Suplemento Y

09-02-2001
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Sexta-feira, 2 de Fevereiro de 2001

DIVAS À DERIVA

de Jorge Cruz

Cenografia de Pedro Marques; figurinos e adereços de Sónia Martins; vídeo de Miguel Maduro e Cristina Novo; luz de Celestino Verdades. Com António Jorge, Carla Vasconcelos, Maria João Pereira, Paulo Lázaro, Patrícia Guida Magro, Rui Lacerda, Ricardo Moura, Vera Paz.

LISBOA, Sala Estúdio do Teatro da Trindade Trindade, estreia no dia 1 de Fevereiro, de 3ª a sáb. às 22h. Até dia 4 de Março.

Espectáculo multimédia, uma estória de teatro musicada, criada numa linguagem futurista que assenta na procura dos clássicos, em ligação com as novas correntes teatrais experimentalistas. Na era da hiper-comunicação, algures entre 1933 e 3024, os personagens exploram as novas realidades virtuais no ecrã do Microsoft World!

DUAS, QUATRO, OITO RODAS

de Custódio Oliveira

Pelo Teatro Construção- Companhia Profissional do Vale do Ave

Encenação de José Leitão; cenografia e figurinos de Fátima Maio; música de Jorge Constante Pereira; luz e som de César Gonçalves. Com Romeu Pereira, Ismael Silva, Paula Oliveira.

VILA DE JOANE, Rua Dr. Agostinho Fernandes, 113, estreia no dia 3 de Fevereiro, às 21h30

Divertir e aprender a partir de situações concretas do quotidiano que têm a ver com a segurança rodoviária. O personagem é o Zé Rodas e as suas histórias cheias de humor e ao mesmo tempo oníricas, no meio de canções e jogos dramáticos.

A HORA EM QUE NÃO SABÍAMOS NADA UNS DOS OUTROS

de Peter Handke

Encenação de José Wallenstein; tradução de João Barrento; dramaturgia de António Lago e José Wallenstein; cenografia de João Mendes Ribeiro; figurinos de Filipe Faísca; desenho de luz de Jorge Ribeiro; música e desenho de som de Albrecht Loops; movimento de Joana Providência. Com Alberto Magassela, Adelaide Teixeira, Alexandre Falcão, Ângela Marques, António Durães, António Lago, Cecília Laranjeira, Célia Ramos, Cristina Briona, Daniel Pinto, Eloy Monteiro, Fernanda Gonçalves, Fernando Landeira, Ivo Alexandre, João Cardoso, João Pedro Vaz, Jorge Mota, José Gonçalinho, Luciano Amarelo, Margarida Gonçalves, Nicolau Pais, Nuno Melo, Óscar Branco, Paulo Castro, Paulo Freixinho, Paulo Moura Lopes, Romi Soares, Rosa Quiroga, Rute Miranda, Sara Paz, Sónia Barbosa e Teresa Roby.

PORTO Teatro Nacional S. João, Praça da Batalha. Estreia dia 1 de Fevereiro, às 21h30.

O público é convidado a olhar, sem defesas, os pequenos nadas do quotidiano, numa espécie de mural por onde perpassam pessoas que, tal como nós, atravessam todos os dias uma rua, uma praça ou um largo. Mas não é um olhar voyeurista, nem cinematográfico, nem contemplativo. Como diz o autor, é "um olhar consciente".

O ROMPER DO DIA

de Timberlake Wertenbaker

Encenação de Ana Tamen

Coreografia e figurinos de Vera Castro, luzes de Jorge Ribeiro, tradução de Luisa Costa Gomes e Miguel Tamen. Com Lídia Franco, Luís Lucas, Maria José Pascoal, Cristina Bizarro, Cândido Ferreira, Luís Pinhão, Rui Sérgio, José Mora Ramos, Paulo Patraquim, Jorge Parente, Adelina Oliveira, Patrícia Abreu, João Pedreiro e Miguel Barros

LISBOA, Teatro da Trindade, tel.:213420000. De 4ª a sáb. às 21h30, dom. às 16h, até 18 de Fevereiro.

