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20-12-2001
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O mistério da Câmara de Lisboa Há um mistério na corrida à Câmara Municipal de Lisboa (CML) e sem que ele se resolva os eleitores não estão da posse de todos os dados para optarem por quem querem que governe o mais importante município do país nos próximos quatro anos. Com efeito, não se sabe se a CML vai entrar com 2,5 milhões de contos no capital social da sociedade Benfica Estádio, que está já a construir o novo complexo desportivo dos encarnados. E não se sabe igualmente se, para manter o equilíbrio, a Câmara não vai igualmente apoiar a construção do estádio do Sporting e também o Belenenses. Com efeito, não se sabe se a CML vai entrar com 2,5 milhões de contos no capital social da sociedade Benfica Estádio, que está já a construir o novo complexo desportivo dos encarnados. E não se sabe igualmente se, para manter o equilíbrio, a Câmara não vai igualmente apoiar a construção do estádio do Sporting e também o Belenenses. O que está em jogo é tão simples como isto. Os clubes sabem, à partida, qual o apoio do Estado de que vão dispor para construir ou remodelar os seus estádios visando o campeonato europeu de futebol de 2004. O ministro do Desporto, José Lello, tem-se desmultiplicado em declarações, afirmando que não é uma caixa registadora e que a ele ninguém engana: o dinheiro para os clubes é o que está no contrato e não será entregue nem mais um cêntimo de euro. Mas, como é evidente, existe a suspeita de que os custos de construção venham a derrapar, como sempre acontece em Portugal, e que o Estado, com o dinheiro dos contribuintes, seja chamado à última hora para cobrir os inevitáveis buracos financeiros que vão aparecer e para que o Euro 2004 se possa realizar sem mancha. O que está em jogo é tão simples como isto. Os clubes sabem, à partida, qual o apoio do Estado de que vão dispor para construir ou remodelar os seus estádios visando o campeonato europeu de futebol de 2004. O ministro do Desporto, José Lello, tem-se desmultiplicado em declarações, afirmando que não é uma caixa registadora e que a ele ninguém engana: o dinheiro para os clubes é o que está no contrato e não será entregue nem mais um cêntimo de euro. Mas, como é evidente, existe a suspeita de que os custos de construção venham a derrapar, como sempre acontece em Portugal, e que o Estado, com o dinheiro dos contribuintes, seja chamado à última hora para cobrir os inevitáveis buracos financeiros que vão aparecer e para que o Euro 2004 se possa realizar sem mancha. Nas últimas semanas começaram a surgir indicações de que as câmaras, tão lestas a descartar a possibilidade de construir hospitais municipais – como bem salientou o Presidente da República – estão muito disponíveis para entrar nas sociedades que construirão os estádios. Nas últimas semanas começaram a surgir indicações de que as câmaras, tão lestas a descartar a possibilidade de construir hospitais municipais – como bem salientou o Presidente da República – estão muito disponíveis para entrar nas sociedades que construirão os estádios. Ora é bom que se diga que o dinheiro das câmaras não é diferente do do Estado: pertence aos contribuintes e tem de ser gerido com o mesmo rigor: todo. O Governo não pode pois dizer que não dá nem mais um cêntimo para o Euro 2004, e depois permitir que, pela porta do cavalo, os dinheiros públicos, geridos pelas autarquias, tenham esse destino. Ora é bom que se diga que o dinheiro das câmaras não é diferente do do Estado: pertence aos contribuintes e tem de ser gerido com o mesmo rigor: todo. O Governo não pode pois dizer que não dá nem mais um cêntimo para o Euro 2004, e depois permitir que, pela porta do cavalo, os dinheiros públicos, geridos pelas autarquias, tenham esse destino. É assim estranho, mesmo muito estranho, que os deputados socialistas se tenham oposto a que o actual presidente da Câmara de Lisboa, João Soares, fosse ao parlamento esclarecer esta questão. É estranho – e esta decisão da bancada do PS dá-nos razões a todos para termos os piores presságios. É assim estranho, mesmo muito estranho, que os deputados