EXPRESSO: País

29-07-2001
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Renovação «adiada» para o próximo acto António Guterres com jovens socialistas: os «sinais da renovação» A REAL dimensão da renovação dos dirigentes socialistas está por confirmar. Só depois do dia 19, quando a Comissão Nacional eleita no Congresso do passado fim-de-semana se reunir, pela primeira vez, para eleger a Comissão Política e o Secretariado, é que se poderá verificar se a mais de meia centena de novos nomes que, desde domingo, passaram a integrar o maior órgão do partido entre Congressos do PS terá influência na composição dos verdadeiros órgãos de decisão do partido. A REAL dimensão da renovação dos dirigentes socialistas está por confirmar. Só depois do dia 19, quando a Comissão Nacional eleita no Congresso do passado fim-de-semana se reunir, pela primeira vez, para eleger a Comissão Política e o Secretariado, é que se poderá verificar se a mais de meia centena de novos nomes que, desde domingo, passaram a integrar o maior órgão do partido entre Congressos do PS terá influência na composição dos verdadeiros órgãos de decisão do partido. A elaboração das listas está nas mãos de Jorge Coelho, apesar de a responsabilidade pela sua indicação caber ao secretário-geral do PS, e admite-se que possa haver uma taxa de renovação na Comissão Política correspondente à verificada na Comissão Nacional. A renovação foi, recorde-se, uma das palavras de ordem de António Guterres em todas as sessões partidárias em que participou para divulgar a sua moção de estratégia, antes do Congresso. Tratava-se de evitar, nas suas palavras, que o PS se tornasse «um partido de marretas» - expressão que já faz parte do léxico partidário. Entradas por saídas E ainda anteontem, num almoço com cerca de 30 novos militantes do PS - que incluem os secretários de Estado da Juventude, Miguel Fontes, do Planeamento, João Nuno Mendes, e do Ordenamento, Pedro Silva Pereira, o chefe de gabinete do ministro da Presidência, Rui Grilo, o ex-assessor do Presidente da República para a Juventude Tiago Montepegado, e a campeã de natação Joana Arantes, entre 60 novas adesões -, o primeiro-ministro voltou a defender o rejuvenescimento dos partidos como «essencial para a democracia» e afirmou-se seguro de que as listas socialistas nas eleições autárquicas terão mais jovens entre os candidatos. Resta saber se dará sinais de querer passar da teoria à prática já nas listas para os seus órgãos partidários de cúpula - os que realmente contam e, por isso, aqueles onde há que enfrentar maiores resistências do aparelho à renovação. A entrada dos novos «dirigentes» - a maioria entre os 30 e os 40 anos - implicou naturalmente a saída de outros. Além da sublinhada exclusão de Helena Roseta, Henrique Neto, Manuel Alegre e Manuel Maria Carrilho , também deixaram as listas de dirigentes socialistas o presidente da Federação Socialista de Faro, o secretário de Estado da Cooperação, Luís Amado, o ainda presidente da Câmara de Cascais, José Luís Judas, o seu homólogo de Rio Maior, Silvino Sequeira, a antiga deputada, actualmente assessora de Almeida Santos na presidência da Assembleia da República, Julieta Sampaio, e o ex-secretário de Estado adjunto da Administração Interna (no mandato de Fernando Gomes) Manuel Diogo. Outras ausências dignas de nota, comparando a anterior com a lista saída do Congresso de 1999: Francisco Murteira Nabo, Vítor Constâncio (que, segundo a explicação oficial, nunca chegaram a participar na Comissão Nacional, uma vez assumidas as funções que ocupam na PT e no Banco de Portugal) e Eurico de Figueiredo, o controverso médico defensor da liberalização do aborto e das drogas leves, que há já algum tempo deixou de ser militante socialista. Exemplo sampaísta Nuno Pereira da Silva é um dos novos nomes da Comissão Nacional. Tem 29 anos mas já mais de doze de militância activa no PS. Não tem dúvidas de que dificilmente faria parte da actual composição do maior órgão partidário entre Congressos se o seu nome não tivesse sido directamente sugerido a António Guterres por António José Seguro. Apesar de o seu currículo não ser despiciendo (foi, até há pouco tempo, adjunto de Alberto Martins no Ministério da Reforma Administrativa, é deputado municipal em Caminha, deputado na Assembleia da República, presidente da JS de Viana do Castelo e coordenador da Juventude para as autárquicas, no grupo de trabalho presidido por Armando Vara), tem consciência de que isso não basta: é preciso saber mexer-se nos meandros partidários, atributo que garante não possuir. «Tenho a sorte de haver pessoas atentas ao meu percurso», diz, referindo-se ao antigo líder da JS e actual eurodeputado, alguém que inscreve no rol das suas «maiores referências partidárias», aqueles que moldaram a sua formação político-partidária, um grupo restrito de que também fazem parte António Galamba, Jorge Sampaio, Alberto Martins, Jorge Coelho e António Guterres. A ordem dos nomes não é aleatória: Nuno Pereira da Silva assume-se como «sampaísta» «desde a primeira hora», embora reconheça que «Guterres tem desempenhado um papel importantíssimo como primeiro-ministro». Apesar dos «episódios» que admite terem marcado de forma menos positiva a reunião do Pavilhão Atlântico, saiu optimista do Congresso do último fim-de-semana, sentindo «sangue novo» no partido. Agora, só espera que a propalada renovação de que, algo inesperadamente, se viu a fazer parte não fique por aqui: «Se se perde esta oportunidade de ouvir os mais jovens e de tentar introduzi-los na vida do partido, o futuro está perdido». Mas está convencido de que, «com Guterres e Coelho à frente do partido», isso não vai acontecer: «No dia 19 teremos surpresas nesta matéria», afirma convicto, não negando a esperança (a ambição) de o seu nome vir a constar da lista para a Comissão Política Nacional.

