EXPRESSO: Opinião

19-03-2002
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OPINIÃO

CARDEAIS O anel e a herança

«A frutuosa experiência do Papa polaco abre caminho a outros, porventura com origens ainda mais distantes da sede da Igreja Católica. Sendo os cardeais elegíveis em maior número e provenientes de tão diversos pontos do globo, maior e mais rico é o universo para a eleição do sucessor do Papa.» E SE o patriarca de Lisboa, que aqui recebe o anel de cardeal, fosse o próximo Papa? D. José Policarpo lembrou-se de Pessoa para traduzir o sentimento que o dominava - «Aqui sou mais do que eu, represento um povo», disse, para sublinhar a sua responsabilidade, no dia em que ganhou direito ao barrete cardinalício. O novo cardeal veio do povo e sabe como o povo é dado a sonhar com impossíveis. Mas porque suporta mal a mágoa de perder - bem se vê no fado! - chega a fugir até dos sonhos possíveis para depois não sofrer tanto com uma decepção eventual. A verdade é que D. José Policarpo e o outro cardeal português que já é «ministro» do Vaticano, D. José Saraiva Martins, têm voto e são elegíveis. Não seria a primeira vez que as previsões para os conclaves sairiam furadas. Com a nomeação dos novos cardeais e o alargamento da representatividade do Consistório, João Paulo II cria condições para que a sua sucessão possa tornar-se um passo mais no reforço da universalidade da Igreja Católica. Ele, que foi o primeiro Papa não italiano em quatro séculos, sabe como esse facto, na aparência insignificante, deu mais força à sua voz fora das paredes do Vaticano e contribuiu de forma decisiva para as profundas transformações ocorridas na Europa e no mundo durante o seu pontificado. A frutuosa experiência do Papa polaco abre caminho a outros, porventura com origens ainda mais distantes da sede da Igreja Católica. Sendo os cardeais elegíveis em maior número e provenientes de tão diversos pontos do globo, maior e mais rico é o universo para a eleição do sucessor do Papa. E mais fortes as possibilidades de, com uma escolha ousada e que não se limite a reflectir o equilíbrio de forças políticas e burocráticas dentro da Santa Sé, a Igreja de Roma reforçar a sua imagem de Igreja do mundo, abrindo-se a ele para prosseguir o trabalho ecuménico das últimas duas décadas. O novo Consistório é, por isso, mais uma parcela valiosa da herança de João Paulo II.

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3 comentários 1 a 3

27 de Fevereiro de 2001 às 17:11

Congregação dos Fiéis da Santa Patetice

Última Hora :

Mensagem de Nossa Senhora da Patetice :

Na minha próxima aparição ( a 68ª !)terei todo o prazer em revelar o 4º Segredo .

Recebido na Congregação dos Fiéis da Santa Patetice em 27-02-2001

P'la Congregação

Joaquim Matos

26 de Fevereiro de 2001 às 03:04

Cecília Silva

Bem, como se prova junto, a "Congregação dos Fiéis da Santa Patetice" já tem Superior(a) Geral: o(a) senhor(a), que se esconde atrás do anonimato - prova de grande cidadania e honestidade intelectual - e que publica o mesmíssimo comentário noutro artigo de opinião [de Maria João Avillez].

Dois cardeais podem não trazer grande felicidade ao mundo [mal não trazem, concerteza]: mas sabemos quem são, o que pensam e onde moram; enquanto que o anónimo "Fundador" da "Congregação dos Fiéis da Santa Patetice", só acrescenta azedume ao amargo nacional. Como se já não bastasse... E Nossa Senhora aparecesse por encomenda, bem Lhe pediria eu que lhe aparecesse a si: umas lições de respeito cívico e tolerância vinham mesmo a calhar!

Divirta-se neste carnaval...

24 de Fevereiro de 2001 às 17:46

Congregação dos Fiéis da Santa Patetice

Congregação dos Fiéis da Santa Patetice

Irmãos e Irmâs :

Nesta hora de intensa felicidade terrena ( a celeste espera-nos na eternidade , não é ? ),

congratulamo-nos por mais este momento sublime e bíblico:

dois cardeais !!

E, na linha do ilustre Pateta João César das Neves, aguardamos religiosa, paciente e acefalamente que a Nossa Senhora ( já agora da Patetice ) nos , abençoadamente, apareça, pela 68ª vez .

Continuemos a rezar, irmãozinhos e irmãzinhas, que os tempos actuais são ÍMPIOS.

