EXPRESSO: Economia

24-03-2002
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25/8/2001

CONTAS À VISTA Jerónimo Martins com futuro em aberto O «PESADELO» da Jerónimo Martins parece não ter terminado. Depois da forte quebra dos resultados, ainda não se percebe com total clareza como é que o grupo vai sair da fase negativa em que entrou há dois anos. Sobretudo porque parece adensar-se o peso de uma batalha jurídica que poderá adiar a aplicação da urgente reestruturação. É inegável o peso da Sociedade Francisco Manuel dos Santos - cujo maior accionista é Alexandre Soares dos Santos -, com 57,94% do capital da Jerónimo Martins. O «PESADELO» da Jerónimo Martins parece não ter terminado. Depois da forte quebra dos resultados, ainda não se percebe com total clareza como é que o grupo vai sair da fase negativa em que entrou há dois anos. Sobretudo porque parece adensar-se o peso de uma batalha jurídica que poderá adiar a aplicação da urgente reestruturação. É inegável o peso da Sociedade Francisco Manuel dos Santos - cujo maior accionista é Alexandre Soares dos Santos -, com 57,94% do capital da Jerónimo Martins. Mas um accionista poderá aquecer o ambiente - o Banco Privado Português, de João Rendeiro, detentor de uma participação directa de pelo menos 2%. O banqueiro aposta tradicionalmente em empresas que atravessam dificuldades visando maximizar mais-valias. Assim, o futuro promete ser animado com João Rendeiro na Jerónimo Martins, que deverá ter cerca de 35% do capital disperso. Os sinais mais evidentes da crise do grupo surgem com a divulgação dos resultados do último exercício. Depois de lucros de 9,6 milhões de contos em 1999, a Jerónimo Martins registou um prejuízo de 12,8 milhões de contos em 2000. O primeiro trimestre deste ano confirmou o mau comportamento, com prejuízos de 3,85 milhões de contos. Os resultados semestrais só serão apresentados em Setembro, mas como as medidas de reestruturação ainda não foram implementadas, não são esperadas mudanças positivas. Os sinais mais evidentes da crise do grupo surgem com a divulgação dos resultados do último exercício. Depois de lucros de 9,6 milhões de contos em 1999, a Jerónimo Martins registou um prejuízo de 12,8 milhões de contos em 2000. O primeiro trimestre deste ano confirmou o mau comportamento, com prejuízos de 3,85 milhões de contos. Os resultados semestrais só serão apresentados em Setembro, mas como as medidas de reestruturação ainda não foram implementadas, não são esperadas mudanças positivas. Os resultados correntes também registaram uma «performance» negativa. Depois de 17 milhões de contos positivos em 1999, a Jerónimo Martins apresentou 16,1 milhões de contos negativos em 2000 e, no primeiro trimestre deste ano, reforçou a tendência de quebra, com 5,93 milhões de contos negativos. No entanto, e para comprovar que algo corre mal, o volume de negócios tem verificado um crescimento sustentado. Entre 1999 e 2000, a facturação do grupo cresceu 19,3%, tendo totalizado 785 milhões de contos no último exercício e 196 milhões de contos no primeiro trimestre deste ano, com um aumento de 17,4% face ao mesmo período de 2000. Tal interpretação é ainda ratificada pela análise do passivo remunerado da Jerónimo Martins. Em 1997, o endividamento do grupo era de 130 milhões de contos, tendo alcançado 313 milhões no fim de 2000. No primeiro trimestre deste ano, o passivo total era já de pelo menos 335 milhões de contos, dos quais 95 milhões de dívidas de curto prazo. Com um endividamento tão pesado, a principal questão que se coloca é saber como irá o grupo garantir as