EXPRESSO: Vidas

19-03-2002
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GENTE

Jantar — De solidariedade, hoje à noite, no restaurante MesaCais, no Jardim do Tabaco, em Lisboa, para com as vítimas das minas terrestres. A exemplo do que fez ontem Luís Represas no MusiCais para os artistas, também Carlos Xavier se associou à causa e convidou para o seu restaurante desportistas e amigos solidários com a iniciativa. As receitas dos jantares revertem a favor da fundação das minas terrestres, hoje presidida por Paul McCartney, depois da morte da princesa Diana. A acção tem o alto patrocínio do presidente da República, Jorge Sampaio, e do embaixador do Canadá.

Revelação — De que o primeiro-ministro britânico e líder do Partido Trabalhista, Tony Blair, não sabe escrever a palavra «amanhã» em inglês. Por três vezes, numa carta dirigida a um companheiro de partido, cometeu um erro capaz de provocar vergonha a qualquer aluno de escola primária. Blair, em vez de escrever «tomorrow» (amanhã), utilizou dois «O» ao redigir pelo próprio punho a carta: «toomorrow». Ian Robertson, professor de inglês de Tony Blair no secundário, declarou à BBC Online: «Ele sempre teve problemas com a palavra ‘tomorrow’, mesmo há 30 anos. Corrigi-o mil vezes.» Porém, ressalvou que o problema residia nesta única palavra, já que Blair nunca teve dificuldades na redacção e era um aluno brilhante. É de notar que o homólogo de Blair em Portugal, o primeiro-ministro António Guterres, líder do Partido Socialista, em tudo parece querer assemelhar-se ao seu camarada da Internacional rosa. Quem esqueceu que, em campanha eleitoral, Guterres, por diversas vezes, querendo referir-se a «tráfico», dizia «tráfego» de droga? O facto levou muita gente a questionar-se de que é que Edite Estrela estava à espera para explicar ao seu líder a diferença entre as duas palavras.

Notícia — De que Torquato Cardilli, o embaixador de Itália na Arábia Saudita, se converteu ao Islamismo na véspera do início do Ramadão, no dia 16 de Novembro. A informação, publicada por dois diários sauditas e reproduzida pela imprensa italiana, causou espanto e incómodo no Governo de Roma, sem que Cardilli, de 59 anos, o principal interessado no caso, se desse ao trabalho de a confirmar ou desmentir.

Todos presentes... Coordenação de Pedro Andrade

ANA BAIÃO Gente esteve no Parlamento, na quarta-feira, e nem queria acreditar. O panorama era desolador. Nos corredores não se via vivalma - apenas jornalistas, um ou outro assessor de imprensa dos partidos, bocejando sem quase nada para fazer, e, de vez em quando, uma secretária apressada. E pensámos, incrédulos: afinal, decidiram receber o Dalai Lama no Parlamento e lá estão eles, 230 deputados portugueses, a beber na fonte a justa sabedoria de uma das figuras de proa dos Direitos Humanos... Gente esteve no Parlamento, na quarta-feira, e nem queria acreditar. O panorama era desolador. Nos corredores não se via vivalma - apenas jornalistas, um ou outro assessor de imprensa dos partidos, bocejando sem quase nada para fazer, e, de vez em quando, uma secretária apressada. E pensámos, incrédulos: afinal, decidiram receber ono Parlamento e lá estão eles, 230 deputados portugueses, a beber na fonte a justa sabedoria de uma das figuras de proa dos Direitos Humanos... Mas não: era o dia inaugural da votação na especialidade do Orçamento de Estado e, depois da polémica em torno da votação da Lei de Programação Militar, aprovada sem que estivessem presentes os deputados necessários, os partidos decidiram que os parlamentares têm mesmo de cumprir a lei e estarem lá todos a votar. O plenário estava, pois, completo, incluindo muitas caras conhecidas das televisões que, certamente devido às circunstâncias da vida, vinha sendo difícil ver nas últimas semanas. Enfim, todos nos seus lugares para votar, algo que há muito não se via (talvez mesmo desde os tempos da Revolução, a seguir ao 25 de Abril, como alguém chegou a dizer). E, num cenário de 115 deputados do PS e 115 deputados da oposição, isto significa que ninguém podia faltar e mesmo as saídas para ir à casa de banho eram controladas. Ainda por cima, nada escapava a Almeida Santos, lá em cima, a presidir aos trabalhos: «Não sei porquê - dizia o presidente da AR -, mas continuo a ver senhores deputados a saírem do plenário, quando estamos a alguns minutos de começar as votações. Peço-vos, na medida do possível, que deixem de fazer essas migrações...»

