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Sexo e doença cardíaca
Autores:
Profº Dr. Manuel Oliveira Carrageta
Dr. Armando Serra Coelho Se teve um problema cardíaco ou fez cirurgia cardíaca, é natural que o preocupe retomar a sua actividade sexual.
As notícias que lhe damos não são más: Você pode continuar a desfrutar sexo….mesmo durante ou após uma doença do coração. Esta brochura responde a algumas questões e ajuda-o a:
Afastar alguns mitos; a saber como retomar sexo; e a descobrir problemas para apresentar ao seu médico. Sexo e o seu coração; Como é o sexo afectado pelos FACTORES PSICOLÓGICOS; A IDADE afecta o SEXO?; Os MEDICAMENTOS AFECTAM o sexo; A VIDA em COMUM ?; Principais regras para RETOMAR a ACTIVIDADE sexual ?; O que acontece se tiver SINTOMAS duranmte a actividade sexual ?; O que ACONTECE se já não for O MESMO?; MITOS e PRECONCEITOS; SEXO E O SEU CORAÇÃO Quando utilizarmos a palavra “sexo” queremos dizer “actividade sexual” e cada um pode exprimir das mais diversas maneiras o seu interesse pelo sexo.
Para a maioria das pessoas “actividade sexual” significa relação sexual mas pode simplesmente querer dizer ter o companheiro junto a si, ou só tocar e agarrar, expressar ternura. Durante a actividade sexual ocorrem várias alterações fisiológicas normais. Assim, a frequência respiratória vai aumentando com a estimulação. A pele torna-se mais rosada. A frequência cardíaca e a pressão arterial sobem ligeiramente e um pouco mais à medida que a excitação aumenta.
No orgasmo a tensão acumulada, liberta-se. A frequência cardíaca aumenta para 90 até 145, em média, 115 batimentos por minuto e a pressão arterial sobe cerca de 30 a 50 mm de Hg. Com o orgasmo a pressão arterial, frequências cardíaca e respiratória voltam aos valores em repouso. Nas pessoas que foram operadas ou sofreram um ataque cardíaco, a resposta cardiovascular é igual à das outras. Deve perguntar ao seu médico a altura em que pode retomar a actividade sexual.
O interesse sexual pode ser afectado pela idade; a duração da ligação e a forma como acontecia sexo anteriormente à doença. Quer o homem ou a mulher retomam a actividade sexual dentro de poucas semanas após um ataque cardíaco e mais cedo no caso de cirurgia cardíaca e com a frequência do passado.
Quando a actividade diminui pode ter a ver com ansiedade, depressão ou perda de interesse, e nestes casos os cuidados e conselhos médicos podem ajudar.
Quando se está a recuperar de um problema cardíaco é normal estar mais preocupado com o seu batimento cardíaco, respiração e tensão muscular, portanto não se aflija.
Você pode continuar a acarinhar, a mexer sem ter como objectivo o orgasmo e sentir amor com a sua esposa, serenamente, sem a obrigação de cumprir o acto sexual formal.
Essas actividades não exigem a mesma energia que as relações sexuais, e podem começar logo a seguir à saída do hospital e, gradualmente, retomar a vida sexual em pleno, com a sua companheira e cada vez mais confiantes.
A maioria das pessoas estão aptas a retomar o sexo quatro semanas após o ataque cardíaco e duas a três após a cirurgia cardíaca.
Se não se sentir à vontade ou surgirem sintomas durante o sexo, deve falar com o seu médico que poderá fazer-lhe um exame cardíaco ou uma prova de esforço para se certificar da sua capacidade física. Como é o Sexo afectado pelos factores psicológicos Os factores psicológicos podem reduzir o interesse e a capacidade sexual. Após a sua recuperação pode : Estar deprimido, ansioso e com medo; ter problemas de sono ou dormir muito, especialmente durante o dia; comer demais ou menos do que o habitual; ganhar ou perder peso e mostrar menos interesse pela vida; e sentir-se sempre cansado (especialmente após uma actividade física ou psíquica).
Estes sintomas são comuns e normalmente desaparecem dentro de três meses após o ataque cardíaco ou cirurgia. Se permanecer deprimido, podem aumentar os problemas com o sexo e perder o prazer e o interesse por ele. O casal pode parar a actividade sexual durante meses ou mesmo anos pelo falso receio de que o sexo pode causar problemas cardíacos. Não tem que ser assim. Fale com o seu médico e peça conselhos. A idade afecta o Sexo A frequência sexual vai diminuindo com o avançar da idade. O seu interesse pode manter-se desde que se sinta saudável. A idade pode afectar a erecção e esta demorar mais tempo, o que requer mais estimulação do que no passado, o que não o deve preocupar.
