Armando Vara, de gamista a guterrista

16-12-2000
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Armando Vara, de Gamista a Guterrista

Sábado, 16 de Dezembro de 2000

Armando Vara chegou à governação com António Guterres em 1995, como secretário de Estado adjunto da Administração Interna. Era inevitável que assim fosse: Armando Vara tinha sido um grande trunfo da campanha de António Guterres para a conquista do PS, quando subitamente se transferiu do "gamismo" (com o qual estava conotado enquanto presidente da Federação do PS de Bragança à época) para o guterrismo.

Com José Sócrates, Luís Patrão, António José Seguro e pouco mais compunha um grupo muito restrito de jovens políticos em que António Guterres depositou as suas esperanças e deu tarefas enquanto secretário-geral do PS. Eram os "júniores", em contraste com o peso político de António Vitorino ou o peso operacional, na altura, de Jorge Coelho.

Hoje, este grupo é muitas vezes apontado como a ala direita do PS, com quem os "puros" socialistas Manuel Alegre e Mário Soares deram mostras, por mais de uma vez, de difícil convivência. As animosidades tiveram algumas vezes expressão pública, mas António Guterres sempre segurou os seus delfins.

Com a chegada de Guterres ao poder, naturalmente Vara integra o grupo de homens de confiança do primeiro-ministro. Foi promovido a ministro- adjunto do primeiro-ministro no segundo governo de António Guterres, em 25 de Outubro de 1999, passando a ocupar a pasta da Juventude e do Desporto desde 14 de Setembro último.

No partido foi também vice-presidente do grupo parlamentar e secretário da Mesa da Comissão Nacional.

Na qualidade de ministro do Desporto, acabou por tutelar a apetecida pasta do Euro-2004, que curiosamente, José Sócrates fez questão de deixar quando o segundo governo do PS de Guterres tomou posse.

Oriundo da aldeia de Vilar de Ossos, Bragança, onde nasceu a 27 de Março de 1957, Armando Vara estreou-se na vida política a nível local. Integrou em 1976 a Assembleia Municipal de Bragança onde se manteve até 1985.

Em 1984 iniciou a sua carreira como deputado eleito pelo PS na Assembleia da República, mantendo ao mesmo tempo ligações a Bragança onde desempenhava as funções de secretário-coordenador da Federação Distrital. Integrava já a Comissão Política do PS. Foi candidato à presidência da câmara Municipal da Amadora em 1991, que perdeu por três mil votos para a CDU. Na câmara da Amadora manteve-se alguns meses como vereador.

Vara abandonou ontem o cargo que ocupava no governo desde há três meses, envolvido no polémico caso da Fundação para a Prevenção e Segurança (FPS), instituição que recebeu subsídios do Estado apesar de ser privada e cuja constituição e procedimentos estão a ser alvo de investigações.

Durante todo o processo, o ministro fez questão de salientar que não existiam quaisquer desvios de fundos na fundação. Assumiu todas as responsabilidades na criação da FPS, denominando-se mesmo como o "impulsionador" da ideia.

Armando Vara, de Gamista a Guterrista

Sábado, 16 de Dezembro de 2000

Armando Vara chegou à governação com António Guterres em 1995, como secretário de Estado adjunto da Administração Interna. Era inevitável que assim fosse: Armando Vara tinha sido um grande trunfo da campanha de António Guterres para a conquista do PS, quando subitamente se transferiu do "gamismo" (com o qual estava conotado enquanto presidente da Federação do PS de Bragança à época) para o guterrismo.

Com José Sócrates, Luís Patrão, António José Seguro e pouco mais compunha um grupo muito restrito de jovens políticos em que António Guterres depositou as suas esperanças e deu tarefas enquanto secretário-geral do PS. Eram os "júniores", em contraste com o peso político de António Vitorino ou o peso operacional, na altura, de Jorge Coelho.

Hoje, este grupo é muitas vezes apontado como a ala direita do PS, com quem os "puros" socialistas Manuel Alegre e Mário Soares deram mostras, por mais de uma vez, de difícil convivência. As animosidades tiveram algumas vezes expressão pública, mas António Guterres sempre segurou os seus delfins.

Com a chegada de Guterres ao poder, naturalmente Vara integra o grupo de homens de confiança do primeiro-ministro. Foi promovido a ministro- adjunto do primeiro-ministro no segundo governo de António Guterres, em 25 de Outubro de 1999, passando a ocupar a pasta da Juventude e do Desporto desde 14 de Setembro último.

No partido foi também vice-presidente do grupo parlamentar e secretário da Mesa da Comissão Nacional.

Na qualidade de ministro do Desporto, acabou por tutelar a apetecida pasta do Euro-2004, que curiosamente, José Sócrates fez questão de deixar quando o segundo governo do PS de Guterres tomou posse.

Oriundo da aldeia de Vilar de Ossos, Bragança, onde nasceu a 27 de Março de 1957, Armando Vara estreou-se na vida política a nível local. Integrou em 1976 a Assembleia Municipal de Bragança onde se manteve até 1985.

Em 1984 iniciou a sua carreira como deputado eleito pelo PS na Assembleia da República, mantendo ao mesmo tempo ligações a Bragança onde desempenhava as funções de secretário-coordenador da Federação Distrital. Integrava já a Comissão Política do PS. Foi candidato à presidência da câmara Municipal da Amadora em 1991, que perdeu por três mil votos para a CDU. Na câmara da Amadora manteve-se alguns meses como vereador.

Vara abandonou ontem o cargo que ocupava no governo desde há três meses, envolvido no polémico caso da Fundação para a Prevenção e Segurança (FPS), instituição que recebeu subsídios do Estado apesar de ser privada e cuja constituição e procedimentos estão a ser alvo de investigações.

Durante todo o processo, o ministro fez questão de salientar que não existiam quaisquer desvios de fundos na fundação. Assumiu todas as responsabilidades na criação da FPS, denominando-se mesmo como o "impulsionador" da ideia.

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