Radiografia da família socialista

05-01-2002
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Radiografia da Família Socialista

Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2001 Já lá vai o tempo em que o PS se dividia prosaicamente entre soaristas e sampaístas, antes de o guterrismo irromper em força. A liderança de António Guterres representou um período de tréguas que aglutinou à volta do líder que conduziu o partido de novo ao poder todas as famílias do partido. Confrontado com uma nova crise de liderança o mapa interno está de novo em mudança. GUTERRISTAS Os apoiantes da solução Gama Guterrista da primeira hora é, naturalmente, Jorge Coelho, o demissionário número dois do partido que se empenhou agora em conciliar o partido em torno da solução Jaime Gama. O secretário de Estado da Comunicação Social, Arons de Carvalho, a presidente da Federação do PS de Lisboa Edite Estrela, o ministro adjunto António José Seguro, o ministro do Ambiente José Sócrates, o deputado Laurentino Dias, constituem o resto do "núcleo duro" que começou a sonhar, ainda Jorge Sampaio era líder, com um PS liderado por António Guterres. Guterrista de segunda hora será Armando Vara, que em anteriores congressos partidários apoiara Jaime Gama e guterrista de terceira hora, a determinada altura do campeonato, pareceu ser quase todo o partido. Hoje, é provável que o guterrismo, com o abandono do líder sob o peso da derrota, se reconduza ao núcleo inicial. A verdade é que a solução Jaime Gama está a ser apoiada por António Guterres e que o aparelho não mudará quando Jaime Gama for eleito secretário-geral, uma vez que os órgãos nacionais não vão mudar com a substituição do secretário-geral - será o mesmo que se manteve ao longo dos últimos anos fidelíssimo a António Guterres. GAMISTAS "Gamistas somos três" "Gamistas somos três: eu, o Miranda Calha e o José Lello. Quanto ao Jaime Gama já não sabemos." A frase é do deputado Eduardo Pereira, que foi ontem precisamente o primeiro dirigente a avançar preto-no-branco que Jaime Gama estava disponível para suceder a António Guterres. O "gamismo" já foi, no entanto, uma tendência bastante grande - e agora, abençoada ao mais alto nível no partido, a começar por Guterres, tem toda as condições para voltar a ser grande, senão mesmo perigosamente unanimista. Em tempos, quando Gama avançou contra Vitor Constâncio, e depois Jorge Sampaio, reuniam-se sob a liderança de Gama personalidades como Manuel Maria Carrilho, Fernando Gomes, Alberto Costa, Francisco Assis ou Armando Vara. Os "gamistas" foram mesmo, pelo menos no primeiro congresso de Constâncio, vistos como os estavam mais próximos da herança política de Mário Soares. Talvez isso lhes tenha sido fatal. Depois de derrotada por Jorge Sampaio, a tendência dissolveu-se. Restou o tal núcleo duro de Eduardo Pereira, Miranda Calha e José Lello. Todos têm em comum com o seu próprio "líder espiritual" interessarem-se profundamente por questões de Defesa. Agora irão todos certamente recordar aos sete ventos que nunca desertaram da tendência.J.P.H. SAMPAÍSTAS Os homens do rendimento mínimo Existirá o "sampaísmo"? É altamente duvidoso. Um grupo existe quando reúne com periodicidade regular e quando concerta estratégias. Isso já não acontece há muito tempo com o grupo que em tempos foi o principal suporte de Jorge Sampaio na liderança do PS. Mesmo assim, nem tudo se dissolveu. Não se pode dizer que o grupo tenha implodido - todos se continuam a dar razoavelmente bem uns com os outros. Têm é agendas pessoais que tornam impossível a unidade estratégica. António Costa é um caso claro. Autonomizou-se absolutamente e pedala a sua própria bicicleta. Do antigo grupo "sampaísta" quem ainda parece funcionar em grande concertação é Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso. Na área da segurança social, sendo Ferro ministro e Pedroso secretário de Estado, inventaram a jóia da coroa da governação do PS, o rendimento mínimo garantido. Embora os seus caminhos no Governo se tenham entretanto separado - Ferro foi para as Obras Públicas e Pedroso subiu a ministro do Trabalho - nada disso se repercutiu na sua amizade política e pessoal. Estão assumidamente à esquerda de Guterres mas não se deixam confundir com o republicanismo macónico de dirigentes como João Soares. A sua referência ideológica central é ainda, indubitavelmente, Jorge Sampaio - e por isso continuam a merecer o epíteto de "sampaístas". SOARISTAS Em nome do pai e do filho O "soarismo" júnior de João tem tudo a ver, como não podia deixar de ser, com o que resta do "soarismo" sénior de Mário. Tudo a ver - até na escassa influência actual junto do aparelho do partido, completamente dominado por Jorge Coelho, sob a batuta de António