elevadas necessidades de financiamento - sobretudo se o anunciado imbróglio judicial com a associada Sonsorol avançar, podendo paralisar a concretização das medidas de reestruturação. Com um endividamento tão pesado, a principal questão que se coloca é saber como irá o grupo garantir as elevadas necessidades de financiamento - sobretudo se o anunciado imbróglio judicial com a associada Sonsorol avançar, podendo paralisar a concretização das medidas de reestruturação. A análise dos indicadores bolsistas retrata a relação de desconforto que se estabeleceu desde 2000 entre o grupo e o mercado. Com um volume de transacções em forte queda - de 1,2 milhões de contos transaccionados diariamente em 1999 passou para uma média diária de 300 mil contos até Julho deste ano -, a Jerónimo Martins tem suscitado reservas por parte dos investidores, que ainda não dão sinais de acreditar totalmente na validade do projecto de reestruturação. A variação das cotações do título serve de sinal das dúvidas, tendo passado de uma desvalorização de 28,8% em 1999, altura em que o índice geral da praça portuguesa subiu 12,6%, para uma perda de 28,6% entre Janeiro e Julho deste ano, período em que o índice desceu 18,5%. A Jerónimo Martins surgiu em 1792 com armazém de víveres e em 1945 dá um importante passo com a associação à Unilever. A dispersão de 15% do capital em Bolsa ocorre em 1989, mas quase metade da «tranche» destinada a particulares fica por colocar. Actualmente, a Jerónimo Martins encontra-se face a um importante desafio de redireccionar as suas actividades, rentabilizar as complexas operações de internacionalização, adaptar os seus métodos de gestão às cada vez maiores exigências de transparência dos mercados económicos. Factos ainda mais importantes se considerarmos que, apenas há cerca de um ano, o grupo assumiu ter vivido momentos difíceis que passaram inclusive pela perda de controlo do sistema de abastecimento e pagamentos aos credores ou pela dificuldade na recuperação de dívidas consideradas incobráveis. O mais chocante é sobretudo constatar como um grupo tão grande chegou tão perto de uma situação de quase descontrolo das suas actividades fundamentais. O projecto defendido pela administração passa por separar a distribuição das demais actividades do grupo e pela realização de um aumento de capital de 300 milhões de euros (cerca de 72,6 milhões de contos) para ajudar a financiar as necessidades mais imediatas da Jerónimo Martins. Os passos seguintes ainda estão por conhecer. Actualmente, a Jerónimo Martins encontra-se face a um importante desafio de redireccionar as suas actividades, rentabilizar as complexas operações de internacionalização, adaptar os seus métodos de gestão às cada vez maiores exigências de transparência dos mercados económicos. Factos ainda mais importantes se considerarmos que, apenas há cerca de um ano, o grupo assumiu ter vivido momentos difíceis que passaram inclusive pela perda de controlo do sistema de abastecimento e pagamentos aos credores ou pela dificuldade na recuperação de dívidas consideradas incobráveis. O mais chocante é sobretudo constatar como um grupo tão grande chegou tão perto de uma situação de quase descontrolo das suas actividades fundamentais. O projecto defendido pela administração passa por separar a distribuição das demais actividades do grupo e pela realização de um aumento de capital de 300 milhões de euros (cerca de 72,6 milhões de contos) para ajudar a financiar as necessidades mais imediatas da Jerónimo Martins. Os passos seguintes ainda estão por conhecer. CHRISTIANA MARTINS

