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12-07-2001
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António Guterres disposto a ir à luta 26-JUN-2001

Lusa

O secretário-geral do PS, António Guterres, afirmou esta terça-feira de madrugada que irá à luta nos próximos combates políticos e disse que abandonará o lugar de primeiro-ministro no dia em que lhe tentarem impor medidas neoliberais.

Estas posições de António Guterres foram assumidas a meio da reunião da Comissão Política dos socialistas com o Grupo Parlamentar do PS e destinaram-se a responder à intervenção feita anteriormente pelo vice-presidente da Assembleia da República, Manuel Alegre, que exigiu que o primeiro-ministro dê a cara face ao momento que vive o país.

«Se há pessoa que tem dado a cara, sou eu. Se há pessoa que não tem fugido ao combate, sou eu», sublinhou o líder socialista e chefe do Governo, falando depois de uma intervenção feita pelo ministro do Equipamento Social, Ferro Rodrigues, que se manifestou «solidário com Pina Moura e com António Guterres».

Mas o primeiro-ministro também respondeu às posições assumidas pelo vice-presidente da Assembleia da República em relação à linha política assumida pelo Governo.

António Guterres optou mesmo por deixar uma garantia aos dirigentes e deputados socialistas, assegurando que abandonará o cargo de primeiro-ministro no dia em que lhe tentarem impor medidas neoliberais. «No dia em que me tentarem impor políticas neoliberais, vou-me embora. Tenho um projecto de esquerda, que é o do PS», desabafou.

No entanto, ao longo da reunião, o primeiro-ministro não se referiu nem por uma única vez à hipótese de proceder a uma remodelação do seu Governo ou à tese de que o executivo esteja a ser alvo de uma acção concertada contra si por parte dos grandes grupos económicos que se queixam da reforma fiscal.

Alegre pede a Guterres que esclareça «tabu» da remodelação

O vice-presidente da Assembleia da República, Manuel Alegre, exigiu a António Guterres que dê a cara no combate político e pediu-lhe para acabar com o «tabu» sobre a remodelação do seu Governo.

Numa das intervenções mais aplaudidas da reunião do secretário-geral do PS com a Comissão Política do partido e com o Grupo parlamentar do PS, Manuel Alegre começou por manifestar a sua «preocupação» com o teor das intervenções feitas momentos antes, quer por António Guterres, quer pelo titular da pasta das Finanças, Pina Moura. «O Governo está a cair na opinião pública, o Governo e o PS estão a sofrer uma ofensiva colossal e parece-me que vocês não perceberam o que se está a passar», lamentou o vice-presidente da Assembleia da República, dirigindo-se a Guterres e Pina Moura, que tinham feito uma intervenção demasiado económica da situação do país.

Segundo Manuel Alegre, por parte do PS e do executivo, «exige-se uma resposta política e ideológica», deixando também a seguinte advertência ao primeiro-ministro: «Nesta situação tens de dar a cara, porque ninguém te pode substituir neste combate», comentou. A seguir, foi ainda mais duro, ao condenar quem aconselha o chefe do Governo a resguardar-se e a resolver as questões com soluções ao nível da imagem.

«Estão a pedir a cabeça de Pina Moura, mas os adversários do PS querem é a tua cabeça, a de todo o Governo e de todos nós», advertiu, lembrando depois que «os grandes grupos económicos acham que o PS já fez aquilo que tinha a fazer e agora o que pretendem é abrir de novo o caminho à direita».

O vice-presidente da Assembleia da República pediu ainda a Guterres para esclarecer se faz ou não a remodelação no seu Governo. «Tens de acabar com as especulações sobre esse assunto, porque não gosto de bodes expiatórios e que se sacrifiquem ministros por pressões externas», disse Manuel Alegre, que lembrou situações difíceis que o I Governo Constitucional (chefiado por Mário Soares) «travou contra os grandes interesses».

Ferro Rodrigues diz que Guterres tem de assumir combate à despesa pública

Numa linha de intervenção mais moderada do que a de Manuel Alegre, Ferro Rodrigues referiu que, face à «actual ofensiva» dos partidos à direita do PS, na sequência da apresentação do Orçamento Rectificativo e do programa de redução da despesa pública, António Guterres «tem de assumir pessoalmente essa luta».