socialistas se tenham oposto a que o actual presidente da Câmara de Lisboa, João Soares, fosse ao parlamento esclarecer esta questão. É estranho – e esta decisão da bancada do PS dá-nos razões a todos para termos os piores presságios. É, pois, bom que o PS e João Soares entendam que não é possível tomar uma decisão consciente de voto enquanto esta questão não estiver esclarecida. Gerir bem uma cidade não passa só por acabar com o Casal Ventoso, promover a habitação social e alindar o Rossio – enquanto se permite que Telheiras se transforme numa nova Reboleira, ou que se façam prédios no meio da rua, como na Columbano Bordalo Pinheiro. É, pois, bom que o PS e João Soares entendam que não é possível tomar uma decisão consciente de voto enquanto esta questão não estiver esclarecida. Gerir bem uma cidade não passa só por acabar com o Casal Ventoso, promover a habitação social e alindar o Rossio – enquanto se permite que Telheiras se transforme numa nova Reboleira, ou que se façam prédios no meio da rua, como na Columbano Bordalo Pinheiro. Gerir bem uma cidade passa por saber o que é que o presidente da Câmara pretende fazer com os milhões de contos que recebe da contribuição autárquica, da taxa de esgotos e de outras taxas que cobra aos seus munícipes. Eu não estou disposto a que o que pago para a CML seja utilizado na construção de estádios de futebol, quando há tantas coisas importantes a fazer para melhorar a qualidade de vida na cidade de Lisboa. E, como eu, milhares e milhares de outros lisboetas. Por isso, o silêncio de João Soares é inadmissível. Gerir bem uma cidade passa por saber o que é que o presidente da Câmara pretende fazer com os milhões de contos que recebe da contribuição autárquica, da taxa de esgotos e de outras taxas que cobra aos seus munícipes. Eu não estou disposto a que o que pago para a CML seja utilizado na construção de estádios de futebol, quando há tantas coisas importantes a fazer para melhorar a qualidade de vida na cidade de Lisboa. E, como eu, milhares e milhares de outros lisboetas. Por isso, o silêncio de João Soares é inadmissível. 26 Novembro 2001

O mistério da Câmara de Lisboa Há um mistério na corrida à Câmara Municipal de Lisboa (CML) e sem que ele se resolva os eleitores não estão da posse de todos os dados para optarem por quem querem que governe o mais importante município do país nos próximos quatro anos. Com efeito, não se sabe se a CML vai entrar com 2,5 milhões de contos no capital social da sociedade Benfica Estádio, que está já a construir o novo complexo desportivo dos encarnados. E não se sabe igualmente se, para manter o equilíbrio, a Câmara não vai igualmente apoiar a construção do estádio do Sporting e também o Belenenses. Com efeito, não se sabe se a CML vai entrar com 2,5 milhões de contos no capital social da sociedade Benfica Estádio, que está já a construir o novo complexo desportivo dos encarnados. E não se sabe igualmente se, para manter o equilíbrio, a Câmara não vai igualmente apoiar a construção do estádio do Sporting e também o Belenenses. O que está em jogo é tão simples como isto. Os clubes sabem, à partida, qual o apoio do Estado de que vão dispor para construir ou remodelar os seus estádios visando o campeonato europeu de futebol de 2004. O ministro do Desporto, José Lello, tem-se desmultiplicado em declarações, afirmando que não é uma caixa registadora e que a ele ninguém engana: o dinheiro para os clubes é o que está no contrato e não será entregue nem mais um cêntimo de euro. Mas, como é evidente, existe a suspeita de que os custos de construção venham a derrapar, como sempre acontece em Portugal, e que o Estado, com o dinheiro dos contribuintes, seja chamado à última hora para cobrir os inevitáveis buracos financeiros que vão aparecer e para que o Euro 2004 se possa realizar sem mancha. O que está em jogo é tão simples como isto. Os clubes sabem, à partida, qual o apoio do Estado de que vão dispor para construir ou remodelar os seus estádios visando o campeonato europeu de futebol de 2004. O ministro do Desporto, José Lello, tem-se desmultiplicado em declarações, afirmando que não é uma caixa registadora e que a ele ninguém