O PÚBLICO Divulga Inédito de Eça
Por CARLOS REIS
Quinta-feira, 16 de Agosto de 2001 Almanaque: o amigo fiel É difícil imaginarmos Saramago, Lobo Antunes ou Manuel Alegre escrevendo para almanaques. E contudo, foi o que Eça de Queirós fez, tarde já na sua vida literária, conforme é atestado por este manuscrito autógrafo, há pouco tempo adquirido pela Biblioteca Nacional e intitulado "Almanaques". Em meados dos anos 90, Eça consagrou parte do seu tempo aos almanaques: ao "Almanaque Enciclopédico" para 1896 e ao seu homónimo para 1897, ambos publicados pela Livraria de António Maria Pereira. Fê-lo, por certo com prejuízo da sua escrita propriamente literária, coordenando a publicação e compondo diversos textos, concretamente o extenso manuscrito de que agora dispomos e, para o ano seguinte, elaborando um longo prefácio, que incluía "Adão e Eva no Paraíso". Escrever para almanaques não correspondia, para Eça, a um puro impulso cultural, era antes o resultado da necessidade de arredondar um orçamento sempre escasso: o público consumia almanaques e o escritor tratava de juntar a utilidade (financeira) ao agrado relativo de editar um volume razoavelmente culto e decerto útil. No manuscrito, que agora lemos pela primeira vez de forma integral (nele observando modificações e mutilações que as suas publicações sofreram), o que se encontra é uma circunstanciada, informada e sugestiva reflexão sobre os almanaques: as suas origens, a sua evolução, as suas configurações e a sua diversificação, já no século XIX, quando a ciência entrava, discreta e moderadamente, no quotidiano das famílias burguesas, pela mão do almanaque. Esse mesmo que era, para Eça, "um amigo sociável e fiel". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Eça, regressa, estás perdoado!
COMENTÁRIO A viagem só agora começou
Reacções
Eça de Queirós não pertence ao Estado"
O PÚBLICO divulga inédito de Eça
Uma alegre campanha televisiva
O PÚBLICO Divulga Inédito de Eça
Por CARLOS REIS
Quinta-feira, 16 de Agosto de 2001 Almanaque: o amigo fiel É difícil imaginarmos Saramago, Lobo Antunes ou Manuel Alegre escrevendo para almanaques. E contudo, foi o que Eça de Queirós fez, tarde já na sua vida literária, conforme é atestado por este manuscrito autógrafo, há pouco tempo adquirido pela Biblioteca Nacional e intitulado "Almanaques". Em meados dos anos 90, Eça consagrou parte do seu tempo aos almanaques: ao "Almanaque Enciclopédico" para 1896 e ao seu homónimo para 1897, ambos publicados pela Livraria de António Maria Pereira. Fê-lo, por certo com prejuízo da sua escrita propriamente literária, coordenando a publicação e compondo diversos textos, concretamente o extenso manuscrito de que agora dispomos e, para o ano seguinte, elaborando um longo prefácio, que incluía "Adão e Eva no Paraíso". Escrever para almanaques não correspondia, para Eça, a um puro impulso cultural, era antes o resultado da necessidade de arredondar um orçamento sempre escasso: o público consumia almanaques e o escritor tratava de juntar a utilidade (financeira) ao agrado relativo de editar um volume razoavelmente culto e decerto útil. No manuscrito, que agora lemos pela primeira vez de forma integral (nele observando modificações e mutilações que as suas publicações sofreram), o que se encontra é uma circunstanciada, informada e sugestiva reflexão sobre os almanaques: as suas origens, a sua evolução, as suas configurações e a sua diversificação, já no século XIX, quando a ciência entrava, discreta e moderadamente, no quotidiano das famílias burguesas, pela mão do almanaque. Esse mesmo que era, para Eça, "um amigo sociável e fiel". OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Eça, regressa, estás perdoado!
COMENTÁRIO A viagem só agora começou
Reacções
Eça de Queirós não pertence ao Estado"
O PÚBLICO divulga inédito de Eça
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