Segundo o ministro do Equipamento Social, a ofensiva em curso pela oposição de direita «é sobretudo dirigida contra António Guterres», razão pela qual deverá explicar aos portugueses os motivos e o horizonte temporal das medidas assumidas pelo executivo. Para Ferro Rodrigues, existe «expectativa no país relativamente a uma palavra» do primeiro-ministro sobre a actual situação económica de Portugal.

Por seu lado, a deputada socialista Helena Roseta defendeu a tese de que a actual conjuntura política deveria levar o PS a apresentar uma moção de confiança na Assembleia da República.

A resposta a esta posição chegou por intermédio do membro da Comissão Permanente do PS José Junqueiro. Em conferência de imprensa, José Junqueiro disse que os socialistas «não entrarão em aventureirismos políticos». «Esgotaremos todos os mecanismos para garantir a estabilidade política», acrescentou, antes de acusar a oposição de estar a fazer «ataques selectivos contra a figura do primeiro-ministro».

«Também não aceitaremos ataques selectivos contra membros do Governo, com o objectivo de criar instabilidade», referiu o secretário de Estado da Administração Portuária, numa referência indirecta à actual pressão exercida sobre o titular da pasta das Finanças, Pina Moura.

Em relação aos debates sobre o Estado da Nação (na quinta-feira) e o Orçamento Rectificativo (sexta-feira), o dirigente socialista disse querer saber «de que metal é feita a oposição», garantindo que o PS «está pronto para o combate». «Reconhecemos dificuldades na situação do país, mas não nos deixamos impressionar pelo discurso da oposição, porque também se está a assistir a uma diminuição do número de candidaturas ao Rendimento Mínimo Garantido e ao subsídio de desemprego», acrescentou José Junqueiro.

A reunião abriu com intervenções de António Guterres, de Pina Moura e do secretário de Estado do Orçamento, Fernando Pacheco, sobre o Orçamento Rectificativo e o programa de redução da despesa pública.

Pina Moura e Fernando Pacheco abordaram os dois diplomas do executivo na linha das suas intervenções de sexta-feira, quando apresentaram as razões das 50 medidas para a redução da despesa pública.

António Guterres disposto a ir à luta 26-JUN-2001

Lusa

O secretário-geral do PS, António Guterres, afirmou esta terça-feira de madrugada que irá à luta nos próximos combates políticos e disse que abandonará o lugar de primeiro-ministro no dia em que lhe tentarem impor medidas neoliberais.

Estas posições de António Guterres foram assumidas a meio da reunião da Comissão Política dos socialistas com o Grupo Parlamentar do PS e destinaram-se a responder à intervenção feita anteriormente pelo vice-presidente da Assembleia da República, Manuel Alegre, que exigiu que o primeiro-ministro dê a cara face ao momento que vive o país.

«Se há pessoa que tem dado a cara, sou eu. Se há pessoa que não tem fugido ao combate, sou eu», sublinhou o líder socialista e chefe do Governo, falando depois de uma intervenção feita pelo ministro do Equipamento Social, Ferro Rodrigues, que se manifestou «solidário com Pina Moura e com António Guterres».

Mas o primeiro-ministro também respondeu às posições assumidas pelo vice-presidente da Assembleia da República em relação à linha política assumida pelo Governo.

António Guterres optou mesmo por deixar uma garantia aos dirigentes e deputados socialistas, assegurando que abandonará o cargo de primeiro-ministro no dia em que lhe tentarem impor medidas neoliberais. «No dia em que me tentarem impor políticas neoliberais, vou-me embora. Tenho um projecto de esquerda, que é o do PS», desabafou.

No entanto, ao longo da reunião, o primeiro-ministro não se referiu nem por uma única vez à hipótese de proceder a uma remodelação do seu Governo ou à tese de que o executivo esteja a ser alvo de uma acção concertada contra si por parte dos grandes grupos económicos que se queixam da reforma fiscal.

Alegre pede a Guterres que esclareça «tabu» da remodelação

O vice-presidente da Assembleia da República, Manuel Alegre, exigiu a António Guterres que dê a cara no combate político e pediu-lhe para acabar com o «tabu» sobre a remodelação do seu Governo.

