Estragos do Inverno nas estradas longe de ser resolvidos em Santarém

30-10-2001
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Estragos do Inverno nas Estradas Longe de Ser Resolvidos em Santarém

Por JORGE TALIXA

Segunda-feira, 17 de Setembro de 2001 PCP e PS divergem sobre a situação Deputada diz que dos anunciados cinco milhões para obras só se fala agora em um milhão. Governador civil desmente e diz que já se fez muita coisa "Tinham previstos cinco milhões de contos e, agora, apontam pouco mais um milhão. Ao ver esta listagem fabulosa parece que estão a fazer intervenções em todo o distrito, mas que nós saibamos nada está a ser feito. O Inverno aproxima-se e preocupa-nos as consequências que um novo período chuvoso poderá ter com as estradas nestas condições", sublinha. O mau estado de muitas das estradas nacionais que atravessam o distrito de Santarém e as dúvidas quanto à realização de um conjunto de obras, entretanto programadas, antes do próximo Inverno, estão a motivar críticas e a preocupações de eleitos da região. O Ministério do Equipamento garante que estão previstas intervenções de emergência que envolvem 1, 152 milhões de contos e o governador civil de Santarém sustenta que muitas coisas já foram feitas. Mas admite que as limitações financeiras não permitem resolver tudo. Santarém é, normalmente, um dos distritos mais afectados pelos rigores do Inverno, situação que originou, no último ano, problemas particularmente graves na rede viária, que nalguns casos já se apresentava em péssimo estado, depois de décadas sem qualquer reparação. Luísa Mesquita, deputada do PCP, solicitou, em Maio, informações ao Ministério do Equipamento sobre as intervenções na recuperação da rede viária do distrito, frisando que urge "repor as condições fundamentais de circulação". A parlamentar diz que, meses antes, na tomada de posse do novo director de estradas de Santarém, o secretário de Estado das Obras Públicas anunciou um investimento de cinco milhões de contos no distrito, que teria em atenção as vertentes da conservação, exploração e construção. No seu requerimento, a eleita comunista apontava também casos mais evidentes de degradação como os das estradas nacionais 119 e 114-3 (concelho de Coruche), o troço da Nacional 361 entre Fráguas (Rio Maior) e Alcanena e a Nacional 358 entre Lamarosa e Santa Cita (Tomar). Na resposta do Ministério do Equipamento, que recebeu já em Agosto, Luísa Mesquita foi informada de que estes últimos troços estão contemplados no Regime Excepcional para Reparação das Estradas Danificadas pelas Más Condições Climatéricas - Temporais 2000/2001, que engloba também vários outros troços no distrito. Segundo o ministério da tutela estão previstas, neste âmbito, 34 intervenções no distrito de Santarém - em parte já realizadas ou em curso -, envolvendo um investimento de 1, 152 milhões de contos (ver caixa). Luísa Mesquita não ficou satisfeita com esta informação, considerando que não foram divulgados o calendário das obras e as prioridades definidas e que "o distrito de Santarém constitui um espaço geográfico onde pesa a sinistralidade rodoviária e, naturalmente, este facto não pode ser dissociado do estado de conservação em que se encontram as infra-estruturas rodoviárias". Em declarações ao PÚBLICO, Luísa Mesquita sustenta que o Governo "não faz nada" para alterar este quadro. "Tinham previstos cinco milhões de contos e, agora, apontam pouco mais um milhão. Ao ver esta listagem fabulosa parece que estão a fazer intervenções em todo o distrito, mas que nós saibamos nada está a ser feito. O Inverno aproxima-se e preocupa-nos as consequências que um novo período chuvoso poderá ter com as estradas nestas condições", sublinha. A parlamentar comunista diz que esta realidade não pode ser dissociada do alegado aumento da sinistralidade verificado no distrito. "Se fosse feito um levantamento, a culpa em muitos casos é do estado miserável das infra-estruturas rodoviárias". Luísa Mesquita cita também o caso da Nacional 3, entre Pernes e Santarém, onde "os acidentes e as tragédias são diários". Governador desmente deputada Carlos Cunha, governador civil de Santarém e presidente da Federação Distrital do PS, tem uma visão completamente diferente. "É do conhecimento de toda a gente que se tem feito um conjunto vasto de intervenções. Há muita coisa já feita e outras que estão a exigir intervenção o mais rapidamente possível. Mas nunca seria possível carregar no botão e as coisas aparecerem feitas", afirma. O representante do Governo sublinha que, devido ao rigor do Inverno, só em Março/Abril foi possível fazer o levantamento da situação e, a partir daí, definir prioridades, elaborar projectos, lançar concursos e adjudicar obras. "Santarém é capaz de ter sido um dos distritos onde foi dada mais atenção a estas questões. Isto não quer dizer que me conformo com o que está feito. Também gostaria de dizer que tínhamos tudo feito", sustentou, afiançando que "não é verdade que tivesse sido dito que havia cinco milhões de contos e agora só aparece um milhão. Todas as verbas estipuladas para estas reparações mantiveram-se e estão a ser utilizadas". Carlos Cunha afirma que "não houve qualquer descuido dos serviços" nesta matéria e que, com a entrada do novo director de estradas, "as coisas aceleraram e evoluíram". Admite, contudo, que "há situações que, por manifesta falta de verbas, é impossível resolver antes do próximo Inverno". Já quanto à relação entre o mau estado das estradas e a sinistralidade, o governador civil sustenta que "isso não corresponde à verdade" e que "os índices de sinistralidade não têm subido no distrito". OUTROS TÍTULOS EM LOCAL LISBOA Infante Santo pode esconder grutas de grande valor