Na mulher pode haver mais receio de não ser atraente devido à idade, o que somado à doença cardíaca e à menor lubrificação da vagina, pode afectar o seu desejo. Os medicamentos afectam o Sexo ? Alguns medicamentos podem afectar o desejo e a realização sexual.
Estes incluem: - medicamentos para tratar a hipertensão, a dor no peito e arritmias; pílulas; descongestionantes nasais; tranquilizantes e anti-depressivos. Nos homens podem prejudicar a erecção (impotência) e, por vezes, provocar a ausência de ejaculação ou esta ser muito rápida.
Na mulher o fluido vaginal pode não ser suficiente o que torna a relação sexual dolorosa, e deixar de haver desejo sexual (frigidez) ou não o realizar (disfunção orgásmica). Como estas situações podem ter outra causa, não deixe de tomar os seus medicamentos e não se sinta envergonhado e fale com o seu médico. Por vezes uma alteração do medicamento ou da dosagem pode resolver o problema. Como se preparar para o Sexo ? O casal pode preparar-se de diversas maneiras:
Praticar um estilo de vida saudável com dieta, exercício, repouso e uso correcto dos medicamentos.
A actividade física regular, recomendada pelo médico, faz bem e dá confiança; os chamados exercícios aeróbicos que incluem a marcha, jogging, natação, ciclismo e dança, podem reduzir, o aumento brusco dos batimentos cardíacos, a dificuldade em respirar ou a dor no peito associados à actividade sexual.
È muito importante não fumar.
Seja paciente e compreenda as suas emoções. Após um problema cardíaco você e a sua companheira ficam mais vulneráveis, e as emoções podem mudar rápidamente, de lágrimas para sorrisos, de alegria para tristeza. Estas oscilações de humor são geralmente temporárias. Não se irrite e tenham paciência um com o outro.
Não esteja preocupado em provar que sexualmente “voltou tudo ao normal”. Se no passado já havia actividade sexual os vossos receios não devem existir agora.
Deixe que a actividade sexual regresse devagar e não tenha uma grande expectativa. È normal ter de se adaptar a uma nova actividade sexual após um ataque cardíaco ou cirurgia cardíaca. O reínicio sexual pode aproximar mais o casal e fazê-lo mais carinhoso e romântico, aliviar o stress e elevar a sua auto-estima. A vida em comum ? O doente cardíaco nem sempre é a única vítima, porque o seu par também pode ficar ansioso ou deprimido. Os sintomas de um e outro podem causar uma certa tensão no casamento. Ambos têm de reconhecer, respeitar, e tentar perceber o que o outro sente. A companheira do doente luta para atingir um equílibrio, é super cuidadosa e protectora, o que nem sempre é ajuda suficiente.
A mulher não gosta de fazer tentativas e deixar desgostoso o marido, ou então, não permite que ele seja normalmente activo. Pode sentir-se culpada e atormentar-se pensando que a doença cardíaca é por causa dela. Os outro familiares podem também estar super preocupados. Esta situação em que todos se apresentam deprimidos e ansiosos pode dar origem a problemas sérios.
As regras da vida do casal podem ser modificadas por uma cirurgia ou ataque cardíaco. Por exemplo: a mulher pode passar a ser quem tem o maior salário, ou um passar a ter tarefas domésticas e não gostar de as desempenhar por inteiro ou mesmo só em parte.
Na maior parte dos casos o parceiro já ouviu falar dos sintomas cardíacos e dos riscos durante o sexo, o que irá ter um papel importante quanto ao seu comportamento e adaptação. Os problemas com a prática de sexo podem ser anteriores ao problema cardíaco e com ele irão piorar. Os principais são: O par escolhe uma altura errada para ter relações;
È incapaz de se descontrair; perderam o interesse ou as carícias são insuficientes; Em geral se havia queixas de pouco sexo antes, irão ter menos sexo depois.
Os casais que conversam sobre as suas necessidades e preocupações sexuais adaptam--se melhor, e uma boa comunicação leva a uma mais rápida e melhor actividade sexual. Principais Regras para retomar a actividade Sexual Escolha um momento em que os dois estejam calmos e livres de stress. A melhor altura será de manhã cedo após um sono repousante ou após uma sesta.
