JORNAL PUBLICO: Guerras de ocasião

15-11-1999
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14/07/95

Listas do PS

Guerras de ocasião

As listas estão praticamente fechadas, o que não invalida que esta noite, quando se reunir a Comissão Política do PS, as guerras não estalem em torno de nomes que ficaram de fora ou do alinhamento dos que entraram e que são alvo de contestação pela muita ou pouca importância que lhes foi dada.

Leiria, Portalegre, Aveiro e Setúbal são quatro distritais onde os ânimos se exaltaram. No primeiro caso, a lista apresentada foi vetada por Guterres e a solução pode ser ditada pela Comissão Política. Tudo está em aberto, à procura de consenso. Em Portalegre, a discussão gira em torno do cabeça de lista: entre Miranda Calha e Francisco Camilo, a federação não se entende e a direcção pode avançar com um terceiro nome para desempatar. Em Aveiro, aumenta a contestação a Carlos Candal. Acusam-no de ter feito uma "lista de compadres". Como prova apresentam a inclusão do filho, Afonso Candal, em sexto lugar. As vozes discordantes partem de autarcas, caso de Ovar, Arouca e Ílhavo, da minoria "que não foi consultada", e todos ameaçam não fazer campanha. Com os "Candais" entram José Mota, António Reis, Antero Gaspar e Rosa Albernaz. Setúbal parecia pacificada, mas não está. Ana Maria Bettencourt, antes em lugar não elegível, viu o seu nome subir nas listas, mas recusa ficar atrás de José Reis. Um caso a resolver hoje na lista encabeçada por António Vitorino e a que se seguem Arons de Carvalho, Mata Cáceres, Eduardo Pereira, Aires de Carvalho, Garcia dos Santos, Fernanda Costa e José Reis.

Em Lisboa e no Porto há algumas surpresas a registar. Na capital, o "contestatário" João Cravinho está colocado em terceiro, um lugar reservado a Jorge Coelho e que este cedeu. O independente será em princípio algum dos ex-CDS, provavelmente Vítor Sá Machado. Raul Rego foi incluído por Guterres, Helena Roseta faz parte da lista, bem como Alberto Costa, Ferro Rodrigues, António Costa, Vera Jardim, Leonor Coutinho e o jovem António Galamba, entre outros. No Porto, as críticas também se fazem ouvir por dos anteriores deputados apenas dois estarem em lugares elegíveis. Fernando Gomes preside a um conjunto de nomes onde pontificam vários autarcas, a desportista Rosa Mota, Isabel Pedroto, o independente Pina Moura, os deputados José Lello e Manuel dos Santos e o jornalista do "JN" e militante do PS José Saraiva. Mas se o PS for governo, o insólito pode acontecer. Com a saída de membros da lista para o Executivo e com o regresso dos autarcas às respectivas câmaras, os socialistas portuenses podem vir a ser representados por desconhecidos, como Antão Ramos, Paula Cristina, Luís Pedro Martins, etc., etc...

Em Bragança Armando Vara lidera e Júlio Meirinhos é o nome que se segue. Em Vila Real, os deputados Eurico de Figueiredo e António Martinho mantêm-se. Em Braga a surpresa é a mulher do ex-ministro Roberto Carneiro a seguir a João Proença e antes de Laurentino Dias, Artur Lopes e António Braga. Viana do Castelo tem Rui Solheiro à frente e José Carlos Tavares. A lista de Coimbra é encabeçada por Manuel Alegre, seguindo-se Fausto Correia, João Rui Almeida, Carlos Beja, Osório Gomes e a independente Maria João Rodrigues, membro do grupo coordenador do programa do governo. Vital Moreira é o primeiro suplente desta lista. Na Guarda, António José Seguro é o primeiro nome e em Castelo Branco é Guterres que preside à lista onde estão José Sócrates e Fernando Carrasqueira. Por Santarém vão Jorge Lacão, Ana Benavente, Silvino Sequeira e José Brilhante. Em Évora, Capoulas dos Santos está à frente, seguido, entre outros, por Carlos Zorrinho e pelo ex-PCP José Ernesto Oliveira. A lista de Beja é liderada por António Saleiro e por Agostinho Moleiro, um independente que Fernando Nogueira convidou a estar presente quando foi entrevistado por Herman José no programa "Parabéns".

Em Faro ainda se espera que Luís Filipe Madeira aceite encabeçar a lista, caso contrário, José Apolinário fica em primeiro lugar. Nos Açores lidera Medeiros Ferreira e na Madeira o empresário António Trindade.

Contas feitas, triplica o número de mulheres em lugares elegíveis e, possivelmente, na actual legislatura, seis jovens poderão, pela primeira vez, integrar a bancada .