Bem-haja, senhor Madrinha.

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CARDEAIS O anel e a herança

«A frutuosa experiência do Papa polaco abre caminho a outros, porventura com origens ainda mais distantes da sede da Igreja Católica. Sendo os cardeais elegíveis em maior número e provenientes de tão diversos pontos do globo, maior e mais rico é o universo para a eleição do sucessor do Papa.» E SE o patriarca de Lisboa, que aqui recebe o anel de cardeal, fosse o próximo Papa? D. José Policarpo lembrou-se de Pessoa para traduzir o sentimento que o dominava - «Aqui sou mais do que eu, represento um povo», disse, para sublinhar a sua responsabilidade, no dia em que ganhou direito ao barrete cardinalício. O novo cardeal veio do povo e sabe como o povo é dado a sonhar com impossíveis. Mas porque suporta mal a mágoa de perder - bem se vê no fado! - chega a fugir até dos sonhos possíveis para depois não sofrer tanto com uma decepção eventual. A verdade é que D. José Policarpo e o outro cardeal português que já é «ministro» do Vaticano, D. José Saraiva Martins, têm voto e são elegíveis. Não seria a primeira vez que as previsões para os conclaves sairiam furadas. Com a nomeação dos novos cardeais e o alargamento da representatividade do Consistório, João Paulo II cria condições para que a sua sucessão possa tornar-se um passo mais no reforço da universalidade da Igreja Católica. Ele, que foi o primeiro Papa não italiano em quatro séculos, sabe como esse facto, na aparência insignificante, deu mais força à sua voz fora das paredes do Vaticano e contribuiu de forma decisiva para as profundas transformações ocorridas na Europa e no mundo durante o seu pontificado. A frutuosa experiência do Papa polaco abre caminho a outros, porventura com origens ainda mais distantes da sede da Igreja Católica. Sendo os cardeais elegíveis em maior número e provenientes de tão diversos pontos do globo, maior e mais rico é o universo para a eleição do sucessor do Papa. E mais fortes as possibilidades de, com uma escolha ousada e que não se limite a reflectir o equilíbrio de forças políticas e burocráticas dentro da Santa Sé, a Igreja de Roma reforçar a sua imagem de Igreja do mundo, abrindo-se a ele para prosseguir o trabalho ecuménico das últimas duas décadas. O novo Consistório é, por isso, mais uma parcela valiosa da herança de João Paulo II.

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27 de Fevereiro de 2001 às 17:11

Congregação dos Fiéis da Santa Patetice

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Mensagem de Nossa Senhora da Patetice :

Na minha próxima aparição ( a 68ª !)terei todo o prazer em revelar o 4º Segredo .

Recebido na Congregação dos Fiéis da Santa Patetice em 27-02-2001

P'la Congregação

Joaquim Matos

26 de Fevereiro de 2001 às 03:04

Cecília Silva

Bem, como se prova junto, a "Congregação dos Fiéis da Santa Patetice" já tem Superior(a) Geral: o(a) senhor(a), que se esconde atrás do anonimato - prova de grande cidadania e honestidade intelectual - e que publica o mesmíssimo comentário noutro artigo de opinião [de Maria João Avillez].

Dois cardeais podem não trazer grande felicidade ao mundo [mal não trazem, concerteza]: mas sabemos quem são, o que pensam e onde moram; enquanto que o anónimo "Fundador" da "Congregação dos Fiéis da Santa Patetice", só acrescenta azedume ao amargo nacional. Como se já não bastasse... E Nossa Senhora aparecesse por encomenda, bem Lhe pediria eu que lhe aparecesse a si: umas lições de respeito cívico e tolerância vinham mesmo a calhar!

Divirta-se neste carnaval...

24 de Fevereiro de 2001 às 17:46

Congregação dos Fiéis da Santa Patetice

Congregação dos Fiéis da Santa Patetice

Irmãos e Irmâs :

Nesta hora de intensa felicidade terrena ( a celeste espera-nos na eternidade , não é ? ),

congratulamo-nos por mais este momento sublime e bíblico:

dois cardeais !!

E, na linha do ilustre Pateta João César das Neves, aguardamos religiosa, paciente e acefalamente que a Nossa Senhora ( já agora da Patetice ) nos , abençoadamente, apareça, pela 68ª vez .

Continuemos a rezar, irmãozinhos e irmãzinhas, que os tempos actuais são ÍMPIOS.

Bem-haja, senhor Madrinha.

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