Sampaio considerado o líder da Europa

12-07-2001
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Sampaio Considerado o Líder da Europa

Quarta-feira, 27 de Junho de 2001

Intervenções do Presidente português tocaram nos pontos fulcrais da discussão.

Do nosso enviado Luciano Alvarez em Nova Iorque

Jorge Sampaio deixou ontem os Estados Unidos com fortes saudações dos principais responsáveis das Nações Unidas por ter sido o único presidente europeu a deslocar-se a esta sessão especial da ONU dedicada à sida. Saudações que se acentuaram pela mensagem que o chefe de Estado português deixou nos três dias que passou em Nova Iorque e que se focalizaram em questões que para os responsáveis pelo combate à sida na ONU são fundamentais.

Sampaio acabou mesmo por ser considerado como o representante da Europa na sessão, manteve encontros ao mais alto nível - nomeadamente com o secretário de estado norte-americano, Colin Powel - e o embaixador Richard Holbrooke chamou-lhe mesmo o líder da Europa.

Temas como a importância de a liderança de o combate à sida ser assumida claramente pelos presidentes e governos de todos os países, a educação sexual nas escolas, uma maior participação das igrejas, a luta pelo fim dos tabus, um maior empenhamento da indústria farmacêutica (nomeadamente baixando ainda mais os preços), a aplicação dos genéricos, o tratamento de igualdade para os cidadãos presos, foram levantadas por Jorge Sampaio, quer no salão nobre da ONU, quer noutras intervenções em reuniões bilaterais e no debate com o embaixador Richard Holbrooke no Council Foreign Relations.

A maior parte destas questões estiveram e estão no centro da polémica entre os estados membros da ONU, especialmente devido à discordância dos países islâmicos, líderes do grupo que não quer ver a maior parte destes temas incluídos no debate. As posições de Sampaio agradaram de forma visível a Peter Piot, o presidente da ONUSIDA e um dos principais responsáveis pela organização da sessão especial, que não se cansou de elogiar o presidente português.

A presença do Presidente da República na ONU acabou também por acentuar a ausência da ministra da Saúde, Manuela Arcanjo. Enquanto a quase totalidade dos chefes de Estado dos 25 países que estiveram presentes, na maior parte africanos, se fizeram acompanhar pelo ministro da Saúde, a representar o Governo português esteve o secretário de Estado do sector. José Miguel Boquinhas, questionado sobre a ausência da ministra, desvalorizou o facto: "Um membro do Governo é um membro do Governo, que está representado em toda a força."

O Governo português também ainda não decidiu, segundo José Miguel Boquinhas, se vai ou não contribuir para o fundo global contra a sida que Kofi Annan quer criar, apesar de esta questão estar a ser discutida há vários meses.

Jorge Sampaio aproveitou também esta deslocação às Nações Unidas para, nos diversos encontros bilaterais, levantar as questões de Timor-Leste, salientado a importância de a ONU manter a sua presença no território após as eleições de 30 de Agosto.

Sampaio Considerado o Líder da Europa

Quarta-feira, 27 de Junho de 2001

Intervenções do Presidente português tocaram nos pontos fulcrais da discussão.

Do nosso enviado Luciano Alvarez em Nova Iorque

Jorge Sampaio deixou ontem os Estados Unidos com fortes saudações dos principais responsáveis das Nações Unidas por ter sido o único presidente europeu a deslocar-se a esta sessão especial da ONU dedicada à sida. Saudações que se acentuaram pela mensagem que o chefe de Estado português deixou nos três dias que passou em Nova Iorque e que se focalizaram em questões que para os responsáveis pelo combate à sida na ONU são fundamentais.

Sampaio acabou mesmo por ser considerado como o representante da Europa na sessão, manteve encontros ao mais alto nível - nomeadamente com o secretário de estado norte-americano, Colin Powel - e o embaixador Richard Holbrooke chamou-lhe mesmo o líder da Europa.

Temas como a importância de a liderança de o combate à sida ser assumida claramente pelos presidentes e governos de todos os países, a educação sexual nas escolas, uma maior participação das igrejas, a luta pelo fim dos tabus, um maior empenhamento da indústria farmacêutica (nomeadamente baixando ainda mais os preços), a aplicação dos genéricos, o tratamento de igualdade para os cidadãos presos, foram levantadas por Jorge Sampaio, quer no salão nobre da ONU, quer noutras intervenções em reuniões bilaterais e no debate com o embaixador Richard Holbrooke no Council Foreign Relations.

A maior parte destas questões estiveram e estão no centro da polémica entre os estados membros da ONU, especialmente devido à discordância dos países islâmicos, líderes do grupo que não quer ver a maior parte destes temas incluídos no debate. As posições de Sampaio agradaram de forma visível a Peter Piot, o presidente da ONUSIDA e um dos principais responsáveis pela organização da sessão especial, que não se cansou de elogiar o presidente português.

A presença do Presidente da República na ONU acabou também por acentuar a ausência da ministra da Saúde, Manuela Arcanjo. Enquanto a quase totalidade dos chefes de Estado dos 25 países que estiveram presentes, na maior parte africanos, se fizeram acompanhar pelo ministro da Saúde, a representar o Governo português esteve o secretário de Estado do sector. José Miguel Boquinhas, questionado sobre a ausência da ministra, desvalorizou o facto: "Um membro do Governo é um membro do Governo, que está representado em toda a força."

O Governo português também ainda não decidiu, segundo José Miguel Boquinhas, se vai ou não contribuir para o fundo global contra a sida que Kofi Annan quer criar, apesar de esta questão estar a ser discutida há vários meses.

Jorge Sampaio aproveitou também esta deslocação às Nações Unidas para, nos diversos encontros bilaterais, levantar as questões de Timor-Leste, salientado a importância de a ONU manter a sua presença no território após as eleições de 30 de Agosto.

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