Inspirado no livro de Tchekov, "As Três Irmãs", a dramaturga britânica Timberlake Wertenbaker escreveu uma peça sobre três mulheres desiludidas que se confrontam com os sonhos perdidos dos anos 70, década marcada pelo feminismo, pela secundarização da família em nome da carreira profisional, pela mudança. Três décadas depois, já é tarde para ter os filhos que se gostaria de ter tido.

ENTRADA DE PALHAÇOS

Encenação de António Pires, cenografia de João Mendes Ribeiro, figurinos de Rosa Freitas, música de Vitor Milhanas, desenho de de luz de João Paulo Xavier. Com João Cabral, Cristina Cavalinhos, Nuno Lopes, Teresa Ricou, Marina Albuquerque, Bruna Félix, Luísa Cruz, Sabri Lucas, Miguel Melo, Ricardo Soares e Rogério Vieira.

LISBOA, Teatro Taborda, Rua da Costa do Castelo, 75. De 31 de Janeiro a 25 de Fevereiro, de 4ª a sáb., às 22h e dom. às 17h.

Entre o riso e o choro do palhaço, a distância não é tão comprida como se pensa. É este o jogo ingénuo do palhaço. Esta peça estreou-se em Dezembro no Teatro São João do Porto que está em cena no Teatro Taborda foi concebida a partir de um texto de Hélène Parmelin intitulada "Le Contre Pitre -Entrées de Clowns".

FALTA

de Sarah Kane

Pelos Artistas Unidos

Encenação de Jorge Silva Melo; cenografia e figurinos Rita Lopes Alves, Ana Paula Rocha, Isabel Nogueira e José Manuel Reis; luz de Pedro Domingos. Com José Airosa, Sylvie Rocha, Isabel Muñoz Cardoso e Cláudio Silva.

LISBOA, Edifício A Capital, Rua Diário de Noticias, 78, no Bairro Alto. Tel: 213479818. De 4ª a sáb., às 21h30 e dom. às 19h. De18 de Janeiro a 11 de Fevereiro.

É a última peça de Sarah Kane, um lamento a quatro vozes de uma escritora que teve uma vida curta - suicidou-se aos 28 anos-, dentro de um universo terrivelmente cruel. "Falta" é um gesto de purificação ou rendição à evidência de alguma incompatibilidade com o mundo tal como este se apresentava a seus olhos. Na anterior peça, apresentada pelos Artistas Unidos, "Ruínas", esse universo de Kane atravessava um mundo marcado pela violência, antropofagia, sexo, morte e violação.

MARILYN, MEU AMOR

Pela Barraca

Texto e encenação de Hélder Costa; danças coreografadas por Pedro Rodrigues; pianista das gravações Sérgio Bastos; máscaras de Vitor Sá Machado; iluminação de José Carlos Pontes; sonoplastia de Fernando Pires. Com Carla Alves, Catarina Santana, Mafalda Franco, Maia Ornela, Sara Noronha, Carlos Cabrita, Paulo Serafim, Jorge Mourato, Miguel Telmo e Sérgio Moras.

LISBOA Teatro Cinearte, Lg. Santos, 2. Tel: 213965360. De 4ª a sáb., às 21h30. Até final de Abril.

Três actrizes, três faces da diva que marcou o século XX, Marilyn, um ícone por quem o encenador Hélder Costa se apaixonou há muitos anos e que só agora consegue pôr em palco. Um estúdio, os bastidores de um teatro, uma paisagem cinematográfica e toda uma panóplia de sinais sobre a biografia e a arte de Norma Jean: a dança, o canto, os amores, os desesperos, as infantilidades, as amizades, o mundo de uma mulher que viveu desamparada, ao sabor das ganâncias e das vaidades alheias, entre comprimidos e sonhos, sempre à beira do abismo.

