«Somos a maior empresa de informáticaem 1998»

09-10-2000
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Manuel dos Santos: «O nosso crescimento deve-se também ao bom trabalho desenvolvido pela nossa rede de 800 grossistas e revendedores»

Será de ressalvar, no entanto, que o apuramento deste valor resulta da adição da facturação da subsidiária portuguesa da HP (30 milhões de contos) com o volume de vendas de consumíveis (10 milhões de contos) facturados através da HP Europa. «Faz todo o sentido somar os dois valores para se encontrar o verdadeiro volume de vendas da HP em Portugal», defende Manuel dos Santos, director-geral da empresa.

A conquista da posição cimeira do mercado nacional de informática é o resultado, segundo o responsável da HP Portugal, de ter havido «um conjunto de opções estratégicas que permitiram um crescimento homogéneo em todas as áreas». Manuel dos Santos explica: «Beneficiámos do facto de termos passado a actuar de uma forma menos verticalizada por produtos; de estarmos mais organizados pelo tipo de cliente (retalho, PME e grandes contas); e de termos privilegiado ainda mais os nossos canais de distribuição. Até mesmo a comercialização dos sistemas Unix e dos grandes sistemas empresarias está a passar pela nossa rede de distribuidores.» Na prática, deixou de haver na empresa tantos departamentos de «marketing» quantas as áreas de produtos, para passar a haver um único departamento.

Embora a empresa baseie grande parte do volume da sua facturação na área de grande consumo (através, nomeadamente, da área das impressoras) e dos computadores pessoais, Manuel dos Santos reconhece no entanto que a HP Portugal ainda tem alguns pontos fracos: o segmento dos computadores pessoais de grande consumo e o dos portáteis.

«Apesar de termos PC que se aproximam às necessidades desse mercado, ainda não foi possível trazer o modelo Pavillion para a maioria dos mercados europeus (só existe nos EUA, Reino Unido e Alemanha). Trata-se de um produto concebido para satisfazer as necessidades do consumidor doméstico, que exige grande trabalho de localização ao nível das aplicações específicas para cada mercado. Por isso, não deverá ser distribuído no curto prazo em Portugal», refere o dirigente da HP Portugal.

Acerca da baixa quota de mercado alcançada nos PC portáteis, Manuel dos Santos considera que se deve ao facto de a empresa se ter posicionado no segmento alto do mercado. «Não temos sido competitivos ao nível do preço. Mas é uma situação que, sem prescindirmos da qualidade, começa a mudar», considera Manuel dos Santos.

Em relação ao advento do comércio electrónico através da Internet, o dirigente da HP refere que a empresa está a preparar o seu «site» no sentido de poder actuar quando existir massa crítica em Portugal. No entanto, a empresa não vai entrar na totalidade de cadeia de venda directa através da Web. «Os clientes que consultam o nosso 'site' para comprar serão 'encaminhados' para os parceiros especializados nesse tipo de distribuição.»

Aposta nos serviços

Por outro lado, a HP Portugal está a dar uma crescente importância à área empresarial (telecomunicações, sector financeiro, retalho e indústria) e à administração pública.

A nível do negócio de servidores, Manuel dos Santos afirma continuar a apostar nos dois tabuleiros (Unix e NT). E não se mostra preocupado por o atraso de vários meses na disponibilidade do processador Merced (uma parceria com a Intel que vai permitir ter um único processador para todos os sistemas operativos) poder afectar as vendas. «Continuamos a evoluir com a nossa arquitectura de processadores PA, pelo que não creio que por essa razão venhamos a perder oportunidades de negócio», considera.

Ainda na informática empresarial, a HP está apostar em expandir as áreas de «software», serviços e consultoria. «Passámos a ter uma nova estrutura - a HP Consulting - que está focalizada para responder às necessidades de grandes clientes ao nível de projectos e soluções 'chave na mão'. Para esse negócio temos vindo a admitir especialistas, mas também é fundamental a colaboração que quase sempre estabelecemos com os nossos parceiros», diz Manuel dos Santos.

Esta estratégia não é prejudicada, segundo o mesmo responsável, pela tradicional cultura empresarial da HP, que atribui grande autonomia de decisão em relação às fábricas. «Não faz sentido mudar um modelo de gestão que tem dado tão bons resultados», considera o director-geral da HP.