... e bem «controlados» Mal podia imaginar Marçal Grilo, ao lançar na semana passada o livro «Difícil é sentá-los», quão apropriado é o título para o que se está a passar no Parlamento. As cenas geradas pelo «controlo» da presença dos deputados no plenário da Assembleia da República, para votarem o Orçamento de Estado, foram hilariantes. Álvaro Barreto (PSD) quis sair por momentos do plenário para ir à casa de banho e logo foi barrado por uma secretária do partido, colocada estrategicamente à porta. E, ao princípio da manhã, o PSD viu-se na iminência de ficar com menos um deputado. É que Nuno Freitas, de Coimbra, teve um acidente na auto-estrada e telefonou para o grupo parlamentar a avisar. «Eu renuncio, eu renuncio!», dizia, aflito, o deputado social-democrata, apelando a que o substituíssem. Mas não, não valia a pena, pois o deputado que se lhe segue na lista de Coimbra é Jaime Marta Soares (presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares), que ainda estava mais longe de Lisboa. E Nuno Freitas lá acabou por arranjar transporte e chegar atrasado - com o PSD a «empatar» o início das votações, com mais umas perguntas a Oliveira Martins. Quando Almeida Santos anunciou que iam começar a votar, levantou-se Rui Rio (PSD): «Senhor Presidente, sei que há uma deputada do PS que está a sentir-se mal. Eu ofereço-me desde já para sair, se ela quiser ausentar-se, de forma a manter o equilíbrio de forças...» Não foi preciso, pois a deputada socialista (que GENTE não conseguiu identificar) tomou uns comprimidos e manteve-se no seu posto. Depois de almoço, a campainha tocou cerca de uma hora, a chamar os deputados para as votações. E era vê-los todos a correr nos corredores, que nem formiguinhas. Lá dentro, no plenário, Manuel Alegre (PS) impacientou-se e mais uma vez na sua vida deu expressão à revolta que lhe ia na alma: «Tenho a sensação de estar a assistir a um segundo sequestro do Parlamento», disse o deputado, lembrando o cerco da Assembleia da República, no «Verão Quente» de 1975. «Estamos aqui sequestrados por Marcelo Rebelo de Sousa. Cada vez que existe uma pressão populista sobre a Assembleia, os deputados são logo levados a adoptar soluções autopunitivas», concluiu Alegre, apontando o dedo ao PSD e ao seu ex-líder, por causa das intervenções que este tem feito, lembrando que, segundo a Constituição, os deputados têm de estar presentes nas votações. Algo que é mesmo muito complicado, como se viu.

O meu Rio não é o teu ANA BAIÃO A fama de Pedro Santana Lopes como homem-espectáculo vai tal que até alguns dos seus colegas na corrida autárquica gostariam de poder contar com ele antes de 16 de Dezembro. O exemplo mais flagrante é Rui Rio, o candidato do PSD (em versão AD), à Câmara do Porto, que convidou Santana para o acompanhar num passeiozinho pela Invicta. Santana - que espera ganhar Lisboa -, não está disposto a «vaquinhas» - ainda por cima mal fadadas -, nem em nome do partido. E descartou-se com rima: «Cada cidade, sua realidade». Rui Rio lá terá que arranjar um chamariz alternativo. Que o rio de Santana é outro... A fama de Pedro Santana Lopes como homem-espectáculo vai tal que até alguns dos seus colegas na corrida autárquica gostariam de poder contar com ele antes de 16 de Dezembro. O exemplo mais flagrante é, o candidato do PSD (em versão AD), à Câmara do Porto, que convidou Santana para o acompanhar num passeiozinho pela Invicta. Santana - que espera ganhar Lisboa -, não está disposto a «vaquinhas» - ainda por cima mal fadadas -, nem em nome do partido. E descartou-se com rima:. Rui Rio lá terá que arranjar um chamariz alternativo. Que o rio de Santana é outro...

