JORNAL PUBLICO: A senhora juíza

24-01-2001
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11/09/95

Assunção Esteves

A senhora juíza

No início, as estruturas de Vila Real do PSD rejeitaram a hipótese de Valente de Oliveira voltar a encabeçar a lista do PSD por aquele distrito; mais tarde, colocaram reservas ao nome de Assunção Esteves; por fim, foi com decepção que souberam que a escolha tinha recaído em Azevedo Soares. No PSD de Vila Real voltou a suspirar-se por Valente de Oliveira, no PS, a reacção foi de alívio: o candidato mais temido não era nem Valente de Oliveira, nem Azevedo Soares, mas sim Assunção Esteves.

Ao contrário dos dois primeiros, Assunção Esteves é natural do distrito (nasceu em Valpaços), goza do prestígio de integrar o Tribunal Constitucional e não acusa o desgaste de vários anos de exercício do poder. Só por isto, constituía uma escolha oportuna. Nogueira sabia disso e convidou-a, mas Assunção Esteves declinou o convite. Por uma opção de vida, nos próximos anos, ela e o marido, o dirigente socialista José Lamego, vão viver na Alemanha.

Natural de Valpaços, Assunção Esteves fez os estudos secundários em Chaves, cursando mais tarde Direito em Lisboa, onde também fez o mestrado em Ciências Jurídico-Políticas. Militante do PSD desde os 17 anos, foi eleita deputada em 1987. Os primeiros tempos na Assembleia da República foram discretos. A sua afirmação coincidiu com o início das discussões sobre a revisão constitucional. Apesar da sua juventude, protagonizou a defesa do projecto do PSD, enfrentando adversários como António Vitorino, do PS, e José Magalhães, então do PCP. A coragem e a competência demonstradas valeram-lhe o reconhecimento de adversários e jornalistas.

Na hora de se despedir do hemiciclo para se tornar na primeira mulher a integrar o Tribunal Constitucional, comoveu toda a assembleia, ao terminar a sua última intervenção num choro convulsivo. "Ao contrário do fado, quem parte é que leva saudades de quem fica", afirmou na altura.

Pedro Garcias

11/09/95

Assunção Esteves

A senhora juíza

No início, as estruturas de Vila Real do PSD rejeitaram a hipótese de Valente de Oliveira voltar a encabeçar a lista do PSD por aquele distrito; mais tarde, colocaram reservas ao nome de Assunção Esteves; por fim, foi com decepção que souberam que a escolha tinha recaído em Azevedo Soares. No PSD de Vila Real voltou a suspirar-se por Valente de Oliveira, no PS, a reacção foi de alívio: o candidato mais temido não era nem Valente de Oliveira, nem Azevedo Soares, mas sim Assunção Esteves.

Ao contrário dos dois primeiros, Assunção Esteves é natural do distrito (nasceu em Valpaços), goza do prestígio de integrar o Tribunal Constitucional e não acusa o desgaste de vários anos de exercício do poder. Só por isto, constituía uma escolha oportuna. Nogueira sabia disso e convidou-a, mas Assunção Esteves declinou o convite. Por uma opção de vida, nos próximos anos, ela e o marido, o dirigente socialista José Lamego, vão viver na Alemanha.

Natural de Valpaços, Assunção Esteves fez os estudos secundários em Chaves, cursando mais tarde Direito em Lisboa, onde também fez o mestrado em Ciências Jurídico-Políticas. Militante do PSD desde os 17 anos, foi eleita deputada em 1987. Os primeiros tempos na Assembleia da República foram discretos. A sua afirmação coincidiu com o início das discussões sobre a revisão constitucional. Apesar da sua juventude, protagonizou a defesa do projecto do PSD, enfrentando adversários como António Vitorino, do PS, e José Magalhães, então do PCP. A coragem e a competência demonstradas valeram-lhe o reconhecimento de adversários e jornalistas.

Na hora de se despedir do hemiciclo para se tornar na primeira mulher a integrar o Tribunal Constitucional, comoveu toda a assembleia, ao terminar a sua última intervenção num choro convulsivo. "Ao contrário do fado, quem parte é que leva saudades de quem fica", afirmou na altura.

Pedro Garcias

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