IOL testa acesso condicionado aos seus conteúdos

20-02-2002
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IOL Testa Acesso Condicionado Aos Seus Conteúdos

Por MARIA LOPES

Segunda-feira, 18 de Fevereiro de 2002 "Fechar" para facturar A Media Capital vai condicionar, durante a noite, o acesso aos seus conteúdos apenas a quem se ligue à Net através do IOL. O objectivo é ganhar mais dinheiro através das chamadas telefónicas Dentro de duas semanas, o portal IOL vai passar a condicionar o acesso a parte dos seus conteúdos apenas aos utilizadores que se ligam à Internet através do IOL. Numa primeira fase, esta restrição vai ter lugar apenas durante a noite, entre as 20h e as 8h, mas os responsáveis consideram a hipótese de, se a experiência resultar, poder vir a condicionar o acesso permanentemente. "As pessoas que se ligam à Net através do IOL continuam a ter acesso a tudo aquilo a que têm até aqui. Só os outros cibernautas é que vão ter um acesso limitado", explica Luís Rodrigues, administrador da Media Capital Multimédia. Ou seja, durante o período em que as ligações são essencialmente feitas através de escolas, empresas ou outros locais públicos, tudo estará acessível a toda a gente. E à noite, quando o acesso é feito a partir de telefones particulares, onde quem escolhe o ISP ("Internet Service Provider", ou fornecedor de acesso) é o próprio utilizador, só entra quem se registar. Entre as 20h e as 8h continuam abertas as "home pages" (páginas de entrada dos "sites" associados ao portal) com os títulos e os "links" (estes fechados), e serviços como o correio e o comércio electrónicos, "chats" e fóruns. Estará "vedada" a entrada nos "sites" das publicações do grupo como é o caso do "Computer World", "Diário Económico", "Semanário Económico", das rádios Cidade, Comercial, Mix, Nacional e Nostalgia, e de parte dos conteúdos da TVI, especialmente de programas como Academia das Estrelas, Batatoon, Big Brother e Survivor, e vídeos da informação. Na lista incluem-se ainda "sites" como o Cotonete, PortugalDiário, e os desportivos Maisandebol, Maisatletismo, Maisfutebol, e Mais Mundial 2002. Este último, afirma Luís Rodrigues, fará a cobertura do Mundial a realizar na Coreia e no Japão em exclusivo para os utilizadores do IOL, ou seja, enquanto durar a prova, o "site" deverá estar "encerrado" mesmo durante o dia - a decisão final depende ainda do comportamento dos cibernautas nos próximos dois meses. Para Luís Rodrigues, esta limitação no acesso aos conteúdos é "uma espécie de 'pay-per-view', como o sistema da televisão, mas aplicado à Net". O grande objectivo do IOL é desviar para a sua conta o maior número de chamadas telefónicas possível. Até agora, sem condicionamento de acesso aos conteúdos, os utilizadores de outros acessos à Net podiam livremente usufruir dos conteúdos do IOL pagando a outros ISP como, por exemplo, o Clix, a Telepac ou a Oninet. É que, ao contrário do que grande parte das pessoas pensa, a principal fatia de receitas deste tipo de empresas não vem da publicidade mas das chamadas telefónicas - a repartição faz-se na ordem dos dois terços para o ISP e um terço para a Portugal Telecom. "Actualmente é irrelevante estar a coleccionar milhões de "page views" para apresentar esse número aos anunciantes. O que gera negócio são as chamadas", diz Luís Rodrigues, acrescentando que esta é uma maneira de rentabilizar o que se investe na produção e na compra dos conteúdos. O "espírito livre" da Net A restrição que o IOL se prepara para implementar no seu portal vai, de certo modo, contra o "espírito livre" da Internet. Quem o diz é Helder Bastos, jornalista e autor de uma tese de mestrado sobre o jornalismo electrónico, e é uma opinião partilhada também por Lourenço Medeiros, do projecto Sic Online. "Tem havido demasiadas reacções negativas dos utilizadores contra a restrição de acesso. Um dos traços mais vincados da cibercultura é o livre acesso", afirma Helder Bastos. E exemplifica: "Houve algumas experiências de 'pay-per-view' com jornais estrangeiros e a maioria teve que recuar. Os cibernautas viram-se para outras páginas, porque têm muito por onde escolher. " O caso do "Jornal do Fundão", que no final de Outubro passou a disponibilizar a sua edição em papel na Net apenas para assinantes, é talvez a única experiência do género conhecida em Portugal. Para Helder Bastos, tudo o que é informação diária deve ser gratuita e só concorda com a permissão de acesso a troco de pagamento no caso dos arquivos, porque isso "já é um serviço". "As pessoas não estão dispostas a pagar por tudo e por nada. Caminha-se para uma utilização da Net mais madura do que impulsiva." Luís Rodrigues reconhece que o grande teste vai ser a capacidade de fidelização do público, e que para isso necessita de "ter cada vez mais e melhores conteúdos, e que o utilizador saiba que são exclusivos para ele". Se os cibernautas aderirem ao novo sistema, esta experiência pode passar a definitiva: "Dentro de um ano pode estar tudo fechado ou então concluímos que não é viável e voltamos ao regime 100 por cento livre." OUTROS TÍTULOS EM MEDIA IOL testa acesso condicionado aos seus conteúdos

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