EXPRESSO: Vidas

14-12-2001
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GENTE

Ausências — De Nuno Cardoso e Luís Filipe Menezes na viagem experimental em Matosinhos do Metro do Porto. Se Narciso Miranda se mostrou irritado com odiscurso de Vieira de Carvalho, presidente da empresa Metro do Porto, pelos auto-elogios e referências a Fernando Gomes, esquecendo os restantes autarcas, Menezes preferiu ficar em Gaia a despachar assuntos da sua Câmara, numa ausência vista como um sinal de distanciamento em relação ao autarca da Maia. Cardoso, um dos administradores da empresa, preferiu ir até ao Brasil para tratar deassuntos luso-brasileiros com o presidente da Câmara do Recife do que participar no «test drive» do Metro.

Prenda — Especial reservada para o ministro do Ambiente, José Sócrates, quando visitar a Lipor, a empresa de lixos do Grande Porto. Oseu administrador, Fernando Leite, pediu a duas crianças autistas, oFernando e o José António, doCentro Leonardo Coimbra, que reproduzissem num desenho as suas impressões de uma viagem a Lisboa. O resultado foi o quadro «naïf» que aguarda uma visita de Sócrates para lhe ser oferecido. Aliás, neste Natal os postais de Boas Festas da Lipor foram desenhados pelas crianças desse centro de apoio a deficientes. São 500 postais com ilustrações diferentes, que serão utilizados pela empresa para enviar as tradicionais boas-festas.

Ignorado — Foi como se sentiu Pedro Santana Lopes, ao visitar uma escola primária numa acção de campanha em Lisboa. As crianças rejubilaram... mas foi ao ver a câmara e o microfone da TVI, desatando a gritar: «TVI, filma aqui», como se ouve amiúde nesse sucesso televisivo entre a gente miúda que é o «Batatoon». «Temos aqui um problema», disse alguém. «Não», respondeu Santana Lopes: «Problema seria se oBatatinha fosse candidato».

Embaraço — No mínimo, foi o que sentiu o ministro do Trabalho e da Solidariedade, Paulo Pedroso, ao ser efusivamente cumprimentado por Miguel Portas, num encontro fortuito num restaurante de Lisboa. «Olha o último homem de esquerda do PS», gritou o candidato do Bloco de Esquerda, logo rectificando: «Do PS não, do Governo. Que no PS ainda há alguns... o meu pai».

Sem pressa de chegar Coordenação de Pedro Andrade

ANA BAIÃO A cada um dos debates na SIC, Pedro Santana Lopes fez questão de ser o último a chegar... O candidato do PSD à Câmara de Lisboa nunca apareceu em Carnaxide antes das 20h30 - quando o alinhamento dos telejornais marcava as 20h45 como hora de entrada no ar dos debates - e, pelo que pôde testemunhar GENTE por duas vezes, entre a maquilhagem e a colocação dos microfones não dispensou uma última ida à casa de banho. A cada um dos debates na SIC, Pedro Santana Lopes fez questão de ser o último a chegar... O candidato do PSD à Câmara de Lisboa nunca apareceu em Carnaxide antes das 20h30 - quando o alinhamento dos telejornais marcava as 20h45 como hora de entrada no ar dos debates - e, pelo que pôde testemunhar GENTE por duas vezes, entre a maquilhagem e a colocação dos microfones não dispensou uma última ida à casa de banho. Um ritual com o indiscutível mérito de acalmar os nervos ao próprio enquanto aumentava os dos restantes participantes em estúdio... bem visível no caso de Paulo Portas, já mais do que sentado à mesa do debate - e, eventualmente, a pensar no que iria discutir com uma cadeira vazia, quando, finalmente, chegou o seu adversário! Atributo que, aliás, não se pode negar a Santana Lopes é o de saber como fazer recair as atenções sobre si. No domingo, após terminado o debate com João Soares, a sua candidatura não deixou que o espectáculo se ficasse por ali: não só o «hall» da estação de Carnaxide estava repleto de amigas e apoiantes do candidato que efusivamente festejaram a sua prestação televisiva (alguém mais distraído pensaria que já se vivia a noite das eleições) como na estrada da Outurela o esperava uma autêntica multidão. Santana comoveu-se com a «surpresa» e saudou a recepção com uma salva de palmas! «And the oscar for the best performing actor goes to...»

