EXPRESSO: País

08-09-2001
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Instituto de Urologia em risco de falência

O INSTITUTO de Urologia, em Lisboa, está à beira da falência. A fragilidade financeira da instituição particular - fundada em 1986 e transformada no ano passado em hospital de múltiplas valências - revela-se nas sucessivas acções sumárias interpostas por fornecedores, que se avolumam desde 1997 na comarca da capital.

No meio da grave crise, só os salários dos cerca de 200 funcionários do Instituto não foram ainda afectados, afastando-se, por enquanto, o fantasma de eventuais despedimentos.

A ligação estratégica do Instituto de Urologia a um grande grupo económico, como a Caixa-Geral de Depósitos (CGD), parece ser a solução mais viável para evitar o encerramento desta unidade de saúde, considerada a mais moderna de Portugal na especialidade.

«A CGD, através dos Hospitais Privados de Portugal (HPP), seria o parceiro ideal para evitar o encerramento do Instituto, mantendo as suas óptimas condições de trabalho e a qualidade da prestação de serviços», defendem os urologistas Joshua Ruah e Hélder Coelho, dois dos sócios-gerentes.

A ajuda da CGD

Assim, «após mais de um ano de negociações com o IPE-Investimentos e Participações Empresariais SA, que se revelaram infrutíferas, e de alguns contactos com o grupo Espírito Santo», a administração do Instituto de Urologia decidiu pela entrada do grupo CGD como sócio maioritário. O acordo levou mais de um ano a ser discutido até à aprovação da proposta apresentada pela HPP (dependente da CGD) na Assembleia-Geral realizada a 23 de Julho.

Mas apesar das vantagens da proposta - que prevê a duplicação do capital social de 500 mil contos -, a entrada da HPP numa posição de domínio no Instituto de Urologia não reuniu o consenso. O entrave ao acordo com a CGD partiu de um grupo de sócios (detentor de 24% do capital do grupo) liderado pelo médico José Manuel Reis Santos. Este urologista discorda que o Instituto de Urologia seja vendido integralmente e interpôs uma providência cautelar para a suspensão do acordo. Entretanto, apesar do negócio estar dependente desta acção judicial, a HPP já fez uma auditoria ao Instituto de Urologia e iniciou os contactos com os fornecedores para acertar as formas de pagamento das dívidas.

Joshua Ruah e Hélder Coelho recusam-se a divulgar o actual défice do Instituto de Urologia. Mas asseguram que o investimento nas novas instalações - no edifício «B» das Torres de Lisboa - foi da ordem de 4.300 mil contos, incluindo mobiliário e equipamento.

Médicos portugueses ouvidos pelo EXPRESSO apontam que na origem da crise estão também os «preços exorbitantes» cobrados pelo Instituto de Urologia, que fazem os potenciais utentes optarem por ir tratar-se no estrangeiro, onde os custos são alegadamente muito inferiores. Ruah e Coelho negam que os serviços no Instituto tenham atingido preços 10% mais caros que os praticados por outras clínicas e hospitais portugueses. Mas admitem que a expansão física do Instituto de Urologia contribuiu para o desequilíbrio financeiro.

Ao fim de um ano e meio nas Torres de Lisboa, o Instituto de Urologia passou a ocupar também o prédio vizinho, alargando os os serviços a outras especialidades. Até há cinco anos, a instituição funcionava na dependência do Hospital de São Luís.

Para Joshua Ruah e Hélder Coelho, só «interesses particulares» podem justificar a oposição de Reis Santos, cuja parte na sociedade é dividida com a mulher, Sandra Reis Santos, e a empresa Uroclínica-Centro Clínico de Urologia, da qual é sócio. Antes da Assembleia-Geral de Abril, Reis Santos terá apresentado uma minuta de proposta de compra do Instituto de Urologia, que acabou por ser recusada. Até ao encerramento desta edição, o EXPRESSO não conseguiu contactar o médico Reis Santos, que se encontrava no estrangeiro.

