Luís Fazenda: Recordo camaradas baleados

15-03-2001
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Onde é que estava no 25 de Novembro?

Luís Fazenda: Recordo Camaradas Baleados

Sexta-feira, 17 de Novembro de 2000

Estava junto de centenas de pessoas na Comissão de Moradores de Pedrouços/Bom Sucesso, em Lisboa.

Seguíamos com inquietação as notícias de um iminente golpe militar de direita. A meio da tarde integrei uma delegação de comissões de trabalhadores e da comissão de moradores que se deslocavam ao quartel da Polícia Militar na Calçada da Ajuda. O Comando disse-nos para aguardar com serenidade. Tanto que vimos impotentes passar os tanques dos Comandos da Amadora para tomar ao fim de uma noite o quartel da Polícia Militar. Registo a dignidade do major Mário Tomé quando se entregou ao Presidente Costa Gomes, donde seguiu para detenção militar. Recordo camaradas baleados nessa noite como Joaquim Leal e Albertino Bagagem. Sorrio quando me lembro de ministros de hoje que estavam do nosso lado de então.

Depois veio o estado de sítio e o que se conhece. Vingou a Constituição e não um novo Chile como se dizia na época. A força do movimento popular deixou-nos contribuições democráticas inapagáveis.

As conquistas de Abril, parte delas já perdidas, fizeram mais pela democracia que as "transições democráticas" que vamos vendo pelo mundo. A sociedade mais justa e igualitária que reza a Constituição está ainda à espera de outros estios e não de um outonal Novembro.

Onde é que estava no 25 de Novembro?

Luís Fazenda: Recordo Camaradas Baleados

Sexta-feira, 17 de Novembro de 2000

Estava junto de centenas de pessoas na Comissão de Moradores de Pedrouços/Bom Sucesso, em Lisboa.

Seguíamos com inquietação as notícias de um iminente golpe militar de direita. A meio da tarde integrei uma delegação de comissões de trabalhadores e da comissão de moradores que se deslocavam ao quartel da Polícia Militar na Calçada da Ajuda. O Comando disse-nos para aguardar com serenidade. Tanto que vimos impotentes passar os tanques dos Comandos da Amadora para tomar ao fim de uma noite o quartel da Polícia Militar. Registo a dignidade do major Mário Tomé quando se entregou ao Presidente Costa Gomes, donde seguiu para detenção militar. Recordo camaradas baleados nessa noite como Joaquim Leal e Albertino Bagagem. Sorrio quando me lembro de ministros de hoje que estavam do nosso lado de então.

Depois veio o estado de sítio e o que se conhece. Vingou a Constituição e não um novo Chile como se dizia na época. A força do movimento popular deixou-nos contribuições democráticas inapagáveis.

As conquistas de Abril, parte delas já perdidas, fizeram mais pela democracia que as "transições democráticas" que vamos vendo pelo mundo. A sociedade mais justa e igualitária que reza a Constituição está ainda à espera de outros estios e não de um outonal Novembro.

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