Pontos fortes Processo de reestruração em curso pode servir como ponto de viragem na resolução de graves problemas de rantabilidade e de orientação estratégica

Prestígio das marcas, que tem permitido o aumento do volume de negócios em 2000 e 2001

Apoio das instituições de crédito à estratégia da Jerónimo Martins de reestruração em curso pode servir como ponto de viragem na resolução de graves problemas de rantabilidade e de orientação estratégicadas marcas, que tem permitido o aumento do volume de negócios em 2000 e 2001das instituições de crédito à estratégia da Jerónimo Martins Pontos fracos Descalabro dos resultados líquidos e correntes, com registo de fortes prejuízos em 2000 e no 1º trimestre de 2001

Correcção violenta da cotação nos últimos 2,5 anos, com desvalorização da cerca de 80% (de 35,5 euros em Dezembro de 1998 para 7,85 euros em Julho de 2001)

Liquidez reduzida e em forte tendência de queda nos últimos anos

Preocupante nível de endividamento acrescido do aumento dos encargos financeiros por via das operações cambiais consequentes actividades na Polónia e no Brasil

dos resultados líquidos e correntes, com registo de fortes prejuízos em 2000 e no 1º trimestre de 2001violenta da cotação nos últimos 2,5 anos, com desvalorização da cerca de 80% (de 35,5 euros em Dezembro de 1998 para 7,85 euros em Julho de 2001)reduzida e em forte tendência de queda nos últimos anosnível de endividamento acrescido do aumento dos encargos financeiros por via das operações cambiais consequentes actividades na Polónia e no Brasil

Alexandre Soares dos Santos NATURAL do Porto, o empresário foi capa de revistas várias vezes ao longo da vida. Até 1999 foi apontado como um dos homens mais ricos de Portugal, mas nos últimos dois anos, a Jerónimo Martins entrou naquilo a que o próprio grupo classificou de «pesadelo». A luz ao fim do túnel ainda não apareceu e a estrutura familiar adoptada por Soares dos Santos saiu chamuscada pela derrocada dos resultados mais recentes. Discreto, aos 67 anos, Soares dos Santos poderá estar intranquilo quanto à estabilidade do futuro do império que ajudou a desenvolver e que pretendia ver ligado à família. Nem todos os seus sete filhos lhe seguiram os passos nas empresas do grupo, mas algumas funções estratégicas continuam a ser lideradas pelo apelido Soares dos Santos. Licenciado em Direito, iniciou a carreira na Unilever, um parceiro tradicional do grupo. Ao longo do seu percurso profissional, passou pela Alemanha, Irlanda e Brasil e em 1968 era já administrador delegado da Jerónimo Martins, a que hoje preside.

NATURAL do Porto, o empresário foi capa de revistas várias vezes ao longo da vida. Até 1999 foi apontado como um dos homens mais ricos de Portugal, mas nos últimos dois anos, a Jerónimo Martins entrou naquilo a que o próprio grupo classificou de «pesadelo». A luz ao fim do túnel ainda não apareceu e a estrutura familiar adoptada por Soares dos Santos saiu chamuscada pela derrocada dos resultados mais recentes. Discreto, aos 67 anos, Soares dos Santos poderá estar intranquilo quanto à estabilidade do futuro do império que ajudou a desenvolver e que pretendia ver ligado à família. Nem todos os seus sete filhos lhe seguiram os passos nas empresas do grupo, mas algumas funções estratégicas continuam a ser lideradas pelo apelido Soares dos Santos. Licenciado em Direito, iniciou a carreira na Unilever, um parceiro tradicional do grupo. Ao longo do seu percurso profissional, passou pela Alemanha, Irlanda e Brasil e em 1968 era já administrador delegado da Jerónimo Martins, a que hoje preside.

COMENTÁRIOS AO ARTIGO

1 comentário 1 a 1

31 de Agosto de 2001 às 20:50

j.v.s.

TODO O DESCALABRO SE DEVE À INCORRECTA MANEIRA DE GERIR, COMEÇANDO POR EXIGIR AOS FORNECEDORES POR CONTRATO O PAGAMENTO DE VALORES ENTRE 10% E 30% À CABEÇA O QUE OBVRIGA ESTES A INFACIONAREM O PRODUTO UMA VEZ QUE AS MARGENS NÃO SUPORTAM TÃO GRANDE ROUBO.

ASSIM O GRUPO TEM DE VENDER OS PRODUTOS AO PUBLICO MUITO MAIS ELEVADOS, UMA VEZ QUE AQUELA RECEITAS NÃO SÃO CONSIDERADAS NO PREÇO DE VENDA AO PUBLICO, NEM TALVES O SEJAM CONSIDERADAS FISCALMENTE, PELO MENOS EM PARTE.

