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27-10-2000
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17 de Outubro

Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reage a críticas da Venezuela

Lisboa - O secretário de Estado das Comunidades desvalorizou esta segunda-feira as críticas que lhe foram feitas por alguns conselheiros das comunidades e criticou a intervenção da deputada social democrata Manuela Aguiar no processo. José Lello reagiu com aspereza à carta aberta apresentada por 20 conselheiros das comunidades no Brasil, a que se juntaram um da Argentina, um do Uruguai e cinco da Venezuela. Os conselheiros participaram no fim-de-semana passado na reunião plenária da secção regional da América Central e do Sul do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), no qual a deputada do PSD eleita pelo círculo Fora da Europa, Manuela Aguiar, também marcou presença. No documento final, os membros do CCP pedem ao Governo «uma adequada, suficiente e imediata resposta humanitária -à semelhança do que fizeram os Governos de Espanha e Itália- para minorar as graves carências e dificuldades» dos emigrantes afectados pelas cheias de Dezembro de 1999 na Venezuela. Querem ainda que a Secretaria de Estado das Comunidades convoque uma reunião plenária para eleger um novo Conselho Permanente do CCP, para além de exigirem do Estado Português mais facilidades na obtenção de passaportes para os luso-descendentes. Na resposta, dada à agência «Lusa», José Lello criticou o facto de a carta ter sido entregue ao Governo pela deputada social-democrata, dizendo em tom irónico que «a doutora Manuela Aguiar agora faz de correio do Conselho das Comunidades, o que não deixa de ser interessante». José Lello lançou também um aviso: «a deputada Manuela Aguiar tem que estar sempre a fazer intervenção política e eu espero que o CCP não descambe por aí pela via da intervenção político-partidária». «Não é a deputada Manuela Aguiar, que durante o Governo do PSD nunca fez nada para apoiar os idosos e os pobres, quem pode vir a servir agora de Madre Teresa de Calcutá», acrescentou o governante. O secretário de Estado referiu que «a política e a oposição valem para tudo, mas não vale para se estar a explorar a ansiedade e a miséria dos outros, porque esses senhores tem que perceber que quando foi preciso eu fui lá». O responsável governamental explicou também que «o CCP é um órgão de aconselhamento do secretário de Estado das Comunidades, pelo que esta intromissão, nem que seja para entregar a carta de parte de um órgão que é fiscalizador do Governo, não deixa de ser curiosa». José Lello precisou que «eu não preciso de cartas abertas, preciso é que os conselheiros me informem e me aconselhem, como fazem muitos outros conselheiros, nomeadamente o do Zimbabué, do Uruguai e da Argentina, que estão empenhados no quotidiano das pessoas». Sobre as preocupações apresentas pelos conselheiros da América Central e do Sul, o secretário de Estado acha «óptimas as preocupações dos conselheiros, desde que sejam sérias, objectivas e concretas, porque especulações sem qualquer sustentabilidade não têm fundamento». Nesta resposta, o governante aproveitou para devolver as críticas: «a miséria das famílias portuguesas na Venezuela foi só depois das inundações? Ou já havia pobres antes? Só agora é que descobriram isso?», questionou. José Lello lembrou que o Governo português está a apoiar idosos carenciados, através do ASIC (Apoio Social aos Idosos Carenciados), que, só em Caracas, na Venezuela, já beneficia cerca de 80 pessoas. Deputado do PS também lança questões Nestas declarações à agência «Lusa», o secretário de Estado das Comunidades comentou ainda os dois requerimentos apresentados pelo deputado do PS eleito pelo círculo Fora da Europa, Caio Roque, que questionou o Governo sobre o bloqueamento da linhas de crédito para as vítimas das enxurradas na Venezuela e sobre a situação de «quase ruptura» que diz viver-se no Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro. Segundo o governante, o processamento das linhas de crédito está em curso, mas foi prejudicado pela burocracia, «porventura por excesso até de rigor face aos processos que vinham mal instruídos e tiveram que ser revistos, mas espero que essa situação esteja ultrapassada». O grande número de candidaturas às linhas de crédito, feito até por pessoas que viviam fora da Venezuela, obrigou os serviços a fazer uma triagem dos casos, o que atrasou todo o processo, segundo o governante. Sobre o Consulado do Rio de Janeiro, José Lello referiu que a inesperada afluência de utentes explica-se pelo facto de os portugueses terem «descoberto de repente a auto-estima em relação a Portugal e que ter um passaporte português é óptimo». Nesse sentido, reconhece que o consulado está carente de quadros directores, cuja designação segue agora um novo estatuto, que obriga à prestação de concursos.