João Ramos

Crescimento vertiginoso

Manuel dos Santos: «O nosso crescimento deve-se também ao bom trabalho desenvolvido pela nossa rede de 800 grossistas e revendedores»

Será de ressalvar, no entanto, que o apuramento deste valor resulta da adição da facturação da subsidiária portuguesa da HP (30 milhões de contos) com o volume de vendas de consumíveis (10 milhões de contos) facturados através da HP Europa. «Faz todo o sentido somar os dois valores para se encontrar o verdadeiro volume de vendas da HP em Portugal», defende Manuel dos Santos, director-geral da empresa.

A conquista da posição cimeira do mercado nacional de informática é o resultado, segundo o responsável da HP Portugal, de ter havido «um conjunto de opções estratégicas que permitiram um crescimento homogéneo em todas as áreas». Manuel dos Santos explica: «Beneficiámos do facto de termos passado a actuar de uma forma menos verticalizada por produtos; de estarmos mais organizados pelo tipo de cliente (retalho, PME e grandes contas); e de termos privilegiado ainda mais os nossos canais de distribuição. Até mesmo a comercialização dos sistemas Unix e dos grandes sistemas empresarias está a passar pela nossa rede de distribuidores.» Na prática, deixou de haver na empresa tantos departamentos de «marketing» quantas as áreas de produtos, para passar a haver um único departamento.

Embora a empresa baseie grande parte do volume da sua facturação na área de grande consumo (através, nomeadamente, da área das impressoras) e dos computadores pessoais, Manuel dos Santos reconhece no entanto que a HP Portugal ainda tem alguns pontos fracos: o segmento dos computadores pessoais de grande consumo e o dos portáteis.

«Apesar de termos PC que se aproximam às necessidades desse mercado, ainda não foi possível trazer o modelo Pavillion para a maioria dos mercados europeus (só existe nos EUA, Reino Unido e Alemanha). Trata-se de um produto concebido para satisfazer as necessidades do consumidor doméstico, que exige grande trabalho de localização ao nível das aplicações específicas para cada mercado. Por isso, não deverá ser distribuído no curto prazo em Portugal», refere o dirigente da HP Portugal.

Acerca da baixa quota de mercado alcançada nos PC portáteis, Manuel dos Santos considera que se deve ao facto de a empresa se ter posicionado no segmento alto do mercado. «Não temos sido competitivos ao nível do preço. Mas é uma situação que, sem prescindirmos da qualidade, começa a mudar», considera Manuel dos Santos.

Em relação ao advento do comércio electrónico através da Internet, o dirigente da HP refere que a empresa está a preparar o seu «site» no sentido de poder actuar quando existir massa crítica em Portugal. No entanto, a empresa não vai entrar na totalidade de cadeia de venda directa através da Web. «Os clientes que consultam o nosso 'site' para comprar serão 'encaminhados' para os parceiros especializados nesse tipo de distribuição.»

Aposta nos serviços

Por outro lado, a HP Portugal está a dar uma crescente importância à área empresarial (telecomunicações, sector financeiro, retalho e indústria) e à administração pública.

A nível do negócio de servidores, Manuel dos Santos afirma continuar a apostar nos dois tabuleiros (Unix e NT). E não se mostra preocupado por o atraso de vários meses na disponibilidade do processador Merced (uma parceria com a Intel que vai permitir ter um único processador para todos os sistemas operativos) poder afectar as vendas. «Continuamos a evoluir com a nossa arquitectura de processadores PA, pelo que não creio que por essa razão venhamos a perder oportunidades de negócio», considera.

Ainda na informática empresarial, a HP está apostar em expandir as áreas de «software», serviços e consultoria. «Passámos a ter uma nova estrutura - a HP Consulting - que está focalizada para responder às necessidades de grandes clientes ao nível de projectos e soluções 'chave na mão'. Para esse negócio temos vindo a admitir especialistas, mas também é fundamental a colaboração que quase sempre estabelecemos com os nossos parceiros», diz Manuel dos Santos.

Esta estratégia não é prejudicada, segundo o mesmo responsável, pela tradicional cultura empresarial da HP, que atribui grande autonomia de decisão em relação às fábricas. «Não faz sentido mudar um modelo de gestão que tem dado tão bons resultados», considera o director-geral da HP.

João Ramos

Crescimento vertiginoso

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