Guterres, desde que este ascendeu à liderança do partido, há quase dez anos. Os "homens" de João Soares no Governo são Rui Cunha (secretário de Estado dos Transportes) e Acácio Barreiros (secretário de Estado da Defesa do Consumidor). E nada mais. Territorialmente o fenómeno está quase que inteiramente concentrado em Lisboa. Uma das raras excepções é Beja, onde António Saleiro ainda tem alguma - mas cada vez menos - influência. O velho número dois do pai Soares quando este mandava no partido, António Campos, está também com João Soares, e parece que no grupo se incluiu ainda Manuel Alegre, embora a relação do deputado-poeta com o "soarismo" não seja propriamente constante. Estão entretanto em curso esforços do ainda presidente da câmara de Lisboa para fazer alargar essa influência ao Porto, nomeadamente através da captação de Fernando Gomes, cuja ruptura com o guterrismo parece irreversível. O projecto deve no entanto sair gorado porque Gomes e Gama têm uma relação sólida - basta recordar que quando Gomes saiu do Governo foi Gama quem lhe ofereceu uma tábua de salvação através da sua colocação como embaixador de Portugal na OCDE. "HISTÓRICOS" Os que estão "mais à esquerda" Manuel Alegre será, provavelmente, o rosto mais emblemático desta corrente de militantes que, tendo apoiado a candidatura a secretário-geral de António Guterres, se afastou rapidamente dele quando começou a perceber até que ponto o vitorioso primeiro-ministro das legislativas de 1995 estava disposto a romper com a tradição laica e republicana do PS, a abrir à direita, a procurar consensos que definiram como "espúrios". É considerada a corrente mais "à esquerda" do PS e tem em Mário Soares a primeira das suas referências. Em várias ocasiões, como na co-incineração, tornou-se uma forte corrente perturbadora da paz guterrista. Além de Manuel Alegre, integram este grupo Medeiros Ferreira, Helena Roseta, António Reis, Eduardo Pereira. De vez em quando, reflectem em conjunto com o jovem Sérgio Sousa Pinto, ex-líder da Juventude Socialista, ao lado de quem estiveram aquando da luta pela despenalização do aborto. Jaime Gama não gosta desta tribo (à excepção de Eduardo Pereira, com quem Jaime Gama manteve uma relação diferente, atendendo ao facto de Pereira integrar o gamismo no tempo em que ele cabia dentro de um táxi). "OUT-SIDERS" A força de Cravinho Por razões diferentes são corredores solitários. João Cravinho, o primeiro e o último dos sampaístas, gosta, porém, de fazer o seu próprio percurso. É visto entre amigos e inimigos como um corredor solitário, muito senhor do seu espaço e das suas opiniões. Superadas as desconfianças iniciais entre Cravinho e o guterrismo, o "super-ministro" que Guterres teve transformou-se rapidamente numa estrela em ascensão que o prieiro-ministro não dispensava. Sobretudo depois das aflições do primeiro Orçamento que teve de ser feito quase ainda antes de o Governo entrar em funções. Mas o crescimento da importância de Cravinho no Governo logo começou a gerar as primeiras sombras e a autonomia política que concedia a si próprio entrou em rota de colisão com o núcleo duro de Guterres. O primeiro caso foi logo em 1996 à volta da negociação das Finanças Locais em que ameaçou por sua conta e risco a provocação de uma crise política. A sua saída em 1999 era inevitável mas Cravinho ainda pôde dar-se ao luxo de negar por duas vezes os convites de Guterres para entrar no Governo. Manuel Maria Carrilho é um caso diferente. Tem uma voz ruidosa na discussão dos problemas do PS por força da sua actuação no espaço mediático mas a sua influência no partido é muito reduzida. Não tem força política nem sequer é um apoio disputado. APARELHO A herança de Coelho O homem do aparelho, o grande organizador, o artífice das vitórias do PS, o Jorge, como é afectivamente tratado pelas bases. Jorge Coelho ainda é o homem mais incontornável deste aparente fim de festa do guterrismo. A sua força está nos sucessivos mergulhos às estruturas partidárias de cada vez que era confrontado com uma crise. Isso deu-lhe uma enorme influência mas também lhe deixou alguns engulhos. Nunca conseguiu livrar-se dessa qualidade que aos poucos foi virando um estigma dentro e fora do partido. Sobretudo quando aparece associado a personagens que o processo autárquico conduziu também para um inexorável naufrágio como Armando Vara - que nunca se conseguiu erguer do processo humilhante que o obrigou a demitir-se do Governo - mas também Edite Estrela. Todavia, como o processo de construção da candidatura de Gama veio provar, o único aparelho que existe é o seu e não há nenhuma alternativa. A.S.L./J.P.H./E.D. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Gama desafia adversários a candidatarem-se

