EXPRESSO: Artigo

05-01-2002
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Fracasso ameaça cimeira contra o racismo

TRÊS horas depois do tempo previsto para o encerramento, ontem, da III Conferência Mundial contra o Racismo em Durban, às quatro horas da tarde (15h em Lisboa), os seus responsáveis tentavam ainda chegar a um compromisso que permitisse aprovar a declaração final e o plano de acção. As autoridades sul-africanas indicaram que as discussões iam continuar toda a noite para tentar salvar a conferência. Mas outras fontes admitiram a possibilidade dos trabalhos serem prolongados até hoje de manhã, não obstante ter sido anunciado que os países islâmicos não bloquearão o compromisso proposto pela África do Sul sobre o Médio-Oriente e o acordo de última hora entre europeus e africanos acerca do pedido de desculpas dos países responsáveis pelo tráfico de escravos e pela colonização.

A divergência fundamental centrava-se em torno do projecto de resolução relativo ao Médio-Oriente, cuja redacção foi contestada pela delegação palestiniana e levou ao abandono da conferência dos Estados Unidos e Israel.

Tão pouco foi esclarecido se o «acordo verbal» sobre o pedido de desculpas implica uma reparação às vítimas da escravatura. A União Europeia mostrou-se dividida sobre esta questão, receando que o pedido de desculpas pudesse implicar o pagamento de indemnizações.

Portugal foi um dos países que se negou a fazer um pedido de desculpas. O alto comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, José Leitão, disse que «não faz muito sentido exigir ao regime democrático de Portugal, que descolonizou e criou uma sociedade não racista, responsabilidades pelos erros do passado». Para Leitão, «era o mesmo que responsabilizar o Governo democrático da África do Sul pelos crimes do apartheid».

Fracasso ameaça cimeira contra o racismo

TRÊS horas depois do tempo previsto para o encerramento, ontem, da III Conferência Mundial contra o Racismo em Durban, às quatro horas da tarde (15h em Lisboa), os seus responsáveis tentavam ainda chegar a um compromisso que permitisse aprovar a declaração final e o plano de acção. As autoridades sul-africanas indicaram que as discussões iam continuar toda a noite para tentar salvar a conferência. Mas outras fontes admitiram a possibilidade dos trabalhos serem prolongados até hoje de manhã, não obstante ter sido anunciado que os países islâmicos não bloquearão o compromisso proposto pela África do Sul sobre o Médio-Oriente e o acordo de última hora entre europeus e africanos acerca do pedido de desculpas dos países responsáveis pelo tráfico de escravos e pela colonização.

A divergência fundamental centrava-se em torno do projecto de resolução relativo ao Médio-Oriente, cuja redacção foi contestada pela delegação palestiniana e levou ao abandono da conferência dos Estados Unidos e Israel.

Tão pouco foi esclarecido se o «acordo verbal» sobre o pedido de desculpas implica uma reparação às vítimas da escravatura. A União Europeia mostrou-se dividida sobre esta questão, receando que o pedido de desculpas pudesse implicar o pagamento de indemnizações.

Portugal foi um dos países que se negou a fazer um pedido de desculpas. O alto comissário para a Imigração e Minorias Étnicas, José Leitão, disse que «não faz muito sentido exigir ao regime democrático de Portugal, que descolonizou e criou uma sociedade não racista, responsabilidades pelos erros do passado». Para Leitão, «era o mesmo que responsabilizar o Governo democrático da África do Sul pelos crimes do apartheid».

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