O cartoonista do EXPRESSO, António, inaugurou no dia 16, em Madrid, a sua primeira exposição individual em Espanha. A mostra está integrada no âmbito do Perfil de Portugal, uma iniciativa destinada a promover a cultura e as artes portuguesas na capital espanhola. A exibição, situada no espaço da FNAC Madrid, vai estar patente até ao dia 11 de Dezembro. Nas fotos vêem-se, além de António, Vital Morgado, representante do ICEP em Madrid (à esquerda), e mulher, e Martins da Cruz, embaixador de Portugal em Espanha (à direita), e um aspecto da exposição.

O espírito natalício de João Soares Diz-se que o Natal é quando um homem quiser. E, este ano, um homem quis que o Natal chegasse mais cedo para os funcionários da Câmara de Lisboa. João Soares, subitamente invadido pelo espírito natalício, próprio da época que se avizinha, resolveu ser generoso e surpreender os seus trabalhadores. E estes, que habitualmente recebem o seu ordenado no dia 25 de cada mês (ou até mesmo uns dias depois quando a data coincide com fim-de-semana ou feriado), tiveram a agradável surpresa de ver o dinheiro nas suas contas logo no dia 23. Mesmo a tempo de poderem fazer compras no novel centro comercial do El Corte Inglés, que, curiosamente, abria as portas ao público pela primeira vez nesse mesmo dia! Ele há coincidências...

O romance de Saraiva... José Manuel Saraiva e Manuel Alegre A produção de romances não pára no EXPRESSO. Depois do sucesso de José António Saraiva, com «O Último Verão na Ria Formosa», seguiu-se o lançamento, na semana passada, de «As Lágrimas de Aquiles», de José Manuel Saraiva (não, não são familiares...), há muitos anos jornalista desta casa. Sendo também um romance de amor, «As Lágrimas de Aquiles» têm por pano de fundo a guerra colonial na Guiné, onde, aliás, o autor cumpriu o serviço militar. No lançamento da obra, editada pela Oficina do Livro, compareceram ao Museu Militar não só os seus colegas do EXPRESSO, encabeçados por Francisco Balsemão e José António Saraiva, como inúmeras personalidades da vida cultural, literária, política e jornalística. De salientar a forte delegação militar que se quis associar a Saraiva, com destaque para o almirante Fuzeta da Ponte, os generais Mendes Dias, Pezarat Correia e Pedroso Lima e ainda os coronéis Vasco Lourenço e Matos Gomes. «As Lágrimas de Aquiles» foram apresentadas por Manuel Alegre, que é, também, o autor do seu magnífico prefácio. Espera-se outro sucesso de vendas. A produção de romances não pára no EXPRESSO. Depois do sucesso de, com «O Último Verão na Ria Formosa», seguiu-se o lançamento, na semana passada, de «As Lágrimas de Aquiles», de(não, não são familiares...), há muitos anos jornalista desta casa. Sendo também um romance de amor, «As Lágrimas de Aquiles» têm por pano de fundo a guerra colonial na Guiné, onde, aliás, o autor cumpriu o serviço militar. No lançamento da obra, editada pela Oficina do Livro, compareceram ao Museu Militar não só os seus colegas do EXPRESSO, encabeçados pore José António Saraiva, como inúmeras personalidades da vida cultural, literária, política e jornalística. De salientar a forte delegação militar que se quis associar a Saraiva, com destaque para o almirante, os generaise ainda os coronéis. «As Lágrimas de Aquiles» foram apresentadas por, que é, também, o autor do seu magnífico prefácio. Espera-se outro sucesso de vendas. O autor, Francisco Balsemão e José António Saraiva FOTOGRAFIAS DE JORGE SIMÃO José Manuel Saraiva e a mulher, Paula Raposo Borges