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17 de Outubro

Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reage a críticas da Venezuela

Lisboa - O secretário de Estado das Comunidades desvalorizou esta segunda-feira as críticas que lhe foram feitas por alguns conselheiros das comunidades e criticou a intervenção da deputada social democrata Manuela Aguiar no processo. José Lello reagiu com aspereza à carta aberta apresentada por 20 conselheiros das comunidades no Brasil, a que se juntaram um da Argentina, um do Uruguai e cinco da Venezuela. Os conselheiros participaram no fim-de-semana passado na reunião plenária da secção regional da América Central e do Sul do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), no qual a deputada do PSD eleita pelo círculo Fora da Europa, Manuela Aguiar, também marcou presença. No documento final, os membros do CCP pedem ao Governo «uma adequada, suficiente e imediata resposta humanitária -à semelhança do que fizeram os Governos de Espanha e Itália- para minorar as graves carências e dificuldades» dos emigrantes afectados pelas cheias de Dezembro de 1999 na Venezuela. Querem ainda que a Secretaria de Estado das Comunidades convoque uma reunião plenária para eleger um novo Conselho Permanente do CCP, para além de exigirem do Estado Português mais facilidades na obtenção de passaportes para os luso-descendentes. Na resposta, dada à agência «Lusa», José Lello criticou o facto de a carta ter sido entregue ao Governo pela deputada social-democrata, dizendo em tom irónico que «a doutora Manuela Aguiar agora faz de correio do Conselho das Comunidades, o que não deixa de ser interessante». José Lello lançou também um aviso: «a deputada Manuela Aguiar tem que estar sempre a fazer intervenção política e eu espero que o CCP não descambe por aí pela via da intervenção político-partidária». «Não é a deputada Manuela Aguiar, que durante o Governo do PSD nunca fez nada para apoiar os idosos e os pobres, quem pode vir a servir agora de Madre Teresa de Calcutá», acrescentou o governante. O secretário de Estado referiu que «a política e a oposição valem para tudo, mas não vale para se estar a explorar a ansiedade e a miséria dos outros, porque esses senhores tem que perceber que quando foi preciso eu fui lá». O responsável governamental explicou também que «o CCP é um órgão de aconselhamento do secretário de Estado das Comunidades, pelo que esta intromissão, nem que seja para entregar a carta de parte de um órgão que é fiscalizador do Governo, não deixa de ser curiosa». José Lello precisou que «eu não preciso de cartas abertas, preciso é que os conselheiros me informem e me aconselhem, como fazem muitos outros conselheiros, nomeadamente o do Zimbabué, do Uruguai e da Argentina, que estão empenhados no quotidiano das pessoas». Sobre as preocupações apresentas pelos conselheiros da América Central e do Sul, o secretário de Estado acha «óptimas as preocupações dos conselheiros, desde que sejam sérias, objectivas e concretas, porque especulações sem qualquer sustentabilidade não têm fundamento». Nesta resposta, o governante aproveitou para devolver as críticas: «a miséria das famílias portuguesas na Venezuela foi só depois das inundações? Ou já havia pobres antes? Só agora é que descobriram isso?», questionou. José Lello lembrou que o Governo português está a apoiar idosos carenciados, através do ASIC (Apoio Social aos Idosos Carenciados), que, só em Caracas, na Venezuela, já beneficia cerca de 80 pessoas. Deputado do PS também lança questões Nestas declarações à agência «Lusa», o secretário de Estado das Comunidades comentou ainda os dois requerimentos apresentados pelo deputado do PS eleito pelo círculo Fora da Europa, Caio Roque, que questionou o Governo sobre o bloqueamento da linhas de crédito para as vítimas das enxurradas na Venezuela e sobre a situação de «quase ruptura» que diz viver-se no Consulado Geral de Portugal no Rio de Janeiro. Segundo o governante, o processamento das linhas de crédito está em curso, mas foi prejudicado pela burocracia, «porventura por excesso até de rigor face aos processos que vinham mal instruídos e tiveram que ser revistos, mas espero que essa situação esteja ultrapassada». O grande número de candidaturas às linhas de crédito, feito até por pessoas que viviam fora da Venezuela, obrigou os serviços a fazer uma triagem dos casos, o que atrasou todo o processo, segundo o governante. Sobre o Consulado do Rio de Janeiro, José Lello referiu que a inesperada afluência de utentes explica-se pelo facto de os portugueses terem «descoberto de repente a auto-estima em relação a Portugal e que ter um passaporte português é óptimo». Nesse sentido, reconhece que o consulado está carente de quadros directores, cuja designação segue agora um novo estatuto, que obriga à prestação de concursos.

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