Luta autárquica ao rubro em Setúbal

14-07-2001
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Luta Autárquica ao Rubro em Setúbal

Por MIGUEL MOITEIRO MARQUES

Segunda-feira, 4 de Junho de 2001 PS, PSD e PP lançam candidaturas em Setúbal com os olhos postos na derrota da CDU O PCP é o alvo a abater, no distrito de Setúbal, nas próximas eleições autárquicas. Os candidatos do PS, do PSD e do PP assumem-se como adversários das listas da CDU, apesar de os sociais-democratas e os populares procurarem ganhar o estatuto de principal partido da oposição como catapulta para as eleições de 2005. O concelho de Setúbal é o paradigma para a maioria dos restantes municípios e será palco de uma batalha autárquica titânica: CDU e PS disputam a presidência da câmara municipal, a coligação PSD-PP luta por se tornar o partido da oposição, o Bloco de Esquerda testa os eleitores para as eventuais legislativas antecipadas e um movimento de independentes ensaia alternativas aos partidos políticos. O socialista Mata Cáceres vai no quarto mandato, após ter tomado a autarquia ao PCP, em 1985, numa coligação PS-PSD, mas perdeu a maioria absoluta nas últimas eleições. Apesar do "sprint" de grandes obras preparadas para os próximos meses, Mata Cáceres tem o "handicap" de estar isolado no apoio à localização da co-incineração no concelho, que se tornou a principal bandeira dos seus opositores. O adversário directo, Carlos de Sousa, é uma aposta forte da CDU que o transferiu de Palmela, onde é presidente há dois mandatos. O protagonismo deste autarca à frente da associação de municípios do distrito, que tem uma boa relação com o tecido empresarial e as instituições, tem-lhe permitido captar apoios mesmo no seio do PS. Outro concorrente que deverá retirar votos a Cáceres é o candidato da coligação PSD-PP, o vereador Duarte Machado, cuja popularidade é sólida no sector do turismo. Este ano, há dois dados novos nas autárquicas em Setúbal: a candidatura de independentes do Movimento de Cidadãos Por Setúbal, encabeçada pelo ex-socialista Luís Filipe Fernandes, e a candidatura do Bloco de Esquerda, cujo candidato mais consensual é Fernando Rosas. A eventual vitória da CDU em Setúbal poderá ser acompanhada pela derrota dos comunistas em três câmaras do distrito. O caso mais flagrante é o do Barreiro, onde o PS ficou a 167 votos da presidência. O vice-presidente Carlos Maurício tenta manter a CDU no poder, enquanto o socialista Emídio Xavier, candidato em 1993, beneficia do apoio tácito do PP, que não concorre à câmara municipal para deixar o terreno livre. Em Sines e em Santiago do Cacém, o PCP também sofre dificuldades, com o afastamento das listas dos actuais presidentes e os efeitos dos fortes investimentos do Governo socialista. Contudo, o PS deu um tiro no pé e comprometeu as probabilidades de uma vitória com a instalação, em Santiago do Cacém, da estação de pré-tratamento dos resíduos industriais perigosos. A troca nas cadeiras também poderá ocorrer em Sesimbra. O actual presidente socialista, Amadeu Penim, candidato de recurso por indisponibilidade de outros militantes e contestado nas hostes socialistas, vai ter um "duelo a três": o vereador comunista Augusto Pólvora e o social-democrata Manuel Avelino, à frente da coligação PSD-PP, que poderá surpreender conforme a transferência dos votos socialistas. No Montijo, a socialista Maria Amélia Antunes tem uma tarefa fácil, depois de ter destronado a CDU, no poder neste município desde 1975. Em Grândola, o PS apostou forte no independente Carlos Beato, antigo braço-direito de Salgueiro Maia, mas o comunista Fernando Travassos é uma figura de consenso no município. Em Almada, trava-se outro combate de pesos-pesados entre Maria Emília de Sousa (CDU), Narana Coissoró, que poderá tornar-se o primeiro vereador do PP no concelho, Ruben Raposo (PS), José Nascimento (PSD) e Manuela Tavares (BE). No Seixal, o recandidato comunista Alfredo Monteiro é o favorito, enquanto o presidente da distrital laranja e vereador no Seixal, Luís Rodrigues, aposta forte para ganhar o protagonismo na oposição ao candidato do PS, o actual vereador do Ambiente, Ricardo Ribeiro. Na Moita, a recandidatura de João Almeida é uma opção forçada, mas o PS poderá ser obrigado a alterar a sua estratégia, caso o actual vereador e deputado socialista José Manuel Epifânio não concorra por razões familiares. A coligação entre o PSD e o PP na Moita caiu por terra e o coordenador distrital dos populares, João Titta Maurício, pretende ultrapassar os sociais-democratas, depois de ter sido recusado pela concelhia laranja como cabeça-de-lista da coligação. A CDU lança mais uma mulher nas autárquicas, a vice-presidente da Câmara de Palmela, Ana Teresa Vicente, viúva do histórico comunista Luís Sá. A candidatura arrojada dos comunistas num concelho rural não tem forte oposição do PS, em dificuldades para encontrar um candidato, apesar da disponibilidade do presidente da distrital, Alberto Antunes. Enquanto os socialistas ainda discutem as listas e namoram Jorge Coelho para se candidatar à assembleia municipal, o PSD já apresentou o candidato Bracinha Vieira, antigo secretário de Estado da Educação, com elementos do PP na lista. Em Alcochete e em Alcácer do Sal, o PCP parte na frente e recandidata os favoritos Miguel Boieiro e Rogério de Brito. OUTROS TÍTULOS EM NACIONAL BE quer regulamentar trabalho nocturno

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Apesar do "sprint" de grandes obras preparadas para os próximos meses, Mata Cáceres tem o "handicap" de estar isolado no apoio à localização da co-incineração no concelho, que se tornou a principal bandeira dos seus opositores. O adversário directo, Carlos de Sousa, é uma aposta forte da CDU que o transferiu de Palmela, onde é presidente há dois mandatos. O protagonismo deste autarca à frente da associação de municípios do distrito, que tem uma boa relação com o tecido empresarial e as instituições, tem-lhe permitido captar apoios mesmo no seio do PS. Outro concorrente que deverá retirar votos a Cáceres é o candidato da coligação PSD-PP, o vereador Duarte Machado, cuja popularidade é sólida no sector do turismo. Este ano, há dois dados novos nas autárquicas em Setúbal: a candidatura de independentes do Movimento de Cidadãos Por Setúbal, encabeçada pelo ex-socialista Luís Filipe Fernandes, e a candidatura do Bloco de Esquerda, cujo candidato mais consensual é Fernando Rosas. 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