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CONTAS À VISTA Jerónimo Martins com futuro em aberto O «PESADELO» da Jerónimo Martins parece não ter terminado. Depois da forte quebra dos resultados, ainda não se percebe com total clareza como é que o grupo vai sair da fase negativa em que entrou há dois anos. Sobretudo porque parece adensar-se o peso de uma batalha jurídica que poderá adiar a aplicação da urgente reestruturação. É inegável o peso da Sociedade Francisco Manuel dos Santos - cujo maior accionista é Alexandre Soares dos Santos -, com 57,94% do capital da Jerónimo Martins. O «PESADELO» da Jerónimo Martins parece não ter terminado. Depois da forte quebra dos resultados, ainda não se percebe com total clareza como é que o grupo vai sair da fase negativa em que entrou há dois anos. Sobretudo porque parece adensar-se o peso de uma batalha jurídica que poderá adiar a aplicação da urgente reestruturação. É inegável o peso da Sociedade Francisco Manuel dos Santos - cujo maior accionista é Alexandre Soares dos Santos -, com 57,94% do capital da Jerónimo Martins. Mas um accionista poderá aquecer o ambiente - o Banco Privado Português, de João Rendeiro, detentor de uma participação directa de pelo menos 2%. O banqueiro aposta tradicionalmente em empresas que atravessam dificuldades visando maximizar mais-valias. Assim, o futuro promete ser animado com João Rendeiro na Jerónimo Martins, que deverá ter cerca de 35% do capital disperso. Os sinais mais evidentes da crise do grupo surgem com a divulgação dos resultados do último exercício. Depois de lucros de 9,6 milhões de contos em 1999, a Jerónimo Martins registou um prejuízo de 12,8 milhões de contos em 2000. O primeiro trimestre deste ano confirmou o mau comportamento, com prejuízos de 3,85 milhões de contos. Os resultados semestrais só serão apresentados em Setembro, mas como as medidas de reestruturação ainda não foram implementadas, não são esperadas mudanças positivas. Os sinais mais evidentes da crise do grupo surgem com a divulgação dos resultados do último exercício. Depois de lucros de 9,6 milhões de contos em 1999, a Jerónimo Martins registou um prejuízo de 12,8 milhões de contos em 2000. O primeiro trimestre deste ano confirmou o mau comportamento, com prejuízos de 3,85 milhões de contos. Os resultados semestrais só serão apresentados em Setembro, mas como as medidas de reestruturação ainda não foram implementadas, não são esperadas mudanças positivas. Os resultados correntes também registaram uma «performance» negativa. Depois de 17 milhões de contos positivos em 1999, a Jerónimo Martins apresentou 16,1 milhões de contos negativos em 2000 e, no primeiro trimestre deste ano, reforçou a tendência de quebra, com 5,93 milhões de contos negativos. No entanto, e para comprovar que algo corre mal, o volume de negócios tem verificado um crescimento sustentado. Entre 1999 e 2000, a facturação do grupo cresceu 19,3%, tendo totalizado 785 milhões de contos no último exercício e 196 milhões de contos no primeiro trimestre deste ano, com um aumento de 17,4% face ao mesmo período de 2000. Tal interpretação é ainda ratificada pela análise do passivo remunerado da Jerónimo Martins. Em 1997, o endividamento do grupo era de 130 milhões de contos, tendo alcançado 313 milhões no fim de 2000. No primeiro trimestre deste ano, o passivo total era já de pelo menos 335 milhões de contos, dos quais 95 milhões de dívidas de curto prazo. Com um endividamento tão pesado, a principal questão que se coloca é saber como irá o grupo garantir as elevadas necessidades