O ÚLTIMO A RIR

de Luísa Costa Gomes

Encenação de Adriano Luz. Com José Pedro Gomes

LISBOA, Teatro Villaret, de 3ª a dom. às 21h30, até final de Março.

O actor José Pedro Gomes desdobra-se em quinze personagens durante uma hora e meia. Actor de comédia por excelência - a sua paixão - José Pedro Gomes regressa a personagens como o Zézé de "Converda da Treta", uma das muitas que criou ao longo da sua ainda breve mas rica carreira teatral. Com plateias esgotadas, diz: "Não há crise no teatro em Portugal".

A PRINCESA MALENE

de Maurice Maeterlinck

Pelo Núcleo de Criação Teatral

Encenação de Pierre Voltz; tradução de Mário Jorge Bonito; música de André Voltz. Com Ana Carolina Oliveira, Célia Fechas, Eduarda de Almeida, Fernando Ribeiro, Hugo Cristóvão, Hugo Sousa, Hugo Torres, Manuela Ferreira, Maria Carlos Lima, Marta Fernandes, Miriam Faria, Nuno Lucena, Rui Pena, Sílvia Silva, Solange Sá e Sónia Barbosa.

PORTO, Teatro Helena Sá e Costa, Rua da Alegria, 503. Até dia 5 de Fevereiro, de 3ª a sáb., às 21h30, dom., às 16h30.

Escolhida pelo encenador Pierre Voltz, "A Princesa Malene", de Maurice Maeterlinck, foi escrita em finais do séx. XIX e é considerada uma peça pioneira do teatro simbolista, a primeira deste escritor flamengo de expressão francesa. "A Princesa Malene" cruza um conto infantil com uma tragédia e abre caminhos para o teatro moderno. É a estreia das produções do Núcleo de Criação Teatral, uma estrutura criada pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo em parceria com a Sociedade Porto 2001.

É BONITO

de Nathalie Sarraute

Tradução e encenação de Diogo Dória, cenografia de Elsa Bruxelas, figurinos e adereços de Matilde Matos, desenho de luzes de Pedro Domingues. Com Diogo Dória, Maria João Luís, Amândio Pinheiro, António Terrinha e Raúl Henriques.

LISBOA, Instituto Franco-Português, Rua Luís Bívar, 91. De 4ª a sáb., às 21h30, até 3 de Fevereiro.

Só mais um dia para ver esta peça de Nathalie Sarraute, com óptimos actores e um texto desconcertante. Uma peça curta, construída num timing preciso, em que tudo está dito, pouco embora imenso. Diogo Dória é um incondicional de Sarraute, encena-a e di-la com uma comicidade contagiante. Do teatro de Sarraute, diz Dória: "O que acho apaixonante é que tira tudo o que é supérfluo. Bastam os actores e as tensões entre eles. Hoje vomita-se o texto em palco. Sarraute tenta atingir o silêncio cheio. E isso tem sido censurado. A representação pode resumir-se a isso, à dificuldade de se poder falar de coisas que não são traduzíveis por palavras".

A NOITE

de Manuel António Pina

Pela Companhia de Teatro Pé de Vento

Encenação de João Luiz, cenografia de João Calvário, figurinos de Susanne Rosler, desenho de luz de Rui Damas, movimento de Ruben Marks. Com Anabela Sousa, Paulo Oliveira, Rui Spranger e Sandra Farias.

PORTO, Teatro da Vilarinha, rua da Vilarinha,1386; hoje às 21h45 e amanhã às 16h00 e 21h45, último espectáculo.

A companhia Pé de Vento revisita o imaginário teatral do escritor e jornalista Manuel António Pina que põe em cena as contradições humanas, numa noite atravessada pela realidade e pelo sonho. "A Noite" é um exercício dramático que joga com a duplicidade dos opostos.