Amor de mãe JOÃO CARLOS SANTOS O tom bem-educado com que decorreu o debate na SIC entre João Soares e Miguel Portas, na quinta-feira da semana passada, surpreendeu quem conhece bem os dois candidatos ao ponto de saber que não morrem propriamente de amores um pelo outro. Mas isso foi só enquanto as câmaras se mantiveram ligadas, pois mal as luzes se apagaram nos estúdios de Carnaxide, o pano caiu e o verniz estalou, assistindo-se a uma troca do mais genuíno vernáculo entre os dois. O ponto alto ocorreu quando, já depois de ter mandado o seu adversário àquele sítio por ter chamado o delicado dossiê dos Estádio do Benfica ao debate, João Soares se despediu dizendo-lhe: «A tua família é f...» Se é ou não, GENTE não sabe. Mas pode afiançar que, contrariamente às primeiras aparências, é muito unida: já nos camarins, enquanto se desmaquilhava, Miguel Portas recebeu uma chamada da mãe, Helena Sacadura Cabral, a dar-lhe os parabéns pelo seu desempenho e a aproveitar a ocasião para o aconselhar a tratar bem o irmão (Paulo Portas) no debate daí a dois dias. O tom bem-educado com que decorreu o debate na SIC entre João Soares e Miguel Portas, na quinta-feira da semana passada, surpreendeu quem conhece bem os dois candidatos ao ponto de saber que não morrem propriamente de amores um pelo outro. Mas isso foi só enquanto as câmaras se mantiveram ligadas, pois mal as luzes se apagaram nos estúdios de Carnaxide, o pano caiu e o verniz estalou, assistindo-se a uma troca do mais genuíno vernáculo entre os dois. O ponto alto ocorreu quando, já depois de ter mandado o seu adversário àquele sítio por ter chamado o delicado dossiê dos Estádio do Benfica ao debate, João Soares se despediu dizendo-lhe:Se é ou não, GENTE não sabe. Mas pode afiançar que, contrariamente às primeiras aparências, é muito unida: já nos camarins, enquanto se desmaquilhava, Miguel Portas recebeu uma chamada da mãe, Helena Sacadura Cabral, a dar-lhe os parabéns pelo seu desempenho e a aproveitar a ocasião para o aconselhar a tratar bem o irmão (Paulo Portas) no debate daí a dois dias.

Bispo despedido Na semana passada, D. Manuel Martins, o ex-bispo de Setúbal que reside no Porto, recebeu um estranho telefonema de despedimento, ele que nem sequer se encontra no activo. Do outro lado da linha, o seu interlocutor desdobrava-se em explicações, falava de redução de custos devido à entrada dos espanhóis e da necessidade de prescindir da sua colaboração. D. Manuel Martins ainda alegava que não recebia dinheiro nem tinha qualquer contrato e cada vez percebia menos a mensagem. Mas só depois de terminar a conversa, o seu interlocutor, um administrador do jornal «Comércio do Porto», adquirido pela Prensa Iberica, e para o qual D. Manuel Martins escreve uma vez por semana, se apercebeu do erro. Ele pretendia dispensar um dos delegados do jornal na província de nome Bispo e, afinal, tinham-lhe fornecido o contacto do ex-bispo de Setúbal, que colabora graciosamente com o diário.

Eu Fico... com ela Fizeram furor durante o Verão e quase chegavam ao Natal, não fossem as eleições autárquicas realizar-se nove dias antes. Falamos das animadas conversas entre Paulo Portas e Cinha Jardim, que mais uma vez se deixaram apanhar pelas câmaras fotográficas, desta vez na abertura oficial da campanha do candidato do CDS/PP à Câmara de Lisboa. Diz quem lá esteve que a antiga namorada de Pedro Santana Lopes - «et pour cause» - foi a grande sensação do jantar-comício, motivando mais uma das muitas variações sobre o tema do «slogan» com que Paulo Portas marcou esta campanha: Eu Fico... com ela. Fizeram furor durante o Verão e quase chegavam ao Natal, não fossem as eleições autárquicas realizar-se nove dias antes. Falamos das animadas conversas entre Paulo Portas e Cinha Jardim, que mais uma vez se deixaram apanhar pelas câmaras fotográficas, desta vez na abertura oficial da campanha do candidato do CDS/PP à Câmara de Lisboa. Diz quem lá esteve que a antiga namorada de Pedro Santana Lopes - «et pour cause» - foi a grande sensação do jantar-comício, motivando mais uma das muitas variações sobre o tema do «slogan» com que Paulo Portas marcou esta campanha: Eu Fico... com ela.

