Artigo de Jorge Cordeiro no «Avante!» de 07.06.2001

14-12-2001
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Mais do mesmo, não obrigado !

por Jorge Cordeiro

«Avante!» de 07.06.2001

" Que não haja dúvidas que isto é entre mim e o Dr. Capucho" (José Lamego, DN 31/05/01)

É conhecido o recurso ao truque da bipolarização mais artificial para dissimular o que é idêntico, desanimar a mobilização em torno de soluções diferentes e esmorecer a construção de alternativas. Quando a imaginação não dá para mais este recurso dá sempre jeito. É o que fez José Lamego ao afirmar, a propósito da eleição para a Câmara de Cascais para a qual foi atirado como candidato, que aquela disputa era entre ele e o doutor Capucho. A frase está, no que respeita ao nível do rigor e seriedade política, proporcional à imensa ignorância que carrega em matéria de conhecimento dos problemas do concelho e das suas populações.

Lamego ignora, talvez porque ainda não tenha tido tempo para o saber, que as autarquias são bem mais que um órgão unipessoal e que a escolha, mais do que uma disputa entre estrelas mais ou menos impantes, é sobre projectos e propostas que assegurem as melhores respostas aos problemas das populações e ao desenvolvimento local.

Lamego finge não conhecer que a gestão do PS no município de Cascais nos últimos oito anos não só não trouxe nada de substancialmente novo como rivalizou, ombro com ombro, ao que de pior a gestão do PSD fez anteriormente em matéria de especulação urbanística. Lamego prefere ignorar que com o PS à frente do município vigorou o mais descarado favorecimento a empreiteiros, as repetidas violações ao PDM, a permissividade assumida no desrespeito pelos índices de construção a pretexto de contrapartidas ( no melhor estilo do truque usado por Abecasis em Lisboa quando tolerava a violação das regras urbanísticas por troca de umas "mais valias"), a descaracterização do litoral do concelho e o abandono das zonas do interior.

Dividido entre a ambição e o desespero, Lamego terá confundido que o que está em causa não é saber quem está melhor colocado pode fazer mais do mesmo mas sim quem está em condições de fazer diferente, melhor e o que é preciso para requalificar o concelho e servir a população. E que não é o recurso a campanhas milionárias como aquela que já dá mostra de ir realizar, e que legitima a dúvida sobre os interesses que a suportam, que lhe dará a si e ao PS a credibilidade perdida pela gestão recente do município de Cascais.

É possivel, certo até, que haja coisas que são entre eles e com eles. Seguramente que não são as coisas que interessam ao concelho e às suas populações. Essas estão com a CDU, os seus candidatos, as suas propostas e o seu reconhecido trabalho em defesa dos interesses locais, da melhoria das condições de vida e do desenvolvimento equilibrado do concelho.

Mais do mesmo, não obrigado !

por Jorge Cordeiro

«Avante!» de 07.06.2001

" Que não haja dúvidas que isto é entre mim e o Dr. Capucho" (José Lamego, DN 31/05/01)

É conhecido o recurso ao truque da bipolarização mais artificial para dissimular o que é idêntico, desanimar a mobilização em torno de soluções diferentes e esmorecer a construção de alternativas. Quando a imaginação não dá para mais este recurso dá sempre jeito. É o que fez José Lamego ao afirmar, a propósito da eleição para a Câmara de Cascais para a qual foi atirado como candidato, que aquela disputa era entre ele e o doutor Capucho. A frase está, no que respeita ao nível do rigor e seriedade política, proporcional à imensa ignorância que carrega em matéria de conhecimento dos problemas do concelho e das suas populações.

Lamego ignora, talvez porque ainda não tenha tido tempo para o saber, que as autarquias são bem mais que um órgão unipessoal e que a escolha, mais do que uma disputa entre estrelas mais ou menos impantes, é sobre projectos e propostas que assegurem as melhores respostas aos problemas das populações e ao desenvolvimento local.

Lamego finge não conhecer que a gestão do PS no município de Cascais nos últimos oito anos não só não trouxe nada de substancialmente novo como rivalizou, ombro com ombro, ao que de pior a gestão do PSD fez anteriormente em matéria de especulação urbanística. Lamego prefere ignorar que com o PS à frente do município vigorou o mais descarado favorecimento a empreiteiros, as repetidas violações ao PDM, a permissividade assumida no desrespeito pelos índices de construção a pretexto de contrapartidas ( no melhor estilo do truque usado por Abecasis em Lisboa quando tolerava a violação das regras urbanísticas por troca de umas "mais valias"), a descaracterização do litoral do concelho e o abandono das zonas do interior.

Dividido entre a ambição e o desespero, Lamego terá confundido que o que está em causa não é saber quem está melhor colocado pode fazer mais do mesmo mas sim quem está em condições de fazer diferente, melhor e o que é preciso para requalificar o concelho e servir a população. E que não é o recurso a campanhas milionárias como aquela que já dá mostra de ir realizar, e que legitima a dúvida sobre os interesses que a suportam, que lhe dará a si e ao PS a credibilidade perdida pela gestão recente do município de Cascais.

É possivel, certo até, que haja coisas que são entre eles e com eles. Seguramente que não são as coisas que interessam ao concelho e às suas populações. Essas estão com a CDU, os seus candidatos, as suas propostas e o seu reconhecido trabalho em defesa dos interesses locais, da melhoria das condições de vida e do desenvolvimento equilibrado do concelho.

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