Instituto de Urologia em risco de falência

O INSTITUTO de Urologia, em Lisboa, está à beira da falência. A fragilidade financeira da instituição particular - fundada em 1986 e transformada no ano passado em hospital de múltiplas valências - revela-se nas sucessivas acções sumárias interpostas por fornecedores, que se avolumam desde 1997 na comarca da capital.

No meio da grave crise, só os salários dos cerca de 200 funcionários do Instituto não foram ainda afectados, afastando-se, por enquanto, o fantasma de eventuais despedimentos.

A ligação estratégica do Instituto de Urologia a um grande grupo económico, como a Caixa-Geral de Depósitos (CGD), parece ser a solução mais viável para evitar o encerramento desta unidade de saúde, considerada a mais moderna de Portugal na especialidade.

«A CGD, através dos Hospitais Privados de Portugal (HPP), seria o parceiro ideal para evitar o encerramento do Instituto, mantendo as suas óptimas condições de trabalho e a qualidade da prestação de serviços», defendem os urologistas Joshua Ruah e Hélder Coelho, dois dos sócios-gerentes.

A ajuda da CGD

Assim, «após mais de um ano de negociações com o IPE-Investimentos e Participações Empresariais SA, que se revelaram infrutíferas, e de alguns contactos com o grupo Espírito Santo», a administração do Instituto de Urologia decidiu pela entrada do grupo CGD como sócio maioritário. O acordo levou mais de um ano a ser discutido até à aprovação da proposta apresentada pela HPP (dependente da CGD) na Assembleia-Geral realizada a 23 de Julho.

Mas apesar das vantagens da proposta - que prevê a duplicação do capital social de 500 mil contos -, a entrada da HPP numa posição de domínio no Instituto de Urologia não reuniu o consenso. O entrave ao acordo com a CGD partiu de um grupo de sócios (detentor de 24% do capital do grupo) liderado pelo médico José Manuel Reis Santos. Este urologista discorda que o Instituto de Urologia seja vendido integralmente e interpôs uma providência cautelar para a suspensão do acordo. Entretanto, apesar do negócio estar dependente desta acção judicial, a HPP já fez uma auditoria ao Instituto de Urologia e iniciou os contactos com os fornecedores para acertar as formas de pagamento das dívidas.

Joshua Ruah e Hélder Coelho recusam-se a divulgar o actual défice do Instituto de Urologia. Mas asseguram que o investimento nas novas instalações - no edifício «B» das Torres de Lisboa - foi da ordem de 4.300 mil contos, incluindo mobiliário e equipamento.

Médicos portugueses ouvidos pelo EXPRESSO apontam que na origem da crise estão também os «preços exorbitantes» cobrados pelo Instituto de Urologia, que fazem os potenciais utentes optarem por ir tratar-se no estrangeiro, onde os custos são alegadamente muito inferiores. Ruah e Coelho negam que os serviços no Instituto tenham atingido preços 10% mais caros que os praticados por outras clínicas e hospitais portugueses. Mas admitem que a expansão física do Instituto de Urologia contribuiu para o desequilíbrio financeiro.

Ao fim de um ano e meio nas Torres de Lisboa, o Instituto de Urologia passou a ocupar também o prédio vizinho, alargando os os serviços a outras especialidades. Até há cinco anos, a instituição funcionava na dependência do Hospital de São Luís.

Para Joshua Ruah e Hélder Coelho, só «interesses particulares» podem justificar a oposição de Reis Santos, cuja parte na sociedade é dividida com a mulher, Sandra Reis Santos, e a empresa Uroclínica-Centro Clínico de Urologia, da qual é sócio. Antes da Assembleia-Geral de Abril, Reis Santos terá apresentado uma minuta de proposta de compra do Instituto de Urologia, que acabou por ser recusada. Até ao encerramento desta edição, o EXPRESSO não conseguiu contactar o médico Reis Santos, que se encontrava no estrangeiro.

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