EXPRESSO: Economia

24-03-2002
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Cofina aproveita terrenos

Caima vendida

A AQUISIÇÃO de 85% dos direitos de voto da Companhia de Celulose do Caima pela Cofina, em Dezembro do último ano, continua a gerar polémica. Alguns funcionários da Caima, que preferem não ser identificados, estão descontentes com a forma como a Oferta Pública de Aquisição (OPA) decorreu e enviaram uma carta ao deputado socialista Jorge Lacão - eleito por Santarém, concelho onde se situa a fábrica da Caima - , acusando a Cofina de sonegação de informação.

Para já, a OPA está ser analisada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), devido a movimentos anormais nas cotações da Caima nos dias que antecederam o lançamento da operação. Contactado pelo EXPRESSO, o presidente da Cofina, Paulo Fernandes, refutou qualquer falta de informação ao longo do processo, negou que a OPA estivesse a ser analisada pela entidade supervisora, afirmando também que «não é crime comprar barato». Na carta a Jorge Lacão, os trabalhadores referem a existência de um relatório, mantido em sigilo, que avalia os de 23 mil hectares de património florestal da empresa em 22 milhões de contos. No mercado da pasta e do papel, contudo, este valor é contestado, embora todos os especialistas ouvidos pelo EXPRESSO confirmem que «o que realmente tem valor na Celulose do Caima é o património florestal, não sendo de estranhar que venha a ser alienado». Paulo Fernandes rejeita a existência de qualquer estudo deste tipo. Quanto à intenção de alienar o património da Caima, é claro: «Todos os anos fazemos entre 200 e 300 mil contos de mais-valias com a venda de terrenos e continuaremos atentos às oportunidades».

Os trabalhadores contestam também o valor pago pela Cofina na OPA, apontando 36 euros como o valor contabilístico das acções da Caima. «A Cofina está manifestamente de má fé neste processo da OPA», referem na carta. Como exemplos, os trabalhadores citam a aquisição de 15.100 acções próprias a 15 euros, quando no dia anterior as acções cotavam-se a 15,6 euros e no dia a seguir cotavam-se a 15,75 euros e a aquisição de entre 10% e 15% do capital da Caima à Caixa Geral de Depósitos por 17 euros por acção, preço a que foi fixada a OPA. Entre Março e Novembro de 2000, a Cofina aumentou a sua participação na Caima de 28,7 para 70%.

C.M.

Cofina aproveita terrenos

Caima vendida

A AQUISIÇÃO de 85% dos direitos de voto da Companhia de Celulose do Caima pela Cofina, em Dezembro do último ano, continua a gerar polémica. Alguns funcionários da Caima, que preferem não ser identificados, estão descontentes com a forma como a Oferta Pública de Aquisição (OPA) decorreu e enviaram uma carta ao deputado socialista Jorge Lacão - eleito por Santarém, concelho onde se situa a fábrica da Caima - , acusando a Cofina de sonegação de informação.

Para já, a OPA está ser analisada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), devido a movimentos anormais nas cotações da Caima nos dias que antecederam o lançamento da operação. Contactado pelo EXPRESSO, o presidente da Cofina, Paulo Fernandes, refutou qualquer falta de informação ao longo do processo, negou que a OPA estivesse a ser analisada pela entidade supervisora, afirmando também que «não é crime comprar barato». Na carta a Jorge Lacão, os trabalhadores referem a existência de um relatório, mantido em sigilo, que avalia os de 23 mil hectares de património florestal da empresa em 22 milhões de contos. No mercado da pasta e do papel, contudo, este valor é contestado, embora todos os especialistas ouvidos pelo EXPRESSO confirmem que «o que realmente tem valor na Celulose do Caima é o património florestal, não sendo de estranhar que venha a ser alienado». Paulo Fernandes rejeita a existência de qualquer estudo deste tipo. Quanto à intenção de alienar o património da Caima, é claro: «Todos os anos fazemos entre 200 e 300 mil contos de mais-valias com a venda de terrenos e continuaremos atentos às oportunidades».

Os trabalhadores contestam também o valor pago pela Cofina na OPA, apontando 36 euros como o valor contabilístico das acções da Caima. «A Cofina está manifestamente de má fé neste processo da OPA», referem na carta. Como exemplos, os trabalhadores citam a aquisição de 15.100 acções próprias a 15 euros, quando no dia anterior as acções cotavam-se a 15,6 euros e no dia a seguir cotavam-se a 15,75 euros e a aquisição de entre 10% e 15% do capital da Caima à Caixa Geral de Depósitos por 17 euros por acção, preço a que foi fixada a OPA. Entre Março e Novembro de 2000, a Cofina aumentou a sua participação na Caima de 28,7 para 70%.

C.M.

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