DN

17-05-2001
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Submetido a um longo interrogatório por Nuno Melo (PP) e Guilherme Silva (PSD), seria este último a tirar o "ás" da manga, quando lhe perguntou qual a função exacta que teve na FPS. Este respondeu que foi vogal da administração e administrador-delegado. Guilherme Silva replicou, perguntando se nessa qualidade tinha assinado documentos. Borges hesitou, mas lá disse que assinou "cheques". "Coisa pouca", rebateu o social-democrata, antes de lhe perguntar qual a relação que tinha com a contabilista contratada pela FPS. "É a minha mulher", reconheceu Borges. A revelação serviu para um rol de críticas dos deputados laranja, que consideraram "espantoso" e "uma vergonha" que "a contabilista da FPS fosse mulher do administrador-delegado que assinava cheques". "E estamos nós a pagar impostos para este clube de amigos", adiantou o vice-presidente da bancada do PSD, referindo-se ao facto da fundação ser financiada com dinheiros públicos, canalizados pelo ministério onde Borges era adjunto.

José Luis Borges ainda tentou, em tom sobranceiro, contrapor, desafiando a "mostrar onde está um tostão mal gasto". "Mas o problema não é esse", continuou, embalado, Guilherme Silva, e sim "o da dignidade das instituições do Estado". Outro ponto em que este elemento foi zurzido pelo PSD foi pelo facto de logo no início da audição ter dito que entrou na Direcção Geral de Viação, onde é funcionário, "por concurso público". Mas o PSD, ainda por Guilherme Silva, acabaria por mostrar que, afinal de contas, o concurso ainda não terminou.

Borges explicou, dizendo que depois de se ter candidatado, entrou para a DGV como "estagiário", em Março de 2000, onde ainda se encontra, à espera da conclusão do concurso público.

Durante o resto do dia de audições, o tom foi diverso. logo pela manhã, em tom crítico, o deputado socialista Manuel Diogo, ex-secretário de Estado do ex-ministro Fernando Gomes, afirmou ser "estranho" que Armando Vara, que lhe antecedeu no MAI, não o tivesse informado da existência da FPS, criada em Maio de 1999. Logo a seguir veio o actual secretário de Estado do MAI, Rui Pereira. Que foi quem, em Janeiro, decretou a extinção da fundação. No que foi criticado pela oposição, que preferia um pedido ao Ministério Público para que fosse decretada a nulidade da criação da FPS. Com este acto teria de ser devolvida a totalidade dos 400 mil contos que a fundação recebeu.

Depois vieram os responsáveis pelas entidades que transferiram o dinheiro para a FPS. António Nunes, ex-presidente da Protecção Civil reconheceu "não saber" se os seis mil contos que a instituição que liderava deu à FPS "foram aplicados ou ficaram por aplicar". Alberto Maia e Costa, da Comissão Nacional Especializada em Fogos Florestais, falou dos 109 mil contos que passou à FPS e acabaria por derrapar, ao dizer que "a fundação tinha algumas irregu...", não completando a palavra, corrigindo imediatamente para "a sua criação não era suficientemente legal".

Carla Portela, peça central no processo, já que enquanto adjunta no MAI, e sendo vogal da administração da FPS, fez documentos sobre transferências de dinheiro do Estado para a fundação, afirmou "não haver incompatibilidade" nos cargos que exercia, mas confessou ter pedido ao seu chefe de gabinete, Marcos Perestrello, para "não analisar o processo" de transferência de dinheiros.

Submetido a um longo interrogatório por Nuno Melo (PP) e Guilherme Silva (PSD), seria este último a tirar o "ás" da manga, quando lhe perguntou qual a função exacta que teve na FPS. Este respondeu que foi vogal da administração e administrador-delegado. Guilherme Silva replicou, perguntando se nessa qualidade tinha assinado documentos. Borges hesitou, mas lá disse que assinou "cheques". "Coisa pouca", rebateu o social-democrata, antes de lhe perguntar qual a relação que tinha com a contabilista contratada pela FPS. "É a minha mulher", reconheceu Borges. A revelação serviu para um rol de críticas dos deputados laranja, que consideraram "espantoso" e "uma vergonha" que "a contabilista da FPS fosse mulher do administrador-delegado que assinava cheques". "E estamos nós a pagar impostos para este clube de amigos", adiantou o vice-presidente da bancada do PSD, referindo-se ao facto da fundação ser financiada com dinheiros públicos, canalizados pelo ministério onde Borges era adjunto.

José Luis Borges ainda tentou, em tom sobranceiro, contrapor, desafiando a "mostrar onde está um tostão mal gasto". "Mas o problema não é esse", continuou, embalado, Guilherme Silva, e sim "o da dignidade das instituições do Estado". Outro ponto em que este elemento foi zurzido pelo PSD foi pelo facto de logo no início da audição ter dito que entrou na Direcção Geral de Viação, onde é funcionário, "por concurso público". Mas o PSD, ainda por Guilherme Silva, acabaria por mostrar que, afinal de contas, o concurso ainda não terminou.

Borges explicou, dizendo que depois de se ter candidatado, entrou para a DGV como "estagiário", em Março de 2000, onde ainda se encontra, à espera da conclusão do concurso público.

Durante o resto do dia de audições, o tom foi diverso. logo pela manhã, em tom crítico, o deputado socialista Manuel Diogo, ex-secretário de Estado do ex-ministro Fernando Gomes, afirmou ser "estranho" que Armando Vara, que lhe antecedeu no MAI, não o tivesse informado da existência da FPS, criada em Maio de 1999. Logo a seguir veio o actual secretário de Estado do MAI, Rui Pereira. Que foi quem, em Janeiro, decretou a extinção da fundação. No que foi criticado pela oposição, que preferia um pedido ao Ministério Público para que fosse decretada a nulidade da criação da FPS. Com este acto teria de ser devolvida a totalidade dos 400 mil contos que a fundação recebeu.

Depois vieram os responsáveis pelas entidades que transferiram o dinheiro para a FPS. António Nunes, ex-presidente da Protecção Civil reconheceu "não saber" se os seis mil contos que a instituição que liderava deu à FPS "foram aplicados ou ficaram por aplicar". Alberto Maia e Costa, da Comissão Nacional Especializada em Fogos Florestais, falou dos 109 mil contos que passou à FPS e acabaria por derrapar, ao dizer que "a fundação tinha algumas irregu...", não completando a palavra, corrigindo imediatamente para "a sua criação não era suficientemente legal".

Carla Portela, peça central no processo, já que enquanto adjunta no MAI, e sendo vogal da administração da FPS, fez documentos sobre transferências de dinheiro do Estado para a fundação, afirmou "não haver incompatibilidade" nos cargos que exercia, mas confessou ter pedido ao seu chefe de gabinete, Marcos Perestrello, para "não analisar o processo" de transferência de dinheiros.

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