EXPRESSO: Vidas

17-07-2001
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GENTE

Comemoração — A triplicar teve o ministro do Desporto no dia 18. Além de ter completado 57 anos, José Lello teve outro forte motivo para levantar bem alto a «flûte» de champanhe: o primeiro título do seu clube do coração, o Boavista. As coincidências não se ficaram por aqui. Na mesma data, o ex-presidente do conselho fiscal do clube dirigido por João Loureiro comemorou os cinco meses da promoção de secretário de Estado das Comunidades a ministro do Desporto.

Valladollid — É o destino do ex-secretário de Estado-adjunto de Fernando Gomes, na passagem deste pelo MAI. Manuel Diogo vai dirigir os doutoramentos em arquitectura na Universidade de Valladollid, acumulando com a cátedra na Lusíada e o lugar de deputado.

Grávidas — Estão a princesa Stéphanie do Mónaco e a modelo francesa Laetitia Casta. A filha do príncipe Rainier espera o quarto filho, cujo pai é um domador de elefantes suíço, Franco Knie. A «top model» espera o seu primeiro rebento, fruto de uma relação com o fotógrafo Stéphane Sednaoui.

Mister — Madam, miss, ou pelo nome de baptismo é como os guardas prisionais britânicos têm agora de tratar os reclusos. A medida foi anunciada pelo director-geral dos Serviços Prisionais, Martin Narey. Seja um pilha-galinhas, seja um brutal assassino em série, o recluso tem direito a um nome e a ser tratado com respeito, afirma Narey. Quem não parece estar de acordo são os guardas prisionais. Ao jornal «Observer», um deles classificou o director-geral de «louco», caso queira ir avante com a sua ideia. «Vai haver um motim. Nós não somos enfermeiros nem empregados hoteleiros, somos guardas prisionais», avisou.

960 contos — É a quantia que o actor e realizador John Malkovich reclama ter-lhe sido roubada, no fim-de-semana passado, em Barcelona. O protagonista de «O Convento», que regressou ao trabalho com Manoel de Oliveira em «Voltar a Casa», estava de visita a uma galeria de arte, quando ficou também sem o telemóvel, a agenda e o passaporte.

Resgate — De séries televisivas em que James Dean participou. Não era propriamente um segredo, mas parte do material estava dado como perdido. O realizadorMichael Sheridan dedicou-se, nos últimos quatro anos, a procurar gravações privadas. Pelo mundo fora, Sheridan resgatou 28 filmes dos 38 em que Dean mostrou o seu talento. Como curiosidade, refira-se que, num dos episódios, Dean faz o papel de delinquente juvenil que ameaça de morte um médico, representado por Ronald Reagan que, três décadas depois, desempenhou o papel de presidente dos Estados Unidos.

Confirmação — Por parte do Supremo Tribunal espanhol da pena de um ano de prisão a P.S.L. pela autoria de «descobrimento de segredos», no caso da própria mulher. O condenado utilizou escutas telefónicas no seu lar para comprovar a infidelidade da cônjuge. Na barra do Supremo, além de confirmar esse comportamento, o marido-espião alegou que acima da privacidade individual está a fidelidade conjugal. Mas, o Supremo não se mostrou sensibilizado com esta argumentação ao citar que o Código Penal espanhol prevê a «intimidade do outro», seja ele familiar ou não. Além da pena de prisão, o arguido foi ainda condenado a pagar 430 mil escudos e as custas de tribunal.

Curiosa — É a explicação dada pelo capitão dos «rangers» que capturaram Che Guevara na mata boliviana. Para Gary Prado, a execução do ponta-de-lança da revolução socialista, vista à distância de quase 34 anos, foi um «erro histórico». Porque é que Ernesto Che Guevara não teve direito a um julgamento? Porque o argentino, que, com Fidel Castro e um grupúsculo de homens armados, derrubou o regime em Havana, foi um mártir? Não. «Foi um erro porque deu origem ao mito, que foi muito bem alimentado para compensar uma derrota política e militar do castrismo».