As «cartas» de Monteiro... Henrique Monteiro, Irene Fialho, Zita Seabra e Marcelo Rebelo de Sousa Henrique Monteiro não é apenas subdirector do EXPRESSO; é também comendador, o Marques de Correia, que, semanalmente, há mais de 10 anos, fornece a estação postal da rubrica de humor deste semanário. Ele é o autor das 150 cartas que a Bertrand coligiu e publicou em livro, com o título «Cartas Abertas», lançado na quinta-feira da semana passada, no Grémio Literário. À cerimónia do lançamento assistiram numerosas personalidades da vida académica, literária, cultural, jornalística e política do país, incluindo algumas a quem o comendador Marques de Correia já enviou correspondência. Exemplo: o próprio apresentador da obra, Marcelo Rebelo de Sousa. O antigo director do EXPRESSO começou, de resto, por se referir à circunstância de ter sido vários vezes visado nas cartas de Henrique Monteiro (aliás, do comendador Marques de Correia) sem que tal facto fosse impeditivo de aceitar o convite para apresentar o livro prefaciado por Irene Fialho - também ela responsável pela selecção das cartas publicadas na Revista entre 1990 e 2000. Esteve presente meio EXPRESSO, com destaque para José António Saraiva e demais membros da direcção, os administradores Mónica Balsemão e Pedro Norton, e diversos colaboradores do jornal, para além de personalidades como Maria Barroso, Zita Seabra, Edite Estrela, Assunção Esteves e muitos amigos e companheiros do comendador Marques de Correia, aliás, de Henrique Monteiro... Henrique Monteiro não é apenas subdirector do EXPRESSO; é também comendador, o Marques de Correia, que, semanalmente, há mais de 10 anos, fornece a estação postal da rubrica de humor deste semanário. Ele é o autor das 150 cartas que a Bertrand coligiu e publicou em livro, com o título «Cartas Abertas», lançado na quinta-feira da semana passada, no Grémio Literário. À cerimónia do lançamento assistiram numerosas personalidades da vida académica, literária, cultural, jornalística e política do país, incluindo algumas a quem o comendador Marques de Correia já enviou correspondência. Exemplo: o próprio apresentador da obra, Marcelo Rebelo de Sousa. O antigo director do EXPRESSO começou, de resto, por se referir à circunstância de ter sido vários vezes visado nas cartas de Henrique Monteiro (aliás, do comendador Marques de Correia) sem que tal facto fosse impeditivo de aceitar o convite para apresentar o livro prefaciado por Irene Fialho - também ela responsável pela selecção das cartas publicadas na Revista entre 1990 e 2000. Esteve presente meio EXPRESSO, com destaque para José António Saraiva e demais membros da direcção, os administradores Mónica Balsemão e Pedro Norton, e diversos colaboradores do jornal, para além de personalidades como Maria Barroso, Zita Seabra, Edite Estrela, Assunção Esteves e muitos amigos e companheiros do comendador Marques de Correia, aliás, de Henrique Monteiro... O autor com Maria Barroso, que foi a sua directora no Colégio Moderno FOTOGRAFIAS DE JORGE SIMÃ0 Mónica Balsemão e Pedro Norton

Tino clonado Afinal, Portugal tem dois Tinos, o de Rãs e adivinhem...? GENTE lança uma pista: é engenheiro, tem 54 anos e é um dinossauro na política autárquica. A descoberta, anunciada formalmente por Torres Couto numa acalorada discussão sobre os vícios na política, foi tornada pública num bar nocturno de Braga, ao lado de Tino, o de Rãs. Este Tino fazia questão de dizer que não precisava de estudos para nada e que não se recandidatava à sua Junta de Freguesia quando o ex-dirigente sindical e actual eurodeputado, casado na cidade dos arcebispos, disparou: «Nós também temos um Tino em Braga, só que é engenheiro!» O presidente da Câmara, Mesquita Machado, soube da frase e GENTE garante que não gostou. Entretanto, numa sociedade multi-racial e aberta como a nossa não é de espantar que até os nórdicos dêem o seu contributo à imagem do país. Em Braga, uma família robusta, mas de cor branca e em alguns casos de cabelo louro também se diz feliz. Só que certamente não é de Braga. GENTE não sabe se eles já visitaram a mui nobre Bracara Augusta. Mas em tempo de campanha a sua presença no cartaz de promoção da candidatura de Mesquita Machado (na foto) deixa antever que o velho «slogan» «É Bom Viver em Braga» tem agora uma versão que merece ser divulgada na Suécia. Afinal, Portugal tem dois Tinos, o de Rãs e adivinhem...? GENTE lança uma pista: é engenheiro, tem 54 anos e é um dinossauro na política autárquica. A descoberta, anunciada formalmente por Torres Couto numa acalorada discussão sobre os vícios na política, foi tornada pública num bar nocturno de Braga, ao lado de Tino, o de Rãs. Este Tino fazia questão de dizer que não precisava de estudos para nada e que não se recandidatava à sua Junta de Freguesia quando o ex-dirigente sindical e actual eurodeputado, casado na cidade dos arcebispos, disparou:O presidente da Câmara, Mesquita Machado, soube da frase e GENTE garante que não gostou. Entretanto, numa sociedade multi-racial e aberta como a nossa não é de espantar que até os nórdicos dêem o seu contributo à imagem do país. Em Braga, uma família robusta, mas de cor branca e em alguns casos de cabelo louro também se diz feliz. Só que certamente não é de Braga. GENTE não sabe se eles já visitaram a mui nobre Bracara Augusta. Mas em tempo de campanha a sua presença no cartaz de promoção da candidatura de Mesquita Machadodeixa antever que o velho «slogan» «É Bom Viver em Braga» tem agora uma versão que merece ser divulgada na Suécia.

