Assis assegura que não será deputado se Narciso não o propuser

21-02-2002
marcar artigo

Assis Assegura Que Não Será Deputado Se Narciso Não o Propuser

Por RAPOSO ANTUNES

Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2002

Ruptura entre líder parlamentar e presidente do PS-Porto chegou à lista de deputados

O líder parlamentar dos socialistas, Francisco Assis, não integrará as listas de candidatos a deputados nas próximas legislativas de 17 de Março se a direcção distrital do PS-Porto, liderada por Narciso Miranda, não propuser o seu nome. "Não aceito ser deputado se não for indicado pela estrutura distrital em que estou integrado. Se isso não acontecer, não serei candidato. Não sou deputado a qualquer preço", assegurou ontem ao PÚBLICO.

A reacção de Assis está directamente relacionada com declarações de membros da distrital de Narciso que entendem que o chefe da bancada socialista, como figura nacional do partido, não deve ser proposto pela federação distrital, mas sim pela chamada quota do secretário-geral do PS. Tudo indica que a recusa do PS-Porto em avançar com o nome de Assis como candidato a deputado se prende com o conflito recentemente aberto entre Narciso e o líder parlamentar, noticiado ontem pelo PÚBLICO.

Mas a questão levantada agora por Assis não é o único problema que aflige os socialistas na elaboração da lista de candidatos a deputados pelo distrito do Porto. A poucos dias de terminar o prazo para a entrega das listas, subsistem ainda muitas dúvidas. A primeira é a de saber quem será o cabeça de lista. O nome de Almeida Santos surge como o mais provável. Embora diversos dirigentes do PS-Porto tivessem já dado sinais claros de preferência por uma figura com um perfil diferente, apostando antes em personalidades como os actuais ministros José Lello ou Elisa Ferreira.

Outra das questões é que dificilmente será concretizável a apregoada renovação na lista. Com expectativas de eleição de um número de deputados inferior ao de 1999 (o PS elegeu então 19 parlamentares, mas o número para que apontam agora é 15 deputados), os socialistas batem-se ainda com outros constrangimentos. Desde logo o facto de a anterior lista ser constituída por uma série de nomes que, se quiserem ser candidatos de novo, são incontornáveis. À cabeça, os ministros Elisa Ferreira e Augusto Santos Silva. A primeira ia em 19º lugar em 1999. O segundo em 31º. Obviamente que, se forem agora candidatos, saltarão para os primeiros lugares, juntando-se assim a outros ministros que, já em 1999, estavam em lugares de destaque, como foi o caso de José Lello e Guilherme de Oliveira Martins, ou de ex-ministros, como Fernando Gomes, Maria de Belém e Manuel Maria Carrilho.

Ministeriáveis à parte, a lista terá também de cruzar duas outras vertentes: a quota do secretário-geral (constituída por cinco nomes) e a chamada quota das mulheres (composta por quatro elementos em lugares elegíveis em 1999). Dos nove nomes de então, admite-se que agora possam não ser candidatos pelo Porto apenas três - José Lamego, Barros Moura e Luísa Vasconcelos.

A estes poderão ainda juntar-se Manuel dos Santos (actualmente eurodeputado), Narciso Miranda (já disse que os autarcas não devem ser candidatos), José Lemos (aposta antes na sua actividade como banqueiro) e Agostinho Gonçalves. Ou seja, as eventuais saídas não são suficientes para permitir uma verdadeira renovação. A não ser que Ferro Rodrigues surpreenda na lista de cinco nomes que irá indicar por via da sua quota como secretário-geral.

Assis Assegura Que Não Será Deputado Se Narciso Não o Propuser

Por RAPOSO ANTUNES

Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2002

Ruptura entre líder parlamentar e presidente do PS-Porto chegou à lista de deputados

O líder parlamentar dos socialistas, Francisco Assis, não integrará as listas de candidatos a deputados nas próximas legislativas de 17 de Março se a direcção distrital do PS-Porto, liderada por Narciso Miranda, não propuser o seu nome. "Não aceito ser deputado se não for indicado pela estrutura distrital em que estou integrado. Se isso não acontecer, não serei candidato. Não sou deputado a qualquer preço", assegurou ontem ao PÚBLICO.

A reacção de Assis está directamente relacionada com declarações de membros da distrital de Narciso que entendem que o chefe da bancada socialista, como figura nacional do partido, não deve ser proposto pela federação distrital, mas sim pela chamada quota do secretário-geral do PS. Tudo indica que a recusa do PS-Porto em avançar com o nome de Assis como candidato a deputado se prende com o conflito recentemente aberto entre Narciso e o líder parlamentar, noticiado ontem pelo PÚBLICO.

Mas a questão levantada agora por Assis não é o único problema que aflige os socialistas na elaboração da lista de candidatos a deputados pelo distrito do Porto. A poucos dias de terminar o prazo para a entrega das listas, subsistem ainda muitas dúvidas. A primeira é a de saber quem será o cabeça de lista. O nome de Almeida Santos surge como o mais provável. Embora diversos dirigentes do PS-Porto tivessem já dado sinais claros de preferência por uma figura com um perfil diferente, apostando antes em personalidades como os actuais ministros José Lello ou Elisa Ferreira.

Outra das questões é que dificilmente será concretizável a apregoada renovação na lista. Com expectativas de eleição de um número de deputados inferior ao de 1999 (o PS elegeu então 19 parlamentares, mas o número para que apontam agora é 15 deputados), os socialistas batem-se ainda com outros constrangimentos. Desde logo o facto de a anterior lista ser constituída por uma série de nomes que, se quiserem ser candidatos de novo, são incontornáveis. À cabeça, os ministros Elisa Ferreira e Augusto Santos Silva. A primeira ia em 19º lugar em 1999. O segundo em 31º. Obviamente que, se forem agora candidatos, saltarão para os primeiros lugares, juntando-se assim a outros ministros que, já em 1999, estavam em lugares de destaque, como foi o caso de José Lello e Guilherme de Oliveira Martins, ou de ex-ministros, como Fernando Gomes, Maria de Belém e Manuel Maria Carrilho.

Ministeriáveis à parte, a lista terá também de cruzar duas outras vertentes: a quota do secretário-geral (constituída por cinco nomes) e a chamada quota das mulheres (composta por quatro elementos em lugares elegíveis em 1999). Dos nove nomes de então, admite-se que agora possam não ser candidatos pelo Porto apenas três - José Lamego, Barros Moura e Luísa Vasconcelos.

A estes poderão ainda juntar-se Manuel dos Santos (actualmente eurodeputado), Narciso Miranda (já disse que os autarcas não devem ser candidatos), José Lemos (aposta antes na sua actividade como banqueiro) e Agostinho Gonçalves. Ou seja, as eventuais saídas não são suficientes para permitir uma verdadeira renovação. A não ser que Ferro Rodrigues surpreenda na lista de cinco nomes que irá indicar por via da sua quota como secretário-geral.

marcar artigo