Sexta-feira, 2 de Fevereiro de 2001

DIVAS À DERIVA

de Jorge Cruz

Cenografia de Pedro Marques; figurinos e adereços de Sónia Martins; vídeo de Miguel Maduro e Cristina Novo; luz de Celestino Verdades. Com António Jorge, Carla Vasconcelos, Maria João Pereira, Paulo Lázaro, Patrícia Guida Magro, Rui Lacerda, Ricardo Moura, Vera Paz.

LISBOA, Sala Estúdio do Teatro da Trindade Trindade, estreia no dia 1 de Fevereiro, de 3ª a sáb. às 22h. Até dia 4 de Março.

Espectáculo multimédia, uma estória de teatro musicada, criada numa linguagem futurista que assenta na procura dos clássicos, em ligação com as novas correntes teatrais experimentalistas. Na era da hiper-comunicação, algures entre 1933 e 3024, os personagens exploram as novas realidades virtuais no ecrã do Microsoft World!

DUAS, QUATRO, OITO RODAS

de Custódio Oliveira

Pelo Teatro Construção- Companhia Profissional do Vale do Ave

Encenação de José Leitão; cenografia e figurinos de Fátima Maio; música de Jorge Constante Pereira; luz e som de César Gonçalves. Com Romeu Pereira, Ismael Silva, Paula Oliveira.

VILA DE JOANE, Rua Dr. Agostinho Fernandes, 113, estreia no dia 3 de Fevereiro, às 21h30

Divertir e aprender a partir de situações concretas do quotidiano que têm a ver com a segurança rodoviária. O personagem é o Zé Rodas e as suas histórias cheias de humor e ao mesmo tempo oníricas, no meio de canções e jogos dramáticos.

A HORA EM QUE NÃO SABÍAMOS NADA UNS DOS OUTROS

de Peter Handke

Encenação de José Wallenstein; tradução de João Barrento; dramaturgia de António Lago e José Wallenstein; cenografia de João Mendes Ribeiro; figurinos de Filipe Faísca; desenho de luz de Jorge Ribeiro; música e desenho de som de Albrecht Loops; movimento de Joana Providência. Com Alberto Magassela, Adelaide Teixeira, Alexandre Falcão, Ângela Marques, António Durães, António Lago, Cecília Laranjeira, Célia Ramos, Cristina Briona, Daniel Pinto, Eloy Monteiro, Fernanda Gonçalves, Fernando Landeira, Ivo Alexandre, João Cardoso, João Pedro Vaz, Jorge Mota, José Gonçalinho, Luciano Amarelo, Margarida Gonçalves, Nicolau Pais, Nuno Melo, Óscar Branco, Paulo Castro, Paulo Freixinho, Paulo Moura Lopes, Romi Soares, Rosa Quiroga, Rute Miranda, Sara Paz, Sónia Barbosa e Teresa Roby.

PORTO Teatro Nacional S. João, Praça da Batalha. Estreia dia 1 de Fevereiro, às 21h30.

O público é convidado a olhar, sem defesas, os pequenos nadas do quotidiano, numa espécie de mural por onde perpassam pessoas que, tal como nós, atravessam todos os dias uma rua, uma praça ou um largo. Mas não é um olhar voyeurista, nem cinematográfico, nem contemplativo. Como diz o autor, é "um olhar consciente".

O ROMPER DO DIA

de Timberlake Wertenbaker

Encenação de Ana Tamen

Coreografia e figurinos de Vera Castro, luzes de Jorge Ribeiro, tradução de Luisa Costa Gomes e Miguel Tamen. Com Lídia Franco, Luís Lucas, Maria José Pascoal, Cristina Bizarro, Cândido Ferreira, Luís Pinhão, Rui Sérgio, José Mora Ramos, Paulo Patraquim, Jorge Parente, Adelina Oliveira, Patrícia Abreu, João Pedreiro e Miguel Barros

LISBOA, Teatro da Trindade, tel.:213420000. De 4ª a sáb. às 21h30, dom. às 16h, até 18 de Fevereiro.