Duarte Silva expõe Rui Duarte Silva, fotojornalista da Redacção do EXPRESSO no Porto (ao centro na foto de baixo) inaugurou no passado sábado a exposição «A Olhar o Mar» - uma visão impressionista sobre a zona da Afurada, em Vila Nova de Gaia. A cerimónia de abertura da exposição, que se encontra patente na Junta de Freguesia da Afurada, demonstrou bem o impacto que as imagens do jovem repórter fotográfico do EXPRESSO têm na população local (foto de cima): os primeiros visitantes não escondiam o prazer de se reverem nas fotografias e perceberem um outro olhar sobre o seu bairro.

... e as crónicas de Clara O Presidente da República, Jorge Sampaio, e Clara Ferreira Alves A cerimónia decorreu sexta-feira passada no ambiente elegantemente despojado do Lux e quem assistiu recorda as palavras de apresentação de João Lobo Antunes, porque a autora do livro não afirmou quase nada aos presentes. O que tinha para dizer estava escrito em forma de crónica e agora publicado em forma de livro. Clara Ferreira Alves, jornalista do EXPRESSO, reuniu mais de uma centena de crónicas publicadas neste jornal sob o título genérico de «A Pluma Caprichosa» e o resultado ficou à vista num belo livro de perto de 500 páginas. Tudo decorria como previsto durante a assinatura de autógrafos quando o Presidente da República, Jorge Sampaio, passou à frente da fila de admiradores e pediu uma dedicatória, gesto seguido por membros da sua «entourage», nomeadamente José Manuel dos Santos. Foi tal a atrapalhação que até pode ter ocorrido troca involuntária de dedicatórias. Entre amigos e convidados presentes contavam-se Nelson de Matos, o editor da D. Quixote, Fernando Madrinha, representando a direcção do EXPRESSO, o pintor Jorge Martins, que inspirou a capa do livro, e os homens da casa Manuel Reis e Fernando Fernandes. Nuno Artur Silva, director criativo das Produções Fictícias (a empresa que anima o «Contra Informação» e o «Herman José»), conversava com Maria Rueff talvez sobre planos de futuras colaborações. A cerimónia decorreu sexta-feira passada no ambiente elegantemente despojado do Lux e quem assistiu recorda as palavras de apresentação de João Lobo Antunes, porque a autora do livro não afirmou quase nada aos presentes. O que tinha para dizer estava escrito em forma de crónica e agora publicado em forma de livro. Clara Ferreira Alves, jornalista do EXPRESSO, reuniu mais de uma centena de crónicas publicadas neste jornal sob o título genérico de «A Pluma Caprichosa» e o resultado ficou à vista num belo livro de perto de 500 páginas. Tudo decorria como previsto durante a assinatura de autógrafos quando o Presidente da República, Jorge Sampaio, passou à frente da fila de admiradores e pediu uma dedicatória, gesto seguido por membros da sua «entourage», nomeadamente José Manuel dos Santos. Foi tal a atrapalhação que até pode ter ocorrido troca involuntária de dedicatórias. Entre amigos e convidados presentes contavam-se Nelson de Matos, o editor da D. Quixote, Fernando Madrinha, representando a direcção do EXPRESSO, o pintor Jorge Martins, que inspirou a capa do livro, e os homens da casa Manuel Reis e Fernando Fernandes. Nuno Artur Silva, director criativo das Produções Fictícias (a empresa que anima o «Contra Informação» e o «Herman José»), conversava com Maria Rueff talvez sobre planos de futuras colaborações. Nelson de Matos, a autora e João Lobo Antunes Maria Rueff e Nuno Artur Silva