... e as crónicas de Sofia Sá da Bandeira Se os romances não param, menos ainda as crónicas publicadas neste jornal. No mesmo dia em que José Manuel Saraiva deu a conhecer o seu romance, Sofia Sá da Bandeira lançava «Crónicas de Uma Mulher Casada», a compilação dos artigos que, ao longo deste ano, Sofia publicou aqui no caderno Vidas. O livro, que contém também crónicas inéditas, editado pela D. Quixote (primeira edição já esgotada), foi apresentado pelo director do EXPRESSO, José António Saraiva, e levou ao Alcântara Café muita gente ligada ao teatro e aos jornais, além de muitos familiares da autora, que descende de duas ilustres famílias: a do escritor António Quadros e a do músico Freitas Branco. Já esta semana dois outros livros de crónicas nascidas no EXPRESSO foram, entretanto, lançados: as «Cartas Abertas do Comendador Marques de Correia», de Henrique Monteiro (Bertrand), e «A Pluma Caprichosa», de Clara Ferreira Alves (D. Quixote). Como vêem, para a semana há mais... Alexandre Vasconcelos e Sá, a autora e José António Saraiva Sofia Sá da Bandeira com os filhos, José Maria e Inês

Malditas sondagens Esta semana, no Parlamento, GENTE presenciou uma unanimidade rara entre dois altos dirigentes partidários. Jorge Coelho (secretário-geral-adjunto do PS) e José Luís Arnaut (secretário-geral do PSD), responsáveis pelas eleições autárquicas nos respectivos partidos, encontraram-se nos corredores e deram largas à suas lamentações por causa das sondagens. É que, para muitos concelhos, e com apenas alguns dias de diferença, os dois tinham encomendado sondagens que deram resultados bem diferentes. Coelho chegou mesmo a pedir sondagens a empresas diferentes para um mesmo concelho, obtendo resultados contrários. No final da conversa, ambos começaram a rir-se e a conjecturar se não andará alguém a ganhar a vida à custa das angústias que os partidos têm, à medida que se aproxima o dia 16 de Dezembro.

GENTE

Jantar — De solidariedade, hoje à noite, no restaurante MesaCais, no Jardim do Tabaco, em Lisboa, para com as vítimas das minas terrestres. A exemplo do que fez ontem Luís Represas no MusiCais para os artistas, também Carlos Xavier se associou à causa e convidou para o seu restaurante desportistas e amigos solidários com a iniciativa. As receitas dos jantares revertem a favor da fundação das minas terrestres, hoje presidida por Paul McCartney, depois da morte da princesa Diana. A acção tem o alto patrocínio do presidente da República, Jorge Sampaio, e do embaixador do Canadá.

Revelação — De que o primeiro-ministro britânico e líder do Partido Trabalhista, Tony Blair, não sabe escrever a palavra «amanhã» em inglês. Por três vezes, numa carta dirigida a um companheiro de partido, cometeu um erro capaz de provocar vergonha a qualquer aluno de escola primária. Blair, em vez de escrever «tomorrow» (amanhã), utilizou dois «O» ao redigir pelo próprio punho a carta: «toomorrow». Ian Robertson, professor de inglês de Tony Blair no secundário, declarou à BBC Online: «Ele sempre teve problemas com a palavra ‘tomorrow’, mesmo há 30 anos. Corrigi-o mil vezes.» Porém, ressalvou que o problema residia nesta única palavra, já que Blair nunca teve dificuldades na redacção e era um aluno brilhante. É de notar que o homólogo de Blair em Portugal, o primeiro-ministro António Guterres, líder do Partido Socialista, em tudo parece querer assemelhar-se ao seu camarada da Internacional rosa. Quem esqueceu que, em campanha eleitoral, Guterres, por diversas vezes, querendo referir-se a «tráfico», dizia «tráfego» de droga? O facto levou muita gente a questionar-se de que é que Edite Estrela estava à espera para explicar ao seu líder a diferença entre as duas palavras.

