Estudantes acham insuficientes medidas do Governo

23-02-2001
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Luís Parreirão vai receber manifesto com sugestões contra a sinistralidade do IP4

Estudantes Acham Insuficientes Medidas do Governo

Terça-feira, 12 de Dezembro de 2000

O problema é a falta de segurança no Itinerário Principal nº4 (IP4), o objectivo final é a rectificação e duplicação daquela via, o alvo era Luís Parreirão, secretário de Estado do Equipamento e Obras Públicas. Ultrapassadas pela actualidade, as poucas centenas de estudantes do ensino universitário e secundário que foram ontem a Vila Real protestar contra a elevada sinistralidade no IP4 acabaram a falar com governador civil deste distrito, Artur Vaz.

Acossado pela polémica em torno da Fundação para a Prevenção e a Segurança (FPS), Parreirão ficou em Lisboa, para uma audição parlamentar, e já não se deslocou ontem a Trás-os-Montes, como chegou a estar previsto. Mesmo assim, estudantes de todas as instituições de ensino superior da região e mais alguns de escolas secundárias de Vila Real manifestaram-se silenciosamente em frente ao Governo Civil desta cidade. Há situações em que o silêncio é mais ruidoso do que o grito e o número de mortes no IP4 é tão elevado que a sua simples constatação deveria dispensar qualquer grito de revolta.

Mas não é isso que tem acontecido. Apesar de já terem morrido naquela estrada mais de 150 pessoas, o Governo continua sem qualquer plano para o itinerário. Reforçar a sinalização, pavimentar um ou outro troço, aplicar o regime de "Tolerância Zero, Segurança Máxima" e realizar uma auditoria de segurança à via são as únicas medidas agendadas. Cerca de um milhão é quanto o executivo presidido por António Guterres pretende investir no próximo ano no IP4, segundo as verbas inscritas no Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC).

Para os estudantes e a Associação de Utilizadores do IP4, que se juntou ao protesto de ontem, as medidas governamentais já anunciadas não chegam, é preciso avançar com a "realização imediata de um estudo técnico que, no mais curto espaço de tempo, possa concluir por uma solução de fundo para o traçado do IP4, à semelhança do sucedido com o IP5". Este itinerário, recorde-se, vai ser transformado em auto-estrada em regime de portagem sem custos para os utilizadores (SCUT), num investimento orçado em 86 milhões de contos.

"Não aceitaremos que quaisquer reduções nas estatísticas possam servir para se adiar tal estudo e ignorar a evidente premência dessa tomada de decisão. Isto porque não olhamos para as vítimas do IP4 como meros números, mas sim como pessoas", lê-se no manifesto entregue ontem ao governador civil de Vila Real para ser remetido a Luís Parreirão.

Quando o governante o ler, vai ser confrontado com um conjunto de sugestões para enfrentar o flagelo da sinistralidade na principal estrada transmontana. Entre outras medidas, são-lhe propostas, com carácter de urgência, a repavimentação do piso danificado ou inadequado às más condições atmosféricas frequentes, a iluminação nocturna das zonas mais perigosas e dos nós e cruzamentos, a conclusão das obras de desnivelamento dos nós, "em curso há anos", a substituição dos "rails" de protecção danificados e da sinalização danificada ou roubada e a colocação de bandas anti-sono nas zonas de maior sinistralidade ou de maior possibilidade de saídas em contra-mão. Do rol de sugestões consta ainda a proibição, a título experimental, do uso nos dois sentidos da faixa central nos troços de maior sinistralidade, para atestar da "viabilidade de colocação de separadores centrais que evitem colisões frontais, até que o IP4 seja, final e integralmente, duplicado em toda a sua extensão".

Luís Parreirão vai receber manifesto com sugestões contra a sinistralidade do IP4

Estudantes Acham Insuficientes Medidas do Governo

Terça-feira, 12 de Dezembro de 2000

O problema é a falta de segurança no Itinerário Principal nº4 (IP4), o objectivo final é a rectificação e duplicação daquela via, o alvo era Luís Parreirão, secretário de Estado do Equipamento e Obras Públicas. Ultrapassadas pela actualidade, as poucas centenas de estudantes do ensino universitário e secundário que foram ontem a Vila Real protestar contra a elevada sinistralidade no IP4 acabaram a falar com governador civil deste distrito, Artur Vaz.

Acossado pela polémica em torno da Fundação para a Prevenção e a Segurança (FPS), Parreirão ficou em Lisboa, para uma audição parlamentar, e já não se deslocou ontem a Trás-os-Montes, como chegou a estar previsto. Mesmo assim, estudantes de todas as instituições de ensino superior da região e mais alguns de escolas secundárias de Vila Real manifestaram-se silenciosamente em frente ao Governo Civil desta cidade. Há situações em que o silêncio é mais ruidoso do que o grito e o número de mortes no IP4 é tão elevado que a sua simples constatação deveria dispensar qualquer grito de revolta.

Mas não é isso que tem acontecido. Apesar de já terem morrido naquela estrada mais de 150 pessoas, o Governo continua sem qualquer plano para o itinerário. Reforçar a sinalização, pavimentar um ou outro troço, aplicar o regime de "Tolerância Zero, Segurança Máxima" e realizar uma auditoria de segurança à via são as únicas medidas agendadas. Cerca de um milhão é quanto o executivo presidido por António Guterres pretende investir no próximo ano no IP4, segundo as verbas inscritas no Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC).

Para os estudantes e a Associação de Utilizadores do IP4, que se juntou ao protesto de ontem, as medidas governamentais já anunciadas não chegam, é preciso avançar com a "realização imediata de um estudo técnico que, no mais curto espaço de tempo, possa concluir por uma solução de fundo para o traçado do IP4, à semelhança do sucedido com o IP5". Este itinerário, recorde-se, vai ser transformado em auto-estrada em regime de portagem sem custos para os utilizadores (SCUT), num investimento orçado em 86 milhões de contos.

"Não aceitaremos que quaisquer reduções nas estatísticas possam servir para se adiar tal estudo e ignorar a evidente premência dessa tomada de decisão. Isto porque não olhamos para as vítimas do IP4 como meros números, mas sim como pessoas", lê-se no manifesto entregue ontem ao governador civil de Vila Real para ser remetido a Luís Parreirão.

Quando o governante o ler, vai ser confrontado com um conjunto de sugestões para enfrentar o flagelo da sinistralidade na principal estrada transmontana. Entre outras medidas, são-lhe propostas, com carácter de urgência, a repavimentação do piso danificado ou inadequado às más condições atmosféricas frequentes, a iluminação nocturna das zonas mais perigosas e dos nós e cruzamentos, a conclusão das obras de desnivelamento dos nós, "em curso há anos", a substituição dos "rails" de protecção danificados e da sinalização danificada ou roubada e a colocação de bandas anti-sono nas zonas de maior sinistralidade ou de maior possibilidade de saídas em contra-mão. Do rol de sugestões consta ainda a proibição, a título experimental, do uso nos dois sentidos da faixa central nos troços de maior sinistralidade, para atestar da "viabilidade de colocação de separadores centrais que evitem colisões frontais, até que o IP4 seja, final e integralmente, duplicado em toda a sua extensão".

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