GENTE

Ausências — De Nuno Cardoso e Luís Filipe Menezes na viagem experimental em Matosinhos do Metro do Porto. Se Narciso Miranda se mostrou irritado com odiscurso de Vieira de Carvalho, presidente da empresa Metro do Porto, pelos auto-elogios e referências a Fernando Gomes, esquecendo os restantes autarcas, Menezes preferiu ficar em Gaia a despachar assuntos da sua Câmara, numa ausência vista como um sinal de distanciamento em relação ao autarca da Maia. Cardoso, um dos administradores da empresa, preferiu ir até ao Brasil para tratar deassuntos luso-brasileiros com o presidente da Câmara do Recife do que participar no «test drive» do Metro.

Prenda — Especial reservada para o ministro do Ambiente, José Sócrates, quando visitar a Lipor, a empresa de lixos do Grande Porto. Oseu administrador, Fernando Leite, pediu a duas crianças autistas, oFernando e o José António, doCentro Leonardo Coimbra, que reproduzissem num desenho as suas impressões de uma viagem a Lisboa. O resultado foi o quadro «naïf» que aguarda uma visita de Sócrates para lhe ser oferecido. Aliás, neste Natal os postais de Boas Festas da Lipor foram desenhados pelas crianças desse centro de apoio a deficientes. São 500 postais com ilustrações diferentes, que serão utilizados pela empresa para enviar as tradicionais boas-festas.

Ignorado — Foi como se sentiu Pedro Santana Lopes, ao visitar uma escola primária numa acção de campanha em Lisboa. As crianças rejubilaram... mas foi ao ver a câmara e o microfone da TVI, desatando a gritar: «TVI, filma aqui», como se ouve amiúde nesse sucesso televisivo entre a gente miúda que é o «Batatoon». «Temos aqui um problema», disse alguém. «Não», respondeu Santana Lopes: «Problema seria se oBatatinha fosse candidato».

Embaraço — No mínimo, foi o que sentiu o ministro do Trabalho e da Solidariedade, Paulo Pedroso, ao ser efusivamente cumprimentado por Miguel Portas, num encontro fortuito num restaurante de Lisboa. «Olha o último homem de esquerda do PS», gritou o candidato do Bloco de Esquerda, logo rectificando: «Do PS não, do Governo. Que no PS ainda há alguns... o meu pai».

Sem pressa de chegar Coordenação de Pedro Andrade

ANA BAIÃO A cada um dos debates na SIC, Pedro Santana Lopes fez questão de ser o último a chegar... O candidato do PSD à Câmara de Lisboa nunca apareceu em Carnaxide antes das 20h30 - quando o alinhamento dos telejornais marcava as 20h45 como hora de entrada no ar dos debates - e, pelo que pôde testemunhar GENTE por duas vezes, entre a maquilhagem e a colocação dos microfones não dispensou uma última ida à casa de banho. A cada um dos debates na SIC, Pedro Santana Lopes fez questão de ser o último a chegar... O candidato do PSD à Câmara de Lisboa nunca apareceu em Carnaxide antes das 20h30 - quando o alinhamento dos telejornais marcava as 20h45 como hora de entrada no ar dos debates - e, pelo que pôde testemunhar GENTE por duas vezes, entre a maquilhagem e a colocação dos microfones não dispensou uma última ida à casa de banho. Um ritual com o indiscutível mérito de acalmar os nervos ao próprio enquanto aumentava os dos restantes participantes em estúdio... bem visível no caso de Paulo Portas, já mais do que sentado à mesa do debate - e, eventualmente, a pensar no que iria discutir com uma cadeira vazia, quando, finalmente, chegou o seu adversário! Atributo que, aliás, não se pode negar a Santana Lopes é o de saber como fazer recair as atenções sobre si. No domingo, após terminado o debate com João Soares, a sua candidatura não deixou que o espectáculo se ficasse por ali: não só o «hall» da estação de Carnaxide estava repleto de amigas e apoiantes do candidato que efusivamente festejaram a sua prestação televisiva (alguém mais distraído pensaria que já se vivia a noite das eleições) como na estrada da Outurela o esperava uma autêntica multidão. Santana comoveu-se com a «surpresa» e saudou a recepção com uma salva de palmas! «And the oscar for the best performing actor goes to...»

