Autarca de Castelo de Paiva reitera acusações a Luís Parreirão

01-11-2001
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Autarca de Castelo de Paiva Reitera Acusações a Luís Parreirão

Por RUI BAPTISTA

Quarta-feira, 20 de Junho de 2001

Ouvido pelo Ministério Público, Paulo Teixeira responsabilizou politicamente o ex-secretário de Estado pela tragédia de Entre-os-Rios

O presidente da Câmara de Castelo de Paiva, o social-democrata Paulo Teixeira, voltou ontem a responsabilizar politicamente o ex-secretário de Estado das Obras Públicas, Luís Parreirão, pela queda da ponte de Entre-os-Rios, que custou a vida a 59 pessoas. "Reitero tudo aquilo que afirmei [na noite da tragédia], em termos de responsabilidade política do ex-secretário de Estado", disse o autarca de Castelo de Paiva, à saída do tribunal daquela comarca, onde foi ouvido pelo Ministério Público, no âmbito de um processo de difamação inteposto por Parreirão.

Desta vez, porém, Teixeira abandonou a tese de que o ex-secretário de Estado devia ser responsabilizado "pessoalmente" pela tragédia, preferindo enquadrar as suas declarações no contexto mais alargado do combate político. E avisou que, se o processo não for arquivado, está disposto a apresentar como testemunhas algumas figuras políticas nacionais, como Paulo Portas, líder do CDS-PP.

"O senhor presidente da câmara limitou-se a fazer uma crítica política ao secretário de Estado, dando voz ao sentimento das populações", garantiu ao PÚBLICO o advogado do autarca, Proença de Carvalho, que defende o arquivamento do processo, que corre no Tribunal de Lisboa. O causídico lisboeta lembrou que, embora "justas", as polémicas declarações de Paulo Teixeira foram feitas num "ambiente de tragédia", poucas horas após a queda da ponte. "É lamentável que, depois de tudo o que se passou, o senhor presidente da câmara tenha que vir a tribunal responder por afirmações que fez com toda a equidade e toda a justiça", disse Proença.

Paulo Teixeira voltou a censurar Parreirão, lembrando que advertiu o secretário de Estado para as péssimas condições da ponte. "Dei-lhe fotografias que documentavam os enormes buracos que existiam na ponte", diz o autarca, acusando o ex-governante de não ter levado em conta os protestos dos habitantes de Castelo de Paiva, que, em 9 de Janeiro, cortaram o trânsito em Entre-os-Rios para protestar contra as deficientes condições da ponte. Recorde-se que Parreirão já respondeu a estas acusações, lembrando que a ponte tinha sido reparada três anos antes do acidente, não existindo na altura "nenhuma indicação" de que houvesse qualquer problema com a estrutura.

Na próxima segunda-feira, desloca-se a Castelo de Paiva o primeiro-ministro, António Guterres, para assinar o auto de consignação da nova ponte de Entre-os-Rios, baseada num projecto que estava pronto desde 1995. "Podia ter-se evitado uma tragédia se a nova ponte tivesse sido construída a tempo", diz Teixeira, que avisa que o povo de Castelo de Paiva "vai demonstrar quem tem razão num futuro próximo".

Autarca de Castelo de Paiva Reitera Acusações a Luís Parreirão

Por RUI BAPTISTA

Quarta-feira, 20 de Junho de 2001

Ouvido pelo Ministério Público, Paulo Teixeira responsabilizou politicamente o ex-secretário de Estado pela tragédia de Entre-os-Rios

O presidente da Câmara de Castelo de Paiva, o social-democrata Paulo Teixeira, voltou ontem a responsabilizar politicamente o ex-secretário de Estado das Obras Públicas, Luís Parreirão, pela queda da ponte de Entre-os-Rios, que custou a vida a 59 pessoas. "Reitero tudo aquilo que afirmei [na noite da tragédia], em termos de responsabilidade política do ex-secretário de Estado", disse o autarca de Castelo de Paiva, à saída do tribunal daquela comarca, onde foi ouvido pelo Ministério Público, no âmbito de um processo de difamação inteposto por Parreirão.

Desta vez, porém, Teixeira abandonou a tese de que o ex-secretário de Estado devia ser responsabilizado "pessoalmente" pela tragédia, preferindo enquadrar as suas declarações no contexto mais alargado do combate político. E avisou que, se o processo não for arquivado, está disposto a apresentar como testemunhas algumas figuras políticas nacionais, como Paulo Portas, líder do CDS-PP.

"O senhor presidente da câmara limitou-se a fazer uma crítica política ao secretário de Estado, dando voz ao sentimento das populações", garantiu ao PÚBLICO o advogado do autarca, Proença de Carvalho, que defende o arquivamento do processo, que corre no Tribunal de Lisboa. O causídico lisboeta lembrou que, embora "justas", as polémicas declarações de Paulo Teixeira foram feitas num "ambiente de tragédia", poucas horas após a queda da ponte. "É lamentável que, depois de tudo o que se passou, o senhor presidente da câmara tenha que vir a tribunal responder por afirmações que fez com toda a equidade e toda a justiça", disse Proença.

Paulo Teixeira voltou a censurar Parreirão, lembrando que advertiu o secretário de Estado para as péssimas condições da ponte. "Dei-lhe fotografias que documentavam os enormes buracos que existiam na ponte", diz o autarca, acusando o ex-governante de não ter levado em conta os protestos dos habitantes de Castelo de Paiva, que, em 9 de Janeiro, cortaram o trânsito em Entre-os-Rios para protestar contra as deficientes condições da ponte. Recorde-se que Parreirão já respondeu a estas acusações, lembrando que a ponte tinha sido reparada três anos antes do acidente, não existindo na altura "nenhuma indicação" de que houvesse qualquer problema com a estrutura.

Na próxima segunda-feira, desloca-se a Castelo de Paiva o primeiro-ministro, António Guterres, para assinar o auto de consignação da nova ponte de Entre-os-Rios, baseada num projecto que estava pronto desde 1995. "Podia ter-se evitado uma tragédia se a nova ponte tivesse sido construída a tempo", diz Teixeira, que avisa que o povo de Castelo de Paiva "vai demonstrar quem tem razão num futuro próximo".

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