João Soares pondera avançar

Reacções

PERFIL À terceira será de vez?

Mário Soares disse a Vitorino que os líderes devem arriscar

Gomes acusou secretário-geral de ter "nacionalizado" o resultado das autárquicas

Guterres queria comissão de notáveis

A demissão de Guterres na imprensa espanhola

EDITORIAL Águas profundas, águas revoltas

Radiografia da família socialista

"O CDS precisa de mim"

As quatro decisões de Portas

Durão Barroso pede humildade ao PSD

Sampaio deve dissolver

Reforma da Assembleia fica para a próxima

Radiografia da Família Socialista

Quinta-feira, 20 de Dezembro de 2001 Já lá vai o tempo em que o PS se dividia prosaicamente entre soaristas e sampaístas, antes de o guterrismo irromper em força. A liderança de António Guterres representou um período de tréguas que aglutinou à volta do líder que conduziu o partido de novo ao poder todas as famílias do partido. Confrontado com uma nova crise de liderança o mapa interno está de novo em mudança. GUTERRISTAS Os apoiantes da solução Gama Guterrista da primeira hora é, naturalmente, Jorge Coelho, o demissionário número dois do partido que se empenhou agora em conciliar o partido em torno da solução Jaime Gama. O secretário de Estado da Comunicação Social, Arons de Carvalho, a presidente da Federação do PS de Lisboa Edite Estrela, o ministro adjunto António José Seguro, o ministro do Ambiente José Sócrates, o deputado Laurentino Dias, constituem o resto do "núcleo duro" que começou a sonhar, ainda Jorge Sampaio era líder, com um PS liderado por António Guterres. Guterrista de segunda hora será Armando Vara, que em anteriores congressos partidários apoiara Jaime Gama e guterrista de terceira hora, a determinada altura do campeonato, pareceu ser quase todo o partido. Hoje, é provável que o guterrismo, com o abandono do líder sob o peso da derrota, se reconduza ao núcleo inicial. A verdade é que a solução Jaime Gama está a ser apoiada por António Guterres e que o aparelho não mudará quando Jaime Gama for eleito secretário-geral, uma vez que os órgãos nacionais não vão mudar com a substituição do secretário-geral - será o mesmo que se manteve ao longo dos últimos anos fidelíssimo a António Guterres. GAMISTAS "Gamistas somos três" "Gamistas somos três: eu, o Miranda Calha e o José Lello. Quanto ao Jaime Gama já não sabemos." A frase é do deputado Eduardo Pereira, que foi ontem precisamente o primeiro dirigente a avançar preto-no-branco que Jaime Gama estava disponível para suceder a António Guterres. O "gamismo" já foi, no entanto, uma tendência bastante grande - e agora, abençoada ao mais alto nível no partido, a começar por Guterres, tem toda as condições para voltar a ser grande, senão mesmo perigosamente unanimista. Em tempos, quando Gama avançou contra Vitor Constâncio, e depois Jorge Sampaio, reuniam-se sob a liderança de Gama personalidades como Manuel Maria Carrilho, Fernando Gomes, Alberto Costa, Francisco Assis ou Armando Vara. Os "gamistas" foram mesmo, pelo menos no primeiro congresso de Constâncio, vistos como os estavam mais próximos da herança política de Mário Soares. Talvez isso lhes tenha sido fatal. Depois de derrotada por Jorge Sampaio, a tendência dissolveu-se. Restou o tal núcleo duro de Eduardo Pereira, Miranda Calha e José Lello. Todos têm em comum com o seu próprio "líder espiritual" interessarem-se profundamente por questões de Defesa. Agora irão todos certamente recordar aos sete ventos que nunca desertaram da tendência.J.P.H. SAMPAÍSTAS