Amor de mãe JOÃO CARLOS SANTOS O tom bem-educado com que decorreu o debate na SIC entre João Soares e Miguel Portas, na quinta-feira da semana passada, surpreendeu quem conhece bem os dois candidatos ao ponto de saber que não morrem propriamente de amores um pelo outro. Mas isso foi só enquanto as câmaras se mantiveram ligadas, pois mal as luzes se apagaram nos estúdios de Carnaxide, o pano caiu e o verniz estalou, assistindo-se a uma troca do mais genuíno vernáculo entre os dois. O ponto alto ocorreu quando, já depois de ter mandado o seu adversário àquele sítio por ter chamado o delicado dossiê dos Estádio do Benfica ao debate, João Soares se despediu dizendo-lhe: «A tua família é f...» Se é ou não, GENTE não sabe. Mas pode afiançar que, contrariamente às primeiras aparências, é muito unida: já nos camarins, enquanto se desmaquilhava, Miguel Portas recebeu uma chamada da mãe, Helena Sacadura Cabral, a dar-lhe os parabéns pelo seu desempenho e a aproveitar a ocasião para o aconselhar a tratar bem o irmão (Paulo Portas) no debate daí a dois dias. O tom bem-educado com que decorreu o debate na SIC entre João Soares e Miguel Portas, na quinta-feira da semana passada, surpreendeu quem conhece bem os dois candidatos ao ponto de saber que não morrem propriamente de amores um pelo outro. Mas isso foi só enquanto as câmaras se mantiveram ligadas, pois mal as luzes se apagaram nos estúdios de Carnaxide, o pano caiu e o verniz estalou, assistindo-se a uma troca do mais genuíno vernáculo entre os dois. O ponto alto ocorreu quando, já depois de ter mandado o seu adversário àquele sítio por ter chamado o delicado dossiê dos Estádio do Benfica ao debate, João Soares se despediu dizendo-lhe:Se é ou não, GENTE não sabe. Mas pode afiançar que, contrariamente às primeiras aparências, é muito unida: já nos camarins, enquanto se desmaquilhava, Miguel Portas recebeu uma chamada da mãe, Helena Sacadura Cabral, a dar-lhe os parabéns pelo seu desempenho e a aproveitar a ocasião para o aconselhar a tratar bem o irmão (Paulo Portas) no debate daí a dois dias.

Bispo despedido Na semana passada, D. Manuel Martins, o ex-bispo de Setúbal que reside no Porto, recebeu um estranho telefonema de despedimento, ele que nem sequer se encontra no activo. Do outro lado da linha, o seu interlocutor desdobrava-se em explicações, falava de redução de custos devido à entrada dos espanhóis e da necessidade de prescindir da sua colaboração. D. Manuel Martins ainda alegava que não recebia dinheiro nem tinha qualquer contrato e cada vez percebia menos a mensagem. Mas só depois de terminar a conversa, o seu interlocutor, um administrador do jornal «Comércio do Porto», adquirido pela Prensa Iberica, e para o qual D. Manuel Martins escreve uma vez por semana, se apercebeu do erro. Ele pretendia dispensar um dos delegados do jornal na província de nome Bispo e, afinal, tinham-lhe fornecido o contacto do ex-bispo de Setúbal, que colabora graciosamente com o diário.

Eu Fico... com ela Fizeram furor durante o Verão e quase chegavam ao Natal, não fossem as eleições autárquicas realizar-se nove dias antes. Falamos das animadas conversas entre Paulo Portas e Cinha Jardim, que mais uma vez se deixaram apanhar pelas câmaras fotográficas, desta vez na abertura oficial da campanha do candidato do CDS/PP à Câmara de Lisboa. Diz quem lá esteve que a antiga namorada de Pedro Santana Lopes - «et pour cause» - foi a grande sensação do jantar-comício, motivando mais uma das muitas variações sobre o tema do «slogan» com que Paulo Portas marcou esta campanha: Eu Fico... com ela. Fizeram furor durante o Verão e quase chegavam ao Natal, não fossem as eleições autárquicas realizar-se nove dias antes. Falamos das animadas conversas entre Paulo Portas e Cinha Jardim, que mais uma vez se deixaram apanhar pelas câmaras fotográficas, desta vez na abertura oficial da campanha do candidato do CDS/PP à Câmara de Lisboa. Diz quem lá esteve que a antiga namorada de Pedro Santana Lopes - «et pour cause» - foi a grande sensação do jantar-comício, motivando mais uma das muitas variações sobre o tema do «slogan» com que Paulo Portas marcou esta campanha: Eu Fico... com ela.