A melhor altura será de manhã cedo após um sono repousante ou após uma sesta. Deve esperar-se uma a três horas após uma refeição para praticar sexo.
Tal como as outras actividades físicas a digestão dos alimentos requer mais sangue e o seu coração terá que trabalhar mais para garantir o sangue necessário às outras actividades.
Tal como as outras actividades físicas a digestão dos alimentos requer mais sangue e o seu coração terá que trabalhar mais para garantir o sangue necessário às outras actividades. Utilize um lugar familiar e calmo, onde não seja interrompido.
Não se esqueça de tomar a medicação prescrita pelo médico. Após um ataque cardíaco ou cirurgia cardíaca, mais de 75% das pessoas não alteram a maneira de se ocupar em carícias ou posições sexuais.
Para alguns doentes cardíacos, será mais confortável ficarem por baixo, mas poderá sentir desconforto se, por exemplo, foi operado ao coração (Fig. 1).
Se tal facto acontecer, deite-se de lado, virado para o seu par (Fig.2) ou com ela ou ele de frente ou atrás (Fig.3). Estas posições requerem menos pressão na parede torácica e tornam muito mais fácil a respiração. Se tiver dificuldade respiratória poderá sentar-se com o seu par numa cadeira de frente um para o outro. Será melhor utilizar uma cadeira com uma base larga e baixa de modo a que possa descansar os pés no chão (Fig. 4).
A masturbação ajuda algumas pessoas a ganhar auto-confiança e pode facilitar a transição para a relação. Causa menor resposta cardíaca e gasta menos energia metabólica do corpo. Os pontos genitais-orais do sexo não exercem excessivo stress no coração, mas a relação anal pode conduzir a ritmos cardíacos irregulares.
Os casais por recearem os sintomas cardíacos ou terem problemas sexuais, podem não estar interessados no sexo. Podem mesmo assim construir uma boa relação se se abraçarem ou acariciarem.
Fig. 1
A pessoa com o problema deita-se por baixo, ficando por cima o par físicamente bem, mais ou menos afastado.
Fig. 2
Posição de lado com o par face a face. As almofadas podem tambem ser colocadas as costas e ancas para manter esta posição. Se ocorrer dor no ombro, esta posição, deitado de lado, não deve ser utilizada.
Fig. 3 Posição de lado com o homem penetrando por trás.
Fig. 4 Se tiver dificuldade respiratória poderão sentar-se numa cadeira, de frente um para o outro. O que acontece se tiver sintomas durante a actividade sexual? Os batimentos por minuto do seu coração aumentam durante o sexo e a pele pode ficar avermelhada e húmida. Estas alterações são normais e não são sintomas de esforço cardíaco. Os sintomas de angina que traduzem incapacidade do coração para o trabalho cardíaco incluem: Sensação de pressão, dor ou desconforto no queixo, pescoço, braço, peito ou estômago.
marcado encurtamento da respiração; e
batimentos cardíacos muito rápidos ou irregulares.
Se tiver alguns destes sintomas durante o sexo, diga ao seu companheiro, reduza a sua actividade, repouse e tome os medicamentos de acordo com a prescrição do seu médico. Comprimidos de nitroglicerina tomados três vezes durante um período de 12 a 15 minutos, pode ajudar. Quando os sintomas desaparecerem você e o seu par poderão retomar a actividade sexual. Se os sintomas não desapareceram com os comprimidos, ou se aparecerem após ter retomado a actividade sexual, consulte o seu médico. Diga ao seu médico se:
for díficil para si adormecer ou descançar após ter tido sexo;
notar alteração na gravidade, número de vezes ou local da sua angina de peito.
sentir muito cansado; Você poderá ter de fazer uma ligeira alteração do seu dia-a-dia ou tomar medicamentos. O que acontece se já não for o mesmo? Mesmo os casais que não têm doença cardíaca podem ter problemas sexuais. Os principais factores que podem contribuir para estes problemas incluem: ingestão exagerada de álcool;
alguns tipos de medicamentos e problemas médicos não controlados; e
fadiga e o stress da recuperação.