de financiamento - sobretudo se o anunciado imbróglio judicial com a associada Sonsorol avançar, podendo paralisar a concretização das medidas de reestruturação. Com um endividamento tão pesado, a principal questão que se coloca é saber como irá o grupo garantir as elevadas necessidades de financiamento - sobretudo se o anunciado imbróglio judicial com a associada Sonsorol avançar, podendo paralisar a concretização das medidas de reestruturação. A análise dos indicadores bolsistas retrata a relação de desconforto que se estabeleceu desde 2000 entre o grupo e o mercado. Com um volume de transacções em forte queda - de 1,2 milhões de contos transaccionados diariamente em 1999 passou para uma média diária de 300 mil contos até Julho deste ano -, a Jerónimo Martins tem suscitado reservas por parte dos investidores, que ainda não dão sinais de acreditar totalmente na validade do projecto de reestruturação. A variação das cotações do título serve de sinal das dúvidas, tendo passado de uma desvalorização de 28,8% em 1999, altura em que o índice geral da praça portuguesa subiu 12,6%, para uma perda de 28,6% entre Janeiro e Julho deste ano, período em que o índice desceu 18,5%. A Jerónimo Martins surgiu em 1792 com armazém de víveres e em 1945 dá um importante passo com a associação à Unilever. A dispersão de 15% do capital em Bolsa ocorre em 1989, mas quase metade da «tranche» destinada a particulares fica por colocar. Actualmente, a Jerónimo Martins encontra-se face a um importante desafio de redireccionar as suas actividades, rentabilizar as complexas operações de internacionalização, adaptar os seus métodos de gestão às cada vez maiores exigências de transparência dos mercados económicos. Factos ainda mais importantes se considerarmos que, apenas há cerca de um ano, o grupo assumiu ter vivido momentos difíceis que passaram inclusive pela perda de controlo do sistema de abastecimento e pagamentos aos credores ou pela dificuldade na recuperação de dívidas consideradas incobráveis. O mais chocante é sobretudo constatar como um grupo tão grande chegou tão perto de uma situação de quase descontrolo das suas actividades fundamentais. O projecto defendido pela administração passa por separar a distribuição das demais actividades do grupo e pela realização de um aumento de capital de 300 milhões de euros (cerca de 72,6 milhões de contos) para ajudar a financiar as necessidades mais imediatas da Jerónimo Martins. Os passos seguintes ainda estão por conhecer. Actualmente, a Jerónimo Martins encontra-se face a um importante desafio de redireccionar as suas actividades, rentabilizar as complexas operações de internacionalização, adaptar os seus métodos de gestão às cada vez maiores exigências de transparência dos mercados económicos. Factos ainda mais importantes se considerarmos que, apenas há cerca de um ano, o grupo assumiu ter vivido momentos difíceis que passaram inclusive pela perda de controlo do sistema de abastecimento e pagamentos aos credores ou pela dificuldade na recuperação de dívidas consideradas incobráveis. O mais chocante é sobretudo constatar como um grupo tão grande chegou tão perto de uma situação de quase descontrolo das suas actividades fundamentais. O projecto defendido pela administração passa por separar a distribuição das demais actividades do grupo e pela realização de um aumento de capital de 300 milhões de euros (cerca de 72,6 milhões de contos) para ajudar a financiar as necessidades mais imediatas da Jerónimo Martins. Os passos seguintes ainda estão por conhecer. CHRISTIANA MARTINS