As «cartas» de Monteiro... Henrique Monteiro, Irene Fialho, Zita Seabra e Marcelo Rebelo de Sousa Henrique Monteiro não é apenas subdirector do EXPRESSO; é também comendador, o Marques de Correia, que, semanalmente, há mais de 10 anos, fornece a estação postal da rubrica de humor deste semanário. Ele é o autor das 150 cartas que a Bertrand coligiu e publicou em livro, com o título «Cartas Abertas», lançado na quinta-feira da semana passada, no Grémio Literário. À cerimónia do lançamento assistiram numerosas personalidades da vida académica, literária, cultural, jornalística e política do país, incluindo algumas a quem o comendador Marques de Correia já enviou correspondência. Exemplo: o próprio apresentador da obra, Marcelo Rebelo de Sousa. O antigo director do EXPRESSO começou, de resto, por se referir à circunstância de ter sido vários vezes visado nas cartas de Henrique Monteiro (aliás, do comendador Marques de Correia) sem que tal facto fosse impeditivo de aceitar o convite para apresentar o livro prefaciado por Irene Fialho - também ela responsável pela selecção das cartas publicadas na Revista entre 1990 e 2000. Esteve presente meio EXPRESSO, com destaque para José António Saraiva e demais membros da direcção, os administradores Mónica Balsemão e Pedro Norton, e diversos colaboradores do jornal, para além de personalidades como Maria Barroso, Zita Seabra, Edite Estrela, Assunção Esteves e muitos amigos e companheiros do comendador Marques de Correia, aliás, de Henrique Monteiro... Henrique Monteiro não é apenas subdirector do EXPRESSO; é também comendador, o Marques de Correia, que, semanalmente, há mais de 10 anos, fornece a estação postal da rubrica de humor deste semanário. Ele é o autor das 150 cartas que a Bertrand coligiu e publicou em livro, com o título «Cartas Abertas», lançado na quinta-feira da semana passada, no Grémio Literário. À cerimónia do lançamento assistiram numerosas personalidades da vida académica, literária, cultural, jornalística e política do país, incluindo algumas a quem o comendador Marques de Correia já enviou correspondência. Exemplo: o próprio apresentador da obra, Marcelo Rebelo de Sousa. O antigo director do EXPRESSO começou, de resto, por se referir à circunstância de ter sido vários vezes visado nas cartas de Henrique Monteiro (aliás, do comendador Marques de Correia) sem que tal facto fosse impeditivo de aceitar o convite para apresentar o livro prefaciado por Irene Fialho - também ela responsável pela selecção das cartas publicadas na Revista entre 1990 e 2000. Esteve presente meio EXPRESSO, com destaque para José António Saraiva e demais membros da direcção, os administradores Mónica Balsemão e Pedro Norton, e diversos colaboradores do jornal, para além de personalidades como Maria Barroso, Zita Seabra, Edite Estrela, Assunção Esteves e muitos amigos e companheiros do comendador Marques de Correia, aliás, de Henrique Monteiro... O autor com Maria Barroso, que foi a sua directora no Colégio Moderno FOTOGRAFIAS DE JORGE SIMÃ0 Mónica Balsemão e Pedro Norton

Tino clonado Afinal, Portugal tem dois Tinos, o de Rãs e adivinhem...? GENTE lança uma pista: é engenheiro, tem 54 anos e é um dinossauro na política autárquica. A descoberta, anunciada formalmente por Torres Couto numa acalorada discussão sobre os vícios na política, foi tornada pública num bar nocturno de Braga, ao lado de Tino, o de Rãs. Este Tino fazia questão de dizer que não precisava de estudos para nada e que não se recandidatava à sua Junta de Freguesia quando o ex-dirigente sindical e actual eurodeputado, casado na cidade dos arcebispos, disparou: «Nós também temos um Tino em Braga, só que é engenheiro!» O presidente da Câmara, Mesquita Machado, soube da frase e GENTE garante que não gostou. Entretanto, numa sociedade multi-racial e aberta como a nossa não é de espantar que até os nórdicos dêem o seu contributo à imagem do país. Em Braga, uma família robusta, mas de cor branca e em alguns casos de cabelo louro também se diz feliz. Só que certamente não é de Braga. GENTE não sabe se eles já visitaram a mui nobre Bracara Augusta. Mas em tempo de campanha a sua presença no cartaz de promoção da candidatura de Mesquita Machado (na foto) deixa antever que o velho «slogan» «É Bom Viver em Braga» tem agora uma versão que merece ser divulgada na Suécia. Afinal, Portugal tem dois Tinos, o de Rãs e adivinhem...? GENTE lança uma pista: é engenheiro, tem 54 anos e é um dinossauro na política autárquica. A descoberta, anunciada formalmente por Torres Couto numa acalorada discussão sobre os vícios na política, foi tornada pública num bar nocturno de Braga, ao lado de Tino, o de Rãs. Este Tino fazia questão de dizer que não precisava de estudos para nada e que não se recandidatava à sua Junta de Freguesia quando o ex-dirigente sindical e actual eurodeputado, casado na cidade dos arcebispos, disparou:O presidente da Câmara, Mesquita Machado, soube da frase e GENTE garante que não gostou. Entretanto, numa sociedade multi-racial e aberta como a nossa não é de espantar que até os nórdicos dêem o seu contributo à imagem do país. Em Braga, uma família robusta, mas de cor branca e em alguns casos de cabelo louro também se diz feliz. Só que certamente não é de Braga. GENTE não sabe se eles já visitaram a mui nobre Bracara Augusta. Mas em tempo de campanha a sua presença no cartaz de promoção da candidatura de Mesquita Machadodeixa antever que o velho «slogan» «É Bom Viver em Braga» tem agora uma versão que merece ser divulgada na Suécia.