As pessoas podem tornar-se inseguras quando ocorrem alterações nas suas vidas sexuais. Os problemas sexuais podem sempre piorar quando se adiciona medo;
conflito matrimonial;
problemas sexuais prévios;
problemas familiares, legais ou financeiros; ou
depressão ou outras doenças que provoquem stress. Existe necessidade de falar acerca dos seus sentimentos, a natureza e as possíveis causas dos problemas e tentar arranjar potenciais soluções para eles. Se não tentar resolvê-los, irão de certo aumentar a complexidade dos seus problemas sociais, físicos e emocionais. Quando procurar conselhos sexuais ? Se as questões sobre sexo se tornam uma preocupação importante, você e a sua companheira poderão perguntar ao vosso médico, isoladamente ou em conjunto. MITOS e PRECONCEITOS Mito:
Homens e Mulheres tornam-se impotentes aos 50 anos de idade. A impotência e a perda de interesse pela actividade sexual ocorrem sempre que eles têm uma doença cardíaca.
Realidade:
Os idosos poderão ter uma erecção mais lenta, mas muitas vezes fazem sexo mais prolongado e controlam melhor a ejaculação do que os jovens. Após a menopausa, a mulher ainda pode desfrutar e ter prazer com o sexo. Em alguns casos, até tem maior prazer. Tal facto poderá ser explicado em parte pelo facto de não estar preocupada em poder engravidar. Mito:
Praticar sexo após um ataque cardíaco muitas vezes causa morte súbita.
Realidade:
Isto realmente pode acontecer mas se isto acontece, é normalmente quando um membro do casal tem sexo fora do casamento. A prática de sexo extra-matrimónio causa provavelmente mais stress do que o praticado com o cônjuge ou parceiro habitual.
Muitas vezes existe uma necessidade imperiosa de se comportar muito bem com uma nova companheira. Por vezes existe a ingestão de uma pesada refeição e álcool.
O sexo fora do casamento usualmente ocorre num sítio diferente e desconhecido. Mito:
O álcool é um grande estimulante para o sexo.
Realidade:
Pequenas quantidades de álcool poderão ajudar a reduzir pequenas tensões, medos e culpas. Mas o álcool é um forte agente depressivo. Os alcoólicos que se tornam impotentes podem nunca recuperar, mesmo após terem interrompido a bebida. Mito:
As hormonas masculinas podem aumentar a actividade sexual no homem.
Realidade:
Os homens em que os níveis de hormona masculina estão diminuidos podem ter maior actividade e capacidade sexual após terem tomado um medicamento chamado Testosterona. Esta hormona, contudo não ajuda os homens que possuam níveis normais desta hormona no sangue. Mito:
As hormonas femininas (terapêutica com estrogénios) tomadas pela mulher após a menopausa, ou se existir uma quantidade insuficiente destas hormonas, irá aumentar a actividade sexual.
Realidade:
Não existem estudos que demonstrem que os estrogénios aumentam a actividade sexual nas mulheres. Mas estas hormonas (como tambem os cremes) podem lubrificar a vagina e tornar a penetração do pénis mais fácil. Assim a mulher pode ter uma relação sexual mais confortável. Mito:
A frequência cardíaca é mais baixa quando alguém se masturba comparada com a verificada durante o acto sexual.
Realidade:
A frequência cardíaca é menor durante a masturbação, mas não muito menor. Mito:
O declínio na actividade sexual e função após um ataque cardíaco é devido ao coração não responder às exigências físicas do sexo.
Realidade:
Exceptuando alguns casos, o grande impacto de um ataque cardíaco na actividade sexual e na função sexual é psicológico, não físico. As exigências físicas do sexo são moderadas. Elas são semelhantes a subir a pé dois lanços de escadas a um passo acelerado. Mito:
Se ocorrer angina durante o sexo, deverá abster-se para sempre.
Realidade:
As dores no peito durante o sexo é raro serem graves o bastante para que alguém com doença cardíaca tenha que interromper a actividade sexual. O médico pode sugerir que se coloque debaixo da língua, nitroglicerina (ou comprimido equivalente) 15 a 20 minutos antes da prática do sexo. Isto irá facilitar o trabalho cardíaco e aliviar a dor no peito. O seu médico tambem lhe pode dar um teste de exercício para o ajudar a descobrir algum problema físico. O seu médico pode tambem receitar-lhe medicamentos regularmente para impedir o aparecimento de dores no peito. CONCLUSÕES: Quando você e o seu par se sentirem bem acerca da actividade sexual, as coisas poderão melhorar muito noutras áreas das vossas vidas.
A doença cardíaca pode alterar a sua vida de certa maneira que não goste. Mas pode permitir-lhe uma reflexão no que diz respeito ao que é mais importante.