Notícia — De que Torquato Cardilli, o embaixador de Itália na Arábia Saudita, se converteu ao Islamismo na véspera do início do Ramadão, no dia 16 de Novembro. A informação, publicada por dois diários sauditas e reproduzida pela imprensa italiana, causou espanto e incómodo no Governo de Roma, sem que Cardilli, de 59 anos, o principal interessado no caso, se desse ao trabalho de a confirmar ou desmentir.

Todos presentes... Coordenação de Pedro Andrade

ANA BAIÃO Gente esteve no Parlamento, na quarta-feira, e nem queria acreditar. O panorama era desolador. Nos corredores não se via vivalma - apenas jornalistas, um ou outro assessor de imprensa dos partidos, bocejando sem quase nada para fazer, e, de vez em quando, uma secretária apressada. E pensámos, incrédulos: afinal, decidiram receber o Dalai Lama no Parlamento e lá estão eles, 230 deputados portugueses, a beber na fonte a justa sabedoria de uma das figuras de proa dos Direitos Humanos... Gente esteve no Parlamento, na quarta-feira, e nem queria acreditar. O panorama era desolador. Nos corredores não se via vivalma - apenas jornalistas, um ou outro assessor de imprensa dos partidos, bocejando sem quase nada para fazer, e, de vez em quando, uma secretária apressada. E pensámos, incrédulos: afinal, decidiram receber ono Parlamento e lá estão eles, 230 deputados portugueses, a beber na fonte a justa sabedoria de uma das figuras de proa dos Direitos Humanos... Mas não: era o dia inaugural da votação na especialidade do Orçamento de Estado e, depois da polémica em torno da votação da Lei de Programação Militar, aprovada sem que estivessem presentes os deputados necessários, os partidos decidiram que os parlamentares têm mesmo de cumprir a lei e estarem lá todos a votar. O plenário estava, pois, completo, incluindo muitas caras conhecidas das televisões que, certamente devido às circunstâncias da vida, vinha sendo difícil ver nas últimas semanas. Enfim, todos nos seus lugares para votar, algo que há muito não se via (talvez mesmo desde os tempos da Revolução, a seguir ao 25 de Abril, como alguém chegou a dizer). E, num cenário de 115 deputados do PS e 115 deputados da oposição, isto significa que ninguém podia faltar e mesmo as saídas para ir à casa de banho eram controladas. Ainda por cima, nada escapava a Almeida Santos, lá em cima, a presidir aos trabalhos: «Não sei porquê - dizia o presidente da AR -, mas continuo a ver senhores deputados a saírem do plenário, quando estamos a alguns minutos de começar as votações. Peço-vos, na medida do possível, que deixem de fazer essas migrações...»

... e bem «controlados» Mal podia imaginar Marçal Grilo, ao lançar na semana passada o livro «Difícil é sentá-los», quão apropriado é o título para o que se está a passar no Parlamento. As cenas geradas pelo «controlo» da presença dos deputados no plenário da Assembleia da República, para votarem o Orçamento de Estado, foram hilariantes. Álvaro Barreto (PSD) quis sair por momentos do plenário para ir à casa de banho e logo foi barrado por uma secretária do partido, colocada estrategicamente à porta. E, ao princípio da manhã, o PSD viu-se na iminência de ficar com menos um deputado. É que Nuno Freitas, de Coimbra, teve um acidente na auto-estrada e telefonou para o grupo parlamentar a avisar. «Eu renuncio, eu renuncio!», dizia, aflito, o deputado social-democrata, apelando a que o substituíssem. Mas não, não valia a pena, pois o deputado que se lhe segue na lista de Coimbra é Jaime Marta Soares (presidente da Câmara de Vila Nova de Poiares), que ainda estava mais longe de Lisboa. E Nuno Freitas lá acabou por arranjar transporte e chegar atrasado - com o PSD a «empatar» o início das votações, com mais umas perguntas a Oliveira Martins. Quando Almeida Santos anunciou que iam começar a votar, levantou-se Rui Rio (PSD): «Senhor Presidente, sei que há uma deputada do PS que está a sentir-se mal. Eu ofereço-me desde já para sair, se ela quiser ausentar-se, de forma a manter o equilíbrio de forças...» Não foi preciso, pois a deputada socialista (que GENTE não conseguiu identificar) tomou uns comprimidos e manteve-se no seu posto. Depois de almoço, a campainha tocou cerca de uma hora, a chamar os deputados para as votações. E era vê-los todos a correr nos corredores, que nem formiguinhas. Lá dentro, no plenário, Manuel Alegre (PS) impacientou-se e mais uma vez na sua vida deu expressão à revolta que lhe ia na alma: «Tenho a sensação de estar a assistir a um segundo sequestro do Parlamento», disse o deputado, lembrando o cerco da Assembleia da República, no «Verão Quente» de 1975. «Estamos aqui sequestrados por Marcelo Rebelo de Sousa. Cada vez que existe uma pressão populista sobre a Assembleia, os deputados são logo levados a adoptar soluções autopunitivas», concluiu Alegre, apontando o dedo ao PSD e ao seu ex-líder, por causa das intervenções que este tem feito, lembrando que, segundo a Constituição, os deputados têm de estar presentes nas votações. Algo que é mesmo muito complicado, como se viu.