engana: o dinheiro para os clubes é o que está no contrato e não será entregue nem mais um cêntimo de euro. Mas, como é evidente, existe a suspeita de que os custos de construção venham a derrapar, como sempre acontece em Portugal, e que o Estado, com o dinheiro dos contribuintes, seja chamado à última hora para cobrir os inevitáveis buracos financeiros que vão aparecer e para que o Euro 2004 se possa realizar sem mancha. Nas últimas semanas começaram a surgir indicações de que as câmaras, tão lestas a descartar a possibilidade de construir hospitais municipais – como bem salientou o Presidente da República – estão muito disponíveis para entrar nas sociedades que construirão os estádios. Nas últimas semanas começaram a surgir indicações de que as câmaras, tão lestas a descartar a possibilidade de construir hospitais municipais – como bem salientou o Presidente da República – estão muito disponíveis para entrar nas sociedades que construirão os estádios. Ora é bom que se diga que o dinheiro das câmaras não é diferente do do Estado: pertence aos contribuintes e tem de ser gerido com o mesmo rigor: todo. O Governo não pode pois dizer que não dá nem mais um cêntimo para o Euro 2004, e depois permitir que, pela porta do cavalo, os dinheiros públicos, geridos pelas autarquias, tenham esse destino. Ora é bom que se diga que o dinheiro das câmaras não é diferente do do Estado: pertence aos contribuintes e tem de ser gerido com o mesmo rigor: todo. O Governo não pode pois dizer que não dá nem mais um cêntimo para o Euro 2004, e depois permitir que, pela porta do cavalo, os dinheiros públicos, geridos pelas autarquias, tenham esse destino. É assim estranho, mesmo muito estranho, que os deputados socialistas se tenham oposto a que o actual presidente da Câmara de Lisboa, João Soares, fosse ao parlamento esclarecer esta questão. É estranho – e esta decisão da bancada do PS dá-nos razões a todos para termos os piores presságios. É assim estranho, mesmo muito estranho, que os deputados socialistas se tenham oposto a que o actual presidente da Câmara de Lisboa, João Soares, fosse ao parlamento esclarecer esta questão. É estranho – e esta decisão da bancada do PS dá-nos razões a todos para termos os piores presságios. É, pois, bom que o PS e João Soares entendam que não é possível tomar uma decisão consciente de voto enquanto esta questão não estiver esclarecida. Gerir bem uma cidade não passa só por acabar com o Casal Ventoso, promover a habitação social e alindar o Rossio – enquanto se permite que Telheiras se transforme numa nova Reboleira, ou que se façam prédios no meio da rua, como na Columbano Bordalo Pinheiro. É, pois, bom que o PS e João Soares entendam que não é possível tomar uma decisão consciente de voto enquanto esta questão não estiver esclarecida. Gerir bem uma cidade não passa só por acabar com o Casal Ventoso, promover a habitação social e alindar o Rossio – enquanto se permite que Telheiras se transforme numa nova Reboleira, ou que se façam prédios no meio da rua, como na Columbano Bordalo Pinheiro. Gerir bem uma cidade passa por saber o que é que o presidente da Câmara pretende fazer com os milhões de contos que recebe da contribuição autárquica, da taxa de esgotos e de outras taxas que cobra aos seus munícipes. Eu não estou disposto a que o que pago para a CML seja utilizado na construção de estádios de futebol, quando há tantas coisas importantes a fazer para melhorar a qualidade de vida na cidade de Lisboa. E, como eu, milhares e milhares de outros lisboetas. Por isso, o silêncio de João Soares é inadmissível. Gerir bem uma cidade passa por saber o que é que o presidente da Câmara pretende fazer com os milhões de contos que recebe da contribuição autárquica, da taxa de esgotos e de outras taxas que cobra aos seus munícipes. Eu não estou disposto a que o que pago para a CML seja utilizado na construção de estádios de futebol, quando há tantas coisas importantes a fazer para melhorar a qualidade de vida na cidade de Lisboa. E, como eu, milhares e milhares de outros lisboetas. Por isso, o silêncio de João Soares é inadmissível. 26 Novembro 2001

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