PS considera demissão de Coelho "um excesso"

13-04-2001
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PS Considera Demissão de Coelho "Um Excesso"

Por HELENA PEREIRA

Quinta-feira, 12 de Abril de 2001

Oposição pede apuramento de todos os responsáveis na tragédia de Entre-os Rios

Enquanto a oposição se uniu ontem para pedir o apuramento de todas as responsabilidades políticas e criminais, o PS veio dar uma conferência de imprensa para dizer que, perante as conclusões do relatório sobre as causas da queda da ponte de Entre-os-Rios, a demissão do então ministro do Equipamento, Jorge Coelho, revelou-se quase desnecessária.

"Perante os resultados deste inquérito até poderíamos dizer que houve um excesso na assumpção de responsabilidades [por parte de Jorge Coelho]. Não pedimos que haja assumpção de responsabilidades por parte de mais nenhuma entidade", afirmou José Lamego, ao final da tarde, na sede nacional do PS, em Lisboa, e antes de saber da demissão do presidente do Instituto de Navegabilidade do Douro.

O deputado e membro da comissão permanente do PS sublinhou a "cultura de responsabilidade e transparência" do Governo, ao encomendar um inquérito a uma entidade independente, como o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, e aceitar as suas conclusões - a extracção de areias foi apontada como uma das principais causas do desastre.

O ministro-sombra do PSD para o Ambiente, José Eduardo Martins, por seu lado, considerou que o ministério de José Sócrates tem responsabilidades, uma vez que "não pode passar a responsabilidade da gestão dos rios e da extracção de areias para os outros ministérios". O ministro-sombra do PSD alega que as licenças para a extracção de areias são emitidas sem respeitarem a avaliação do impacte ambiental.

Para Francisco Lopes, da comissão política do PCP, a falta de fiscalização à ponte e à extracção de areias evidencia as consequências da política economicista do Governo. "Não adianta arranjar medidas expeditas para português ver, muda-se a sigla mas as políticas continuam subordinadas a lógicas economicistas que dificultam uma verdadeira coordenação e fiscalização", disse, citado pela Lusa.

O líder do PP, Paulo Portas, exigiu ainda o apuramento da eventual responsabilidade criminal do desastre de Entre-os-Rios "doa a quem doer". "A negligência é um delito e se o relatório da comissão de inquérito vai ser enviado à Procuradoria Geral da República é porque há responsabilidades criminais", sustentou.

O deputado Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, defendeu também o apuramento de todas as responsabilidades, uma vez que "ainda não se fizeram todas as exéquias políticas".

PS Considera Demissão de Coelho "Um Excesso"

Por HELENA PEREIRA

Quinta-feira, 12 de Abril de 2001

Oposição pede apuramento de todos os responsáveis na tragédia de Entre-os Rios

Enquanto a oposição se uniu ontem para pedir o apuramento de todas as responsabilidades políticas e criminais, o PS veio dar uma conferência de imprensa para dizer que, perante as conclusões do relatório sobre as causas da queda da ponte de Entre-os-Rios, a demissão do então ministro do Equipamento, Jorge Coelho, revelou-se quase desnecessária.

"Perante os resultados deste inquérito até poderíamos dizer que houve um excesso na assumpção de responsabilidades [por parte de Jorge Coelho]. Não pedimos que haja assumpção de responsabilidades por parte de mais nenhuma entidade", afirmou José Lamego, ao final da tarde, na sede nacional do PS, em Lisboa, e antes de saber da demissão do presidente do Instituto de Navegabilidade do Douro.

O deputado e membro da comissão permanente do PS sublinhou a "cultura de responsabilidade e transparência" do Governo, ao encomendar um inquérito a uma entidade independente, como o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, e aceitar as suas conclusões - a extracção de areias foi apontada como uma das principais causas do desastre.

O ministro-sombra do PSD para o Ambiente, José Eduardo Martins, por seu lado, considerou que o ministério de José Sócrates tem responsabilidades, uma vez que "não pode passar a responsabilidade da gestão dos rios e da extracção de areias para os outros ministérios". O ministro-sombra do PSD alega que as licenças para a extracção de areias são emitidas sem respeitarem a avaliação do impacte ambiental.

Para Francisco Lopes, da comissão política do PCP, a falta de fiscalização à ponte e à extracção de areias evidencia as consequências da política economicista do Governo. "Não adianta arranjar medidas expeditas para português ver, muda-se a sigla mas as políticas continuam subordinadas a lógicas economicistas que dificultam uma verdadeira coordenação e fiscalização", disse, citado pela Lusa.

O líder do PP, Paulo Portas, exigiu ainda o apuramento da eventual responsabilidade criminal do desastre de Entre-os-Rios "doa a quem doer". "A negligência é um delito e se o relatório da comissão de inquérito vai ser enviado à Procuradoria Geral da República é porque há responsabilidades criminais", sustentou.

O deputado Luís Fazenda, do Bloco de Esquerda, defendeu também o apuramento de todas as responsabilidades, uma vez que "ainda não se fizeram todas as exéquias políticas".

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