C.F.

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Guterres resiste a remodelar para já

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2 comentários 1 a 2

14 Maio 2001 às 11:50

MULHER DE severiano teixeira (ministro súcia) ARRANJA TAXO NO MINISTÉRIO DA "SOLIDARIEDADE PARA OS AMIGOS E MULHERES" ( Esta mulher de "Ajudante de César" não só o é como também o parece )

.

Assim vai a "Solidariedade"...

...Quem o é para as mulheres dos amigos, a mais não é obrigado

13 Maio 2001 às 2:13

gato escaldado da água fria tem medo

A RENOVAÇÃO NA CONTINUIDADE

Nuno Pereira da Silva,a fixar para ter muita cautela, com mestres destes será dificil, nem para reciclar...

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Renovação «adiada» para o próximo acto António Guterres com jovens socialistas: os «sinais da renovação» A REAL dimensão da renovação dos dirigentes socialistas está por confirmar. Só depois do dia 19, quando a Comissão Nacional eleita no Congresso do passado fim-de-semana se reunir, pela primeira vez, para eleger a Comissão Política e o Secretariado, é que se poderá verificar se a mais de meia centena de novos nomes que, desde domingo, passaram a integrar o maior órgão do partido entre Congressos do PS terá influência na composição dos verdadeiros órgãos de decisão do partido. A REAL dimensão da renovação dos dirigentes socialistas está por confirmar. Só depois do dia 19, quando a Comissão Nacional eleita no Congresso do passado fim-de-semana se reunir, pela primeira vez, para eleger a Comissão Política e o Secretariado, é que se poderá verificar se a mais de meia centena de novos nomes que, desde domingo, passaram a integrar o maior órgão do partido entre Congressos do PS terá influência na composição dos verdadeiros órgãos de decisão do partido. A elaboração das listas está nas mãos de Jorge Coelho, apesar de a responsabilidade pela sua indicação caber ao secretário-geral do PS, e admite-se que possa haver uma taxa de renovação na Comissão Política correspondente à verificada na Comissão Nacional. A renovação foi, recorde-se, uma das palavras de ordem de António Guterres em todas as sessões partidárias em que participou para divulgar a sua moção de estratégia, antes do Congresso. Tratava-se de evitar, nas suas palavras, que o PS se tornasse «um partido de marretas» - expressão que já faz parte do léxico partidário. Entradas por saídas E ainda anteontem, num almoço com cerca de 30 novos militantes do PS - que incluem os secretários de Estado da Juventude, Miguel Fontes, do Planeamento, João Nuno Mendes, e do Ordenamento, Pedro Silva Pereira, o chefe de gabinete do ministro da Presidência, Rui Grilo, o ex-assessor do Presidente da República para a Juventude Tiago Montepegado, e a campeã de natação Joana Arantes, entre 60 novas adesões -, o primeiro-ministro voltou a defender o rejuvenescimento dos partidos como «essencial para a democracia» e afirmou-se seguro de que as listas socialistas nas eleições autárquicas terão mais jovens entre os candidatos. Resta saber se dará sinais de querer passar da teoria à prática já nas listas para os seus órgãos partidários de cúpula - os que realmente contam e, por isso, aqueles onde há que enfrentar maiores resistências do aparelho à renovação. A entrada dos novos «dirigentes» - a maioria entre os 30 e os 40 anos - implicou naturalmente a saída de outros. Além da sublinhada exclusão de Helena Roseta, Henrique Neto, Manuel Alegre e Manuel Maria Carrilho , também deixaram as listas de dirigentes socialistas o presidente da Federação Socialista de Faro, o secretário de Estado da