EXPRESSO -

11-05-2001
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A propósito do artigo publicado na semana passada na página do EM OFF, intitulado «Escândalo no Hotel Ritz», José Moutinho (que, por lapso, apareceu identificado na referida peça como João Moutinho) e Eduardo Catroga enviaram cartas a prestar esclarecimentos acerca do episódio descrito.

Protagonistas esclarecem

«Escândalo no Hotel Ritz»

NA ÚLTIMA edição do EXPRESSO, e sob o título «Escândalo no Hotel Ritz», foi noticiado com destaque um incidente, ocorrido na anterior segunda-feira, de que foi protagonista um tal senhor que identificam como João Moutinho, com quem eu nunca contactei na minha vida; A notícia refere que esse senhor é conhecido como «caça-pides», sem adiantar quaisquer pormenores ou esclarecimentos sobre o equilíbrio psicológico e a sanidade mental do indivíduo; Desta forma, os leitores são levados a poder concluir que se trata de um indivíduo psicologicamente normal, que me informaram não ser o caso. Perante a situação, sou obrigado a intentar uma acção por difamação e ameaças contra o dito sujeito, pois que, dado o relevo da notícia, não quero deixar de responsabilizá-lo por tais calúnias. Eduardo de Almeida Catroga, Lisboa

O VOSSO jornal (do qual sou leitor desde o número 1, de 6 de Janeiro de 1973) publica uma notícia caluniosa não assinada, sendo da responsabilidade do director. No dia 25 de Janeiro, num almoço no Hotel Ritz, onde almoço assiduamente com várias figuras públicas, o ex-ministro das Finanças, dr. Eduardo Catroga, tentou apertar-me a mão na presença de várias pessoas, duas delas minhas amigas, uma delas o meu querido camarada, homem impoluto, o ministro eng. João Cravinho. Eu afirmei ao Catroga que não apertava a mão a corruptos e lembrei-lhe um caso que se passou no distrito de Aveiro com uma grande empresa da área do PSD, o qual safou, digo, concedeu um perdão de 68 mil contos quando ele era ministro, o que eu considerei muito grave. Se o meu camarada João Cravinho não me tivesse pedido calma, eu, José Moutinho, corria a pontapé o corrupto Eduardo Catroga para fora do restaurante Varanda. Só o meu camarada conselheiro de Estado, dr. José Manuel Galvão Teles, e o meu camarada dr. Jorge Coelho, ministro da Administração Interna, tiveram acesso a este incidente, porque fui eu que lhes dei conhecimento. Sr. Director, quem tem informação tem poder e eu tenho muito poder. Se tem dúvidas pergunte às pessoas que cito neste telegrama. Pergunte ao ilustre Presidente da República, ao ilustre primeiro-ministro, meu camarada secretário-geral, eng. António Guterres, e a outras figuras públicas, tais como o dr. Fernando Mimoso Negrão, director da Polícia Judiciária, o dr. José Vera Jardim e outras figuras públicas que o sr. arquitecto bem conhece, com as quais me relaciono. Sou muito violento para quem me trata mal. A extinta PIDE/DGS não me meteu medo em 42 meses de prisão e a PIDE gonçalvista, cunhalista, otelista, também não me meteu medo quando me meteu na prisão 35 dias em Caxias, acusado de contra-revolucionário, spinolista e agente da CIA. Os grandes senhores meus camaradas, dr. Mário Soares, dr. Francisco Salgado Zenha e o grande Fernando Neto, estes dois já falecidos, tudo fizeram para me libertar, e quando saí de Caxias fui transformado em herói nacional, como bem sabe. Estive no 25 de Novembro de armas nas mãos para derrubar a quase-ditadura gonçalvista, cunhalista, otelista. Tenho numerosas armas mas geralmente só utilizo uma, que é única: a verdade para cumprimento da justiça. José Moutinho, Lisboa

A propósito do artigo publicado na semana passada na página do EM OFF, intitulado «Escândalo no Hotel Ritz», José Moutinho (que, por lapso, apareceu identificado na referida peça como João Moutinho) e Eduardo Catroga enviaram cartas a prestar esclarecimentos acerca do episódio descrito.

Protagonistas esclarecem

«Escândalo no Hotel Ritz»

NA ÚLTIMA edição do EXPRESSO, e sob o título «Escândalo no Hotel Ritz», foi noticiado com destaque um incidente, ocorrido na anterior segunda-feira, de que foi protagonista um tal senhor que identificam como João Moutinho, com quem eu nunca contactei na minha vida; A notícia refere que esse senhor é conhecido como «caça-pides», sem adiantar quaisquer pormenores ou esclarecimentos sobre o equilíbrio psicológico e a sanidade mental do indivíduo; Desta forma, os leitores são levados a poder concluir que se trata de um indivíduo psicologicamente normal, que me informaram não ser o caso. Perante a situação, sou obrigado a intentar uma acção por difamação e ameaças contra o dito sujeito, pois que, dado o relevo da notícia, não quero deixar de responsabilizá-lo por tais calúnias. Eduardo de Almeida Catroga, Lisboa

O VOSSO jornal (do qual sou leitor desde o número 1, de 6 de Janeiro de 1973) publica uma notícia caluniosa não assinada, sendo da responsabilidade do director. No dia 25 de Janeiro, num almoço no Hotel Ritz, onde almoço assiduamente com várias figuras públicas, o ex-ministro das Finanças, dr. Eduardo Catroga, tentou apertar-me a mão na presença de várias pessoas, duas delas minhas amigas, uma delas o meu querido camarada, homem impoluto, o ministro eng. João Cravinho. Eu afirmei ao Catroga que não apertava a mão a corruptos e lembrei-lhe um caso que se passou no distrito de Aveiro com uma grande empresa da área do PSD, o qual safou, digo, concedeu um perdão de 68 mil contos quando ele era ministro, o que eu considerei muito grave. Se o meu camarada João Cravinho não me tivesse pedido calma, eu, José Moutinho, corria a pontapé o corrupto Eduardo Catroga para fora do restaurante Varanda. Só o meu camarada conselheiro de Estado, dr. José Manuel Galvão Teles, e o meu camarada dr. Jorge Coelho, ministro da Administração Interna, tiveram acesso a este incidente, porque fui eu que lhes dei conhecimento. Sr. Director, quem tem informação tem poder e eu tenho muito poder. Se tem dúvidas pergunte às pessoas que cito neste telegrama. Pergunte ao ilustre Presidente da República, ao ilustre primeiro-ministro, meu camarada secretário-geral, eng. António Guterres, e a outras figuras públicas, tais como o dr. Fernando Mimoso Negrão, director da Polícia Judiciária, o dr. José Vera Jardim e outras figuras públicas que o sr. arquitecto bem conhece, com as quais me relaciono. Sou muito violento para quem me trata mal. A extinta PIDE/DGS não me meteu medo em 42 meses de prisão e a PIDE gonçalvista, cunhalista, otelista, também não me meteu medo quando me meteu na prisão 35 dias em Caxias, acusado de contra-revolucionário, spinolista e agente da CIA. Os grandes senhores meus camaradas, dr. Mário Soares, dr. Francisco Salgado Zenha e o grande Fernando Neto, estes dois já falecidos, tudo fizeram para me libertar, e quando saí de Caxias fui transformado em herói nacional, como bem sabe. Estive no 25 de Novembro de armas nas mãos para derrubar a quase-ditadura gonçalvista, cunhalista, otelista. Tenho numerosas armas mas geralmente só utilizo uma, que é única: a verdade para cumprimento da justiça. José Moutinho, Lisboa

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