DN

01-03-2001
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Apesar de as situações de rapto serem frequentes em Macau, não há memória de um português que tenha estado envolvido neste tipo de crimes. O facto de a vítima ser Neto Valente, pode explicar-se pelo facto de o advogado ser conhecido como o português mais rico do território e, simultaneamente, um dos que mais negócios têm com chineses.

Certo é que o rapto ocorreu cerca das 21 e 40 (13 e 40 em Lisboa), quando o advogado se dirigia para a sua residência, situada na zona da Penha, junto à antiga residência do Governador. Neto Valente não se costuma fazer acompanhar de um segurança e, tal como acontece habitualmente, também já tinha dispensado os serviços do motorista.

O carro em que seguia sozinho terá sido, subitamente, bloqueado na Avenida da República, por duas viaturas cujos ocupantes, em número desconhecido, terão forçado o advogado a acompanhá-los.

Quando a polícia chegou ao local, a viatura de Jorge Neto Valente estava abandonada em plena via. No chão terão sido encontrado um par de óculos bem como os sapatos do português (entendido, em circunstâncias normais, como um sinal de rapto). As poucas informações disponíveis foram testemunhadas por repórteres chineses, que têm por hábito não divulgar estas notícias para proteger as negociações e investigações em curso.

Sabe-se, contudo, que as autoridades policiais acorreram imediatamente ao local, ouvindo alegadas testemunhas do incidente e desencadeando, depois, uma vasta operação por toda a cidade. Agora, espera-se que os sequestradores contactem a família ainda durante o dia de hoje. Até que isso se verifique, tudo indica que os familiares continuem incomunicáveis.

Radicado em Macau há 31 anos, Joaquim Jorge Perestrelo Neto Valente, de 55 anos, é uma das figuras mais influentes do território. Profissionalmente notabilizou-se como advogado e empresário, mas é como político que os habitantes da região chinesa melhor o conhecem. Na Assembleia Legislativa - onde ocupou o lugar de deputado durante mais de 20 anos, pelo Centro Democrático de Macau - assumiu um papel determinante, nomeadamente na produção e acompanhamemto dos textos legislativos com mais importância. Entre outras documentos, foi responsável pela elaboração do Estatuto Orgânico.

A sua ligação ao Partido Socialista português teve a face mais visível aquando da campanha para a primeira candidatura de Jorge Sampaio à Presidência da República, de que foi mandatário em Macau. Mais tarde, haveria de romper as relações com Sampaio a pretexto de uma decisão política que o advogado considerou "inconstitucional".

Depois de abandonar a política, em 1999, voltou a dedicar a maior parte do seu tempo à advocacia. Ao contrário de muitos portugueses que vivem no Oriente, Neto Valente é cohecido por dominar o cantonense e o mandarim, razão pela qual a maior parte dos seus clientes são chineses. A relação próxima ao país que o acolhe também ficou bem vincada pelo casamento com uma chinesa de uma região próxima.

Entre outras funções, foi presidente do Conselho Superior da Advocacia, é membro do Conselho Geral da Fundação Mário Soares e do Conselho Consultivo da Fundação Oriente. Como empresário, tem negócios na banca e na comunicação social.

Segundo uma fonte oficial citada pela agência Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português está a acompanhar o rapto através do cônsul-geral de Portugal em Macau, o qual está em contacto permanente com as autoridades competentes da Região Administrativa Especial, "com vista a obter o apuramento dos factos".

Apesar de as situações de rapto serem frequentes em Macau, não há memória de um português que tenha estado envolvido neste tipo de crimes. O facto de a vítima ser Neto Valente, pode explicar-se pelo facto de o advogado ser conhecido como o português mais rico do território e, simultaneamente, um dos que mais negócios têm com chineses.

Certo é que o rapto ocorreu cerca das 21 e 40 (13 e 40 em Lisboa), quando o advogado se dirigia para a sua residência, situada na zona da Penha, junto à antiga residência do Governador. Neto Valente não se costuma fazer acompanhar de um segurança e, tal como acontece habitualmente, também já tinha dispensado os serviços do motorista.

O carro em que seguia sozinho terá sido, subitamente, bloqueado na Avenida da República, por duas viaturas cujos ocupantes, em número desconhecido, terão forçado o advogado a acompanhá-los.

Quando a polícia chegou ao local, a viatura de Jorge Neto Valente estava abandonada em plena via. No chão terão sido encontrado um par de óculos bem como os sapatos do português (entendido, em circunstâncias normais, como um sinal de rapto). As poucas informações disponíveis foram testemunhadas por repórteres chineses, que têm por hábito não divulgar estas notícias para proteger as negociações e investigações em curso.

Sabe-se, contudo, que as autoridades policiais acorreram imediatamente ao local, ouvindo alegadas testemunhas do incidente e desencadeando, depois, uma vasta operação por toda a cidade. Agora, espera-se que os sequestradores contactem a família ainda durante o dia de hoje. Até que isso se verifique, tudo indica que os familiares continuem incomunicáveis.

Radicado em Macau há 31 anos, Joaquim Jorge Perestrelo Neto Valente, de 55 anos, é uma das figuras mais influentes do território. Profissionalmente notabilizou-se como advogado e empresário, mas é como político que os habitantes da região chinesa melhor o conhecem. Na Assembleia Legislativa - onde ocupou o lugar de deputado durante mais de 20 anos, pelo Centro Democrático de Macau - assumiu um papel determinante, nomeadamente na produção e acompanhamemto dos textos legislativos com mais importância. Entre outras documentos, foi responsável pela elaboração do Estatuto Orgânico.

A sua ligação ao Partido Socialista português teve a face mais visível aquando da campanha para a primeira candidatura de Jorge Sampaio à Presidência da República, de que foi mandatário em Macau. Mais tarde, haveria de romper as relações com Sampaio a pretexto de uma decisão política que o advogado considerou "inconstitucional".

Depois de abandonar a política, em 1999, voltou a dedicar a maior parte do seu tempo à advocacia. Ao contrário de muitos portugueses que vivem no Oriente, Neto Valente é cohecido por dominar o cantonense e o mandarim, razão pela qual a maior parte dos seus clientes são chineses. A relação próxima ao país que o acolhe também ficou bem vincada pelo casamento com uma chinesa de uma região próxima.

Entre outras funções, foi presidente do Conselho Superior da Advocacia, é membro do Conselho Geral da Fundação Mário Soares e do Conselho Consultivo da Fundação Oriente. Como empresário, tem negócios na banca e na comunicação social.

Segundo uma fonte oficial citada pela agência Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português está a acompanhar o rapto através do cônsul-geral de Portugal em Macau, o qual está em contacto permanente com as autoridades competentes da Região Administrativa Especial, "com vista a obter o apuramento dos factos".

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