Muralha de Santarém em perigo de derrocada

19-02-2001
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Estrada Nacional 114 foi cortada

Muralha de Santarém em Perigo de Derrocada

Domingo, 31 de Dezembro de 2000 O risco de queda de parte da muralha de Santarém na zona de Alcáçova levou ao corte ao trânsito da Estrada Nacional 114, no troço entre a Ponte D. Luís e o planalto de Santarém. Um aluimento das terras perturbou o normal funcionamento de parte da área envolvente de uma casa de turismo de habitação, embora os técnicos da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), que inspeccionaram as barreiras na sexta-feira à tarde, não tivessem chegado a sugerir a saída dos hóspedes. Devido à lenta abertura de brechas bem visíveis na muralha - um imóvel de interesse público classificado desde 1917 - foi recomendado o esvaziamento de uma piscina próxima, para evitar a pressão na estrutura, e o fecho do caminho pedonal Calçada de Santiago, que fica sob a muralha em risco de derrocada. O proprietário da casa de turismo de habitação, Sérgio Coutinho, foi quem deparou com a existência de uma racha na muralha na manhã de sexta-feira, tendo então contactado alguns "técnicos conhecidos", que o alertaram para a gravidade da situação. Preocupado com a morosidade que possa ter uma intervenção destinada a estabilizar as barreiras, Sérgio Coutinho foi informado que apenas iam "tapar a muralha, para evitar infiltrações nas rachas que abriram". Mas ontem não sabia ainda quando é que isto ia ser feito. O proprietário associa o sucedido a um "pequeno tremor de terra sentido com mais intensidade na região do Alentejo". A instabilidade nas barreiras naquele local já se tinha feito sentir há quatro anos, altura em que "a base do monte também aluiu um bocadinho". "No lado de Santa Margarida existe um bocado de muralha que caiu há quatro anos e ninguém fez nada", lamenta. Para os scalabitanos, a estabilização das barreiras de Santarém é um processo que se arrasta no tempo, e o deslize de terras agora verificado traz à memória os acontecimentos de há quatro anos, quando o deslizamento dos solos obrigou ao realojamento de cerca de 30 moradores. O facto da EN 114 estar aberta ao trânsito implicaria novas vibrações na muralha, pelo que, por uma questão de prevenção, a Protecção Civil Municipal, seguindo uma ordem do presidente da Câmara, José Miguel Noras, ordenou o corte da EN 114. Segundo José Miguel Noras, após a vistoria feita na sexta feira "há hipótese do prosseguimento da derrocada". O corte da estrada deverá manter-se "nos próximos oito a dez dias". "A abertura será feita logo que hajam garantias de que não acontecerá uma derrocada no local", disse o autarca. Muito embora não tenham sido indicados prazos para o inicio das obras de sustentação das barreiras, José Noras esclarece que o estado dos contrafortes só deverá ser avaliado quando o terreno estiver mais seco. "Não se pode intervir agora, por que isso obrigaria a um aumento de peso nas terras, o que favorece o aluimento e iria acelerar as condições de desmoronamento", explica. O autarca considera que o risco "é o de o contraforte se desprender". Caso a derrocada aconteça, diz, não será possível prever onde parará a movimentação de terras. José Noras recorda que a intervenção que deverá ser efectuada pela a DGEMN envolve um espaço "onde ciclicamente estes deslizamentos acontecem, desde o século XIV". As alternativas a esta estrada passam pela nova ponte Salgueiro Maia ou por uma estrada que atravessa a povoação da Ribeira de Santarém, também ela com problemas de sustentação de terras em parte do seu percurso. J.P.N. OUTROS TÍTULOS EM LOCAL LISBOA Saint-Exupéry passou por Lisboa há 60 anos

A FOTOGRAFIA Estaleiros

TRIBUNA DO LEITOR

As vivendas do Algueirão

Casa da Música para o São Jorge

Taxistas de Lisboa - 1

Taxistas de Lisboa - 2

HOJE

Uma sátira musicada

PAÍS

Muralha de Santarém em perigo de derrocada

Quando um supermercado é de interesse municipal

Transição suave no Conde de Ferreira

BREVES

Breves

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