Numa das intervenções mais aplaudidas da reunião do secretário-geral do PS com a Comissão Política do partido e com o Grupo parlamentar do PS, Manuel Alegre começou por manifestar a sua «preocupação» com o teor das intervenções feitas momentos antes, quer por António Guterres, quer pelo titular da pasta das Finanças, Pina Moura. «O Governo está a cair na opinião pública, o Governo e o PS estão a sofrer uma ofensiva colossal e parece-me que vocês não perceberam o que se está a passar», lamentou o vice-presidente da Assembleia da República, dirigindo-se a Guterres e Pina Moura, que tinham feito uma intervenção demasiado económica da situação do país.

Segundo Manuel Alegre, por parte do PS e do executivo, «exige-se uma resposta política e ideológica», deixando também a seguinte advertência ao primeiro-ministro: «Nesta situação tens de dar a cara, porque ninguém te pode substituir neste combate», comentou. A seguir, foi ainda mais duro, ao condenar quem aconselha o chefe do Governo a resguardar-se e a resolver as questões com soluções ao nível da imagem.

«Estão a pedir a cabeça de Pina Moura, mas os adversários do PS querem é a tua cabeça, a de todo o Governo e de todos nós», advertiu, lembrando depois que «os grandes grupos económicos acham que o PS já fez aquilo que tinha a fazer e agora o que pretendem é abrir de novo o caminho à direita».

O vice-presidente da Assembleia da República pediu ainda a Guterres para esclarecer se faz ou não a remodelação no seu Governo. «Tens de acabar com as especulações sobre esse assunto, porque não gosto de bodes expiatórios e que se sacrifiquem ministros por pressões externas», disse Manuel Alegre, que lembrou situações difíceis que o I Governo Constitucional (chefiado por Mário Soares) «travou contra os grandes interesses».

Ferro Rodrigues diz que Guterres tem de assumir combate à despesa pública

Numa linha de intervenção mais moderada do que a de Manuel Alegre, Ferro Rodrigues referiu que, face à «actual ofensiva» dos partidos à direita do PS, na sequência da apresentação do Orçamento Rectificativo e do programa de redução da despesa pública, António Guterres «tem de assumir pessoalmente essa luta».

Segundo o ministro do Equipamento Social, a ofensiva em curso pela oposição de direita «é sobretudo dirigida contra António Guterres», razão pela qual deverá explicar aos portugueses os motivos e o horizonte temporal das medidas assumidas pelo executivo. Para Ferro Rodrigues, existe «expectativa no país relativamente a uma palavra» do primeiro-ministro sobre a actual situação económica de Portugal.

Por seu lado, a deputada socialista Helena Roseta defendeu a tese de que a actual conjuntura política deveria levar o PS a apresentar uma moção de confiança na Assembleia da República.

A resposta a esta posição chegou por intermédio do membro da Comissão Permanente do PS José Junqueiro. Em conferência de imprensa, José Junqueiro disse que os socialistas «não entrarão em aventureirismos políticos». «Esgotaremos todos os mecanismos para garantir a estabilidade política», acrescentou, antes de acusar a oposição de estar a fazer «ataques selectivos contra a figura do primeiro-ministro».

«Também não aceitaremos ataques selectivos contra membros do Governo, com o objectivo de criar instabilidade», referiu o secretário de Estado da Administração Portuária, numa referência indirecta à actual pressão exercida sobre o titular da pasta das Finanças, Pina Moura.

Em relação aos debates sobre o Estado da Nação (na quinta-feira) e o Orçamento Rectificativo (sexta-feira), o dirigente socialista disse querer saber «de que metal é feita a oposição», garantindo que o PS «está pronto para o combate». «Reconhecemos dificuldades na situação do país, mas não nos deixamos impressionar pelo discurso da oposição, porque também se está a assistir a uma diminuição do número de candidaturas ao Rendimento Mínimo Garantido e ao subsídio de desemprego», acrescentou José Junqueiro.

A reunião abriu com intervenções de António Guterres, de Pina Moura e do secretário de Estado do Orçamento, Fernando Pacheco, sobre o Orçamento Rectificativo e o programa de redução da despesa pública.

Pina Moura e Fernando Pacheco abordaram os dois diplomas do executivo na linha das suas intervenções de sexta-feira, quando apresentaram as razões das 50 medidas para a redução da despesa pública.

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