O meu Rio não é o teu ANA BAIÃO A fama de Pedro Santana Lopes como homem-espectáculo vai tal que até alguns dos seus colegas na corrida autárquica gostariam de poder contar com ele antes de 16 de Dezembro. O exemplo mais flagrante é Rui Rio, o candidato do PSD (em versão AD), à Câmara do Porto, que convidou Santana para o acompanhar num passeiozinho pela Invicta. Santana - que espera ganhar Lisboa -, não está disposto a «vaquinhas» - ainda por cima mal fadadas -, nem em nome do partido. E descartou-se com rima: «Cada cidade, sua realidade». Rui Rio lá terá que arranjar um chamariz alternativo. Que o rio de Santana é outro... A fama de Pedro Santana Lopes como homem-espectáculo vai tal que até alguns dos seus colegas na corrida autárquica gostariam de poder contar com ele antes de 16 de Dezembro. O exemplo mais flagrante é, o candidato do PSD (em versão AD), à Câmara do Porto, que convidou Santana para o acompanhar num passeiozinho pela Invicta. Santana - que espera ganhar Lisboa -, não está disposto a «vaquinhas» - ainda por cima mal fadadas -, nem em nome do partido. E descartou-se com rima:. Rui Rio lá terá que arranjar um chamariz alternativo. Que o rio de Santana é outro...

O cartoonista do EXPRESSO, António, inaugurou no dia 16, em Madrid, a sua primeira exposição individual em Espanha. A mostra está integrada no âmbito do Perfil de Portugal, uma iniciativa destinada a promover a cultura e as artes portuguesas na capital espanhola. A exibição, situada no espaço da FNAC Madrid, vai estar patente até ao dia 11 de Dezembro. Nas fotos vêem-se, além de António, Vital Morgado, representante do ICEP em Madrid (à esquerda), e mulher, e Martins da Cruz, embaixador de Portugal em Espanha (à direita), e um aspecto da exposição.

O espírito natalício de João Soares Diz-se que o Natal é quando um homem quiser. E, este ano, um homem quis que o Natal chegasse mais cedo para os funcionários da Câmara de Lisboa. João Soares, subitamente invadido pelo espírito natalício, próprio da época que se avizinha, resolveu ser generoso e surpreender os seus trabalhadores. E estes, que habitualmente recebem o seu ordenado no dia 25 de cada mês (ou até mesmo uns dias depois quando a data coincide com fim-de-semana ou feriado), tiveram a agradável surpresa de ver o dinheiro nas suas contas logo no dia 23. Mesmo a tempo de poderem fazer compras no novel centro comercial do El Corte Inglés, que, curiosamente, abria as portas ao público pela primeira vez nesse mesmo dia! Ele há coincidências...