Os homens do rendimento mínimo Existirá o "sampaísmo"? É altamente duvidoso. Um grupo existe quando reúne com periodicidade regular e quando concerta estratégias. Isso já não acontece há muito tempo com o grupo que em tempos foi o principal suporte de Jorge Sampaio na liderança do PS. Mesmo assim, nem tudo se dissolveu. Não se pode dizer que o grupo tenha implodido - todos se continuam a dar razoavelmente bem uns com os outros. Têm é agendas pessoais que tornam impossível a unidade estratégica. António Costa é um caso claro. Autonomizou-se absolutamente e pedala a sua própria bicicleta. Do antigo grupo "sampaísta" quem ainda parece funcionar em grande concertação é Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso. Na área da segurança social, sendo Ferro ministro e Pedroso secretário de Estado, inventaram a jóia da coroa da governação do PS, o rendimento mínimo garantido. Embora os seus caminhos no Governo se tenham entretanto separado - Ferro foi para as Obras Públicas e Pedroso subiu a ministro do Trabalho - nada disso se repercutiu na sua amizade política e pessoal. Estão assumidamente à esquerda de Guterres mas não se deixam confundir com o republicanismo macónico de dirigentes como João Soares. A sua referência ideológica central é ainda, indubitavelmente, Jorge Sampaio - e por isso continuam a merecer o epíteto de "sampaístas". SOARISTAS Em nome do pai e do filho O "soarismo" júnior de João tem tudo a ver, como não podia deixar de ser, com o que resta do "soarismo" sénior de Mário. Tudo a ver - até na escassa influência actual junto do aparelho do partido, completamente dominado por Jorge Coelho, sob a batuta de António Guterres, desde que este ascendeu à liderança do partido, há quase dez anos. Os "homens" de João Soares no Governo são Rui Cunha (secretário de Estado dos Transportes) e Acácio Barreiros (secretário de Estado da Defesa do Consumidor). E nada mais. Territorialmente o fenómeno está quase que inteiramente concentrado em Lisboa. Uma das raras excepções é Beja, onde António Saleiro ainda tem alguma - mas cada vez menos - influência. O velho número dois do pai Soares quando este mandava no partido, António Campos, está também com João Soares, e parece que no grupo se incluiu ainda Manuel Alegre, embora a relação do deputado-poeta com o "soarismo" não seja propriamente constante. Estão entretanto em curso esforços do ainda presidente da câmara de Lisboa para fazer alargar essa influência ao Porto, nomeadamente através da captação de Fernando Gomes, cuja ruptura com o guterrismo parece irreversível. O projecto deve no entanto sair gorado porque Gomes e Gama têm uma relação sólida - basta recordar que quando Gomes saiu do Governo foi Gama quem lhe ofereceu uma tábua de salvação através da sua colocação como embaixador de Portugal na OCDE. "HISTÓRICOS" Os que estão "mais à esquerda" Manuel Alegre será, provavelmente, o rosto mais emblemático desta corrente de militantes que, tendo apoiado a candidatura a secretário-geral de António Guterres, se afastou rapidamente dele quando começou a perceber até que ponto o vitorioso primeiro-ministro das legislativas de 1995 estava disposto a romper com a tradição laica e republicana do PS, a abrir à direita, a procurar consensos que definiram como "espúrios". É considerada a corrente mais "à esquerda" do PS e tem em Mário Soares a primeira das suas referências. Em várias ocasiões, como na co-incineração, tornou-se uma forte corrente perturbadora da paz