSD vai indicar para a candidatura à Câmara do Porto. O PortugalDiário sabe que o ex-secretário geral de Marcelo Rebelo de Sousa se decidirá antes do «timing» fixado (8 a 10 de Abril), após o regresso de uma missão parlamentar a Cuba.
Fonte partidária confirmou os contactos entre Vieira e Rio e assegura mesmo que se trata da mais forte hipótese, embora a concelhia do PSD, que esta quinta-feira se reúne com o CDS/PP do Porto, tenha outras soluções, mais abrangentes, mas que considera de efectivação muito mais complicada. Contactado pelo PortugalDiário, Rui Rio escusou-se, no entanto, a tecer qualquer comentário.
O cenário entendido como o ideal pela concelhia do Porto passa pela disponibilidade de Miguel Cadilhe em avançar para a Assembleia Municipal. Um facto que, segundo fontes próximas do ex-ministro das Finanças, só seria viável no caso de Valente de Oliveira correr para o executivo. Uma equipa que contaria com o apoio de Artur Santos Silva, por exemplo, como mandatário.
A alternativa Rui Rio, tida então como a mais provável, implicará outro tipo de opções para a lista social democrata à Assembleia Municipal. A concelhia do PSD vai, na próxima semana, efectuar os primeiros contactos com Pôncio Monteiro, para aferir a sua disposição política em relação a esta matéria. Esta solução está suspensa por um eventual entendimento com o CDS/PP, e que levaria os populares a terem a responsabilidade de apresentar o candidato.
Nos contactos regulares que Sérgio Vieira e Valentim Loureiro têm mantido, parece ficar claro que o major mantém a sua opção por Gondomar, embora a concelhia e a própria direcção nacional do PSD continuem a ver o presidente da Liga de Clubes de Futebol como melhor candidato para enfrentar Fernando Gomes, o mais que provável candidato a apresentar pelos socialistas. A hipótese Valentim, não estando totalmente afastada, tem poucas probabilidades de se concretizar.
No PSD do Porto, no entanto, existe um outro Loureiro que é considerado uma boa escolha. O presidente do Boavista, João Loureiro, estará, segundo as fontes ouvidas pelo PortugalDiário, a ser protegido pelo pai (que assume uma falsa indefinição, quando já se terá decidido por Gondomar). Recorde-se que Marcelo Rebelo de Sousa apontou o membro da direcção distrital de Menezes como um bom candidato à Câmara do Porto, mas o visado, esta segunda-feira, em Penafiel, negou o seu interesse pela corrida autárquica, preferindo reafirmar o seu compromisso, «para os próximos três anos», com o Boavista.
CDS/PP pronto para ir a votos
Com esta confusão de hipóteses do lado social democrata, os populares começam a ver mais dificultado um entendimento do centro direita. O CDS/PP apenas aceitará uma coligação para o Porto, no caso de apresentar um dos cabeças de lista, mas o PortugalDiário sabe que o PSD não está disposto a aceitar qualquer nome. Manuel Queiró, por exemplo, teria muitas dificuldades em ver o seu nome aprovado como primeiro candidato à Assembleia Municipal, numa lógica de coligação.
Fontes populares asseguram, no entanto, que o nome de Queiró pode muito bem ser um dos elementos a apresentar no processo autárquico.
O CDS/PP torce o nariz ao avanço de Rui Rio, que entende ser um candidato perdedor. Curiosamente, os dirigentes contactados pelo PortugalDiário consideram que João Loureiro seria um dos nomes mais fortes (esgotadas outras possibilidades), para encabeçar uma lista de coligação PSD/PP. Mais até do que o próprio Valentim, que, a ser candidato, terá grandes dificuldades em recolher o apoio popular.
De todas as hipóteses, uma certeza parece desenhar-se: o PSD não passará o mês de Abril sem apresentar um candidato. Nessa altura, talvez, vão dissipar-se as dúvidas sobre se correrá sozinho, ou em união com o CDS/PP, que as sondagens colocam em boa posição na área metropolitana do Porto.