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O Ministério do Equipamento garante que estão previstas intervenções de emergência que envolvem 1, 152 milhões de contos e o governador civil de Santarém sustenta que muitas coisas já foram feitas. Mas admite que as limitações financeiras não permitem resolver tudo. Santarém é, normalmente, um dos distritos mais afectados pelos rigores do Inverno, situação que originou, no último ano, problemas particularmente graves na rede viária, que nalguns casos já se apresentava em péssimo estado, depois de décadas sem qualquer reparação. Luísa Mesquita, deputada do PCP, solicitou, em Maio, informações ao Ministério do Equipamento sobre as intervenções na recuperação da rede viária do distrito, frisando que urge "repor as condições fundamentais de circulação". A parlamentar diz que, meses antes, na tomada de posse do novo director de estradas de Santarém, o secretário de Estado das Obras Públicas anunciou um investimento de cinco milhões de contos no distrito, que teria em atenção as vertentes da conservação, exploração e construção. No seu requerimento, a eleita comunista apontava também casos mais evidentes de degradação como os das estradas nacionais 119 e 114-3 (concelho de Coruche), o troço da Nacional 361 entre Fráguas (Rio Maior) e Alcanena e a Nacional 358 entre Lamarosa e Santa Cita (Tomar). Na resposta do Ministério do Equipamento, que recebeu já em Agosto, Luísa Mesquita foi informada de que estes últimos troços estão contemplados no Regime Excepcional para Reparação das Estradas Danificadas pelas Más Condições Climatéricas - Temporais 2000/2001, que engloba também vários outros troços no distrito. Segundo o ministério da tutela estão previstas, neste âmbito, 34 intervenções no distrito de Santarém - em parte já realizadas ou em curso -, envolvendo um investimento de 1, 152 milhões de contos (ver caixa). Luísa Mesquita não ficou satisfeita com esta informação, considerando que não foram divulgados o calendário das obras e as prioridades definidas e que "o distrito de Santarém constitui um espaço geográfico onde pesa a sinistralidade rodoviária e, naturalmente, este facto não pode ser dissociado do estado de conservação em que se encontram as infra-estruturas rodoviárias". Em declarações ao PÚBLICO, Luísa Mesquita sustenta que o Governo "não faz nada" para alterar este quadro. "Tinham previstos cinco milhões de contos e, agora, apontam pouco mais um milhão. Ao ver esta listagem fabulosa parece que estão a fazer intervenções em todo o distrito, mas que nós saibamos nada está a ser feito. O Inverno aproxima-se e preocupa-nos as consequências que um novo período chuvoso poderá ter com as estradas nestas condições", sublinha. A parlamentar comunista diz que esta realidade não pode ser dissociada do alegado aumento da sinistralidade verificado no distrito. "Se fosse feito um levantamento, a culpa em muitos casos é do estado miserável das infra-estruturas rodoviárias". Luísa Mesquita cita também o caso da Nacional 3, entre Pernes e Santarém, onde "os acidentes e as tragédias são diários". Governador desmente deputada Carlos Cunha, governador civil de Santarém e presidente da Federação Distrital do PS, tem uma visão completamente diferente. "É do conhecimento de toda a gente que se tem feito um conjunto vasto de intervenções. Há muita coisa já feita e outras que estão a exigir intervenção o mais rapidamente possível. Mas nunca seria possível carregar no botão e as coisas aparecerem feitas", afirma. O representante do Governo sublinha que, devido ao rigor do Inverno, só em Março/Abril foi possível fazer o levantamento da situação e, a partir daí, definir prioridades, elaborar projectos, lançar concursos e adjudicar obras. "Santarém é capaz de ter sido um dos distritos onde foi dada mais atenção a estas questões. Isto não quer dizer que me conformo com o que está feito. Também gostaria de dizer que tínhamos tudo feito", sustentou, afiançando que "não é verdade que tivesse sido dito que havia cinco milhões de contos e agora só aparece um milhão. Todas as verbas estipuladas para estas reparações mantiveram-se e estão a ser utilizadas". Carlos Cunha afirma que "não houve qualquer descuido dos serviços" nesta matéria e que, com a entrada do novo director de estradas, "as coisas aceleraram e evoluíram". Admite, contudo, que "há situações que, por manifesta falta de verbas, é impossível resolver antes do próximo Inverno". 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