A agonia do PCP
O Partido Comunista tem um problema grave que não tem sido muito referido: o sector intelectual está a desaparecer.
O fenómeno não é novo.
Vem de longe.
Vital Moreira, Zita Seabra, Vítor Louro, José Magalhães, Pina Moura, são exemplos de intelectuais que se foram desencantando com o partido.
E se João Amaral, Carlos Brito e Edgar Correia saírem, como já parece inevitável, o PCP ficará reduzido a quê?
Ao sector operário e pouco mais.
Sucede que esse sector operário corresponde a um operariado que está também a desaparecer.
São dirigentes operários cuja base se perdeu, que já quase só se representam a si próprios.
Porquê?
Porque a indústria de que provinham está agonizante.
Eles eram orindos da indústria mineira, que está a fechar, da indústria vidreira, que estrebucha na Marinha Grande, dos estaleiros navais da Margueira, cujo tempo passou, da indústria conserveira, que já conheceu melhores dias.
O PCP, portanto, não só perde os intelectuais como vê desaparecer a base operária dos seus dirigentes operários.
É um partido que começa a ficar suspenso no ar.
Vive de uma ideologia que morreu, sonha com um tempo que passou, tem dirigentes que não representam realidade nenhuma.
Julgo que o PCP, não se tendo reformado até hoje, não tem já reforma possível.
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A agonia do PCP
O Partido Comunista tem um problema grave que não tem sido muito referido: o sector intelectual está a desaparecer.
O fenómeno não é novo.
Vem de longe.
Vital Moreira, Zita Seabra, Vítor Louro, José Magalhães, Pina Moura, são exemplos de intelectuais que se foram desencantando com o partido.
E se João Amaral, Carlos Brito e Edgar Correia saírem, como já parece inevitável, o PCP ficará reduzido a quê?
Ao sector operário e pouco mais.
Sucede que esse sector operário corresponde a um operariado que está também a desaparecer.
São dirigentes operários cuja base se perdeu, que já quase só se representam a si próprios.
Porquê?
Porque a indústria de que provinham está agonizante.
Eles eram orindos da indústria mineira, que está a fechar, da indústria vidreira, que estrebucha na Marinha Grande, dos estaleiros navais da Margueira, cujo tempo passou, da indústria conserveira, que já conheceu melhores dias.
O PCP, portanto, não só perde os intelectuais como vê desaparecer a base operária dos seus dirigentes operários.
É um partido que começa a ficar suspenso no ar.
Vive de uma ideologia que morreu, sonha com um tempo que passou, tem dirigentes que não representam realidade nenhuma.
Julgo que o PCP, não se tendo reformado até hoje, não tem já reforma possível.