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Trilema laranja 29-MAR-2001
Tiago Craveiro
Rui Rio deverá ser nome que a concelhia do PSD vai indicar para a candidatura à Câmara do Porto. O PortugalDiário sabe que o ex-secretário geral de Marcelo Rebelo de Sousa se decidirá antes do «timing» fixado (8 a 10 de Abril), após o regresso de uma missão parlamentar a Cuba.
Fonte partidária confirmou os contactos entre Vieira e Rio e assegura mesmo que se trata da mais forte hipótese, embora a concelhia do PSD, que esta quinta-feira se reúne com o CDS/PP do Porto, tenha outras soluções, mais abrangentes, mas que considera de efectivação muito mais complicada. Contactado pelo PortugalDiário, Rui Rio escusou-se, no entanto, a tecer qualquer comentário.
O cenário entendido como o ideal pela concelhia do Porto passa pela disponibilidade de Miguel Cadilhe em avançar para a Assembleia Municipal. Um facto que, segundo fontes próximas do ex-ministro das Finanças, só seria viável no caso de Valente de Oliveira correr para o executivo. Uma equipa que contaria com o apoio de Artur Santos Silva, por exemplo, como mandatário.
A alternativa Rui Rio, tida então como a mais provável, implicará outro tipo de opções para a lista social democrata à Assembleia Municipal. A concelhia do PSD vai, na próxima semana, efectuar os primeiros contactos com Pôncio Monteiro, para aferir a sua disposição política em relação a esta matéria. Esta solução está suspensa por um eventual entendimento com o CDS/PP, e que levaria os populares a terem a responsabilidade de apresentar o candidato.
Nos contactos regulares que Sérgio Vieira e Valentim Loureiro têm mantido, parece ficar claro que o major mantém a sua opção por Gondomar, embora a concelhia e a própria direcção nacional do PSD continuem a ver o presidente da Liga de Clubes de Futebol como melhor candidato para enfrentar Fernando Gomes, o mais que provável candidato a apresentar pelos socialistas. A hipótese Valentim, não estando totalmente afastada, tem poucas probabilidades de se concretizar.
No PSD do Porto, no entanto, existe um outro Loureiro que é considerado uma boa escolha. O presidente do Boavista, João Loureiro, estará, segundo as fontes ouvidas pelo PortugalDiário, a ser protegido pelo pai (que assume uma falsa indefinição, quando já se terá decidido por Gondomar). Recorde-se que Marcelo Rebelo de Sousa apontou o membro da direcção distrital de Menezes como um bom candidato à Câmara do Porto, mas o visado, esta segunda-feira, em Penafiel, negou o seu interesse pela corrida autárquica, preferindo reafirmar o seu compromisso, «para os próximos três anos», com o Boavista.
CDS/PP pronto para ir a votos
Com esta confusão de hipóteses do lado social democrata, os populares começam a ver mais dificultado um entendimento do centro direita. O CDS/PP apenas aceitará uma coligação para o Porto, no caso de apresentar um dos cabeças de lista, mas o PortugalDiário sabe que o PSD não está disposto a aceitar qualquer nome. Manuel Queiró, por exemplo, teria muitas dificuldades em ver o seu nome aprovado como primeiro candidato à Assembleia Municipal, numa lógica de coligação.
Fontes populares asseguram, no entanto, que o nome de Queiró pode muito bem ser um dos elementos a apresentar no processo autárquico.
O CDS/PP torce o nariz ao avanço de Rui Rio, que entende ser um candidato perdedor. Curiosamente, os dirigentes contactados pelo PortugalDiário consideram que João Loureiro seria um dos nomes mais fortes (esgotadas outras possibilidades), para encabeçar uma lista de coligação PSD/PP. Mais até do que o próprio Valentim, que, a ser candidato, terá grandes dificuldades em recolher o apoio popular.
De todas as hipóteses, uma certeza parece desenhar-se: o PSD não passará o mês de Abril sem apresentar um candidato. Nessa altura, talvez, vão dissipar-se as dúvidas sobre se correrá sozinho, ou em união com o CDS/PP, que as sondagens colocam em boa posição na área metropolitana do Porto.