Barbaridades JORGE SIMÃO No tempo em que Manuel Maria Carrilho era ministro da Cultura enviava, por vezes, propostas ao Ministério das Finanças para certos projectos, que implicavam gastos além do que estava orçamentado. Nas Finanças, o léxico para tais propostas, que escapavam a toda a lógica economicista, era «barbaridades»... «et pour cause». No tempo em queera ministro da Cultura enviava, por vezes, propostas ao Ministério das Finanças para certos projectos, que implicavam gastos além do que estava orçamentado. Nas Finanças, o léxico para tais propostas, que escapavam a toda a lógica economicista, era «barbaridades»... «et pour cause». Só que Carrilho saiu mas o termo ficou. E, assim, quando aparece uma proposta - como, por exemplo, a das Forças Armadas virem a gastar mais mil milhões de contos em reequipamento nos próximos 15 anos - há sempre alguém que exclama: «Mais uma barbaridade!». O que quer dizer que na equipa de Pina Moura sobram as preocupações, mas não falta o humor.

Conversas cruzadas Na quinta-feira da semana passada, o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, e o ministro das Finanças, Pina Moura, estiveram na Tektonica como convidados da conferência da Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas. Gente surpreendeu-os, à hora do almoço, no terraço do restaurante da FIL, em animada conversação... cada um para seu lado, caminhando em círculos, cada qual com o seu telemóvel. Certamente, aproveitavam o intervalo para se inteirar das últimas. E que últimas, as desse dia: Cavaco Silva arrasava o Governo, na revista «Visão». Apanhado pelos jornalistas, Pina não resistiu em classificar as críticas do ex-primeiro-ministro como «demagogia politiqueira» - de onde se conclui, com grande probabilidade, que não foi o cavaquista Isaltino a fazer-lhe o resumo!

Fixações Coordenação de Ana Paula Azevedo e César Avó

Na entrevista que deu à «Visão» - e que fez a revista vender como «pãezinhos quentes», esgotando em muito lado - Cavaco Silva utilizava uma conhecida expressão popular para fazer um retrato muito pouco favorável da actual situação política: «Nem Maomé diz do toucinho o que os ministros dizem do estado do país», afirmava o antecessor de António Guterres. Na entrevista que deu à «Visão» - e que fez a revista vender como «pãezinhos quentes», esgotando em muito lado -utilizava uma conhecida expressão popular para fazer um retrato muito pouco favorável da actual situação política:, afirmava o antecessor de Gente reconhece que a metáfora é expressiva e, por isso mesmo, fica no ouvido. Daí ter-se recordado de já a ter ouvido, mais precisamente há cinco anos, da boca do então candidato presidencial Jorge Sampaio. Sampaio lamentava o tom que os apoiantes do seu adversário - nem mais nem menos do que o próprio Cavaco - vinham usando na campanha: «Disseram de mim o que Maomé não disse do toucinho.» Esta fixação na relação do profeta com a carne de porco dá que pensar, tanto mais que é um «mal» que só parece afectar candidatos a Belém. Bem pode Cavaco dizer que não tem saudades da política, tentando desmentir que não está a pensar nas presidenciais de 2006. Recordando outro provérbio que ele poderá utilizar para intervenções futuras, Gente atreve-se a profetizar: Se Maomé não vai à montanha... Gente reconhece que a metáfora é expressiva e, por isso mesmo, fica no ouvido. Daí ter-se recordado de já a ter ouvido, mais precisamente há cinco anos, da boca do então candidato presidencial Jorge Sampaio. Sampaio lamentava o tom que os apoiantes do seu adversário - nem mais nem menos do que o próprio Cavaco - vinham usando na campanha: «Disseram de mim o que Maomé não disse do toucinho.» Esta fixação na relação do profeta com a carne de porco dá que pensar, tanto mais que é um «mal» que só parece afectar candidatos a Belém. Bem pode Cavaco dizer que não tem saudades da política, tentando desmentir que não está a pensar nas presidenciais de 2006. Recordando outro provérbio que ele poderá utilizar para intervenções futuras, Gente atreve-se a profetizar: Se Maomé não vai à montanha...