Jerónimo Pimentel

14/07/95

Listas do PS

Guerras de ocasião

As listas estão praticamente fechadas, o que não invalida que esta noite, quando se reunir a Comissão Política do PS, as guerras não estalem em torno de nomes que ficaram de fora ou do alinhamento dos que entraram e que são alvo de contestação pela muita ou pouca importância que lhes foi dada.

Leiria, Portalegre, Aveiro e Setúbal são quatro distritais onde os ânimos se exaltaram. No primeiro caso, a lista apresentada foi vetada por Guterres e a solução pode ser ditada pela Comissão Política. Tudo está em aberto, à procura de consenso. Em Portalegre, a discussão gira em torno do cabeça de lista: entre Miranda Calha e Francisco Camilo, a federação não se entende e a direcção pode avançar com um terceiro nome para desempatar. Em Aveiro, aumenta a contestação a Carlos Candal. Acusam-no de ter feito uma "lista de compadres". Como prova apresentam a inclusão do filho, Afonso Candal, em sexto lugar. As vozes discordantes partem de autarcas, caso de Ovar, Arouca e Ílhavo, da minoria "que não foi consultada", e todos ameaçam não fazer campanha. Com os "Candais" entram José Mota, António Reis, Antero Gaspar e Rosa Albernaz. Setúbal parecia pacificada, mas não está. Ana Maria Bettencourt, antes em lugar não elegível, viu o seu nome subir nas listas, mas recusa ficar atrás de José Reis. Um caso a resolver hoje na lista encabeçada por António Vitorino e a que se seguem Arons de Carvalho, Mata Cáceres, Eduardo Pereira, Aires de Carvalho, Garcia dos Santos, Fernanda Costa e José Reis.

Em Lisboa e no Porto há algumas surpresas a registar. Na capital, o "contestatário" João Cravinho está colocado em terceiro, um lugar reservado a Jorge Coelho e que este cedeu. O independente será em princípio algum dos ex-CDS, provavelmente Vítor Sá Machado. Raul Rego foi incluído por Guterres, Helena Roseta faz parte da lista, bem como Alberto Costa, Ferro Rodrigues, António Costa, Vera Jardim, Leonor Coutinho e o jovem António Galamba, entre outros. No Porto, as críticas também se fazem ouvir por dos anteriores deputados apenas dois estarem em lugares elegíveis. Fernando Gomes preside a um conjunto de nomes onde pontificam vários autarcas, a desportista Rosa Mota, Isabel Pedroto, o independente Pina Moura, os deputados José Lello e Manuel dos Santos e o jornalista do "JN" e militante do PS José Saraiva. Mas se o PS for governo, o insólito pode acontecer. Com a saída de membros da lista para o Executivo e com o regresso dos autarcas às respectivas câmaras, os socialistas portuenses podem vir a ser representados por desconhecidos, como Antão Ramos, Paula Cristina, Luís Pedro Martins, etc., etc...

Em Bragança Armando Vara lidera e Júlio Meirinhos é o nome que se segue. Em Vila Real, os deputados Eurico de Figueiredo e António Martinho mantêm-se. Em Braga a surpresa é a mulher do ex-ministro Roberto Carneiro a seguir a João Proença e antes de Laurentino Dias, Artur Lopes e António Braga. Viana do Castelo tem Rui Solheiro à frente e José Carlos Tavares. A lista de Coimbra é encabeçada por Manuel Alegre, seguindo-se Fausto Correia, João Rui Almeida, Carlos Beja, Osório Gomes e a independente Maria João Rodrigues, membro do grupo coordenador do programa do governo. Vital Moreira é o primeiro suplente desta lista. Na Guarda, António José Seguro é o primeiro nome e em Castelo Branco é Guterres que preside à lista onde estão José Sócrates e Fernando Carrasqueira. Por Santarém vão Jorge Lacão, Ana Benavente, Silvino Sequeira e José Brilhante. Em Évora, Capoulas dos Santos está à frente, seguido, entre outros, por Carlos Zorrinho e pelo ex-PCP José Ernesto Oliveira. A lista de Beja é liderada por António Saleiro e por Agostinho Moleiro, um independente que Fernando Nogueira convidou a estar presente quando foi entrevistado por Herman José no programa "Parabéns".

Em Faro ainda se espera que Luís Filipe Madeira aceite encabeçar a lista, caso contrário, José Apolinário fica em primeiro lugar. Nos Açores lidera Medeiros Ferreira e na Madeira o empresário António Trindade.

Contas feitas, triplica o número de mulheres em lugares elegíveis e, possivelmente, na actual legislatura, seis jovens poderão, pela primeira vez, integrar a bancada .

Jerónimo Pimentel

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