Pontos fortes Processo de reestruração em curso pode servir como ponto de viragem na resolução de graves problemas de rantabilidade e de orientação estratégica

Prestígio das marcas, que tem permitido o aumento do volume de negócios em 2000 e 2001

Apoio das instituições de crédito à estratégia da Jerónimo Martins de reestruração em curso pode servir como ponto de viragem na resolução de graves problemas de rantabilidade e de orientação estratégicadas marcas, que tem permitido o aumento do volume de negócios em 2000 e 2001das instituições de crédito à estratégia da Jerónimo Martins Pontos fracos Descalabro dos resultados líquidos e correntes, com registo de fortes prejuízos em 2000 e no 1º trimestre de 2001

Correcção violenta da cotação nos últimos 2,5 anos, com desvalorização da cerca de 80% (de 35,5 euros em Dezembro de 1998 para 7,85 euros em Julho de 2001)

Liquidez reduzida e em forte tendência de queda nos últimos anos

Preocupante nível de endividamento acrescido do aumento dos encargos financeiros por via das operações cambiais consequentes actividades na Polónia e no Brasil

dos resultados líquidos e correntes, com registo de fortes prejuízos em 2000 e no 1º trimestre de 2001violenta da cotação nos últimos 2,5 anos, com desvalorização da cerca de 80% (de 35,5 euros em Dezembro de 1998 para 7,85 euros em Julho de 2001)reduzida e em forte tendência de queda nos últimos anosnível de endividamento acrescido do aumento dos encargos financeiros por via das operações cambiais consequentes actividades na Polónia e no Brasil

Alexandre Soares dos Santos NATURAL do Porto, o empresário foi capa de revistas várias vezes ao longo da vida. Até 1999 foi apontado como um dos homens mais ricos de Portugal, mas nos últimos dois anos, a Jerónimo Martins entrou naquilo a que o próprio grupo classificou de «pesadelo». A luz ao fim do túnel ainda não apareceu e a estrutura familiar adoptada por Soares dos Santos saiu chamuscada pela derrocada dos resultados mais recentes. Discreto, aos 67 anos, Soares dos Santos poderá estar intranquilo quanto à estabilidade do futuro do império que ajudou a desenvolver e que pretendia ver ligado à família. Nem todos os seus sete filhos lhe seguiram os passos nas empresas do grupo, mas algumas funções estratégicas continuam a ser lideradas pelo apelido Soares dos Santos. Licenciado em Direito, iniciou a carreira na Unilever, um parceiro tradicional do grupo. Ao longo do seu percurso profissional, passou pela Alemanha, Irlanda e Brasil e em 1968 era já administrador delegado da Jerónimo Martins, a que hoje preside.

NATURAL do Porto, o empresário foi capa de revistas várias vezes ao longo da vida. Até 1999 foi apontado como um dos homens mais ricos de Portugal, mas nos últimos dois anos, a Jerónimo Martins entrou naquilo a que o próprio grupo classificou de «pesadelo». A luz ao fim do túnel ainda não apareceu e a estrutura familiar adoptada por Soares dos Santos saiu chamuscada pela derrocada dos resultados mais recentes. Discreto, aos 67 anos, Soares dos Santos poderá estar intranquilo quanto à estabilidade do futuro do império que ajudou a desenvolver e que pretendia ver ligado à família. Nem todos os seus sete filhos lhe seguiram os passos nas empresas do grupo, mas algumas funções estratégicas continuam a ser lideradas pelo apelido Soares dos Santos. Licenciado em Direito, iniciou a carreira na Unilever, um parceiro tradicional do grupo. Ao longo do seu percurso profissional, passou pela Alemanha, Irlanda e Brasil e em 1968 era já administrador delegado da Jerónimo Martins, a que hoje preside.

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31 de Agosto de 2001 às 20:50

j.v.s.

TODO O DESCALABRO SE DEVE À INCORRECTA MANEIRA DE GERIR, COMEÇANDO POR EXIGIR AOS FORNECEDORES POR CONTRATO O PAGAMENTO DE VALORES ENTRE 10% E 30% À CABEÇA O QUE OBVRIGA ESTES A INFACIONAREM O PRODUTO UMA VEZ QUE AS MARGENS NÃO SUPORTAM TÃO GRANDE ROUBO.

ASSIM O GRUPO TEM DE VENDER OS PRODUTOS AO PUBLICO MUITO MAIS ELEVADOS, UMA VEZ QUE AQUELA RECEITAS NÃO SÃO CONSIDERADAS NO PREÇO DE VENDA AO PUBLICO, NEM TALVES O SEJAM CONSIDERADAS FISCALMENTE, PELO MENOS EM PARTE.

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