Até os comemos... mesmo! Andava Gente no Parlamento e apeteceu-lhe... algo. E assim passou à pesquisa da oferta chocolateira, na tabacaria da Assembleia. Logo encontrou um produto absolutamente adequado: uma caixinha com, exactissimamente, 115 mini «m&m's». Será uma homenagem ao equilíbrio que se vive no Parlamento (115 deputados socialistas e 115 da oposição)? Será a vontade de alguns responsáveis de meter na caixa, à vez, toda a bancada socialista ou toda a oposição? Seja como for, o certo é que (finalmente!) se pode concretizar a famosa frase comicieira de António Taveira (secretário de Estado num dos governos de Cavaco Silva): «Até os comemos!».

Fundações Por todo o lado, é ver os benfiquistas lamentarem-se do azar (ou azelhice) da sua equipa de futebol na I Liga. Por isso mesmo, quem defende um novo estádio diz que o Benfica está com malapata e que o melhor mesmo é deitar abaixo a Luz, para espantar os maus espíritos. As esperanças encarnadas em melhores tempos viram-se agora para a SAD do Benfica, cujo homem-forte deverá ser o ex-ministro do Desporto, Armando Vara. Com malícia, já se comenta que, pelo menos, uma coisa Vara sabe fazer e que será extremamente útil para o novo estádio benfiquista: lançar fundações - uma óbvia alusão à polémica Fundação para a Prevenção e Segurança, que o levou à demissão... Por todo o lado, é ver os benfiquistas lamentarem-se do azar (ou azelhice) da sua equipa de futebol na I Liga. Por isso mesmo, quem defende um novo estádio diz que o Benfica está com malapata e que o melhor mesmo é deitar abaixo a Luz, para espantar os maus espíritos. As esperanças encarnadas em melhores tempos viram-se agora para a SAD do Benfica, cujo homem-forte deverá ser o ex-ministro do Desporto,. Com malícia, já se comenta que, pelo menos, uma coisa Vara sabe fazer e que será extremamente útil para o novo estádio benfiquista: lançar fundações - uma óbvia alusão à polémica Fundação para a Prevenção e Segurança, que o levou à demissão...