Tire vantagem disso. A sua relação com a família e amigos poderá vir a ser muito melhor. A responsabilidade editorial e científica desta informação é da
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Sexo e doença cardíaca
Autores:
Profº Dr. Manuel Oliveira Carrageta
Dr. Armando Serra Coelho Se teve um problema cardíaco ou fez cirurgia cardíaca, é natural que o preocupe retomar a sua actividade sexual.
As notícias que lhe damos não são más: Você pode continuar a desfrutar sexo….mesmo durante ou após uma doença do coração. Esta brochura responde a algumas questões e ajuda-o a:
Afastar alguns mitos; a saber como retomar sexo; e a descobrir problemas para apresentar ao seu médico. Sexo e o seu coração; Como é o sexo afectado pelos FACTORES PSICOLÓGICOS; A IDADE afecta o SEXO?; Os MEDICAMENTOS AFECTAM o sexo; A VIDA em COMUM ?; Principais regras para RETOMAR a ACTIVIDADE sexual ?; O que acontece se tiver SINTOMAS duranmte a actividade sexual ?; O que ACONTECE se já não for O MESMO?; MITOS e PRECONCEITOS; SEXO E O SEU CORAÇÃO Quando utilizarmos a palavra “sexo” queremos dizer “actividade sexual” e cada um pode exprimir das mais diversas maneiras o seu interesse pelo sexo.
Para a maioria das pessoas “actividade sexual” significa relação sexual mas pode simplesmente querer dizer ter o companheiro junto a si, ou só tocar e agarrar, expressar ternura. Durante a actividade sexual ocorrem várias alterações fisiológicas normais. Assim, a frequência respiratória vai aumentando com a estimulação. A pele torna-se mais rosada. A frequência cardíaca e a pressão arterial sobem ligeiramente e um pouco mais à medida que a excitação aumenta.
No orgasmo a tensão acumulada, liberta-se. A frequência cardíaca aumenta para 90 até 145, em média, 115 batimentos por minuto e a pressão arterial sobe cerca de 30 a 50 mm de Hg. Com o orgasmo a pressão arterial, frequências cardíaca e respiratória voltam aos valores em repouso. Nas pessoas que foram operadas ou sofreram um ataque cardíaco, a resposta cardiovascular é igual à das outras. Deve perguntar ao seu médico a altura em que pode retomar a actividade sexual.
O interesse sexual pode ser afectado pela idade; a duração da ligação e a forma como acontecia sexo anteriormente à doença. Quer o homem ou a mulher retomam a actividade sexual dentro de poucas semanas após um ataque cardíaco e mais cedo no caso de cirurgia cardíaca e com a frequência do passado.
Quando a actividade diminui pode ter a ver com ansiedade, depressão ou perda de interesse, e nestes casos os cuidados e conselhos médicos podem ajudar.
Quando se está a recuperar de um problema cardíaco é normal estar mais preocupado com o seu batimento cardíaco, respiração e tensão muscular, portanto não se aflija.
Você pode continuar a acarinhar, a mexer sem ter como objectivo o orgasmo e sentir amor com a sua esposa, serenamente, sem a obrigação de cumprir o acto sexual formal.
Essas actividades não exigem a mesma energia que as relações sexuais, e podem começar logo a seguir à saída do hospital e, gradualmente, retomar a vida sexual em pleno, com a sua companheira e cada vez mais confiantes.
A maioria das pessoas estão aptas a retomar o sexo quatro semanas após o ataque cardíaco e duas a três após a cirurgia cardíaca.
Se não se sentir à vontade ou surgirem sintomas durante o sexo, deve falar com o seu médico que poderá fazer-lhe um exame cardíaco ou uma prova de esforço para se certificar da sua capacidade física. Como é o Sexo afectado pelos factores psicológicos Os factores psicológicos podem reduzir o interesse e a capacidade sexual. Após a sua recuperação pode : Estar deprimido, ansioso e com medo; ter problemas de sono ou dormir muito, especialmente durante o dia; comer demais ou menos do que o habitual; ganhar ou perder peso e mostrar menos interesse pela vida; e sentir-se sempre cansado (especialmente após uma actividade física ou psíquica).
Estes sintomas são comuns e normalmente desaparecem dentro de três meses após o ataque cardíaco ou cirurgia. Se permanecer deprimido, podem aumentar os problemas com o sexo e perder o prazer e o interesse por ele. O casal pode parar a actividade sexual durante meses ou mesmo anos pelo falso receio de que o sexo pode causar problemas cardíacos. Não tem que ser assim. Fale com o seu médico e peça conselhos. A idade afecta o Sexo A frequência sexual vai diminuindo com o avançar da idade. O seu interesse pode manter-se desde que se sinta saudável. A idade pode afectar a erecção e esta demorar mais tempo, o que requer mais estimulação do que no passado, o que não o deve preocupar.