Inspirado no livro de Tchekov, "As Três Irmãs", a dramaturga britânica Timberlake Wertenbaker escreveu uma peça sobre três mulheres desiludidas que se confrontam com os sonhos perdidos dos anos 70, década marcada pelo feminismo, pela secundarização da família em nome da carreira profisional, pela mudança. Três décadas depois, já é tarde para ter os filhos que se gostaria de ter tido.

ENTRADA DE PALHAÇOS

Encenação de António Pires, cenografia de João Mendes Ribeiro, figurinos de Rosa Freitas, música de Vitor Milhanas, desenho de de luz de João Paulo Xavier. Com João Cabral, Cristina Cavalinhos, Nuno Lopes, Teresa Ricou, Marina Albuquerque, Bruna Félix, Luísa Cruz, Sabri Lucas, Miguel Melo, Ricardo Soares e Rogério Vieira.

LISBOA, Teatro Taborda, Rua da Costa do Castelo, 75. De 31 de Janeiro a 25 de Fevereiro, de 4ª a sáb., às 22h e dom. às 17h.

Entre o riso e o choro do palhaço, a distância não é tão comprida como se pensa. É este o jogo ingénuo do palhaço. Esta peça estreou-se em Dezembro no Teatro São João do Porto que está em cena no Teatro Taborda foi concebida a partir de um texto de Hélène Parmelin intitulada "Le Contre Pitre -Entrées de Clowns".

FALTA

de Sarah Kane

Pelos Artistas Unidos

Encenação de Jorge Silva Melo; cenografia e figurinos Rita Lopes Alves, Ana Paula Rocha, Isabel Nogueira e José Manuel Reis; luz de Pedro Domingos. Com José Airosa, Sylvie Rocha, Isabel Muñoz Cardoso e Cláudio Silva.

LISBOA, Edifício A Capital, Rua Diário de Noticias, 78, no Bairro Alto. Tel: 213479818. De 4ª a sáb., às 21h30 e dom. às 19h. De18 de Janeiro a 11 de Fevereiro.

É a última peça de Sarah Kane, um lamento a quatro vozes de uma escritora que teve uma vida curta - suicidou-se aos 28 anos-, dentro de um universo terrivelmente cruel. "Falta" é um gesto de purificação ou rendição à evidência de alguma incompatibilidade com o mundo tal como este se apresentava a seus olhos. Na anterior peça, apresentada pelos Artistas Unidos, "Ruínas", esse universo de Kane atravessava um mundo marcado pela violência, antropofagia, sexo, morte e violação.

MARILYN, MEU AMOR

Pela Barraca

Texto e encenação de Hélder Costa; danças coreografadas por Pedro Rodrigues; pianista das gravações Sérgio Bastos; máscaras de Vitor Sá Machado; iluminação de José Carlos Pontes; sonoplastia de Fernando Pires. Com Carla Alves, Catarina Santana, Mafalda Franco, Maia Ornela, Sara Noronha, Carlos Cabrita, Paulo Serafim, Jorge Mourato, Miguel Telmo e Sérgio Moras.

LISBOA Teatro Cinearte, Lg. Santos, 2. Tel: 213965360. De 4ª a sáb., às 21h30. Até final de Abril.

Três actrizes, três faces da diva que marcou o século XX, Marilyn, um ícone por quem o encenador Hélder Costa se apaixonou há muitos anos e que só agora consegue pôr em palco. Um estúdio, os bastidores de um teatro, uma paisagem cinematográfica e toda uma panóplia de sinais sobre a biografia e a arte de Norma Jean: a dança, o canto, os amores, os desesperos, as infantilidades, as amizades, o mundo de uma mulher que viveu desamparada, ao sabor das ganâncias e das vaidades alheias, entre comprimidos e sonhos, sempre à beira do abismo.