Ponto final nos passeios O ciclo de cinco passeios EXPRESSO da Primavera 2001 concluiu-se ao princípio da tarde de domingo, com uma larga centena de passeantes deitada no escuro a ver as cerca de duas mil estrelas do céu do Porto. A sessão extraordinária foi gentilmente disponibilizada pela astrónoma Teresa Lago, que combina a presidência da bem terrena Sociedade Porto-2001 com a do Centro de Astrofísica, responsável pelo Planetário. Antes, também na zona do Campo Alegre, os leitores tinham sido obsequiados com uma visita à casa Andersen, proporcionada por Pedro Lago, marido de Teresa e membro do Conselho Directivo da Faculdade de Ciências. É a esta que está confiado o palacete onde a poetisa Sophia cresceu e que foi depois transformado em Jardim Botânico, provisoriamente encerrado ao público. No magnífico átrio do edifício, Germano Silva, o cicerone desta série de passeios, evocou recordações da sua amizade com Ruben A, outro inquilino famoso de uma casa famosa pelos seus jardins, em particular pela majestosa sebe alta de japoneiras. No fim de semana em que o Boavista foi campeão, a Boavista foi a zona trilhada por este 5º e último passeio, com início na base do Monumento à Guerra Peninsular. O grupo de passeantes fez, depois, escala no cemitério de Agramonte (visitando os impressionantes jazigos das vítimas do incêndio do Teatro Baquet e das famílias Andersen e Lobão) e tudo terminou no Restaurante do Campo Alegre, com um farto almoço, aberto com caldo verde, aprofundado por entrecosto acompanhado por migas e sobremesado por sericaia ou leite creme. O ciclo de cinco passeios EXPRESSO da Primavera 2001 concluiu-se ao princípio da tarde de domingo, com uma larga centena de passeantes deitada no escuro a ver as cerca de duas mil estrelas do céu do Porto. A sessão extraordinária foi gentilmente disponibilizada pela astrónoma, que combina a presidência da bem terrena Sociedade Porto-2001 com a do Centro de Astrofísica, responsável pelo Planetário. Antes, também na zona do Campo Alegre, os leitores tinham sido obsequiados com uma visita à casa Andersen, proporcionada por, marido de Teresa e membro do Conselho Directivo da Faculdade de Ciências. É a esta que está confiado o palacete onde a poetisacresceu e que foi depois transformado em Jardim Botânico, provisoriamente encerrado ao público. No magnífico átrio do edifício,, o cicerone desta série de passeios, evocou recordações da sua amizade com, outro inquilino famoso de uma casa famosa pelos seus jardins, em particular pela majestosa sebe alta de japoneiras. No fim de semana em que o Boavista foi campeão, a Boavista foi a zona trilhada por este 5º e último passeio, com início na base do Monumento à Guerra Peninsular. O grupo de passeantes fez, depois, escala no cemitério de Agramonte (visitando os impressionantes jazigos das vítimas do incêndio do Teatro Baquet e das famílias Andersen e Lobão) e tudo terminou no Restaurante do Campo Alegre, com um farto almoço, aberto com caldo verde, aprofundado por entrecosto acompanhado por migas e sobremesado por sericaia ou leite creme.

«Mayor» condicionado AP O «mayor» de Nova Iorque é adulto (56 anos) e, presume-se, vacinado. Tem os direitos e deveres iguais aos de qualquer cidadão norte-americano, excepto no que respeita à sua vida privada. Uma juíza impediu, esta semana, Rudolph Giuliani de receber na residência oficial a sua namorada, Judith Nathan, de 46 anos. O Supremo Tribunal estadual deu provimento à queixa da mãe dos dois filhos de Giuliani, a actriz Donna Hannover. Apesar de separado há um ano, o casal desavindo vive sob o mesmo tecto, em quartos diferentes, com os filhos Andrew, de 15 anos, e Caroline, de 11. O «mayor» alegou que a relação que mantém é «adulta» e que espera «continuar para sempre» com Judith, tendo ainda expressado em público a sua «eterna gratidão» pela namorada, em especial pelo apoio que tem dado na luta contra o cancro da próstata de que padece. Em qualquer dos casos, os efeitos desta decisão judicial não terão grande correspondência no futuro. É que Giuliani cumpre os últimos meses do segundo mandato à frente dos destinos dos nova-iorquinos e não pode recandidatar-se. O «mayor» de Nova Iorque é adulto (56 anos) e, presume-se, vacinado. Tem os direitos e deveres iguais aos de qualquer cidadão norte-americano, excepto no que respeita à sua vida privada. Uma juíza impediu, esta semana,de receber na residência oficial a sua namorada,, de 46 anos. O Supremo Tribunal estadual deu provimento à queixa da mãe dos dois filhos de Giuliani, a actriz. Apesar de separado há um ano, o casal desavindo vive sob o mesmo tecto, em quartos diferentes, com os filhos, de 15 anos, e, de 11. O «mayor» alegou que a relação que mantém é «adulta» e que espera «continuar para sempre» com Judith, tendo ainda expressado em público a sua «eterna gratidão» pela namorada, em especial pelo apoio que tem dado na luta contra o cancro da próstata de que padece. Em qualquer dos casos, os efeitos desta decisão judicial não terão grande correspondência no futuro. É que Giuliani cumpre os últimos meses do segundo mandato à frente dos destinos dos nova-iorquinos e não pode recandidatar-se.