O romance de Saraiva... José Manuel Saraiva e Manuel Alegre A produção de romances não pára no EXPRESSO. Depois do sucesso de José António Saraiva, com «O Último Verão na Ria Formosa», seguiu-se o lançamento, na semana passada, de «As Lágrimas de Aquiles», de José Manuel Saraiva (não, não são familiares...), há muitos anos jornalista desta casa. Sendo também um romance de amor, «As Lágrimas de Aquiles» têm por pano de fundo a guerra colonial na Guiné, onde, aliás, o autor cumpriu o serviço militar. No lançamento da obra, editada pela Oficina do Livro, compareceram ao Museu Militar não só os seus colegas do EXPRESSO, encabeçados por Francisco Balsemão e José António Saraiva, como inúmeras personalidades da vida cultural, literária, política e jornalística. De salientar a forte delegação militar que se quis associar a Saraiva, com destaque para o almirante Fuzeta da Ponte, os generais Mendes Dias, Pezarat Correia e Pedroso Lima e ainda os coronéis Vasco Lourenço e Matos Gomes. «As Lágrimas de Aquiles» foram apresentadas por Manuel Alegre, que é, também, o autor do seu magnífico prefácio. Espera-se outro sucesso de vendas. A produção de romances não pára no EXPRESSO. Depois do sucesso de, com «O Último Verão na Ria Formosa», seguiu-se o lançamento, na semana passada, de «As Lágrimas de Aquiles», de(não, não são familiares...), há muitos anos jornalista desta casa. Sendo também um romance de amor, «As Lágrimas de Aquiles» têm por pano de fundo a guerra colonial na Guiné, onde, aliás, o autor cumpriu o serviço militar. No lançamento da obra, editada pela Oficina do Livro, compareceram ao Museu Militar não só os seus colegas do EXPRESSO, encabeçados pore José António Saraiva, como inúmeras personalidades da vida cultural, literária, política e jornalística. De salientar a forte delegação militar que se quis associar a Saraiva, com destaque para o almirante, os generaise ainda os coronéis. «As Lágrimas de Aquiles» foram apresentadas por, que é, também, o autor do seu magnífico prefácio. Espera-se outro sucesso de vendas. O autor, Francisco Balsemão e José António Saraiva FOTOGRAFIAS DE JORGE SIMÃO José Manuel Saraiva e a mulher, Paula Raposo Borges

... e as crónicas de Sofia Sá da Bandeira Se os romances não param, menos ainda as crónicas publicadas neste jornal. No mesmo dia em que José Manuel Saraiva deu a conhecer o seu romance, Sofia Sá da Bandeira lançava «Crónicas de Uma Mulher Casada», a compilação dos artigos que, ao longo deste ano, Sofia publicou aqui no caderno Vidas. O livro, que contém também crónicas inéditas, editado pela D. Quixote (primeira edição já esgotada), foi apresentado pelo director do EXPRESSO, José António Saraiva, e levou ao Alcântara Café muita gente ligada ao teatro e aos jornais, além de muitos familiares da autora, que descende de duas ilustres famílias: a do escritor António Quadros e a do músico Freitas Branco. Já esta semana dois outros livros de crónicas nascidas no EXPRESSO foram, entretanto, lançados: as «Cartas Abertas do Comendador Marques de Correia», de Henrique Monteiro (Bertrand), e «A Pluma Caprichosa», de Clara Ferreira Alves (D. Quixote). Como vêem, para a semana há mais... Alexandre Vasconcelos e Sá, a autora e José António Saraiva Sofia Sá da Bandeira com os filhos, José Maria e Inês

Malditas sondagens Esta semana, no Parlamento, GENTE presenciou uma unanimidade rara entre dois altos dirigentes partidários. Jorge Coelho (secretário-geral-adjunto do PS) e José Luís Arnaut (secretário-geral do PSD), responsáveis pelas eleições autárquicas nos respectivos partidos, encontraram-se nos corredores e deram largas à suas lamentações por causa das sondagens. É que, para muitos concelhos, e com apenas alguns dias de diferença, os dois tinham encomendado sondagens que deram resultados bem diferentes. Coelho chegou mesmo a pedir sondagens a empresas diferentes para um mesmo concelho, obtendo resultados contrários. No final da conversa, ambos começaram a rir-se e a conjecturar se não andará alguém a ganhar a vida à custa das angústias que os partidos têm, à medida que se aproxima o dia 16 de Dezembro.

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