O ÚLTIMO A RIR

de Luísa Costa Gomes

Encenação de Adriano Luz. Com José Pedro Gomes

LISBOA, Teatro Villaret, de 3ª a dom. às 21h30, até final de Março.

O actor José Pedro Gomes desdobra-se em quinze personagens durante uma hora e meia. Actor de comédia por excelência - a sua paixão - José Pedro Gomes regressa a personagens como o Zézé de "Converda da Treta", uma das muitas que criou ao longo da sua ainda breve mas rica carreira teatral. Com plateias esgotadas, diz: "Não há crise no teatro em Portugal".

A PRINCESA MALENE

de Maurice Maeterlinck

Pelo Núcleo de Criação Teatral

Encenação de Pierre Voltz; tradução de Mário Jorge Bonito; música de André Voltz. Com Ana Carolina Oliveira, Célia Fechas, Eduarda de Almeida, Fernando Ribeiro, Hugo Cristóvão, Hugo Sousa, Hugo Torres, Manuela Ferreira, Maria Carlos Lima, Marta Fernandes, Miriam Faria, Nuno Lucena, Rui Pena, Sílvia Silva, Solange Sá e Sónia Barbosa.

PORTO, Teatro Helena Sá e Costa, Rua da Alegria, 503. Até dia 5 de Fevereiro, de 3ª a sáb., às 21h30, dom., às 16h30.

Escolhida pelo encenador Pierre Voltz, "A Princesa Malene", de Maurice Maeterlinck, foi escrita em finais do séx. XIX e é considerada uma peça pioneira do teatro simbolista, a primeira deste escritor flamengo de expressão francesa. "A Princesa Malene" cruza um conto infantil com uma tragédia e abre caminhos para o teatro moderno. É a estreia das produções do Núcleo de Criação Teatral, uma estrutura criada pela Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo em parceria com a Sociedade Porto 2001.

É BONITO

de Nathalie Sarraute

Tradução e encenação de Diogo Dória, cenografia de Elsa Bruxelas, figurinos e adereços de Matilde Matos, desenho de luzes de Pedro Domingues. Com Diogo Dória, Maria João Luís, Amândio Pinheiro, António Terrinha e Raúl Henriques.

LISBOA, Instituto Franco-Português, Rua Luís Bívar, 91. De 4ª a sáb., às 21h30, até 3 de Fevereiro.

Só mais um dia para ver esta peça de Nathalie Sarraute, com óptimos actores e um texto desconcertante. Uma peça curta, construída num timing preciso, em que tudo está dito, pouco embora imenso. Diogo Dória é um incondicional de Sarraute, encena-a e di-la com uma comicidade contagiante. Do teatro de Sarraute, diz Dória: "O que acho apaixonante é que tira tudo o que é supérfluo. Bastam os actores e as tensões entre eles. Hoje vomita-se o texto em palco. Sarraute tenta atingir o silêncio cheio. E isso tem sido censurado. A representação pode resumir-se a isso, à dificuldade de se poder falar de coisas que não são traduzíveis por palavras".

A NOITE

de Manuel António Pina

Pela Companhia de Teatro Pé de Vento

Encenação de João Luiz, cenografia de João Calvário, figurinos de Susanne Rosler, desenho de luz de Rui Damas, movimento de Ruben Marks. Com Anabela Sousa, Paulo Oliveira, Rui Spranger e Sandra Farias.

PORTO, Teatro da Vilarinha, rua da Vilarinha,1386; hoje às 21h45 e amanhã às 16h00 e 21h45, último espectáculo.

A companhia Pé de Vento revisita o imaginário teatral do escritor e jornalista Manuel António Pina que põe em cena as contradições humanas, numa noite atravessada pela realidade e pelo sonho. "A Noite" é um exercício dramático que joga com a duplicidade dos opostos.

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