GENTE

Comemoração — A triplicar teve o ministro do Desporto no dia 18. Além de ter completado 57 anos, José Lello teve outro forte motivo para levantar bem alto a «flûte» de champanhe: o primeiro título do seu clube do coração, o Boavista. As coincidências não se ficaram por aqui. Na mesma data, o ex-presidente do conselho fiscal do clube dirigido por João Loureiro comemorou os cinco meses da promoção de secretário de Estado das Comunidades a ministro do Desporto.

Valladollid — É o destino do ex-secretário de Estado-adjunto de Fernando Gomes, na passagem deste pelo MAI. Manuel Diogo vai dirigir os doutoramentos em arquitectura na Universidade de Valladollid, acumulando com a cátedra na Lusíada e o lugar de deputado.

Grávidas — Estão a princesa Stéphanie do Mónaco e a modelo francesa Laetitia Casta. A filha do príncipe Rainier espera o quarto filho, cujo pai é um domador de elefantes suíço, Franco Knie. A «top model» espera o seu primeiro rebento, fruto de uma relação com o fotógrafo Stéphane Sednaoui.

Mister — Madam, miss, ou pelo nome de baptismo é como os guardas prisionais britânicos têm agora de tratar os reclusos. A medida foi anunciada pelo director-geral dos Serviços Prisionais, Martin Narey. Seja um pilha-galinhas, seja um brutal assassino em série, o recluso tem direito a um nome e a ser tratado com respeito, afirma Narey. Quem não parece estar de acordo são os guardas prisionais. Ao jornal «Observer», um deles classificou o director-geral de «louco», caso queira ir avante com a sua ideia. «Vai haver um motim. Nós não somos enfermeiros nem empregados hoteleiros, somos guardas prisionais», avisou.

960 contos — É a quantia que o actor e realizador John Malkovich reclama ter-lhe sido roubada, no fim-de-semana passado, em Barcelona. O protagonista de «O Convento», que regressou ao trabalho com Manoel de Oliveira em «Voltar a Casa», estava de visita a uma galeria de arte, quando ficou também sem o telemóvel, a agenda e o passaporte.

Resgate — De séries televisivas em que James Dean participou. Não era propriamente um segredo, mas parte do material estava dado como perdido. O realizadorMichael Sheridan dedicou-se, nos últimos quatro anos, a procurar gravações privadas. Pelo mundo fora, Sheridan resgatou 28 filmes dos 38 em que Dean mostrou o seu talento. Como curiosidade, refira-se que, num dos episódios, Dean faz o papel de delinquente juvenil que ameaça de morte um médico, representado por Ronald Reagan que, três décadas depois, desempenhou o papel de presidente dos Estados Unidos.

Confirmação — Por parte do Supremo Tribunal espanhol da pena de um ano de prisão a P.S.L. pela autoria de «descobrimento de segredos», no caso da própria mulher. O condenado utilizou escutas telefónicas no seu lar para comprovar a infidelidade da cônjuge. Na barra do Supremo, além de confirmar esse comportamento, o marido-espião alegou que acima da privacidade individual está a fidelidade conjugal. Mas, o Supremo não se mostrou sensibilizado com esta argumentação ao citar que o Código Penal espanhol prevê a «intimidade do outro», seja ele familiar ou não. Além da pena de prisão, o arguido foi ainda condenado a pagar 430 mil escudos e as custas de tribunal.

Curiosa — É a explicação dada pelo capitão dos «rangers» que capturaram Che Guevara na mata boliviana. Para Gary Prado, a execução do ponta-de-lança da revolução socialista, vista à distância de quase 34 anos, foi um «erro histórico». Porque é que Ernesto Che Guevara não teve direito a um julgamento? Porque o argentino, que, com Fidel Castro e um grupúsculo de homens armados, derrubou o regime em Havana, foi um mártir? Não. «Foi um erro porque deu origem ao mito, que foi muito bem alimentado para compensar uma derrota política e militar do castrismo».