Na mulher pode haver mais receio de não ser atraente devido à idade, o que somado à doença cardíaca e à menor lubrificação da vagina, pode afectar o seu desejo. Os medicamentos afectam o Sexo ? Alguns medicamentos podem afectar o desejo e a realização sexual.
Estes incluem: - medicamentos para tratar a hipertensão, a dor no peito e arritmias; pílulas; descongestionantes nasais; tranquilizantes e anti-depressivos. Nos homens podem prejudicar a erecção (impotência) e, por vezes, provocar a ausência de ejaculação ou esta ser muito rápida.
Na mulher o fluido vaginal pode não ser suficiente o que torna a relação sexual dolorosa, e deixar de haver desejo sexual (frigidez) ou não o realizar (disfunção orgásmica). Como estas situações podem ter outra causa, não deixe de tomar os seus medicamentos e não se sinta envergonhado e fale com o seu médico. Por vezes uma alteração do medicamento ou da dosagem pode resolver o problema. Como se preparar para o Sexo ? O casal pode preparar-se de diversas maneiras:
Praticar um estilo de vida saudável com dieta, exercício, repouso e uso correcto dos medicamentos.
A actividade física regular, recomendada pelo médico, faz bem e dá confiança; os chamados exercícios aeróbicos que incluem a marcha, jogging, natação, ciclismo e dança, podem reduzir, o aumento brusco dos batimentos cardíacos, a dificuldade em respirar ou a dor no peito associados à actividade sexual.
È muito importante não fumar.
Seja paciente e compreenda as suas emoções. Após um problema cardíaco você e a sua companheira ficam mais vulneráveis, e as emoções podem mudar rápidamente, de lágrimas para sorrisos, de alegria para tristeza. Estas oscilações de humor são geralmente temporárias. Não se irrite e tenham paciência um com o outro.
Não esteja preocupado em provar que sexualmente “voltou tudo ao normal”. Se no passado já havia actividade sexual os vossos receios não devem existir agora.
Deixe que a actividade sexual regresse devagar e não tenha uma grande expectativa. È normal ter de se adaptar a uma nova actividade sexual após um ataque cardíaco ou cirurgia cardíaca. O reínicio sexual pode aproximar mais o casal e fazê-lo mais carinhoso e romântico, aliviar o stress e elevar a sua auto-estima. A vida em comum ? O doente cardíaco nem sempre é a única vítima, porque o seu par também pode ficar ansioso ou deprimido. Os sintomas de um e outro podem causar uma certa tensão no casamento. Ambos têm de reconhecer, respeitar, e tentar perceber o que o outro sente. A companheira do doente luta para atingir um equílibrio, é super cuidadosa e protectora, o que nem sempre é ajuda suficiente.
A mulher não gosta de fazer tentativas e deixar desgostoso o marido, ou então, não permite que ele seja normalmente activo. Pode sentir-se culpada e atormentar-se pensando que a doença cardíaca é por causa dela. Os outro familiares podem também estar super preocupados. Esta situação em que todos se apresentam deprimidos e ansiosos pode dar origem a problemas sérios.
As regras da vida do casal podem ser modificadas por uma cirurgia ou ataque cardíaco. Por exemplo: a mulher pode passar a ser quem tem o maior salário, ou um passar a ter tarefas domésticas e não gostar de as desempenhar por inteiro ou mesmo só em parte.
Na maior parte dos casos o parceiro já ouviu falar dos sintomas cardíacos e dos riscos durante o sexo, o que irá ter um papel importante quanto ao seu comportamento e adaptação. Os problemas com a prática de sexo podem ser anteriores ao problema cardíaco e com ele irão piorar. Os principais são: O par escolhe uma altura errada para ter relações;
È incapaz de se descontrair; perderam o interesse ou as carícias são insuficientes; Em geral se havia queixas de pouco sexo antes, irão ter menos sexo depois.
Os casais que conversam sobre as suas necessidades e preocupações sexuais adaptam--se melhor, e uma boa comunicação leva a uma mais rápida e melhor actividade sexual. Principais Regras para retomar a actividade Sexual Escolha um momento em que os dois estejam calmos e livres de stress. A melhor altura será de manhã cedo após um sono repousante ou após uma sesta.
