Assessores e amigos de vereador do Trânsito ligados ao negócio do estacionamento de Lisboa

06-12-2001
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Assessores e Amigos de Vereador do Trânsito Ligados ao Negócio do Estacionamento de Lisboa

Por JOSÉ ANTÓNIO CEREJO

Terça-feira, 4 de Dezembro de 2001

São tudo coincidências, diz Machado Rodrigues

Interesses do autarca da Câmara de Lisboa, de alguns dos seus sócios e dos seus mais directos colaboradores cruzam-se, há quase 20 anos, com os interesses de um dos fundadores da Gisparques

António Machado Rodrigues, vereador do Trânsito da Câmara de Lisboa a meio tempo desde 1989, tem uma sociedade com um empresário que, por sua vez, é sócio de uma empresa associada a um dos grandes patrões do estacionamento privado da capital. A empresa através da qual o sócio de Machado Rodrigues está associado ao empresário do estacionamento tem sede no escritório particular do vereador.

O chefe de gabinete de Machado Rodrigues, dois antigos assessores da câmara e um cunhado do vereador foram sócios, até há dois anos, de uma empresa dominada pelo mesmo empresário de estacionamento. Esta firma teve igualmente sede no escritório particular do vereador.

Difícil de entender? Não admira. O conjunto de ligações que evidencia as relações do vereador do Trânsito de Lisboa com o negócio do estacionamento também não é simples nem fácil de entender.

Os elementos recolhidos pelo PÚBLICO permitem concluir que o vereador que tutela o Trânsito e o estacionamento da cidade tem uma ligação indirecta à Gisparques, empresa que foi vendida há dois anos por mais de 1,5 milhões de contos e integra hoje a maior sociedade portuguesa do sector, a Emparque.

Machado Rodrigues, um engenheiro especializado em circulação e transportes, diz que são tudo coincidências. No essencial, trata-se de cinco coincidências, a primeira das quais se traduz no facto de o ainda hoje chefe de gabinete do vereador, Armindo Cordeiro, um dos seus antigos assessores, um ex-assessor de João Soares e um cunhado de Machado Rodrigues terem sido sócios, até há três anos, de Domingos Cidade Moura na Tecnep. Esta sociedade de estudos e projectos, que trabalhava para muitas câmaras e Comissões de Coordenação Regional na área dos transportes, teve sede durante uma dúzia de anos no escritório particular de Machado Rodrigues e este fez para ela, como engenheiro em regime de profissão liberal, numerosos estudos, nomeadamente de tráfego.

A segunda coincidência respeita ao facto de um dos sócios da Tecnep, Domingos Moura, se ter tornado, em 1995, o principal accionista da Gisparques, empresa que tinha e tem um lugar destacado no mercado do estacionamento da capital.

As restantes coincidências referem-se à circunstância de Machado Rodrigues ser sócio de uma empresa de electrónica, cujo fundador e sócio maioritário é sócio de uma empresa de consultadoria, que, por sua vez, é sócia de uma imobiliária em que Domingos Moura e um outro antigo administrador da Gisparques têm 50 por cento do capital.

A empresa de consultadoria do empresário que é sócio de Machado Rodrigues na Telser tem mais um sócio, que também teve uma parte do capital da Telser e que foi administrador da Gisparques em 1999. A sede dessa empresa de consultadoria funciona também (pelo menos funcionou após a fundação) no escritório particular do vereador.

(A história completa encontra-se acessível na Internet em www.publico.pt)

Assessores e Amigos de Vereador do Trânsito Ligados ao Negócio do Estacionamento de Lisboa

Por JOSÉ ANTÓNIO CEREJO

Terça-feira, 4 de Dezembro de 2001

São tudo coincidências, diz Machado Rodrigues

Interesses do autarca da Câmara de Lisboa, de alguns dos seus sócios e dos seus mais directos colaboradores cruzam-se, há quase 20 anos, com os interesses de um dos fundadores da Gisparques

António Machado Rodrigues, vereador do Trânsito da Câmara de Lisboa a meio tempo desde 1989, tem uma sociedade com um empresário que, por sua vez, é sócio de uma empresa associada a um dos grandes patrões do estacionamento privado da capital. A empresa através da qual o sócio de Machado Rodrigues está associado ao empresário do estacionamento tem sede no escritório particular do vereador.

O chefe de gabinete de Machado Rodrigues, dois antigos assessores da câmara e um cunhado do vereador foram sócios, até há dois anos, de uma empresa dominada pelo mesmo empresário de estacionamento. Esta firma teve igualmente sede no escritório particular do vereador.

Difícil de entender? Não admira. O conjunto de ligações que evidencia as relações do vereador do Trânsito de Lisboa com o negócio do estacionamento também não é simples nem fácil de entender.

Os elementos recolhidos pelo PÚBLICO permitem concluir que o vereador que tutela o Trânsito e o estacionamento da cidade tem uma ligação indirecta à Gisparques, empresa que foi vendida há dois anos por mais de 1,5 milhões de contos e integra hoje a maior sociedade portuguesa do sector, a Emparque.

Machado Rodrigues, um engenheiro especializado em circulação e transportes, diz que são tudo coincidências. No essencial, trata-se de cinco coincidências, a primeira das quais se traduz no facto de o ainda hoje chefe de gabinete do vereador, Armindo Cordeiro, um dos seus antigos assessores, um ex-assessor de João Soares e um cunhado de Machado Rodrigues terem sido sócios, até há três anos, de Domingos Cidade Moura na Tecnep. Esta sociedade de estudos e projectos, que trabalhava para muitas câmaras e Comissões de Coordenação Regional na área dos transportes, teve sede durante uma dúzia de anos no escritório particular de Machado Rodrigues e este fez para ela, como engenheiro em regime de profissão liberal, numerosos estudos, nomeadamente de tráfego.

A segunda coincidência respeita ao facto de um dos sócios da Tecnep, Domingos Moura, se ter tornado, em 1995, o principal accionista da Gisparques, empresa que tinha e tem um lugar destacado no mercado do estacionamento da capital.

As restantes coincidências referem-se à circunstância de Machado Rodrigues ser sócio de uma empresa de electrónica, cujo fundador e sócio maioritário é sócio de uma empresa de consultadoria, que, por sua vez, é sócia de uma imobiliária em que Domingos Moura e um outro antigo administrador da Gisparques têm 50 por cento do capital.

A empresa de consultadoria do empresário que é sócio de Machado Rodrigues na Telser tem mais um sócio, que também teve uma parte do capital da Telser e que foi administrador da Gisparques em 1999. A sede dessa empresa de consultadoria funciona também (pelo menos funcionou após a fundação) no escritório particular do vereador.

(A história completa encontra-se acessível na Internet em www.publico.pt)

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