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17-07-2001
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Diário Económico >>

10 de Maio

PS - Congresso: Assis contra exclusões impostas

O líder parlamentar do PS, Francisco Assis, afirmou ontem no plenário da Assembleia da República que «não há socialistas indispensáveis», deixando um aviso à nova direcção socialista: «O grupo parlamentar apoia sempre com lealdade, mas igualmente com exigência e sentido crítico, o Governo presidido pelo eng. António Guterres. por David Dinis E não nos inibiremos de apresentar neste Parlamento as iniciativas legislativas que reflictam a nossa identidade doutrinária. Estaremos sempre juntos, firmes e coesos nesse propósito, sem exclusões impostas ou auto-afastamentos voluntários». Os sinais de Assis, de que o grupo parlamentar não vai seguir a estratégia de Guterres de excluir os críticos do partido, foram ouvidos pelo deputado Jorge Coelho, pela primeira vez «puxado» para a primeira fila da bancada rosa. Coelho acenou com a cabeça e bateu palmas de pé, com Manuel Maria Carrilho a fazer o mesmo sentado na sua cadeira da última fila. Mas os recados de Assis, ontem, não se dirigiram apenas para dentro do PS. Assis deixou um aviso de que os tempos mudaram, as exigências também, pelo que «é mesmo imprescindível o reforço da autoridade democrática, entendida esta como vontade e comando». Para a esquerda, e em resposta às críticas do PCP à falta de debate no congresso, Assis respondeu à letra: «Eu fui um dos militantes que defendeu um novo relacionamento com a esquerda. Agora, queremos saber o que pensa o PCP sobre as nossas propostas. Se vai continuar a ser o apoiante útil da direita, ou se está disponível para entendimentos com o Governo». O comunista Octávio Teixeira ainda esboçou reacção, sem dissipar dúvidas sobre a criação de uma crise política na discussão do próximo Orçamento: «Nós recusamo-nos a negociar com qualquer direita, mesmo com a direita do PS e com as suas políticas de direita». Quanto ao desafio, nem uma palavra, nem mesmo do Bloco de Esquerda, que desafiou o Governo a transformar o prometido pacote de redução da despesa pública em Orçamento Rectificativo. Precisamente do lado direito do plenário, António Capucho e Manuel Queiró não pouparam os resultados da reunião magna socialista. Capucho disse que o «primeiro-ministro descolou da realidade», Queiró alertou para a «repetição do cenário do último ano», na discussão do OE, em referência ao 'caso Campelo'. Assis limitou-se a repetir as teses de estabilidade política do primeiro-ministro. O tema paralelo da discussão acabou por ser a aprovação da moção da EDP no congresso do PS, que pedia a remodelação do Governo. Às perguntas da oposição, Assis justificou a polémica: «Isso só foi possível devido às circunstâncias especiais e inéditas deste congresso. Foi a primeira vez que as moções sectoriais foram aprovadas perante todos os delegados». Distracção, portanto. ddinis@economica.iol.pt

URL deste artigo: http://noticias.sapo.pt/artigos/CDEBHF,cjbhge.html

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PS - Congresso: Assis contra exclusões impostas

O líder parlamentar do PS, Francisco Assis, afirmou ontem no plenário da Assembleia da República que «não há socialistas indispensáveis», deixando um aviso à nova direcção socialista: «O grupo parlamentar apoia sempre com lealdade, mas igualmente com exigência e sentido crítico, o Governo presidido pelo eng. António Guterres. por David Dinis E não nos inibiremos de apresentar neste Parlamento as iniciativas legislativas que reflictam a nossa identidade doutrinária. Estaremos sempre juntos, firmes e coesos nesse propósito, sem exclusões impostas ou auto-afastamentos voluntários». Os sinais de Assis, de que o grupo parlamentar não vai seguir a estratégia de Guterres de excluir os críticos do partido, foram ouvidos pelo deputado Jorge Coelho, pela primeira vez «puxado» para a primeira fila da bancada rosa. Coelho acenou com a cabeça e bateu palmas de pé, com Manuel Maria Carrilho a fazer o mesmo sentado na sua cadeira da última fila. Mas os recados de Assis, ontem, não se dirigiram apenas para dentro do PS. Assis deixou um aviso de que os tempos mudaram, as exigências também, pelo que «é mesmo imprescindível o reforço da autoridade democrática, entendida esta como vontade e comando». Para a esquerda, e em resposta às críticas do PCP à falta de debate no congresso, Assis respondeu à letra: «Eu fui um dos militantes que defendeu um novo relacionamento com a esquerda. Agora, queremos saber o que pensa o PCP sobre as nossas propostas. Se vai continuar a ser o apoiante útil da direita, ou se está disponível para entendimentos com o Governo». O comunista Octávio Teixeira ainda esboçou reacção, sem dissipar dúvidas sobre a criação de uma crise política na discussão do próximo Orçamento: «Nós recusamo-nos a negociar com qualquer direita, mesmo com a direita do PS e com as suas políticas de direita». Quanto ao desafio, nem uma palavra, nem mesmo do Bloco de Esquerda, que desafiou o Governo a transformar o prometido pacote de redução da despesa pública em Orçamento Rectificativo. Precisamente do lado direito do plenário, António Capucho e Manuel Queiró não pouparam os resultados da reunião magna socialista. Capucho disse que o «primeiro-ministro descolou da realidade», Queiró alertou para a «repetição do cenário do último ano», na discussão do OE, em referência ao 'caso Campelo'. Assis limitou-se a repetir as teses de estabilidade política do primeiro-ministro. O tema paralelo da discussão acabou por ser a aprovação da moção da EDP no congresso do PS, que pedia a remodelação do Governo. Às perguntas da oposição, Assis justificou a polémica: «Isso só foi possível devido às circunstâncias especiais e inéditas deste congresso. Foi a primeira vez que as moções sectoriais foram aprovadas perante todos os delegados». Distracção, portanto. ddinis@economica.iol.pt

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