"Tomar o pulso" ao partido

12-03-2001
marcar artigo

António Guterres reuniu-se ontem com as federações do PS

"Tomar o Pulso" ao Partido

Terça-feira, 19 de Dezembro de 2000 O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Guterres, reuniu-se ontem com os líderes e representantes das federações socialistas, num encontro que foi antecipado ao PÚBLICO como "uma forma de tomar o pulso ao partido", depois da recente crise governamental que levou à demissão de Armando Vara e de Luís Patrão. Esta reunião - que decorria à hora do fecho desta edição - tinha como tema genérico as próximas eleições para o Presidente da República, as eleições autárquicas do final do ano 2001 e o Congresso do PS convocado para Março próximo e que poderá decorrer em Lisboa ou no Porto. O encontro com as federações - o último em vésperas de Natal - deve ser lido na sequência da reunião do Secretariado da passada quarta-feira à noite. Nesta reunião de direcção, António Guterres decidiu marcar o próximo Congresso do PS como resposta à crise interna criada no partido pelas notícias das irregularidades praticadas na criação da Fundação para a Prevenção e Segurança, instituição que foi patrocinada por Armando Vara, até à semana passada ministro da Juventude e do Desporto e no anterior Governo secretário de Estado adjunto da Administração Interna, e Luís Patrão, que ocupou esse cargo no actual Governo, desde Outubro de 1999 até à passada sexta-feira. Com o Congresso marcado para Março - a data e o local exactos serão convocados pela Comissão Nacional, convocada para 20 e 21 de Janeiro, à qual se deverá antecipar uma Comissão Política a 17 e 18 do mesmo mês - e com uma campanha eleitoral à porta, Guterres quererá assim transmitir um ar de normalidade à vida partidária. Por outro lado, era esperado que ontem, na reunião com as federações distritais, António Guterres fosse alvo de uma série de manifestações de apoio e de acérrimas juras de fidelidade, por parte dos responsáveis da estrutura interna do partido. Refira-se que os líderes das federações do PS são fundamentais em época de pré-Congresso. Ou seja, os votos do aparelho estão concentrados nas mãos das figuras que gerem o partido em cada região. Daí que assegurar uma boa relação com as chefias do aparelho do partido seja crucial para um bom decurso do mandato e da sua renovação por parte do secretário-geral dos socialistas. As presidenciais deverão ter sido também abordadas ontem na reunião com as federações, já que está à porta a campanha oficial. E, embora seja dada como certa dentro do PS a reeleição de Jorge Sampaio, deverão ser formalmente ajustados os últimos pormenores do envolvimento do PS na campanha eleitoral. A manutenção da maioria das câmaras municipais a nível nacional será o objectivo estratégico do PS para a batalha autárquica que se avizinha. Um objectivo, de acordo com alguns dos dirigentes socialistas, é da maior importância para o PS, já que a possibilidade de esta maioria ser conquistada pelo PSD não é de todo colocada fora dos cenários que são feitos por alguns dirigentes socialistas. E há mesmo quem saliente que essa seria a primeira derrota eleitoral de António Guterres desde que subiu à liderança do PS, em 1992. S.J.A. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE A fundação que Arcanjo travou

"Tomar o pulso" ao partido

Abraços na despedida

António Guterres reuniu-se ontem com as federações do PS

"Tomar o Pulso" ao Partido

Terça-feira, 19 de Dezembro de 2000 O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Guterres, reuniu-se ontem com os líderes e representantes das federações socialistas, num encontro que foi antecipado ao PÚBLICO como "uma forma de tomar o pulso ao partido", depois da recente crise governamental que levou à demissão de Armando Vara e de Luís Patrão. Esta reunião - que decorria à hora do fecho desta edição - tinha como tema genérico as próximas eleições para o Presidente da República, as eleições autárquicas do final do ano 2001 e o Congresso do PS convocado para Março próximo e que poderá decorrer em Lisboa ou no Porto. O encontro com as federações - o último em vésperas de Natal - deve ser lido na sequência da reunião do Secretariado da passada quarta-feira à noite. Nesta reunião de direcção, António Guterres decidiu marcar o próximo Congresso do PS como resposta à crise interna criada no partido pelas notícias das irregularidades praticadas na criação da Fundação para a Prevenção e Segurança, instituição que foi patrocinada por Armando Vara, até à semana passada ministro da Juventude e do Desporto e no anterior Governo secretário de Estado adjunto da Administração Interna, e Luís Patrão, que ocupou esse cargo no actual Governo, desde Outubro de 1999 até à passada sexta-feira. Com o Congresso marcado para Março - a data e o local exactos serão convocados pela Comissão Nacional, convocada para 20 e 21 de Janeiro, à qual se deverá antecipar uma Comissão Política a 17 e 18 do mesmo mês - e com uma campanha eleitoral à porta, Guterres quererá assim transmitir um ar de normalidade à vida partidária. Por outro lado, era esperado que ontem, na reunião com as federações distritais, António Guterres fosse alvo de uma série de manifestações de apoio e de acérrimas juras de fidelidade, por parte dos responsáveis da estrutura interna do partido. Refira-se que os líderes das federações do PS são fundamentais em época de pré-Congresso. Ou seja, os votos do aparelho estão concentrados nas mãos das figuras que gerem o partido em cada região. Daí que assegurar uma boa relação com as chefias do aparelho do partido seja crucial para um bom decurso do mandato e da sua renovação por parte do secretário-geral dos socialistas. As presidenciais deverão ter sido também abordadas ontem na reunião com as federações, já que está à porta a campanha oficial. E, embora seja dada como certa dentro do PS a reeleição de Jorge Sampaio, deverão ser formalmente ajustados os últimos pormenores do envolvimento do PS na campanha eleitoral. A manutenção da maioria das câmaras municipais a nível nacional será o objectivo estratégico do PS para a batalha autárquica que se avizinha. Um objectivo, de acordo com alguns dos dirigentes socialistas, é da maior importância para o PS, já que a possibilidade de esta maioria ser conquistada pelo PSD não é de todo colocada fora dos cenários que são feitos por alguns dirigentes socialistas. E há mesmo quem saliente que essa seria a primeira derrota eleitoral de António Guterres desde que subiu à liderança do PS, em 1992. S.J.A. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE A fundação que Arcanjo travou

"Tomar o pulso" ao partido

Abraços na despedida

marcar artigo