Barbaridades JORGE SIMÃO No tempo em que Manuel Maria Carrilho era ministro da Cultura enviava, por vezes, propostas ao Ministério das Finanças para certos projectos, que implicavam gastos além do que estava orçamentado. Nas Finanças, o léxico para tais propostas, que escapavam a toda a lógica economicista, era «barbaridades»... «et pour cause». No tempo em queera ministro da Cultura enviava, por vezes, propostas ao Ministério das Finanças para certos projectos, que implicavam gastos além do que estava orçamentado. Nas Finanças, o léxico para tais propostas, que escapavam a toda a lógica economicista, era «barbaridades»... «et pour cause». Só que Carrilho saiu mas o termo ficou. E, assim, quando aparece uma proposta - como, por exemplo, a das Forças Armadas virem a gastar mais mil milhões de contos em reequipamento nos próximos 15 anos - há sempre alguém que exclama: «Mais uma barbaridade!». O que quer dizer que na equipa de Pina Moura sobram as preocupações, mas não falta o humor.

Conversas cruzadas Na quinta-feira da semana passada, o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, e o ministro das Finanças, Pina Moura, estiveram na Tektonica como convidados da conferência da Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas. Gente surpreendeu-os, à hora do almoço, no terraço do restaurante da FIL, em animada conversação... cada um para seu lado, caminhando em círculos, cada qual com o seu telemóvel. Certamente, aproveitavam o intervalo para se inteirar das últimas. E que últimas, as desse dia: Cavaco Silva arrasava o Governo, na revista «Visão». Apanhado pelos jornalistas, Pina não resistiu em classificar as críticas do ex-primeiro-ministro como «demagogia politiqueira» - de onde se conclui, com grande probabilidade, que não foi o cavaquista Isaltino a fazer-lhe o resumo!

Fixações Coordenação de Ana Paula Azevedo e César Avó

Na entrevista que deu à «Visão» - e que fez a revista vender como «pãezinhos quentes», esgotando em muito lado - Cavaco Silva utilizava uma conhecida expressão popular para fazer um retrato muito pouco favorável da actual situação política: «Nem Maomé diz do toucinho o que os ministros dizem do estado do país», afirmava o antecessor de António Guterres. Na entrevista que deu à «Visão» - e que fez a revista vender como «pãezinhos quentes», esgotando em muito lado -utilizava uma conhecida expressão popular para fazer um retrato muito pouco favorável da actual situação política:, afirmava o antecessor de Gente reconhece que a metáfora é expressiva e, por isso mesmo, fica no ouvido. Daí ter-se recordado de já a ter ouvido, mais precisamente há cinco anos, da boca do então candidato presidencial Jorge Sampaio. Sampaio lamentava o tom que os apoiantes do seu adversário - nem mais nem menos do que o próprio Cavaco - vinham usando na campanha: «Disseram de mim o que Maomé não disse do toucinho.» Esta fixação na relação do profeta com a carne de porco dá que pensar, tanto mais que é um «mal» que só parece afectar candidatos a Belém. Bem pode Cavaco dizer que não tem saudades da política, tentando desmentir que não está a pensar nas presidenciais de 2006. Recordando outro provérbio que ele poderá utilizar para intervenções futuras, Gente atreve-se a profetizar: Se Maomé não vai à montanha... Gente reconhece que a metáfora é expressiva e, por isso mesmo, fica no ouvido. Daí ter-se recordado de já a ter ouvido, mais precisamente há cinco anos, da boca do então candidato presidencial Jorge Sampaio. Sampaio lamentava o tom que os apoiantes do seu adversário - nem mais nem menos do que o próprio Cavaco - vinham usando na campanha: «Disseram de mim o que Maomé não disse do toucinho.» Esta fixação na relação do profeta com a carne de porco dá que pensar, tanto mais que é um «mal» que só parece afectar candidatos a Belém. Bem pode Cavaco dizer que não tem saudades da política, tentando desmentir que não está a pensar nas presidenciais de 2006. Recordando outro provérbio que ele poderá utilizar para intervenções futuras, Gente atreve-se a profetizar: Se Maomé não vai à montanha...