Cooperação, Luís Amado, o ainda presidente da Câmara de Cascais, José Luís Judas, o seu homólogo de Rio Maior, Silvino Sequeira, a antiga deputada, actualmente assessora de Almeida Santos na presidência da Assembleia da República, Julieta Sampaio, e o ex-secretário de Estado adjunto da Administração Interna (no mandato de Fernando Gomes) Manuel Diogo. Outras ausências dignas de nota, comparando a anterior com a lista saída do Congresso de 1999: Francisco Murteira Nabo, Vítor Constâncio (que, segundo a explicação oficial, nunca chegaram a participar na Comissão Nacional, uma vez assumidas as funções que ocupam na PT e no Banco de Portugal) e Eurico de Figueiredo, o controverso médico defensor da liberalização do aborto e das drogas leves, que há já algum tempo deixou de ser militante socialista. Exemplo sampaísta Nuno Pereira da Silva é um dos novos nomes da Comissão Nacional. Tem 29 anos mas já mais de doze de militância activa no PS. Não tem dúvidas de que dificilmente faria parte da actual composição do maior órgão partidário entre Congressos se o seu nome não tivesse sido directamente sugerido a António Guterres por António José Seguro. Apesar de o seu currículo não ser despiciendo (foi, até há pouco tempo, adjunto de Alberto Martins no Ministério da Reforma Administrativa, é deputado municipal em Caminha, deputado na Assembleia da República, presidente da JS de Viana do Castelo e coordenador da Juventude para as autárquicas, no grupo de trabalho presidido por Armando Vara), tem consciência de que isso não basta: é preciso saber mexer-se nos meandros partidários, atributo que garante não possuir. «Tenho a sorte de haver pessoas atentas ao meu percurso», diz, referindo-se ao antigo líder da JS e actual eurodeputado, alguém que inscreve no rol das suas «maiores referências partidárias», aqueles que moldaram a sua formação político-partidária, um grupo restrito de que também fazem parte António Galamba, Jorge Sampaio, Alberto Martins, Jorge Coelho e António Guterres. A ordem dos nomes não é aleatória: Nuno Pereira da Silva assume-se como «sampaísta» «desde a primeira hora», embora reconheça que «Guterres tem desempenhado um papel importantíssimo como primeiro-ministro». Apesar dos «episódios» que admite terem marcado de forma menos positiva a reunião do Pavilhão Atlântico, saiu optimista do Congresso do último fim-de-semana, sentindo «sangue novo» no partido. Agora, só espera que a propalada renovação de que, algo inesperadamente, se viu a fazer parte não fique por aqui: «Se se perde esta oportunidade de ouvir os mais jovens e de tentar introduzi-los na vida do partido, o futuro está perdido». Mas está convencido de que, «com Guterres e Coelho à frente do partido», isso não vai acontecer: «No dia 19 teremos surpresas nesta matéria», afirma convicto, não negando a esperança (a ambição) de o seu nome vir a constar da lista para a Comissão Política Nacional.

C.F.

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Um regresso Seguro

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14 Maio 2001 às 11:50

MULHER DE severiano teixeira (ministro súcia) ARRANJA TAXO NO MINISTÉRIO DA "SOLIDARIEDADE PARA OS AMIGOS E MULHERES" ( Esta mulher de "Ajudante de César" não só o é como também o parece )

.

Assim vai a "Solidariedade"...

...Quem o é para as mulheres dos amigos, a mais não é obrigado

13 Maio 2001 às 2:13

gato escaldado da água fria tem medo

A RENOVAÇÃO NA CONTINUIDADE

Nuno Pereira da Silva,a fixar para ter muita cautela, com mestres destes será dificil, nem para reciclar...

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