EXPRESSO: País

19-02-2002
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Governo abandona metas

A campanha «Tolerância Zero» caiu na rotina e já não é tão eficaz como no princípio

O SECRETÁRIO de Estado da Administração Interna, Rui Pereira, abandonou as metas de redução de sinistralidade definidas pelo seu antecessor no Governo. Luís Patrão prometera que,, reduziriaem acidentes rodoviários. Questionado pelo EXPRESSO, no rescaldo dos resultados trágicos da «Operação Páscoa», sobre se estavam de pé os objectivos programados por Patrão, o secretário de Estado não quis quantificar qualquer meta.

«O objectivo é reduzir ao mínimo os acidentes nas estradas», disse Rui Pereira, acrescentando: «Não comento declarações de antigos membros do Governo».

Ainda no início desta semana, o líder da oposição, Durão Barroso, por ocasião de um colóquio sobre segurança rodoviária organizado pelo Instituto Sá Carneiro, desafiara o Governo a estabelecer como meta «a redução anual em 10% dos indicadores médios de sinistralidade - acidentes, mortos e feridos graves».

A definição de objectivos claros e quantificados é, segundo especialistas, de extrema importância para o êxito das políticas de combate à sinistralidade. «Nos últimos 15 anos, os países que conseguiram maiores progressos em matéria de segurança rodoviária adoptaram planos e estratégias orientados para metas quantificadas» sublinha António Lemonde Macedo, investigador principal do Núcleo de Tráfego e Segurança Rodoviária do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

Ainda segundo este estudioso, em comunicação apresentada ao 1º Congresso Rodoviário Português, os objectivos devem ser programados «quer no referente à diminuição esperada no número de acidentes e de vítimas, quer quanto à definição do horizonte temporal em que se prevê que esses objectivos sejam alcançados». Lemonde Macedo considera «vantajosa a adopção em Portugal de planos com objectivos quantificados de redução de sinistralidade para condução das principais acções futuras a desenvolver».

Luís Patrão garante não se sentir «incomodado» pela atitude do seu sucessor. «Apesar disso, a verdade é que aquilo que prometi está a ser cumprido e tudo indica que até 2003 atingiremos a média europeia», observa. Mas não deixa de insistir que «metas perceptíveis torna-as mais alcançáveis».

A Páscoa deste ano foi bastante amarga para a equipa do ministro da Administração Interna, Nuno Severiano Teixeira, que dias antes anunciara novas propostas para combater a sinistralidade: nos quatro dias da operação, coordenada pela GNR, morreram 23 pessoas (o dobro de 2000).

Governo abandona metas

A campanha «Tolerância Zero» caiu na rotina e já não é tão eficaz como no princípio

O SECRETÁRIO de Estado da Administração Interna, Rui Pereira, abandonou as metas de redução de sinistralidade definidas pelo seu antecessor no Governo. Luís Patrão prometera que,, reduziriaem acidentes rodoviários. Questionado pelo EXPRESSO, no rescaldo dos resultados trágicos da «Operação Páscoa», sobre se estavam de pé os objectivos programados por Patrão, o secretário de Estado não quis quantificar qualquer meta.

«O objectivo é reduzir ao mínimo os acidentes nas estradas», disse Rui Pereira, acrescentando: «Não comento declarações de antigos membros do Governo».

Ainda no início desta semana, o líder da oposição, Durão Barroso, por ocasião de um colóquio sobre segurança rodoviária organizado pelo Instituto Sá Carneiro, desafiara o Governo a estabelecer como meta «a redução anual em 10% dos indicadores médios de sinistralidade - acidentes, mortos e feridos graves».

A definição de objectivos claros e quantificados é, segundo especialistas, de extrema importância para o êxito das políticas de combate à sinistralidade. «Nos últimos 15 anos, os países que conseguiram maiores progressos em matéria de segurança rodoviária adoptaram planos e estratégias orientados para metas quantificadas» sublinha António Lemonde Macedo, investigador principal do Núcleo de Tráfego e Segurança Rodoviária do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

Ainda segundo este estudioso, em comunicação apresentada ao 1º Congresso Rodoviário Português, os objectivos devem ser programados «quer no referente à diminuição esperada no número de acidentes e de vítimas, quer quanto à definição do horizonte temporal em que se prevê que esses objectivos sejam alcançados». Lemonde Macedo considera «vantajosa a adopção em Portugal de planos com objectivos quantificados de redução de sinistralidade para condução das principais acções futuras a desenvolver».

Luís Patrão garante não se sentir «incomodado» pela atitude do seu sucessor. «Apesar disso, a verdade é que aquilo que prometi está a ser cumprido e tudo indica que até 2003 atingiremos a média europeia», observa. Mas não deixa de insistir que «metas perceptíveis torna-as mais alcançáveis».

A Páscoa deste ano foi bastante amarga para a equipa do ministro da Administração Interna, Nuno Severiano Teixeira, que dias antes anunciara novas propostas para combater a sinistralidade: nos quatro dias da operação, coordenada pela GNR, morreram 23 pessoas (o dobro de 2000).

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