A melhor altura será de manhã cedo após um sono repousante ou após uma sesta. Deve esperar-se uma a três horas após uma refeição para praticar sexo.
Tal como as outras actividades físicas a digestão dos alimentos requer mais sangue e o seu coração terá que trabalhar mais para garantir o sangue necessário às outras actividades.
Tal como as outras actividades físicas a digestão dos alimentos requer mais sangue e o seu coração terá que trabalhar mais para garantir o sangue necessário às outras actividades. Utilize um lugar familiar e calmo, onde não seja interrompido.
Não se esqueça de tomar a medicação prescrita pelo médico. Após um ataque cardíaco ou cirurgia cardíaca, mais de 75% das pessoas não alteram a maneira de se ocupar em carícias ou posições sexuais.
Para alguns doentes cardíacos, será mais confortável ficarem por baixo, mas poderá sentir desconforto se, por exemplo, foi operado ao coração (Fig. 1).
Se tal facto acontecer, deite-se de lado, virado para o seu par (Fig.2) ou com ela ou ele de frente ou atrás (Fig.3). Estas posições requerem menos pressão na parede torácica e tornam muito mais fácil a respiração. Se tiver dificuldade respiratória poderá sentar-se com o seu par numa cadeira de frente um para o outro. Será melhor utilizar uma cadeira com uma base larga e baixa de modo a que possa descansar os pés no chão (Fig. 4).
A masturbação ajuda algumas pessoas a ganhar auto-confiança e pode facilitar a transição para a relação. Causa menor resposta cardíaca e gasta menos energia metabólica do corpo. Os pontos genitais-orais do sexo não exercem excessivo stress no coração, mas a relação anal pode conduzir a ritmos cardíacos irregulares.
Os casais por recearem os sintomas cardíacos ou terem problemas sexuais, podem não estar interessados no sexo. Podem mesmo assim construir uma boa relação se se abraçarem ou acariciarem.
Fig. 1
A pessoa com o problema deita-se por baixo, ficando por cima o par físicamente bem, mais ou menos afastado.
Fig. 2
Posição de lado com o par face a face. As almofadas podem tambem ser colocadas as costas e ancas para manter esta posição. Se ocorrer dor no ombro, esta posição, deitado de lado, não deve ser utilizada.
Fig. 3 Posição de lado com o homem penetrando por trás.
Fig. 4 Se tiver dificuldade respiratória poderão sentar-se numa cadeira, de frente um para o outro. O que acontece se tiver sintomas durante a actividade sexual? Os batimentos por minuto do seu coração aumentam durante o sexo e a pele pode ficar avermelhada e húmida. Estas alterações são normais e não são sintomas de esforço cardíaco. Os sintomas de angina que traduzem incapacidade do coração para o trabalho cardíaco incluem: Sensação de pressão, dor ou desconforto no queixo, pescoço, braço, peito ou estômago.
marcado encurtamento da respiração; e
batimentos cardíacos muito rápidos ou irregulares.
Se tiver alguns destes sintomas durante o sexo, diga ao seu companheiro, reduza a sua actividade, repouse e tome os medicamentos de acordo com a prescrição do seu médico. Comprimidos de nitroglicerina tomados três vezes durante um período de 12 a 15 minutos, pode ajudar. Quando os sintomas desaparecerem você e o seu par poderão retomar a actividade sexual. Se os sintomas não desapareceram com os comprimidos, ou se aparecerem após ter retomado a actividade sexual, consulte o seu médico. Diga ao seu médico se:
for díficil para si adormecer ou descançar após ter tido sexo;
notar alteração na gravidade, número de vezes ou local da sua angina de peito.
sentir muito cansado; Você poderá ter de fazer uma ligeira alteração do seu dia-a-dia ou tomar medicamentos. O que acontece se já não for o mesmo? Mesmo os casais que não têm doença cardíaca podem ter problemas sexuais. Os principais factores que podem contribuir para estes problemas incluem: ingestão exagerada de álcool;
alguns tipos de medicamentos e problemas médicos não controlados; e
fadiga e o stress da recuperação.