Até os comemos... mesmo! Andava Gente no Parlamento e apeteceu-lhe... algo. E assim passou à pesquisa da oferta chocolateira, na tabacaria da Assembleia. Logo encontrou um produto absolutamente adequado: uma caixinha com, exactissimamente, 115 mini «m&m's». Será uma homenagem ao equilíbrio que se vive no Parlamento (115 deputados socialistas e 115 da oposição)? Será a vontade de alguns responsáveis de meter na caixa, à vez, toda a bancada socialista ou toda a oposição? Seja como for, o certo é que (finalmente!) se pode concretizar a famosa frase comicieira de António Taveira (secretário de Estado num dos governos de Cavaco Silva): «Até os comemos!».

Fundações Por todo o lado, é ver os benfiquistas lamentarem-se do azar (ou azelhice) da sua equipa de futebol na I Liga. Por isso mesmo, quem defende um novo estádio diz que o Benfica está com malapata e que o melhor mesmo é deitar abaixo a Luz, para espantar os maus espíritos. As esperanças encarnadas em melhores tempos viram-se agora para a SAD do Benfica, cujo homem-forte deverá ser o ex-ministro do Desporto, Armando Vara. Com malícia, já se comenta que, pelo menos, uma coisa Vara sabe fazer e que será extremamente útil para o novo estádio benfiquista: lançar fundações - uma óbvia alusão à polémica Fundação para a Prevenção e Segurança, que o levou à demissão... Por todo o lado, é ver os benfiquistas lamentarem-se do azar (ou azelhice) da sua equipa de futebol na I Liga. Por isso mesmo, quem defende um novo estádio diz que o Benfica está com malapata e que o melhor mesmo é deitar abaixo a Luz, para espantar os maus espíritos. As esperanças encarnadas em melhores tempos viram-se agora para a SAD do Benfica, cujo homem-forte deverá ser o ex-ministro do Desporto,. Com malícia, já se comenta que, pelo menos, uma coisa Vara sabe fazer e que será extremamente útil para o novo estádio benfiquista: lançar fundações - uma óbvia alusão à polémica Fundação para a Prevenção e Segurança, que o levou à demissão...

