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03-05-2001
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Diário Económico >>

20 de Abril

Parlamento - PS: Coelho assume falta de direcção política

Jorge Coelho afirmou ontem, na reunião do grupo parlamentar do PS, que o partido tem «falta de direcção política». por David Dinis Uma declaração que alargou não só à direcção parlamentar socialista, mas também à direcção do partido - acabando por reconhecer que as culpas se alargavam a si próprio. À intervenção do presidente da Comissão Permanente, Francisco Assis respondeu com assentimento e uma recomendação: que os encontros com as federações distritais do PS sejam feitos com maior regularidade, para garantir o acompanhamento das matérias de actualidade política pelos militantes de base. A longa discussão política da reunião de ontem (que durou quase quatro horas) acabou por se alargar a uma série de decisões mais contestadas pelos deputados do partido. A lei de liberdade religiosa, claro, esteve no centro das atenções, com Jorge Lacão, mas também com João Cravinho e Medeiros Ferreira, a levantarem-se contra a decisão do partido de não aplicar a lei à Igreja Católica. Cravinho e Medeiros sugeriram mesmo que o projecto não fosse levado a votação, esperando-se pelo processo de revisão da Concordata, que o ministro Jaime Gama vai lançar na próxima segunda-feira. Mas Francisco Assis não cedeu um milímetro e pediu mesmo a Lacão (presidente da comissão parlamentar que está a discutir a lei) que terminasse as votações na especialidade no início da próxima semana, para que tudo ficasse votado na próxima quinta-feira. Lacão aceitou, mas deixou o aviso já conhecido: que vai pedir que seja votada em plenário a sua proposta que inclui a Igreja Católica no texto final. Uma decisão que está a deixar preocupada a liderança parlamentar «rosa», receando que vários deputados do PS acabem por votar, não ao lado da posição oficial do partido, mas sim pelo texto de Jorge Lacão e António Reis. Outro dos temas quentes do encontro foi a Lei de Bases da Família, proposta pelo PP, que o PS viabilizou ontem (ao final da tarde) em plenário. Houve mesmo vários pedidos para que Assis permitisse liberdade de voto na votação de ontem, bem como outra intervenção, dizendo mesmo que iria votar contra - a de Helena Roseta, que fez uma crítica avassaladora ao projecto. Roseta acabou por não ser a única: também José Saraiva e Manuel Maria Carrilho votaram contra a orientação da bancada, enauqnto vários outros deputados estiveram ausentes da votação. O DE sabe ainda que vários deputados socialistas já comunicaram a Assis que só se abstêm na generalidade e não deixarão de votar contra na votação final. A todos Assis deu garantias que não seria preciso, já que o PS - tal como o DE já anunciou -vai bloquear a lei em comissão, a não ser que o PP ceda em toda a linha, em matérias como a «protecção ao nasciturno». Ou seja, a Lei de Bases vai ficar pelo caminho. ddinis@economica.iol.pt

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Parlamento - PS: Coelho assume falta de direcção política

Jorge Coelho afirmou ontem, na reunião do grupo parlamentar do PS, que o partido tem «falta de direcção política». por David Dinis Uma declaração que alargou não só à direcção parlamentar socialista, mas também à direcção do partido - acabando por reconhecer que as culpas se alargavam a si próprio. À intervenção do presidente da Comissão Permanente, Francisco Assis respondeu com assentimento e uma recomendação: que os encontros com as federações distritais do PS sejam feitos com maior regularidade, para garantir o acompanhamento das matérias de actualidade política pelos militantes de base. A longa discussão política da reunião de ontem (que durou quase quatro horas) acabou por se alargar a uma série de decisões mais contestadas pelos deputados do partido. A lei de liberdade religiosa, claro, esteve no centro das atenções, com Jorge Lacão, mas também com João Cravinho e Medeiros Ferreira, a levantarem-se contra a decisão do partido de não aplicar a lei à Igreja Católica. Cravinho e Medeiros sugeriram mesmo que o projecto não fosse levado a votação, esperando-se pelo processo de revisão da Concordata, que o ministro Jaime Gama vai lançar na próxima segunda-feira. Mas Francisco Assis não cedeu um milímetro e pediu mesmo a Lacão (presidente da comissão parlamentar que está a discutir a lei) que terminasse as votações na especialidade no início da próxima semana, para que tudo ficasse votado na próxima quinta-feira. Lacão aceitou, mas deixou o aviso já conhecido: que vai pedir que seja votada em plenário a sua proposta que inclui a Igreja Católica no texto final. Uma decisão que está a deixar preocupada a liderança parlamentar «rosa», receando que vários deputados do PS acabem por votar, não ao lado da posição oficial do partido, mas sim pelo texto de Jorge Lacão e António Reis. Outro dos temas quentes do encontro foi a Lei de Bases da Família, proposta pelo PP, que o PS viabilizou ontem (ao final da tarde) em plenário. Houve mesmo vários pedidos para que Assis permitisse liberdade de voto na votação de ontem, bem como outra intervenção, dizendo mesmo que iria votar contra - a de Helena Roseta, que fez uma crítica avassaladora ao projecto. Roseta acabou por não ser a única: também José Saraiva e Manuel Maria Carrilho votaram contra a orientação da bancada, enauqnto vários outros deputados estiveram ausentes da votação. O DE sabe ainda que vários deputados socialistas já comunicaram a Assis que só se abstêm na generalidade e não deixarão de votar contra na votação final. A todos Assis deu garantias que não seria preciso, já que o PS - tal como o DE já anunciou -vai bloquear a lei em comissão, a não ser que o PP ceda em toda a linha, em matérias como a «protecção ao nasciturno». Ou seja, a Lei de Bases vai ficar pelo caminho. ddinis@economica.iol.pt

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