A invasão dos institutos pelos "boys"

07-05-2001
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A Invasão dos Institutos Pelos "Boys"

Terça-feira, 6 de Março de 2001

Boa parte dos quadros da JAE foram para a privada ou para a reforma antecipada

Os três institutos em que se dividiu a antiga Junta Autónoma de Estradas (JAE) não têm conseguido manter o corpo técnico que herdaram. E, no entanto, um dos objectivos para que foram criados era o de "segurarem" bons engenheiros em organismos do Estado com ordenados mais altos (cerca do dobro) dos que consegue pagar a administração pública nos lugares equivalentes.

O problema é que para acederem aos novos vencimentos do IEP, do ICOR e do ICERR os técnicos em causa tinham de abdicar da Caixa Geral de Aposentações - ou seja, da reforma integral. A maior parte não quis: e uns, regra geral os mais velhos, pediram a reforma antecipada; outros rumaram às empresas privadas.

Por regra, quem entrou a substituí-los foram jovens quadros do Partido Socialista. Um exemplo: Rui Dinis, um jurista que trabalhou como assessor nos gabinetes de António José Seguro, na Secretaria de Estado da Juventude, e de José Penedos, na Secretaria de Estado da Defesa, entrou no ICERR directamente para um lugar equiparado a director de serviços. Enquanto na função pública só lá poderia chegar após uma série de anos, segundo as leis orgânicas dos novos institutos a administração respectiva pode admitir qualquer pessoa para qualquer função, em qualquer escalão, desde que considere o seu currículo adequado.

Refira-se que os administradores executivos acabam por receber líquidos valores que rondam os mil e cem contos mensais. Mais do que ministros.

L.M.V.

A Invasão dos Institutos Pelos "Boys"

Terça-feira, 6 de Março de 2001

Boa parte dos quadros da JAE foram para a privada ou para a reforma antecipada

Os três institutos em que se dividiu a antiga Junta Autónoma de Estradas (JAE) não têm conseguido manter o corpo técnico que herdaram. E, no entanto, um dos objectivos para que foram criados era o de "segurarem" bons engenheiros em organismos do Estado com ordenados mais altos (cerca do dobro) dos que consegue pagar a administração pública nos lugares equivalentes.

O problema é que para acederem aos novos vencimentos do IEP, do ICOR e do ICERR os técnicos em causa tinham de abdicar da Caixa Geral de Aposentações - ou seja, da reforma integral. A maior parte não quis: e uns, regra geral os mais velhos, pediram a reforma antecipada; outros rumaram às empresas privadas.

Por regra, quem entrou a substituí-los foram jovens quadros do Partido Socialista. Um exemplo: Rui Dinis, um jurista que trabalhou como assessor nos gabinetes de António José Seguro, na Secretaria de Estado da Juventude, e de José Penedos, na Secretaria de Estado da Defesa, entrou no ICERR directamente para um lugar equiparado a director de serviços. Enquanto na função pública só lá poderia chegar após uma série de anos, segundo as leis orgânicas dos novos institutos a administração respectiva pode admitir qualquer pessoa para qualquer função, em qualquer escalão, desde que considere o seu currículo adequado.

Refira-se que os administradores executivos acabam por receber líquidos valores que rondam os mil e cem contos mensais. Mais do que ministros.

L.M.V.

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