guterrista. Além de Manuel Alegre, integram este grupo Medeiros Ferreira, Helena Roseta, António Reis, Eduardo Pereira. De vez em quando, reflectem em conjunto com o jovem Sérgio Sousa Pinto, ex-líder da Juventude Socialista, ao lado de quem estiveram aquando da luta pela despenalização do aborto. Jaime Gama não gosta desta tribo (à excepção de Eduardo Pereira, com quem Jaime Gama manteve uma relação diferente, atendendo ao facto de Pereira integrar o gamismo no tempo em que ele cabia dentro de um táxi). "OUT-SIDERS" A força de Cravinho Por razões diferentes são corredores solitários. João Cravinho, o primeiro e o último dos sampaístas, gosta, porém, de fazer o seu próprio percurso. É visto entre amigos e inimigos como um corredor solitário, muito senhor do seu espaço e das suas opiniões. Superadas as desconfianças iniciais entre Cravinho e o guterrismo, o "super-ministro" que Guterres teve transformou-se rapidamente numa estrela em ascensão que o prieiro-ministro não dispensava. Sobretudo depois das aflições do primeiro Orçamento que teve de ser feito quase ainda antes de o Governo entrar em funções. Mas o crescimento da importância de Cravinho no Governo logo começou a gerar as primeiras sombras e a autonomia política que concedia a si próprio entrou em rota de colisão com o núcleo duro de Guterres. O primeiro caso foi logo em 1996 à volta da negociação das Finanças Locais em que ameaçou por sua conta e risco a provocação de uma crise política. A sua saída em 1999 era inevitável mas Cravinho ainda pôde dar-se ao luxo de negar por duas vezes os convites de Guterres para entrar no Governo. Manuel Maria Carrilho é um caso diferente. Tem uma voz ruidosa na discussão dos problemas do PS por força da sua actuação no espaço mediático mas a sua influência no partido é muito reduzida. Não tem força política nem sequer é um apoio disputado. APARELHO A herança de Coelho O homem do aparelho, o grande organizador, o artífice das vitórias do PS, o Jorge, como é afectivamente tratado pelas bases. Jorge Coelho ainda é o homem mais incontornável deste aparente fim de festa do guterrismo. A sua força está nos sucessivos mergulhos às estruturas partidárias de cada vez que era confrontado com uma crise. Isso deu-lhe uma enorme influência mas também lhe deixou alguns engulhos. Nunca conseguiu livrar-se dessa qualidade que aos poucos foi virando um estigma dentro e fora do partido. Sobretudo quando aparece associado a personagens que o processo autárquico conduziu também para um inexorável naufrágio como Armando Vara - que nunca se conseguiu erguer do processo humilhante que o obrigou a demitir-se do Governo - mas também Edite Estrela. Todavia, como o processo de construção da candidatura de Gama veio provar, o único aparelho que existe é o seu e não há nenhuma alternativa. A.S.L./J.P.H./E.D. OUTROS TÍTULOS EM DESTAQUE Gama desafia adversários a candidatarem-se

João Soares pondera avançar

Reacções

PERFIL À terceira será de vez?

Mário Soares disse a Vitorino que os líderes devem arriscar

Gomes acusou secretário-geral de ter "nacionalizado" o resultado das autárquicas

Guterres queria comissão de notáveis

A demissão de Guterres na imprensa espanhola

EDITORIAL Águas profundas, águas revoltas

Radiografia da família socialista

"O CDS precisa de mim"

As quatro decisões de Portas

Durão Barroso pede humildade ao PSD

Sampaio deve dissolver

Reforma da Assembleia fica para a próxima

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