Ponto final nos passeios O ciclo de cinco passeios EXPRESSO da Primavera 2001 concluiu-se ao princípio da tarde de domingo, com uma larga centena de passeantes deitada no escuro a ver as cerca de duas mil estrelas do céu do Porto. A sessão extraordinária foi gentilmente disponibilizada pela astrónoma Teresa Lago, que combina a presidência da bem terrena Sociedade Porto-2001 com a do Centro de Astrofísica, responsável pelo Planetário. Antes, também na zona do Campo Alegre, os leitores tinham sido obsequiados com uma visita à casa Andersen, proporcionada por Pedro Lago, marido de Teresa e membro do Conselho Directivo da Faculdade de Ciências. É a esta que está confiado o palacete onde a poetisa Sophia cresceu e que foi depois transformado em Jardim Botânico, provisoriamente encerrado ao público. No magnífico átrio do edifício, Germano Silva, o cicerone desta série de passeios, evocou recordações da sua amizade com Ruben A, outro inquilino famoso de uma casa famosa pelos seus jardins, em particular pela majestosa sebe alta de japoneiras. No fim de semana em que o Boavista foi campeão, a Boavista foi a zona trilhada por este 5º e último passeio, com início na base do Monumento à Guerra Peninsular. O grupo de passeantes fez, depois, escala no cemitério de Agramonte (visitando os impressionantes jazigos das vítimas do incêndio do Teatro Baquet e das famílias Andersen e Lobão) e tudo terminou no Restaurante do Campo Alegre, com um farto almoço, aberto com caldo verde, aprofundado por entrecosto acompanhado por migas e sobremesado por sericaia ou leite creme. O ciclo de cinco passeios EXPRESSO da Primavera 2001 concluiu-se ao princípio da tarde de domingo, com uma larga centena de passeantes deitada no escuro a ver as cerca de duas mil estrelas do céu do Porto. A sessão extraordinária foi gentilmente disponibilizada pela astrónoma, que combina a presidência da bem terrena Sociedade Porto-2001 com a do Centro de Astrofísica, responsável pelo Planetário. Antes, também na zona do Campo Alegre, os leitores tinham sido obsequiados com uma visita à casa Andersen, proporcionada por, marido de Teresa e membro do Conselho Directivo da Faculdade de Ciências. É a esta que está confiado o palacete onde a poetisacresceu e que foi depois transformado em Jardim Botânico, provisoriamente encerrado ao público. No magnífico átrio do edifício,, o cicerone desta série de passeios, evocou recordações da sua amizade com, outro inquilino famoso de uma casa famosa pelos seus jardins, em particular pela majestosa sebe alta de japoneiras. No fim de semana em que o Boavista foi campeão, a Boavista foi a zona trilhada por este 5º e último passeio, com início na base do Monumento à Guerra Peninsular. O grupo de passeantes fez, depois, escala no cemitério de Agramonte (visitando os impressionantes jazigos das vítimas do incêndio do Teatro Baquet e das famílias Andersen e Lobão) e tudo terminou no Restaurante do Campo Alegre, com um farto almoço, aberto com caldo verde, aprofundado por entrecosto acompanhado por migas e sobremesado por sericaia ou leite creme.

«Mayor» condicionado AP O «mayor» de Nova Iorque é adulto (56 anos) e, presume-se, vacinado. Tem os direitos e deveres iguais aos de qualquer cidadão norte-americano, excepto no que respeita à sua vida privada. Uma juíza impediu, esta semana, Rudolph Giuliani de receber na residência oficial a sua namorada, Judith Nathan, de 46 anos. O Supremo Tribunal estadual deu provimento à queixa da mãe dos dois filhos de Giuliani, a actriz Donna Hannover. Apesar de separado há um ano, o casal desavindo vive sob o mesmo tecto, em quartos diferentes, com os filhos Andrew, de 15 anos, e Caroline, de 11. O «mayor» alegou que a relação que mantém é «adulta» e que espera «continuar para sempre» com Judith, tendo ainda expressado em público a sua «eterna gratidão» pela namorada, em especial pelo apoio que tem dado na luta contra o cancro da próstata de que padece. Em qualquer dos casos, os efeitos desta decisão judicial não terão grande correspondência no futuro. É que Giuliani cumpre os últimos meses do segundo mandato à frente dos destinos dos nova-iorquinos e não pode recandidatar-se. O «mayor» de Nova Iorque é adulto (56 anos) e, presume-se, vacinado. Tem os direitos e deveres iguais aos de qualquer cidadão norte-americano, excepto no que respeita à sua vida privada. Uma juíza impediu, esta semana,de receber na residência oficial a sua namorada,, de 46 anos. O Supremo Tribunal estadual deu provimento à queixa da mãe dos dois filhos de Giuliani, a actriz. Apesar de separado há um ano, o casal desavindo vive sob o mesmo tecto, em quartos diferentes, com os filhos, de 15 anos, e, de 11. O «mayor» alegou que a relação que mantém é «adulta» e que espera «continuar para sempre» com Judith, tendo ainda expressado em público a sua «eterna gratidão» pela namorada, em especial pelo apoio que tem dado na luta contra o cancro da próstata de que padece. Em qualquer dos casos, os efeitos desta decisão judicial não terão grande correspondência no futuro. É que Giuliani cumpre os últimos meses do segundo mandato à frente dos destinos dos nova-iorquinos e não pode recandidatar-se.

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