As pessoas podem tornar-se inseguras quando ocorrem alterações nas suas vidas sexuais. Os problemas sexuais podem sempre piorar quando se adiciona medo;
conflito matrimonial;
problemas sexuais prévios;
problemas familiares, legais ou financeiros; ou
depressão ou outras doenças que provoquem stress. Existe necessidade de falar acerca dos seus sentimentos, a natureza e as possíveis causas dos problemas e tentar arranjar potenciais soluções para eles. Se não tentar resolvê-los, irão de certo aumentar a complexidade dos seus problemas sociais, físicos e emocionais. Quando procurar conselhos sexuais ? Se as questões sobre sexo se tornam uma preocupação importante, você e a sua companheira poderão perguntar ao vosso médico, isoladamente ou em conjunto. MITOS e PRECONCEITOS Mito:
Homens e Mulheres tornam-se impotentes aos 50 anos de idade. A impotência e a perda de interesse pela actividade sexual ocorrem sempre que eles têm uma doença cardíaca.
Realidade:
Os idosos poderão ter uma erecção mais lenta, mas muitas vezes fazem sexo mais prolongado e controlam melhor a ejaculação do que os jovens. Após a menopausa, a mulher ainda pode desfrutar e ter prazer com o sexo. Em alguns casos, até tem maior prazer. Tal facto poderá ser explicado em parte pelo facto de não estar preocupada em poder engravidar. Mito:
Praticar sexo após um ataque cardíaco muitas vezes causa morte súbita.
Realidade:
Isto realmente pode acontecer mas se isto acontece, é normalmente quando um membro do casal tem sexo fora do casamento. A prática de sexo extra-matrimónio causa provavelmente mais stress do que o praticado com o cônjuge ou parceiro habitual.
Muitas vezes existe uma necessidade imperiosa de se comportar muito bem com uma nova companheira. Por vezes existe a ingestão de uma pesada refeição e álcool.
O sexo fora do casamento usualmente ocorre num sítio diferente e desconhecido. Mito:
O álcool é um grande estimulante para o sexo.
Realidade:
Pequenas quantidades de álcool poderão ajudar a reduzir pequenas tensões, medos e culpas. Mas o álcool é um forte agente depressivo. Os alcoólicos que se tornam impotentes podem nunca recuperar, mesmo após terem interrompido a bebida. Mito:
As hormonas masculinas podem aumentar a actividade sexual no homem.
Realidade:
Os homens em que os níveis de hormona masculina estão diminuidos podem ter maior actividade e capacidade sexual após terem tomado um medicamento chamado Testosterona. Esta hormona, contudo não ajuda os homens que possuam níveis normais desta hormona no sangue. Mito:
As hormonas femininas (terapêutica com estrogénios) tomadas pela mulher após a menopausa, ou se existir uma quantidade insuficiente destas hormonas, irá aumentar a actividade sexual.
Realidade:
Não existem estudos que demonstrem que os estrogénios aumentam a actividade sexual nas mulheres. Mas estas hormonas (como tambem os cremes) podem lubrificar a vagina e tornar a penetração do pénis mais fácil. Assim a mulher pode ter uma relação sexual mais confortável. Mito:
A frequência cardíaca é mais baixa quando alguém se masturba comparada com a verificada durante o acto sexual.
Realidade:
A frequência cardíaca é menor durante a masturbação, mas não muito menor. Mito:
O declínio na actividade sexual e função após um ataque cardíaco é devido ao coração não responder às exigências físicas do sexo.
Realidade:
Exceptuando alguns casos, o grande impacto de um ataque cardíaco na actividade sexual e na função sexual é psicológico, não físico. As exigências físicas do sexo são moderadas. Elas são semelhantes a subir a pé dois lanços de escadas a um passo acelerado. Mito:
Se ocorrer angina durante o sexo, deverá abster-se para sempre.
Realidade:
As dores no peito durante o sexo é raro serem graves o bastante para que alguém com doença cardíaca tenha que interromper a actividade sexual. O médico pode sugerir que se coloque debaixo da língua, nitroglicerina (ou comprimido equivalente) 15 a 20 minutos antes da prática do sexo. Isto irá facilitar o trabalho cardíaco e aliviar a dor no peito. O seu médico tambem lhe pode dar um teste de exercício para o ajudar a descobrir algum problema físico. O seu médico pode tambem receitar-lhe medicamentos regularmente para impedir o aparecimento de dores no peito. CONCLUSÕES: Quando você e o seu par se sentirem bem acerca da actividade sexual, as coisas poderão melhorar muito noutras áreas das vossas vidas.
A doença cardíaca pode alterar a sua vida de certa maneira que não goste. Mas pode permitir-lhe uma reflexão no que diz respeito ao que é mais importante.
Tire vantagem disso. A sua relação com a família e amigos poderá vir a ser muito melhor. A responsabilidade editorial e científica desta informação é da