Duarte Silva expõe Rui Duarte Silva, fotojornalista da Redacção do EXPRESSO no Porto (ao centro na foto de baixo) inaugurou no passado sábado a exposição «A Olhar o Mar» - uma visão impressionista sobre a zona da Afurada, em Vila Nova de Gaia. A cerimónia de abertura da exposição, que se encontra patente na Junta de Freguesia da Afurada, demonstrou bem o impacto que as imagens do jovem repórter fotográfico do EXPRESSO têm na população local (foto de cima): os primeiros visitantes não escondiam o prazer de se reverem nas fotografias e perceberem um outro olhar sobre o seu bairro.

... e as crónicas de Clara O Presidente da República, Jorge Sampaio, e Clara Ferreira Alves A cerimónia decorreu sexta-feira passada no ambiente elegantemente despojado do Lux e quem assistiu recorda as palavras de apresentação de João Lobo Antunes, porque a autora do livro não afirmou quase nada aos presentes. O que tinha para dizer estava escrito em forma de crónica e agora publicado em forma de livro. Clara Ferreira Alves, jornalista do EXPRESSO, reuniu mais de uma centena de crónicas publicadas neste jornal sob o título genérico de «A Pluma Caprichosa» e o resultado ficou à vista num belo livro de perto de 500 páginas. Tudo decorria como previsto durante a assinatura de autógrafos quando o Presidente da República, Jorge Sampaio, passou à frente da fila de admiradores e pediu uma dedicatória, gesto seguido por membros da sua «entourage», nomeadamente José Manuel dos Santos. Foi tal a atrapalhação que até pode ter ocorrido troca involuntária de dedicatórias. Entre amigos e convidados presentes contavam-se Nelson de Matos, o editor da D. Quixote, Fernando Madrinha, representando a direcção do EXPRESSO, o pintor Jorge Martins, que inspirou a capa do livro, e os homens da casa Manuel Reis e Fernando Fernandes. Nuno Artur Silva, director criativo das Produções Fictícias (a empresa que anima o «Contra Informação» e o «Herman José»), conversava com Maria Rueff talvez sobre planos de futuras colaborações. A cerimónia decorreu sexta-feira passada no ambiente elegantemente despojado do Lux e quem assistiu recorda as palavras de apresentação de João Lobo Antunes, porque a autora do livro não afirmou quase nada aos presentes. O que tinha para dizer estava escrito em forma de crónica e agora publicado em forma de livro. Clara Ferreira Alves, jornalista do EXPRESSO, reuniu mais de uma centena de crónicas publicadas neste jornal sob o título genérico de «A Pluma Caprichosa» e o resultado ficou à vista num belo livro de perto de 500 páginas. Tudo decorria como previsto durante a assinatura de autógrafos quando o Presidente da República, Jorge Sampaio, passou à frente da fila de admiradores e pediu uma dedicatória, gesto seguido por membros da sua «entourage», nomeadamente José Manuel dos Santos. Foi tal a atrapalhação que até pode ter ocorrido troca involuntária de dedicatórias. Entre amigos e convidados presentes contavam-se Nelson de Matos, o editor da D. Quixote, Fernando Madrinha, representando a direcção do EXPRESSO, o pintor Jorge Martins, que inspirou a capa do livro, e os homens da casa Manuel Reis e Fernando Fernandes. Nuno Artur Silva, director criativo das Produções Fictícias (a empresa que anima o «Contra Informação» e o «Herman José»), conversava com Maria Rueff talvez sobre planos de futuras colaborações. Nelson de Matos, a autora e João Lobo Antunes Maria Rueff e Nuno Artur Silva

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